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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Os Pecados de Omissão e de Opressão – Lição 12 – EBD CPAD – 3º. Tri 21.09.14

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Tg 4.17; 5.1-6

 I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.  Conscientizar-se dos perigos do pecado de omissão. 
2.  Mostrar que adquirir bens à custa da exploração alheia é pecado.
3.  Saber que Deus ouve o clamor dos trabalhadores injustiçados.

 CONSIDERAÇÕES
Riquezas são bênçãos de Deus, como testifica Salomão: “A bênção do Senhor enriquece e não acrescenta dores” (Pv 10.22).
Mas quando a riqueza é desprovida da bênção do Senhor, os problemas acompanham na forma de inveja, de injustiça, opressão, roubo, homicídio, abuso e mau uso.
O amor ao dinheiro leva os homens a todos os tipos de males” (1Tm 6.10).
O pecado de omissão (Tg 4.17) –  Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não faz comete pecado”.
Tiago termina esta sessão do capítulo 4 com um provérbio que era comum no mundo judaico da sua época.
O provérbio transmite uma advertência muito clara quanto ao pecado da omissão. Não o pecado de ação, mas o pecado de omissão.
Esse pecado particular mostra seu semblante horrível quando o ser humano ignora Deus, faz planos, alcança o sucesso e glória das suas realizações (Tg 4.13-17).
O ser humano comete o pecado de omissão quando não pratica o bem que sabe que deve fazer.
Jesus deixou claro esse pecado quando  falou do sacerdote e do levita na parábola do bom samaritano (Lc 10.30-35), e do homem rico que desprezou Lázaro (Lc 16.19.31), e das pessoas que durante sua vida na terra deixaram de alimentar os famintos, hospedar os forasteiros, vestir os pobres e visitar os enfermos e prisioneiros (Mt 25.40-46).
Tiago se dirige à pessoa que sabe que deve fazer o bem. Ele não está falando para as pessoas que cometem o pecado na ignorância.
Assim diz Paulo para os filósofos atenienses no Areópago: “Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam” (At 17.30).
Pecado é transgressão da lei, diz João em uma de suas epístolas (1Jo 3.4). Que o pecado seja por omissão ou por ação, ambos é uma afronta contra Deus principalmente quando o homem conhece os mandamentos de Deus.
O pecado nunca deve ser atenuado. Isso vale especialmente para o pecado de omissão, que muitas vezes tem, à primeira vista, uma aparência inofensiva. Mas este não é o caso.
Tomemos por exemplo a despedida de Samuel, quando diz aos israelitas:
Quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós” (1Sm 12.23).
Observem que Samuel indiretamente reprova o pecado da negligência ou omissão.
A negligência é equivalente a ignorar Deus e o próximo e, portanto, é um pecado contra a lei de Deus.
O pecado de adquirir bens às custas da exploração alheia (Tg 5.1-3) – Tiago faz uma enérgica denúncia contra os ricos semelhante as denúncias dos profetas do AT: Ezequiel (Ez 16.49), Amós (Am 4.1; 5.11,12; 8.4-8), Isaias (Is 3.14,15; 58.7), Miquéias (Mq 6.12) e Zacarias (Zc 7.10).
É importante refletirmos sobre este assunto, pois alguns pensam que as advertências dos santos profetas ficaram restritas à época da lei (Lv 25.35; Dt 15.1-4, 7,8).
O mesmo tema é alvo do ensinamento do próprio Senhor Jesus (Lc 6.24,25). De igual modo o livro de Atos nos informa que a igreja do primeiro século cuidava dos pobres (At 2.42-45). Isso mostra que o tema abordado nesta lição é atual e urgente.
O que é a riqueza? Sua definição depende da cultura e da época em que se vive.
Jó era um homem rico, porque Deus o havia abençoado com um grande número de animais: – 7.000 ovelhas, 3.000 camelos, 500 juntas de bois e 500 jumentas (Jo 1.3).
No início do cristianismo, os ricos que possuíam terras ou casa, vendiam-nas e davam o dinheiro aos pobres (At 4.34,35).
Para os ricos da epístola de Tiago, a riqueza consistia de comida, vestimentas, ouro e prata.
Tiago admoesta os ricos, pois estes permitiam que suas riquezas os corrompessem (Tg 5.2,3).   
Um pecado leva à outro. O pecado de acumular riquezas motivado pela cobiça leva o rico a roubar dos pobres.
Neste caso, o rico rouba dos trabalhadores que ceifavam seus campos no tempo da colheita. Hoje os campos são representados nos tipos de trabalhos da atualidade.
“Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram vossas terras e que por vós foi diminuído; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos exércitos” (Tg 5.4).
Os empregados eram trabalhadores diaristas que tinham um acordo com o patrão para receber o pagamento diariamente e que esperavam ser pagos no final de cada dia (Mt 20.8).
A lei de Moisés determina para os patrões: “A paga do jornaleiro não ficará contigo até pela manhã” (Lv 19.3; Dt 24.14,15).
A família desses trabalhadores dependiam da renda diária; atrasos no pagamento significava que não haveria comida na mesa e angustiavam a alma dos trabalhadores.
Ao invés de alegria na estação da colheita (Sl 126.5,6), os trabalhadores tinham de lidar com a ira por causa de promessas não cumpridas, atrasos e perspectivas de não receber salário nenhum.
Os trabalhadores clamavam contra os ricos e exigiam justiça. Subentende-se que eles conheciam a maldição que Deus havia lançado sobre o rico “que se vale do serviço do seu próximo sem paga, e não lhe dá o salário” (Jr 22.13; Ml 3.5).
Talvez conhecessem o dito de Jesus: “Porque digno é o trabalhador do seu salário” (Lc 10.7; 1Tm 5.18).
O escasso salário dos trabalhadores clama a Deus (Tg 5.4-6) – O último pecado é o de homicídio. Em sua busca pela riqueza os ricos não se detiveram de tirar a vida de outros.
O pecado da cobiça faz nascer o roubo; esse pecado dá a luz à licenciosidade e acaba levando o homem ao homicídio.
Depois de terem aumentado sua riqueza, os ricos voltam-se para os luxos e prazeres pecaminosos.
Podem comprar todos os confortos físicos que desejam e esbanjar seus recursos num estilo de vida cheio de desperdício.
Jesus retratou o homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que todo dia se regalava esplendidamente (Lc 16.19), como sendo um homem digno do castigo do inferno, e não por aquilo que havia feito, mas por aquilo que havia deixado de fazer, isto é:
O rico havia deixado de amar a Deus e de cuidar do seu próximo, Lázaro. Esse era o seu pecado.
Numa outra parábola, Jesus descreve um jovem imoral que dissipou todos os seus bens vivendo dissolutamente (Lc 15.13).
De acordo com o irmão desse jovem, ele desperdiçou o dinheiro com prostituas (Lc 15.30).
Essa era a vida que levavam os ricos denunciados por Tiago. Assim, ele se dirige a eles com severidade (Tg 5.6).
 Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Eliezer de Lira e Silva).
COELHO. Alexandre e DANIEL Silas.  Fé e Obras – Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. RJaneiro, 2014. CPAD
RICHARDS, Laurence O.Comentário Histórico Cultural do NT. RJaneiro 2012, CPAD
KISTEMAKER, Simon. Comentário do NT: Tiago e Epístola de João. SPaulo, 2006,, Editora Cultura Cristã.

GEISLER, Norman e... Manual Popular de dúvidas, enigmas e contradições da Bíblia. SPaulo, 1999. Editora Mundo Cristão

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