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quinta-feira, 31 de julho de 2014

O Cuidado ao Falar e a Religião Pura – Lição 05 – 3º. Tri EBD CPAD –03.08.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Tg 1.19-27 

I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

  1. Aprender sobre estar “pronto para ouvir e tardio para falar”
  2. Compreender a importância de ser praticante, e não só ouvinte
  3. Saber qual é a religião pura e verdadeira
 CONSIDERAÇÕES
  • Citações da Bíblia Sagrada: Tradução King James Atualizada (KJA).
 Falar é um presente de Deus. Poder exprimir nossas opiniões, desejos e anseios não apenas é uma dádiva divina, mas exige uma grande responsabilidade.

Pois nossas palavras podem tanto edificar vidas quanto podem também destruí-las. Por isso, é necessário ter responsabilidade com aquilo que falamos.

Nossas palavras devem acompanhar nossas atitudes. Como servo de Deus, somos chamados a usar nossas palavras de forma sábia e edificante.
“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que o ouvem” (Ef 4.29).

Mas também somos chamados a ter um profundo compromisso entre o que falamos e o que vivemos. De nada adiante ter um discurso ortodoxo se nossa prática de vida não corresponde às palavras que falamos.

Se levarmos a sério isso, concluiremos que é melhor ficar calado até que nossas atitudes sejam coerentes com nossas palavras.
Deus não nos impede de falar, mas pede que o façamos de forma coerente e com sabedoria.

Assim nos aconselha o grande sábio. A pessoa que consegue guardar sua boca preserva a própria vida, todavia quem fala sem refletir acaba de arruinando (Pv 13.3).
O controle sobre o que se fala e como se fala é uma das evidências do quanto uma pessoa é sábia.

As Escrituras do AT e do NT ensinam que a língua tem poder sobre a vida e a morte (Pv 18.21; 10.19; 21.23; Tg 3.2). A pessoa que não reflete o que fala e se gloria de falar o que sabe, cedo ou tarde será arruinado (Pv 12.18; 10.14; 128.7; 2Tm 3.3,4).

Pronto para ouvir e tardio para falar – Em Tg 1.19,20 lemos: “Meus queridos irmãos, atentem para isto: Todos devem apressar-se em ouvir, demorar-se para falar e para irar-se, pois a ira do homem não produzem a vida de justiça, que é da vontade de Deus”.

Ouvir é uma arte difícil de se dominar, pois significa ter um forte interesse pela pessoa que está falando. Ouvir é a arte de fechar a boca e abrir os ouvidos e o coração. Ouvir é amar o próximo como a si mesmo; suas preocupações e problemas são importantes o suficiente para serem ouvido. Tiago adverte seus leitores a estarem plenamente cônscios das palavras que falam.

Na verdade, ele chama a atenção para as palavras de Jesus. Por isso, vos afirmo que, de toda palavra fútil que as pessoas disserem, dela deverão prestar contas no dia do juízo. "Porque pelas tuas palavras serás absorvido e pelas tuas palavras serás condenado” (Mt 12.36,37). Quando Tiago diz que devemos ser tardio para falar, não defende a ideia de que devemos fazer um voto de silêncio.

Pelo contrário, ele quer que sejamos sábios em nosso falar.
Alguns provérbios judaicos prevalecentes nos dias de Tiago diziam: Falem pouco e ajam muito. É sábio para o homem instruído manter-se calado, e mais ainda para os tolos. “Até o estulto quando se cala, é tido por sábio” (Pv 17.28).

Salomão ainda acrescenta: “Quando se fala demais é certo que o pecado está presente, mas quem sabe controlar a língua é prudente. A língua dos justos é prata da melhor qualidade, mas o coração dos ímpios quase não tem valor” (Pv 10.19).

Palavras descuidadas, muitas vezes, acompanham um estado de espírito irado. É claro que há um lugar para a ira correta, mas o salmista nos diz que devemos conhecer o limite dessa ira: “Irai-vos, e não pequeis” (Sl 4.4; Ef 4.26; Mt 5.22).

Tiago elimina qualquer possibilidade de desculpas para o homem crente, quando diz: “Seja tardio para irar-se”. Isto significa que devemos ser capazes de prestar contas de todas as palavras que proferimos.

A pessoa que se mantém calma dá prova de grande sabedoria, mas o precipitado revela publicamente sua falta de juízo (Pv 14.29; Ef 4.31; Cl 3.8; Tt 1.7). Um homem irado ouve a voz do maligno e não a voz de Deus.

Tiago acrescenta que a ira do homem não produz a vida de justiça, que é da vontade de Deus. A ira é um empecilho para as orações de um crente (1Tm 2.8). E evita, assim, que ele promova a causa de Cristo. Com efeito, ele dá lugar ao Diabo (Ef 4.27).

Consideremos a situação de Moisés, que se irou com os israelitas e não deu ouvido às instruções que recebeu de Deus. Ele mostrou desobediência e, por isso, não foi autorizado entrar na terra prometida (Nm 20.10-12, 24; 27.14; Dt 1.37; 3.26,27).

Uma língua descontrolada e um gênio irado, conduzem o ser humano às profundezas do pecado e para longe de Deus. Assim, uma “faxina” espiritual torna-se necessária para que a palavra de Deus quer na forma escrita ou falada, possa entrar na vida do ser humano.

A religião pura e verdadeira (Tg 1.26,27). Etmologicamente, a palavra “religião” deriva-se do termo latino “Re-ligare”, que significa religação com o divino.

Em toda a história da igreja os cristão sempre que usavam o termo religião, no latim, “Re-ligare”, estavam sempre se reportando à sua ligação com Deus – o único e verdadeiro.

No entanto, o termo “Re-ligare”, amplamente é empregado a toda forma de cultos, crenças, religiosidades e seitas. 

Essa definição de religião engloba necessariamente qualquer forma de aspecto místico e religioso, abrangendo seitas, mitologias e quaisquer outras doutrinas ou formas de pensamento que tenham como característica fundamental um conteúdo Metafísico, ou seja, de além do mundo físico.

Tiago no cap.1 e vs.26,27, faz uma outra leitura do que ele chamava de religião: “Se alguém se considera religioso, mas conduz com rédeas curtas a sua língua, engana-se a si mesmo e sua religião não tem valor algum.

A religião que Deus, nosso Pai, aceita como pura e sem mácula é esta: cuidar dos órfãos e viúvas em sua aflição e guardar-se de ser corrompido pelo mundo”.

Tiago fala da religião pura e verdadeira em contraposição à religião falsa. Salvo melhor juízo, esse texto de Tiago não nos parece indicar uma contraposição apologética contra outras formas de manifestações religiosas, não cristãs, como as outras religiões que o mundo possuía na época.

Ao que parece, Tiago está associando, dentro da comunidade cristã, a verdadeira religião com práticas adequadas, e mostrando que a fé verdadeira está associada não apenas a fé, mas com o que fazemos para espelhar nossa fé.

“A religião que Deus, nosso Pai aceita como pura e sem mácula” – quando Tiago diz, Deus nosso Pai, ele imediatamente introduz o conceito de família.

Somos filhos de Deus, porque ele é nosso Pai. Ele espera que tenhamos um devido respeito e amor para com ele, para com nossos irmãos e irmãs na casa de Deus e para com todas as pessoas (Gl 6.10).

Tiago apresenta uma realidade que está vinculada à prática da verdadeira religião: Cuidar daqueles que nos estão próximos: a família, os membros dela, deveriam ser assistidos.

O conceito de religião está mais atrelado à ideia de espiritualidade demonstrada dentro de uma comunidade, conforme o relato lucano em (At 2.44-47) .

“Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens, e dividiam o produto entre todos, segundo a necessidade de cada um.

Diariamente, continuavam a reunir-se no pátio do templo, partiam o pão em suas casas e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração.

Louvando a Deus por tudo sendo estimado por todo o povo. E, assim, a cada dia o Senhor juntava à comunidade as pessoas que iam sendo salvas.

Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Eliezer de Lira e Silva).
COELHO. Alexandre e DANIEL Silas.  Fé e Obras – Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. RJaneiro, 2014. CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD
SIMON. Kistemaker. Tiago e Epístolas de João. São Paulo. Cultura Cristã, 2006
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.6 Editora Hagnus 
 CHAMPLIN. R. N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filososfia – Vol.5 Editora Hagnus 
 JONES – Lloyd. Grandes Doutrinas Bíblicas – Deus o Pai, Deus o Filho. Vol.1 São Paulo, 1977. Editora PES

GRUDEM Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. São Paulo, 2009. Editora Vida Nova

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