Abordagem
de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
1º.
Trimestre / 2015
Deuteronômio
5.6,7; 6.1-6
Reflexão: “Não terás outros deuses
diante de mim” (Ex 20.3; Dt 5.7).
Amar a Deus, temê-lo e adorá-lo de todo coração e sinceridade – Deus é um ser
singular. Por isso, a nossa adoração e devoção devem ser exclusivas.
Desde a antiguidade, contratos,
convênios ou constituições seculares requerem uma boa introdução.
Na Bíblia este preâmbulo representa
mais que uma mera cláusula introdutória. Do preâmbulo ao decálogo é expressa a
soberania de Deus e o legítimo domínio sobre o seu povo – Israel.
“Eu
sou o Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito da casa da servidão”
(Ex 20.2; Dt 5.6).
Deus começa os Dez Mandamentos com o
preâmbulo, antes de exigir deveres; antes de dar mandamentos, Deus liberta o
seu povo.
A primeira ação de Deus é libertação,
evangelho, dádiva – só depois vem as exigências. Eu sou o Senhor teu Deus” e “Eu te tirei da terra do Egito da casa da
servidão”.
A primeira afirmação é uma declaração
da autoridade divina. A segunda é uma afirmação daquilo que Ele faz:
“Eu sou o teu libertador” – uma
declaração da salvação divina. Isto mostra que o fundo histórico dos Dez
Mandamentos é o evangelho.
Esta expressão – “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirou da
terra do Egito da casa da servidão”, é considerada o prefácio de toda a Lei
(Ex 20.2).
Antes, Deus já tinha se revelado a
Moisés em momentos distintos. Lá na sarça ardente (Ex 3.2-8, 13-15; 4.22,23;
5.1-3; 7.12). Agora, ao outorgar a Lei, Deus lembra que tirou Israel da casa da
servidão.
A casa da servidão se tornou na
Bíblia, o símbolo da opressão social que os filhos de Israel sofreram no Egito.
A terra dos faraós era uma terra de
bênção como o jardim do Senhor (Gn 13.10; Dt 10.11).
Mas, por causa da opressão dos filhos
de Israel, e pela dureza com a qual os mesmos eram tratados, passou a ser
chamada na história como um quartel de escravos.
Daí a expressão bíblica, casa da
servidão (Dt 5.6; 6.12; 7.8; 8.14; 13.5,10; Is 24.17; Is 6.8; Mq 6.4).
Os judeus da atualidade consideram Ex
20.2 e Dt 5.6, como parte do primeiro mandamento. O núcleo do primeiro
mandamento é: Não terás outros deuses diante de mim (Ex 20.3; Dt 5.7).
Quando Deus diz a Israel que o tirou
da casa da servidão, essa afirmação apresenta o importante argumento de que o
livramento misericordioso de Deus precede as exigências da lei e forma a base
para a obediência de Israel. A graça precede e motiva as obras – Esse
relacionamento entre graça e obras é o mesmo na nova aliança.
“Não
terás outros deuses diante de mim” (Ex 20.3; Dt 5.7). O primeiro mandamento
é o testemunho da singularidade de Deus.
Vemos como o Senhor revela seu
caráter, seu ser e sua ação. Não terás outros deuses diante de mim, atinge
diretamente a idolatria.
Quando Deus fez essa proibição, os
filhos de Israel estavam envolvidos com o bezerro de ouro (Ex 32.1-10). A
religião revelada no Sinai é plenamente contra a idolatria e abomina as imagens
de escultura.
A versão crítica ou negativa ao
primeiro mandamento, é a condenação explícita de qualquer forma de idolatria,
seja visível ou invisível.
De todas as práticas das religiões
falsas, o povo de Deus deve se abster: adivinhação, feitiçaria, necromancia,
bruxaria, sacrifícios humanos e superstições (Lv 18.21-30; 19.26,31; 20. 6,27;
Dt 16.21; 18.9-14).
Apenas o Deus verdadeiro deve ser
adorado e somente ele conhece o futuro. Ele é o único a quem o crente deve
ajuda sobrenatural.
Qualquer grupo religioso que se
intitule de cristão ou não, que adore imagens de escultura sob qualquer
pretexto ou em nome de algum personagem, seja em cima nos céus, embaixo na
terra ou debaixo da terra, está invocando demônios.
Qualquer culto ou oferenda que se faz
aos elementares da terra, do ar ou das águas, são oferendas aos demônios.
Em sua primeira carta aos Co
10.18-21, o apóstolo afirma que as coisas sacrificadas aos ídolos são na
verdade sacrificadas aos demônios e não a Deus.
Nos sacrifícios do AT a oferta era em
favor de todos que comiam (Lv 7.15-18). Por meio deste ato as pessoas se
identificavam com a oferta e afirmavam a sua devoção a Deus, a quem ela era
oferecida.
Paulo por meio disto está declarando
que qualquer sacrifício feito a um ídolo, significa identificar-se com esse
ídolo. Um autêntico cristão não pode participar de nenhuma adoração a algum
ser, a não ser a Deus.
Os ídolos e as coisas sacrificadas a
eles não têm natureza espiritual nem poder nelas mesmas (1Co 10.6-8), pois os
ídolos representam demônios (Ef 6.10-18).
Nos ídolos não há nada de Deus, mas,
uma força espiritual satânica (Dt 32.17; Sl 106.37).
Os ídolos são artifícios em forma de
imagens. Nada são, não possuem nenhum prestígio, não entendem. Têm olhos e não
vêm; têm ouvidos e não escutam; têm lábios e não falam; têm cabeça e não
pensam; têm braços que não se movimentam e pés que não andam (Sl 115.4-8).
São muitas as referências bíblicas
que nos mostram com detalhes as implicações do primeiro mandamento (Ex 22.20).
Sacrificam aos deuses e não somente
ao Senhor. Levam a destruição. Sacrifícios a ídolos é uma calamidade.
O testemunho das Escrituras é: Não se
encurve às imagens de escultura (Dt 5.6-10).
Dt 13 e 14 referem-se às três
espécies mais comuns de idolatria praticadas por Israel:
Altares, colunas e poste-ídolos (Ex
34.13). Essas formas visíveis tornaram-se práticas comuns no reino dividido
(1º. e 2º. Reis). Por ser zeloso, Deus adverte o povo escolhido a não adorar
esses deuses (Ex 34.14).
É necessário derrubar os altares,
quebrar as colunas e cortar os poste-ídolos. Isso aconteceu apenas duas vezes
na história de Israel:
No reinado de Ezequias (2Re 18.1-4) e
Josias (2Re 22.1,2; 2Cr 34.4). Em ambos os casos o povo presenciou um
avivamento espiritual.
Confiar na suficiência de Deus – A visão positiva é evidente nesta
frase “Não terás outros deuses”. Nós
não precisamos de deuses, porque podemos confiar na suficiência de Deus.
Não temos motivos para querer outros
deuses ou precisar deles. Se Deus nos é suficiente, confiamos e esperamos
somente nele.
Se temos um problema para resolver,
uma decisão a tomar, oramos, acreditando que ele nos guia, como Pedro sugeriu:
“...lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”
(1Pe 5.7).
Para aquele que crê na suficiência de
Deus restam apenas palavras de gratidão e adoração. Salomão orou: “Ó Senhor, Deus de Israel, não há Deus como tu,
em cima nos céus, nem embaixo na terra, como tu que guardas a aliança e a
misericórdia a teus servos que de todo o coração andam diante de ti” (1Re
8.23).
Em meio a todo culto a Baal no monte
Carmelo, a confiança na suficiência de Deus foi renovada, quando o fogo do
Senhor consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e ainda lambeu a água que
estava na valeta ao redor do altar.
Lá o povo novamente reconheceu a
singularidade e exclusividade de seu Deus e confiou na suficiência dele: “O
Senhor é Deus! O Senhor é Deus! (1Re 18.39).
A crença na suficiência de Deus
também caracteriza a oração do rei Ezequias relatada em (1Re 19.15-19) e em (Is
37.16-20).
Nela o rei exéquias expressa sua
total fé na suficiência, singularidade e exclusividade do Deus Javé: “Ó Senhor
Deus de Israel, tu estás entronizado acima dos querubins, tu somente és o Deus de
todos os reinos da terra; tu fizestes os céus e a terra (2Re 19.15; Is 37.16b).
O período dos juízes encerra a triste
história de um ciclo vicioso de quatrocentos e trinta anos de infidelidade espiritual
de Israel.
Toleraram-se outros povos, casaram-se
com mulheres pagãs, adoraram deuses falsos, tornaram-se cativos de reis
estrangeiros, choraram por socorro, eram libertados por Deus mediante juízes
para depois repetirem as lições não aprendidas.
O texto de 2Reis 17.33, relata a
origem do sincretismo religioso dos samaritanos. Segundo o testemunho do Saltério,
haverá glória, alegria, comunhão e domínio divino entre os que temem ao Senhor
(Sl 16.1-3; 97.1-6, 8-12). Mas muitas penas e confusão entre os que servem
imagens de esculturas (Sl 97.7).
Repetidas vezes os profetas se
levantaram contra a idolatria do povo de Deus (Is 57.5-8; Jr 2.20,24; 3.6; Ez
6.1-14; Os 2.3,5), condenando de forma específica a prostituição espiritual nos
lugares altos, em Israel e Judá.
As trágicas consequências da
desobediência ao primeiro mandamento são: pestinência, morte, fome, rejeição,
deportação, pragas e, separação da comunhão com o Senhor.
Daí podemos concluir que quebrar o
primeiro mandamento significa cultuar qualquer coisa visível ou invisível,
exterior ou interior, pessoal ou impessoal.
“...sabemos que o ídolo de si mesmo
nada é (1Co 8.4). Com isso ele minimiza a questão, não querendo dizer que os
ídolos não são uma realidade, mas que eles não possuem nenhuma divindade em si.
Fonte de pesquisa: SOARES Esequias –
Comentarista da Revista do Mestre – EBD CPAD – 1tri 2015
SOARES Esequias. Os Dez Mandamentos –
Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD. 1ª. Edição.
RJaneiro, Outubro / 014.
CHAMPLIN. Enciclopédia de|Bíblia
teologia e Filosofia Vl3
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez
Mandamentos. Soc. Religiosa Edições Vida Nova. SPaulo, 1992.
CHAFFER. Teologia Sistemática – Vl.8
Editora Hagnus. SPaulo, 2003.
FRAME, John M. A Doutrina da Vida
Cristã. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2013
PORTELA, Solano. A Lei de Deus Hoje.
Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000
KEVAN, Ernest. A Lei Moral. Editora
Os Puritanos. SPaulo, 2000
Bíblia de Estudo Macartur – Versão Almeida
Revista e Atualizada
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