Subsídios
para o Ensino da Lição: Pr. João
Barbosa
Texto da Lição: Tg 1.19-27
I -
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
- Aprender
sobre estar “pronto para ouvir e tardio para
falar”
- Compreender
a importância de ser praticante, e não só
ouvinte
- Saber
qual é a religião pura e verdadeira
CONSIDERAÇÕES
- Citações
da Bíblia Sagrada: Tradução King James
Atualizada (KJA).
Falar é um
presente de Deus. Poder exprimir nossas opiniões, desejos e anseios não apenas
é uma dádiva divina, mas exige uma grande responsabilidade.
Pois nossas
palavras podem tanto edificar vidas quanto podem também destruí-las. Por isso,
é necessário ter responsabilidade com aquilo que falamos.
Nossas
palavras devem acompanhar nossas atitudes. Como servo de Deus, somos chamados a
usar nossas palavras de forma sábia e edificante.
“Não saia
da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a
edificação, para que dê graça aos que o ouvem” (Ef 4.29).
Mas também
somos chamados a ter um profundo compromisso entre o que falamos e o que
vivemos. De nada adiante ter um discurso ortodoxo se nossa prática de vida não
corresponde às palavras que falamos.
Se levarmos
a sério isso, concluiremos que é melhor ficar calado até que nossas atitudes
sejam coerentes com nossas palavras.
Deus não
nos impede de falar, mas pede que o façamos de forma coerente e com sabedoria.
Assim nos
aconselha o grande sábio. A pessoa que consegue guardar sua boca preserva a
própria vida, todavia quem fala sem refletir acaba de arruinando (Pv 13.3).
O controle
sobre o que se fala e como se fala é uma das evidências do quanto uma pessoa é
sábia.
As
Escrituras do AT e do NT ensinam que a língua tem poder sobre a vida e a morte
(Pv 18.21; 10.19; 21.23; Tg 3.2). A pessoa que não reflete o que fala e se
gloria de falar o que sabe, cedo ou tarde será arruinado (Pv 12.18; 10.14;
128.7; 2Tm 3.3,4).
Pronto para ouvir e tardio para falar – Em Tg 1.19,20 lemos: “Meus
queridos irmãos, atentem para isto: Todos devem apressar-se em ouvir,
demorar-se para falar e para irar-se, pois a ira do homem não produzem a vida
de justiça, que é da vontade de Deus”.
Ouvir é uma
arte difícil de se dominar, pois significa ter um forte interesse pela pessoa
que está falando. Ouvir é a arte de fechar a boca e abrir os ouvidos e o
coração. Ouvir é amar o próximo como a si mesmo; suas preocupações e problemas
são importantes o suficiente para serem ouvido. Tiago adverte seus leitores a
estarem plenamente cônscios das palavras que falam.
Na verdade,
ele chama a atenção para as palavras de Jesus. Por isso, vos afirmo que, de
toda palavra fútil que as pessoas disserem, dela deverão prestar contas no dia
do juízo. "Porque pelas tuas
palavras serás absorvido e pelas tuas palavras serás condenado” (Mt
12.36,37). Quando Tiago diz que devemos ser tardio para falar, não defende a
ideia de que devemos fazer um voto de silêncio.
Pelo
contrário, ele quer que sejamos sábios em nosso falar.
Alguns
provérbios judaicos prevalecentes nos dias de Tiago diziam: Falem pouco e ajam
muito. É sábio para o homem instruído manter-se calado, e mais ainda para os
tolos. “Até o estulto quando se cala, é
tido por sábio” (Pv 17.28).
Salomão
ainda acrescenta: “Quando se fala demais
é certo que o pecado está presente, mas quem sabe controlar a língua é
prudente. A língua dos justos é prata da melhor qualidade, mas o coração dos
ímpios quase não tem valor” (Pv 10.19).
Palavras
descuidadas, muitas vezes, acompanham um estado de espírito irado. É claro que
há um lugar para a ira correta, mas o salmista nos diz que devemos conhecer o
limite dessa ira: “Irai-vos, e não pequeis” (Sl 4.4; Ef 4.26; Mt 5.22).
Tiago
elimina qualquer possibilidade de desculpas para o homem crente, quando diz:
“Seja tardio para irar-se”. Isto significa que devemos ser capazes de prestar
contas de todas as palavras que proferimos.
A pessoa
que se mantém calma dá prova de grande sabedoria, mas o precipitado revela
publicamente sua falta de juízo (Pv 14.29; Ef 4.31; Cl 3.8; Tt 1.7). Um homem
irado ouve a voz do maligno e não a voz de Deus.
Tiago
acrescenta que a ira do homem não produz a vida de justiça, que é da vontade de
Deus. A ira é um empecilho para as orações de um crente (1Tm 2.8). E evita,
assim, que ele promova a causa de Cristo. Com efeito, ele dá lugar ao Diabo (Ef
4.27).
Consideremos
a situação de Moisés, que se irou com os israelitas e não deu ouvido às
instruções que recebeu de Deus. Ele mostrou desobediência e, por isso, não foi
autorizado entrar na terra prometida (Nm 20.10-12, 24; 27.14; Dt 1.37;
3.26,27).
Uma língua
descontrolada e um gênio irado, conduzem o ser humano às profundezas do pecado
e para longe de Deus. Assim, uma “faxina” espiritual torna-se necessária para
que a palavra de Deus quer na forma escrita ou falada, possa entrar na vida do
ser humano.
A religião pura e verdadeira (Tg 1.26,27). Etmologicamente, a
palavra “religião” deriva-se do termo latino “Re-ligare”, que significa
religação com o divino.
Em toda a história da igreja os cristão sempre que
usavam o termo religião, no latim, “Re-ligare”, estavam sempre se reportando à
sua ligação com Deus – o único e verdadeiro.
No entanto, o termo “Re-ligare”, amplamente é
empregado a toda forma de cultos, crenças, religiosidades e seitas.
Essa
definição de religião engloba necessariamente qualquer forma de aspecto místico
e religioso, abrangendo seitas, mitologias e quaisquer outras doutrinas ou
formas de pensamento que tenham como característica fundamental um conteúdo
Metafísico, ou seja, de além do mundo físico.
Tiago no cap.1 e vs.26,27, faz uma outra leitura do
que ele chamava de religião: “Se alguém
se considera religioso, mas conduz com rédeas curtas a sua língua, engana-se a
si mesmo e sua religião não tem valor algum.
A religião que Deus, nosso Pai,
aceita como pura e sem mácula é esta: cuidar dos órfãos e viúvas em sua aflição
e guardar-se de ser corrompido pelo mundo”.
Tiago fala da religião pura e verdadeira em
contraposição à religião falsa. Salvo melhor juízo, esse texto de Tiago não nos
parece indicar uma contraposição apologética contra outras formas de
manifestações religiosas, não cristãs, como as outras religiões que o mundo
possuía na época.
Ao que parece, Tiago está associando, dentro da
comunidade cristã, a verdadeira religião com práticas adequadas, e mostrando
que a fé verdadeira está associada não apenas a fé, mas com o que fazemos para
espelhar nossa fé.
“A religião que Deus, nosso Pai aceita como pura e
sem mácula” – quando Tiago diz, Deus nosso Pai, ele imediatamente introduz o
conceito de família.
Somos filhos de Deus, porque ele é nosso Pai. Ele
espera que tenhamos um devido respeito e amor para com ele, para com nossos
irmãos e irmãs na casa de Deus e para com todas as pessoas (Gl 6.10).
Tiago apresenta uma realidade que está vinculada à
prática da verdadeira religião: Cuidar daqueles que nos estão próximos: a
família, os membros dela, deveriam ser assistidos.
O conceito de religião está mais atrelado à ideia
de espiritualidade demonstrada dentro de uma comunidade, conforme o relato
lucano em (At 2.44-47) .
“Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em
comum. Vendiam suas propriedades e bens, e dividiam o produto entre todos,
segundo a necessidade de cada um.
Diariamente, continuavam a reunir-se no pátio do
templo, partiam o pão em suas casas e juntos participavam das refeições, com
alegria e sinceridade de coração.
Louvando a Deus por tudo sendo estimado por todo o
povo. E, assim, a cada dia o Senhor juntava à comunidade as pessoas que iam
sendo salvas.
Consultas: Lições Bíblicas
EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Eliezer de Lira e Silva).
COELHO. Alexandre e DANIEL Silas.
Fé e Obras – Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. RJaneiro,
2014. CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD
SIMON. Kistemaker. Tiago e Epístolas de João. São Paulo. Cultura Cristã,
2006
M CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo –
Vol.6 Editora Hagnus
M CHAMPLIN. R. N. Enciclopédia
de Bíblia Teologia e Filososfia – Vol.5 Editora Hagnus
JONES – Lloyd. Grandes Doutrinas Bíblicas – Deus o Pai, Deus o
Filho. Vol.1 São Paulo, 1977. Editora PES
GRUDEM Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. São Paulo, 2009.
Editora Vida Nova