Abordagem
de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
1º.
Trimestre / 2015
Deuteronômio
9.9-11; 10.1-5
Reflexão: “Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se
beijaram” (Salmos 85.10)
A transitoriedade da Lei para a dispensação da Graça – Os teólogos
cristãos têm distinguido três tipos
de Leis dentro do código mosaico.
Essas são as leis morais (questões do
bem e mal, que não se alteram com a passagem do tempo);
as leis cerimoniais (os ritos que
acompanhavam a legislações mosaica, quanto aos preceitos que não envolviam
questões morais, e que podiam ser alterados com a passagem do tempo);
e as leis civis (os estatutos que
governavam os cidadãos de Israel, questões agrárias, e etc. E que não tinham
aplicação a povos fora da antiga nação de Israel, excetuando, talvez, como
ideia sugestiva).
O argumento de muitos teólogos
cristãos, pois, é que os crentes em Cristo que o aceitaram como Senhor e
Salvador, estão na obrigação de observar somente os preceitos morais, ao passo
que os outros tipos de lei tornaram-se obsoletos com a morte e ressurreição de
Cristo (Hb 10.1,11,12).
É verdade que o Novo Testamento
incorpora a lei moral em seus ensinamentos éticos; mas faz isso através da lei
espiritual.
Porém, a lei moral do Antigo
Testamento não é nosso guia nem nosso impulsionador. Esses dois ofícios
pertencem ao Espírito Santo (Rm 8.1).
A lei cerimonial inclui coisas que
eram altamente obrigatórias e morais, como a circuncisão. Porém, o Novo
Testamento descontinuou completamente essas cerimônias, que não fazem parte na
prática cristã, embora ela sinalizem realidades espirituais (At 15.19,20)
– “Pelo que, julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os
gentios se convertem a Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das
contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de
animais sufocados e do sangue”.
A lei de Deus e os Dez Mandamentos
não são a mesma coisa. Os Dez Mandamentos encabeçam os demais preceitos
entregues por Deus a Moisés no monte Sinai desde Ex 19.16-19, até Lev 26.46 e
27.34.
Esses preceitos são identificados com
frequência como estatutos, juízos, leis e mandamentos. Muitos deles são
repetidos nos livros de Números e Deuteronômio.
Todo esse sistema legal integra o Pentateuco,
que aparece na Bíblia como lei, livro da lei, lei de Moisés, lei de Deus, e lei
do Senhor.
Então, o que a Bíblia quer dizer
quando usa as palavras Lei de Deus? O termo aparece sete vezes nas Escrituras,
quatro no AT e três no Novo, e nenhum lugar diz respeito ao Decálogo.
As quatro primeiras ocorrências
referem-se a toda a lei de Moisés e ao Pentateuco como livro. Josué escreveu
estas palavras no livro da lei de Deus (Js 24.26).
E leram o livro, na lei de Deus...
(Ne 8.8,18; 10.29). Assim, as expressões “lei de Deus”, Lei do Senhor” e Lei de
Moisés”, dizem respeito à mesma coisa (Ne 8.1; 8.18; Lc 2.22,23).
Trata-se do Pentateuco no seu todo e
não do decálogo, do livro, e não das tábuas de pedra. As outras três aparecem
somente em Romanos e nenhuma dizem respeito ao Decálogo (Rm 7.22,25; 8.7).
Os preceitos cerimoniais e civis
derivam dos preceitos morais. Esses três tipos de leis estão presentes no
Pentateuco, entretanto, tudo é a lei de Moisés.
Mas, em nenhum lugar do NT no qual
aparece o termo “Lei” afirma-se que essa lei é moral, cerimonial ou civil.
O que significa quando o Senhor Jesus
declara que não veio destruir a lei, mas cumprir?
“Não
cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir...
” (Mt 5.17,18).
A lei teve a função de conduzir os
homens a Cristo como um aio (Gl 3.24). A lei serviu de mestre-escola ou aio,
mas, assim que Cristo veio, a lei perdeu essa função (Gl 3.24). Uma vez unido
ao Pai, o crente não mais precisa de aio (Gl 3.25,26).
A lei era apenas uma sombra, e não a
substância própria da espiritualidade (Cl 2.16,17). Todas as obrigações morais
da lei cumpre-se na lei do amor (Rm 13.8-10).
A lei e a epístola aos Hebreus – A questão da lei do AT é destacada
nessa epístola. Ali a lei é vista como cumprida em Cristo, o novo Moisés,
superior ao antigo Moisés.
O antigo sacerdócio, que promovia a
lei e cumpria suas exigências, foi substituído por Cristo, o nosso Sumo Sacerdócio.
Toda lei teve seu cumprimento nesse
novo sumo sacerdote. O verdadeiro propósito da lei consistiu em antecipar a
pessoa de Cristo, que cumpria todas as exigências e ofícios representados
simbolicamente na lei.
Através do novo sumo sacerdote, os
homens têm acesso final a Cristo. A introdução dessa epístola afirma isto,
desde as suas primeiras declarações: “Havendo
Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, nestes últimos dias nos falou pelo filho” (Hb 1.1,2).
A legislação mosaica era apenas uma
sombra da superior revelação que seria dada em Cristo. Assim, aquela revelação
inferior fora substituída por uma revelação superior, alicerçada sobre
superiores promessas.
Uma antiga aliança foi assim
substituída por um novo pacto (Hb 8.3-8; 10.1). E os que eram os ministradores
e guardiães da lei foram substituídos e não aprimorados pelo eterno Filho de
Deus, o Senhor Jesus Cristo (Hb 7.28; Sl 110.4).
Dentro da teologia cristã, a graça
indica o favor divino gratuitamente oferecido com base na missão de Cristo,
recebida na confiança humana através de sua morte vicária no Calvário (Tt 2.11)
– “Portanto a graça de Deus se manifestou
salvadora a todos os homens”.
A graça de Deus não é um simples
atributo divino da graça, mas é o próprio Jesus Cristo, a graça encarnada, a
dádiva graciosa de Deus à humanidade caída (Jo 1.14)
– “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de
verdade, e vimos a sua glória, glória como do Unigênito do Pai”.
Daí o apóstolo Paulo afirmar em sua
carta aos Ef 2.8,9 – “Porque pela graça
sois salvos mediante a fé, isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras,
para que ninguém se glorie”.
“Porque
a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de
Jesus Cristo”. (Jo 1.17).
Fonte de pesquisa: SOARES Esequias –
Comentarista da Revista do Mestre – EBD CPAD – 1tri 2015
SOARES Esequias. Os Dez Mandamentos –
Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD. 1ª. Edição.
RJaneiro, Outubro / 014.
CHAMPLIN. Enciclopédia de|Bíblia
teologia e Filosofia Vl3
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez
Mandamentos. Soc. Religiosa Edições Vida Nova. SPaulo, 1992.
CHAFFER. Teologia Sistemática – Vl.8
Editora Hagnus. SPaulo, 2003.
FRAME, John M. A Doutrina da Vida
Cristã. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2013
PORTELA, Solano. A Lei de Deus Hoje.
Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000
KEVAN, Ernest. A Lei Moral. Editora
Os Puritanos. SPaulo, 2000
Bíblia de Estudo Macartur – Versão Almeida
Revista e Atualizada
Nenhum comentário:
Postar um comentário