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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O Exemplo Pessoal na Educação dos Filhos – Lição 06 – 4º. Tri EBD CPAD - 03.11.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Provérbios 4.1-9      
      
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Reconhecer a importância de se colocar limites aos filhos.
  2. Saber do valor do exemplo na educação dos filhos.
  3. Promover a educação integral da criança.
II  - INTRODUÇÃO: Uma forma vital de expressar amor a Deus é cuidar do bem-estar espiritual dos filhos e esforçar-se para levá-los a um real relacionamento com Deus. O ensino da Palavra de Deus deve ser uma meta altamente prioritária dos pais.

O ensino das coisas de Deus deve partir do lar, e nisso, tanto o pai como a mãe deve participar não somente com o ensino, mas também com o exemplo pessoal. No livro de Deuteronômio cap.6.v 6, podemos constatar a exigência de Deus aos pais quanto a educação dos filhos ao falar através de Moisés:

“Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás aos teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos e as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas”.

Nesse relacionamento de educação dos filhos é preciso haver equilíbrio entre amor incondicional, alimento espiritual e disciplina – “E vós pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na admoestação do Senhor” (Ef 6.4).

Educar os filhos segundo os padrões bíblicos exige que os pais entendam que quando os seus filhos começam a mostrar comportamentos contrários à disciplina do lar, a manifestação do pecado começa a se fazer presentes na vida daquela criança, pois todos, nascemos pecadores e por isso, pecamos – “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23).

III – DESENVOLVIMENTO
1. A importância dos limites – Os valores e ideais predominantes na família e na sociedade variam de acordo com o contexto histórico de cada momento, no entanto, o Projeto de Deus para a família através dos tempos e seus conceitos fundamentais não sofrem alterações.
Impor limites ao educar as crianças é de grande importância e uma necessidade primordial, haja vista a família estar vivendo um novo tempo, uma nova fotografia nesse período pós-moderno. E em meio a esse caldo cultural, uma pergunta nos parece bastante pertinente: Como educar em meio a tudo isso?
Vimos que o livro de Provérbios contém dezenas de princípios para a condução do processo educativo tomando por base os valores éticos-morais. Assim escreveu o psiquiatra e educador Içami Tiba sobre o desafio de educar: “Educar não é deixar a criança fazer só o que quer (buscar saciedade). Isso dá mais trabalho do que simplesmente cuidar, porque equivale a incutir na criança critérios de valor”.
A criança é regida pela vontade de brincar, de fazer. A cada movimento, está descobrindo coisas, num processo natural de aprendizagem. Junto a isso entram os valores. Construir uma casa é muito mais difícil do que reformá-la. Reformar, no caso de um filho, seria o mesmo que sempre dizer ‘não’. Ou algo que ele já fez muitas vezes.
Melhor ensinar aos poucos. Quando quer fazer alguma coisa, a criança observa a reação dos pais; se ouve um ‘não’, insiste. Quer testar se o que dizem é mesmo para valer – até incorporar a regra. Leva algum tempo, mas ela aprende. Então aquele critério de valor passa a fazer perto dela. É interessante notar como desde tenra idade a simples repreensão já não funciona. É preciso estabelecer uma diferença ao incentivar o comportamento certo. A simples aprovação é uma recompensa para a criança, como o silêncio é uma permissão. Educar, portanto, requer a imposição de limites, mas sem se valer de métodos castradores ou violentos. O livro de Provérbios diz: “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina” (Pv 13.24).
Observando o comportamento das crianças, Dr. Içami Tiba, destaca que há dois tipos de choro: O que expressa a dor e o que busca poder. Se o filho descobrir que pode usar o choro como fonte de poder, os pais estão perdidos. Nunca mais saberão dizer se ele chora por dor ou por poder.
Esse tipo de choro (por poder) aponta para o lado coitadinho, e inspira ternura. È o domínio pela chantagem efetiva. É difícil neutralizar o uso do choro como arma. Pai e mãe tem que entender que um pouco de dor não matará a criança. Assim como um pouco de poder não matará os pais.
Só há um jeito de aprender a diferenciá-los: acertando e errando. Um erro cometido pelos pais desde que não sejam baseados na violência, em surras, socos e pontapés não trás problema nenhum. Atos como estes descarregam a raiva mas não tem força educativa, pois a violência só gera violência.
2. Ensinando através do exemplo (valores) – As crianças na verdade ainda não desenvolveram a percepção do certo e do errado, portanto precisam que os pais os instruam e sirvam de referencial através do exemplo. Todos nós somos carentes de modelos e crescemos procurando imitá-los. Quando não há modelos ou referenciais ficamos à deriva.
Os modelos e exemplos são referenciais que fazem parte da nossa vida assim como o ar que respiramos. Na história bíblica observamos que quando havia uma crise política ou religiosa. Essa crise se dava em razão da falta de modelos ou referenciais.
Assim aconteceu em Israel no período dos juízes – “E serviu o povo ao Senhor todos os dias de Josué e todos os dias dos anciãos que prolongaram os seus dias depois de Josué e viram toda aquela grande obra do Senhor a qual eles fizeram a Israel.
Faleceu, porém, Josué, filho de Num, servo do Senhor, da idade de 110 anos. E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após ele se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco a obra que fizera a Israel. Então, fizeram os filhos de Israel o que parecia mal aos olhos do Senhor; e serviram aos Baalins” (Js 2.7,8,10,11).
Hoje, mais do que nunca precisamos educar nossas crianças tomando como base os valores morais e espirituais da Bíblia Sagrada. A ética ensinada pelas escolas seculares e pela mídia é relativista e permissiva. O que conta não é o ser e sim o ter, deixando as crianças totalmente desprotegida diante da sedução do mundo.
No capítula 4 de Provérbios Salomão nos relata: “Ouvi, filhos, a correção do pai e estai atentos para conhecerdes a prudência. Pois dou-vos boa doutrina; não deixeis a minha lei. Porque eu era filho do meu pai, tenro e único em estima diante de minha mãe.
E ele ensinava-me e dizia: Retenha as minhas palavras o teu coração; guarda os meus mandamentos e vive. Adquire a sabedoria, adquire a inteligência e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca” (Pv 4.1-5).
Salomão tinha aprendido do seu pai sobre os caminhos de Deus, e agora instrui quanto a isso os seus próprios filhos. Deus quer que os ensinos sobre a verdadeira piedade e conhecimento dos seus caminhos sejam ministrados primeiramente pelos pais e pelos exemplos ocorridos no lar. (Dt 6.7).
3. Educação integral – Os educadores chamam a atenção para o fato de se educar tomando por base um modelo integrado. Esse novo paradigma na educação recebe o nome de Teoria da Integração Relacional. Esse modelo destaca que “as clássicas teorias psicológicas não têm sido suficientes para a compreensão do atual comportamento dos alunos e o adequado procedimento preventivo e terapêutico dos conflitos vividos em sala de aula.
Há necessidade de introduzir elementos novos, como amor, disciplina, gratidão, religiosidade, ética e cidadania, para a avaliação da saúde relacional. Uma pessoa integrada relacionalmente vive um equilíbrio dinâmico entre as satisfações física, psíquica, ecossistêmica e ética nos contextos familiar, profissional e social”.
Muito à frente de nosso tempo, Salomão já se preocupava com a construção do homem na sua integralidade. Possivelmente nenhum outro livro contenha tantos princípios educativos como o livro de Provérbios.
Nos Provérbios encontramos ensinos preciosos para a educação das crianças, jovens e adultos. É um manual recheado de belos ensinamentos que favorecem o crescimento intelectual, psicológico, social e espiritual. Provérbios mostra o quanto é importante os mais jovens serem treinados para que tenham o discernimento adequado para a vida.
Por isso Salomão mostra os frutos desse treinamento: sabedoria, disciplina, sensatez, justiça, direito, retidão, habilidade, prudência, conhecimento e reflexão. Todo esse aprendizado valia-se de uma técnica apurada de memorização, visando preparar integralmente o jovem para a vida.
 A preocupação do sábio com o desenvolvimento moral e espiritual do aprendiz é claramente demonstrada em sua insistência em educá-lo tomando por base a justiça, o direito e a retidão. Isso pode ser visto quando Salomão destaca a prática da justiça (Pv 22.22,23), os bons princípios (Pv 22.28; 23.10,11), a instrução e a disciplina (Pv 23.13; 14.22-25), a prudência nas relações sociais (Pv 23.6-8) e o exercício da misericórdia (Pv 24.11,12).
IV – CONCLUSÃO: Estamos vivendo um tempo de uma premente necessidade de fortalecermos os valores éticos e morais na família.  Fortalecer os fundamentos da família é uma questão de vida nos tempos atuais. Fundamento sólido é algo especial para aqueles que estão se preparando para constituir uma família e muito mais para aqueles que tiveram as suas famílias esfarceladas e tentam reconstruí-las.
Fundamento finalmente, é definitivo para as famílias que tentam manter o equilíbrio na educação e também para aqueles cujos filhos cresceram, casaram ou já deixaram a casa para assumir suas próprias vidas em estudos ou em trabalhos longe da família.
Fundamento, limite e exemplo são determinantes para o sucesso na educação das crianças. Quase todas as famílias no mundo estão debaixo de ataques e pressões de comportamentos impostos pelo contexto do mundo atual. E aos pais e líderes cabe essa responsabilidade: Normatizar fundamentos, estabelecer limites e dar exemplo, sem o qual nenhum dos preceitos anteriores funcionam.
Observa-se na sociedade o sentimento de um vazio, uma falta de rumo e de propósitos construtivos  porque falta-lhes os princípios bíblicos, éticos e morais, isto é, o padrão do que é certo e do que é errado. O humanismo se impregnou entre os homens de tal forma que é ele próprio quem dirige a sua vida. É ele quem determina o que é bom e o que é mau, o que é certo e o que é errado. Tudo é relativo.
Diante desse contexto, nós cristão temos que começar como exemplo, praticando a Palavra de Deus dentro de nossas casas. Timóteo deixou bem claro que é dentro de nossa casa, em família, onde tudo começa – “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente  dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (Tg 5.8).
Não adianta culpar o estado, a mídia, o sistema cultural e educacional, porque a educação começa dentro de casa. Há muita gente que hoje está atrás das grades das prisões que se chama Moisés, Isaque, Davi, Jeremias e uma lista infinda que tinha um lar onde havia um pai crente e uma mãe crente, mas não havia testemunho, não existia exemplo dentro do lar e hoje estão visitando os filhos nas cadeias ou vendo-os a mercê do crime, da droga, da prostituição.
Nos dias atuais qualquer sacrifício pelo equilíbrio da família é válido. Sigamos o exemplo de Neemias (Ne 7.1-3). Coloquemos fundamentos sólidos sobre nossa casa, estabeleçamos nela o altar de adoração da família e quando os ventos soprarem, os rios transbordarem e a chuva cair estaremos abrigados sobre a rocha inabalável que é Cristo o Senhor.
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
CHAFER. Teologia Sistemática – Vls. 1,2 – São Paulo, 2008. 2ª. Edição -Editora Hagnus. R, Early D.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
BUARQUE, Aurélio de Holanda Ferreira. O minidicionário .
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.5.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.
SILVA. Severino Pedro. A igreja e as sete colunas da Sabedoria. Rio de Janeiro, 2010. Editora CPAD.

Bíblias de Estudo Almeida.- Bíblia de Estudo de Genebra.

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