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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A Atualidade dos Últimos Conselhos de Tiago: Lição 13 EBD CPAD 3º. Tri 28.09.14

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Tg 5.7-20

 I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.  Compreender o valor da paciência e da proibição de juramentos.
2.  Saber a respeito do real significado da unção dos enfermos.
3.  Conscientizar-se da importância da conversão de um irmão.

 CONSIDERAÇÕES
Na metade do século primeiro da era cristã, os líderes da igreja esperavam a vinda do Senhor Jesus Cristo ainda nos seus dias.
Em suas cartas, o apóstolo Paulo diz aos seus leitores que o dia de Cristo está próximo (Rm 13.11,12; 1Co 1.8; 2Co 1.14; Fp 1.6,10; 2.16; 1Ts 5.2; 2Ts 2.2).
É claro que as duas epístolas de Paulo à igreja de Tessalônica tratam principalmente da questão da volta de Cristo.
Para o apóstolo, a vinda de Jesus era iminente. O autor da epístola aos Hebreus também fala do fim dos tempos. Diz: “Nestes últimos dias, nos falou Deus pelo filho” (Hb 1.1,2).
Ele declara que Cristo aparecerá uma segunda vez aos que o aguardam para salvação (Hb 9.28). Aponta, ainda, para a iminência da volta de Cristo quando diz: “Não deixemos de congregar-nos... antes façamos admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima” (Hb 10.25).
O valor da paciência e a proibição do juramento (Tg 5.7-12) – Nesta parte de sua epístola Tiago se dirige aos crentes da diáspora como seu pastor. Após ter expressado sua indignação com os ricos; agora, afetuosamente se dirige aos leitores chamando-os de “irmãos” (Tg 5.7,9,10,12,19).
Tiago expressa sua preocupação para que os irmãos exercitem a virtude da paciência. Lança mão da repetição. Usa o conceito de paciência cinco vezes sucessivas e emprega uma vez o conceito de perseverar.
E é nisto que Tiago coloca sua perseverança – “Sejam, portanto, pacientes até a vinda do Senhor. Vejam como o lavrador espera que a terra dê sua valiosa colheita e como ele é paciente ao esperar as chuvas de outono e verão. Sejam pacientes vocês também e não vacilem, pois a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5.7,8).
A paciência é uma virtude que poucos têm e muitos procuram. Vivemos numa sociedade que defende a palavra instantânea. Mas ser paciente da maneira como Tiago usa a palavra, é muito mais do que esperar passivamente que o tempo passe.
Paciência é a arte de suportar alguém cuja conduta é incompatível com a de outros e por vezes opressiva. Uma pessoa paciente acalma sua ira e não busca vingança (Pv 15.18; 16.32).
O termo longânimo não significa sofrer por um pouco, mas tolerar alguém por um longo tempo. Deus demonstra paciência ao ser “tardio em irar-se “.
Quando o ser humano continua a pecar, mesmo depois de muitas admoestações Deus continua sendo longânimo para com o pecador conforme se expressou Salomão:
“Visto como não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está completamente voltado para praticar o mal (Ec 8.11).
O homem pecador deve atentar para a longanimidade de Deus (Ex 34.6; Sl 84.15; Rm 2.4; 9.22;1Pe 3.20; 2Pe 3.15), o ser humano deve sempre refletir essa virtude divina em sua vida diária.
Tiago sabe que os leitores de sua epístola são incapazes de se defender de seus opressores. Por isto, ele sugere que exercitem a paciência e deixem a questão nas mãos de Deus, que está vindo para salvá-los.
Mesmo que eles pudessem se defender, não deveriam fazer justiça com as próprias mãos. Deus disse: “A mim pertence a vingança, a retribuição” (Dt 32.35; Rm 2.12; Hb 10.30). Sejam pacientes até a vinda do Senhor.
Os leitores sabem que o Senhor está voltando como juiz. Devem exercitar o autocontrole em relação a seus adversários e demonstrar paciência quanto à vinda do Senhor. Ele vingará seu povo quando voltar (2Ts 1.5,6).
Ao longo de sua epístola, o autor revela seu amor pela criação de Deus. Neste capítulo ele retrata a espera de um lavrador que guarda uma colheita abundante, mas deve esperar pacientemente pela chegada das chuvas de outono e de verão (a temporã e a serodia).
O lavrador sabe que tudo cresce de acordo com as estações do ano. Sabe que são precisos muitos dias para que uma planta se desenvolva da germinação até a colheita.
Além disso, ele sabe que, sem a quantidade certa de chuva no devido momento, seu trabalho é em vão. Apesar de a quantidade de chuva em Israel variar, o lavrador sabe que pode contar com as chuvas de outono, começando com algumas tempestades no final de outubro.
Então, ele pode plantar as sementes para que estas venham a germinar e aguardar com ansiedade que chova o suficiente em abril e maio quando os grãos estão amadurecendo e a safra aumente a cada chuva.
Ele depende, portanto, das chuvas de outono e primavera (Dt 11.14; Jr 5.24; Os 6.3; Jl 2.23). Ele é capaz de prever a vinda das chuvas, mas não pode ter certeza quanto à colheita. Ele aguarda em ansiosa expectativa.
Assim como o lavrador aguarda cheio de confiança as chuvas de outono e primavera, das quais depende sua colheita, assim também o crente deve aguardar pacientemente a vinda do Senhor.
Do mesmo modo que Deus prometeu a Noé que enquanto a terra durar; sementeira e cega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão (Gn 8.22), o Senhor também deu ao crente a promessa de que ele voltará (At 1.12).
A unção de enfermos e como Deus ouviu a Elias (Tg 5.13-18) – “Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e ore sobre eles, ungindo-o com azeite em nome do Senhor;
E a oração da fé salvará o doente; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo, pode muito em seus efeitos”. (Tg 5.13-16).
O cristão não vive sempre no ápice de uma montanha de fé. Apesar de o apóstolo Paulo instruir o crente a estar sempre alegre (Fp 4.4; 1Ts 5.16).
É um simples fato da vida, que de tempos em tempos o crente sofre. Esse sofrimento pode ser físico, mental, pessoal, financeiro e espiritual, entre muitos outros.
Quando alguém está mentalmente deprimido, mesmo se esforçando, vê que é difícil ficar alegre. Por isso Tiago aconselha qualquer que esteja sofrendo, a orar.
Tiago exorta aos irmãos em Cristo, a buscarem forças em Deus por meio da oração. Conforme as palavras do apóstolo Pedro, “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5.7).
Paulo nos exorta a orar sem cessar (Ef 6.18; Cl 4.2; 1Ts 5.17). A oração é o óleo vital que nos mantém em contato com “o autor e consumador da fé” (Hb 12.2).
Períodos de tristeza são seguidos de períodos de alegria “... o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã." (Sl 30.5). Quando o favor de Deus brilha sobre nós, como o Sol, enchemo-nos de ânimo e felicidade.
Os autores do livro de Salmos instrui-nos em como fazê-lo. Eles colocam a alegria e a felicidade em seu devido lugar e dão a Deus a glória, a honra e o louvor que lhe pertencem (Sl 33.2,3; 81. 1,2; 92.1-3; 98.4-6; 144.9; 149.1-5; 150; Ef 5.19; Cl 3.16;).
Devemos ser pacientes em oração na adversidade, e alegremente gratos na prosperidade.“Está alguém enfermo? Tiago explica o que quer dizer com o termo. Trata-se de algum tipo de doença física, ou seja: o corpo da pessoa está enfraquecido por um mal interno ou externo.
“Essa pessoa deve chamar os presbíteros da igreja”. A própria pessoa que está doente ou outros, a seu pedido.
O NT registra o termo presbítero logo depois da fundação da igreja, no Pentecostes. Na igreja de Jerusalém, os presbíteros eram os representantes dos crentes (At 11.30; 21.18).
Eram homens que exerciam a liderança supervisionando pastoralmente as congregações representadas (At 20.28, 1Pe 5.1-4).
Em sua segunda viagem missionária Paulo instrui Tito a estabelecer presbíteros em todas as cidades em Creta (Tt 1.5).
Tiago diz acima que o doente deve chamar os presbíteros para que orem sobre ele ungindo-o com óleo em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo.
A Bíblia ensina que o azeite de oliva possui qualidades medicinais. Veja o caso do samaritano que colocou óleo e vinho nas feridas do homem na estrada para Jericó. O óleo trazia alívio e o vinho era antisséptico (Lc 10.34).
Ao saírem em sua primeira viagem missionária, os doze discípulos, curavam inúmeros enfermos ungindo-os com óleo (Mc 6.13).
Na época e na cultura de Tiago, o azeite de oliva era usado com frequência para fins medicinais. O óleo tem um valor simbólico nas Escrituras.
Alguns intérpretes consideram a palavra óleo, junto com a frase em nome do Senhor e dizem que o óleo significa o poder curativo do Senhor Jesus.
Deve-se salientar que a Bíblia não torna o uso do óleo obrigatório quando se ora pelos enfermos, conforme podemos observar no livro de Atos quando os apóstolos curaram enfermos em muitas ocasiões mas não usaram o óleo (At 3.6; 5.15.16; 9.34; 14.8-10; 16.8; 28.89).
A ênfase maior está na oração e não no óleo. E as orações feitas com fé levarão a pessoa enferma a ser curada. Ao ser chamado para visitar um enfermo, os presbíteros fazem oração em favor do enfermo e eles dependem completamente do Senhor que concederá cura e restauração.
Os presbíteros oferecem suas orações com fé, pois têm a promessa de que o Senhor irá curar o enfermo e erguê-lo do seu leito.
Se a pessoa pecou será perdoada. A última parte desse versículo parece um tanto direta. E por outro lado parece ligar a enfermidade ao pecado.
Jesus por exemplo curou o paralítico espiritualmente, quando disse: os teus pecados são perdoados e fisicamente, ao dizer: levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa (Mc 2.5, 9-11).
Jesus cura a alma e o corpo para tornar pleno o ser humano. A enfermidade vem do pecado? Nem sempre. Tomemos como exemplo a vida de Jó.
Coberto de feridas dolorosas, Jó sabia que sua aflição não havia sobrevindo por causa do pecado. Deus o afligiu como forma de testar sua fé.
Mesmo quando os amigos insistiram para que ele confessasse seu pecado, Jó reafirmou sua inocência e integridade (Jó 6.28-30).
Mesmo assim, a pessoa enferma deve examinar a sua vida espiritual e vê “Se há nele algum caminho mau” (Sl 139.24).
Os males físicos muitas vezes estão relacionados a uma consciência cheia de culpa. Deus com frequência usa períodos de enfermidade na vida da pessoa para levá-la a examinar-se a si mesmo e pedir a graça perdoadora de Deus (Dt 28.22,27; Is 38.17; Jo 5.14; 1Co 11.30).
Uma vez que o doente reconhece seu pecado revelado por meio do Espírito Santo, deve confessá-lo. Deus está pronto a perdoar o pecado que confessamos.
Na verdade, ele nunca vai nos lembrar desses pecados perdoados. Quando Deus perdoa o pecado, jamais o traz de volta à lembrança. Estamos diante dele como se jamais tivéssemos pecado.
Tiago conclui sua discussão sobre a oração ao chamar a atenção dos irmãos a se lembrarem do profeta Elias que era um homem como nós; mas orou com fervor para que não chovesse e não choveu sobre a terra por três anos e meio. E orou novamente e os céus deram chuva e a terra produziu suas colheitas.

A importância da conversão de um irmão (Tg 5.19,20) – Tiago conclui sua carta encorajando-nos a fazer, por nossos semelhantes, o mesmo que ele fez por meio de seus escritos ao povo de Deus, às doze tribos que andam dispersas.
Ao observarmos uma pessoa desviando-se da verdade, a vontade de Deus é que façamos com que ela volte, porque o Espírito que em nós habita tem ciúmes.
Até mesmo dentro da comunidade cristã existem aqueles que passam por uma experiência superficial de conversão; mas até mesmo os que experimentam profunda conversão podem falhar, agindo como um não crente que não conhece a verdade.
Esses, tanto quanto os que estão de fora, devem ser motivo das nossas preocupações evangelísticas e não podem ser excluídos do cuidado amoroso de toda igreja e de cada crente individual.
A conversão é algo tanto divino quanto humano. O Espírito é quem inspira e fortalece a pessoa para que se volte para Cristo; e a vontade da pessoa corresponde a esse impulso.
Quando o crente procura um irmão desviado ou um pecador para trazê-lo de volta a Cristo, ele está salvando da morte uma alma e ao mesmo tempo cobrindo uma multidão de pecados.
Tiago ressalta a responsabilidade conjunta que os cristãos têm uns para com os outros.
Eles não apenas confessam pecados e oram juntos, mas devem também exercitar o cuidado espiritual, que é mútuo e benéfico.
Esse cuidado deve ser administrado individualmente ao crente por meio de aconselhamento pessoal e à igreja por meio do ensino da Palavra.
Se alguém que pertence a igreja, por acaso se desviar da verdade, seja por escolha própria ou sob a influência de outros, os crentes devem saber que são responsáveis pelo bem espiritual desse irmão ou irmã que se desviou.
Tiago proclama a mesma mensagem de urgência comunicada pelo autor da epístola aos Hebreus (Hb 13.12,13). Os leitores devem praticar o cuidado mútuo (Gl 6.1), de modo que os crentes mantenham-se apegados à verdade.
Tiago admoesta aos irmãos a não se desviar da revelação de Deus. A verdade, portanto, é a plenitude do evangelho.
Ele já os informou que receberam seu nascimento espiritual pela palavra da verdade (Tg 1.18), e os aconselhou a não negar a verdade (Tg 3.14).
Reprovar um contato com a pessoa que está desviada da igreja é uma tarefa difícil do trabalho da igreja. Pastores, presbíteros, diáconos e outras lideranças da igreja muitas vezes cedem a tentação de colocar esses membros desviados fora do rol de seus membros.
Mas a igreja de forma amorosa deve procurar aqueles que se desviaram da verdade e trazê-los de volta ao convívio dos santos.
Tiago lembra aos irmãos que aquele que converte um pecador do erro do seu caminho, salvará da morte uma alma e encobre uma multidão de pecados.
Fora da igreja há muitas pessoas presos no pecado e incapazes de deixar seus caminhos errados. Essas pessoas devem também ouvir a mensagem do evangelho.
Quando estendemos a mão para resgatar aquele que está perecendo no pecado, procuramos salvar sua alma. Vemos o pecador correndo o perigo de morrer eternamente e ser excluído da vida eterna.
Devemos nos lembrar, porém, de que Deus nos usa como instrumento para restaurar o relacionamento espiritual entre Deus e o homem.
A salvação, portanto, é e continua sendo obra de Deus. Somos apenas companheiros que trabalham para Deus.
Tiago mostra que os que se dedicam a esse trabalho devem estar certos de que estão salvando uma alma da morte e cobrindo uma multidão de pecados.
Aqui Tiago usa uma metáfora. Não devemos entender esta palavra em sentido literal, pois o ser humano é incapaz de cobrir pecados.
As Escrituras nos ensinam que não é o ser humano, mas Deus, que tem a autoridade de perdoar.
A expressão cobrir se refere implicitamente ao ato de Deus perdoar o pecado (Sl 32.1; 85.2).
Tiago está ensinando algo muito elevado. Isto é, que os pecados são apagados diante de Deus.
Salomão também entendia assim quando expressou que o ódio incita contenda, mas o amor cobre todas as transgressões (Pv 10.12; 1Pe 4.8).
Quando Deus perdoa o pecado aceita o pecador como se este nunca tivesse cometido transgressão alguma.
Ele afasta o pecado tanto quanto o Oriente está distante do ocidente (Sl 103.12) e cobre o pecador com um manto imaculado da retidão.
É claro que Deus perdoa o pecador por causa do sacrifício de Jesus Cristo e através da graça de Deus ao perdoar os pecadores.

 Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Eliezer de Lira e Silva).
COELHO. Alexandre e DANIEL Silas.  Fé e Obras – Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. RJaneiro, 2014. CPAD
RICHARDS, Laurence O.Comentário Histórico Cultural do NT. RJaneiro 2012, CPAD
KISTEMAKER, Simon. Comentário do NT: Tiago e Epístola de João. SPaulo, 2006,, Editora Cultura Cristã.

GEISLER, Norman e... Manual Popular de dúvidas, enigmas e contradições da Bíblia. SPaulo, 1999. Editora Mundo Cristão

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