Subsídios
para o Ensino da Lição: Pr. João
Barbosa
Texto da Lição: Provérbios 4.1-9
I - OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM:
- Reconhecer a
importância de se colocar limites aos filhos.
- Saber do valor do exemplo na educação dos
filhos.
- Promover a
educação integral da criança.
II - INTRODUÇÃO: Uma forma vital de
expressar amor a Deus é cuidar do bem-estar espiritual dos filhos e esforçar-se
para levá-los a um real relacionamento com Deus. O ensino da Palavra de Deus
deve ser uma meta altamente prioritária dos pais.
O
ensino das coisas de Deus deve partir do lar, e nisso, tanto o pai como a mãe
deve participar não somente com o ensino, mas também com o exemplo pessoal. No
livro de Deuteronômio cap.6.v 6, podemos constatar a exigência de Deus aos pais
quanto a educação dos filhos ao falar através de Moisés:
“Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu
coração; e as intimarás aos teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e
andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal
na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos e as escreverás nos
umbrais de tua casa e nas tuas portas”.
Nesse
relacionamento de educação dos filhos é preciso haver equilíbrio entre amor
incondicional, alimento espiritual e disciplina – “E vós pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na
admoestação do Senhor” (Ef 6.4).
Educar
os filhos segundo os padrões bíblicos exige que os pais entendam que quando os
seus filhos começam a mostrar comportamentos contrários à disciplina do lar, a
manifestação do pecado começa a se fazer presentes na vida daquela criança,
pois todos, nascemos pecadores e por isso, pecamos – “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23).
III – DESENVOLVIMENTO
1. A importância dos limites – Os valores e
ideais predominantes na família e na sociedade variam de acordo com o contexto
histórico de cada momento, no entanto, o Projeto de Deus para a família através
dos tempos e seus conceitos fundamentais não sofrem alterações.
Impor limites ao educar as crianças é de grande
importância e uma necessidade primordial, haja vista a família estar vivendo um
novo tempo, uma nova fotografia nesse período pós-moderno. E em meio a esse
caldo cultural, uma pergunta nos parece bastante pertinente: Como educar em
meio a tudo isso?
Vimos que o livro de Provérbios contém dezenas de
princípios para a condução do processo educativo tomando por base os valores
éticos-morais. Assim escreveu o psiquiatra e educador Içami Tiba sobre o
desafio de educar: “Educar não é deixar a criança fazer só o que quer (buscar
saciedade). Isso dá mais trabalho do que simplesmente cuidar, porque equivale a
incutir na criança critérios de valor”.
A criança é regida pela vontade de brincar, de
fazer. A cada movimento, está descobrindo coisas, num processo natural de
aprendizagem. Junto a isso entram os valores. Construir uma casa é muito mais
difícil do que reformá-la. Reformar, no caso de um filho, seria o mesmo que
sempre dizer ‘não’. Ou algo que ele já fez muitas vezes.
Melhor ensinar aos poucos. Quando quer fazer alguma
coisa, a criança observa a reação dos pais; se ouve um ‘não’, insiste. Quer
testar se o que dizem é mesmo para valer – até incorporar a regra. Leva algum
tempo, mas ela aprende. Então aquele critério de valor passa a fazer perto
dela. É interessante notar como desde tenra idade a simples repreensão já não
funciona. É preciso estabelecer uma diferença ao incentivar o comportamento
certo. A simples aprovação é uma recompensa para a criança, como o silêncio é
uma permissão. Educar, portanto, requer a imposição de limites, mas sem se
valer de métodos castradores ou violentos. O livro de Provérbios diz: “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas
o que o ama, cedo o disciplina” (Pv 13.24).
Observando o comportamento das crianças, Dr. Içami
Tiba, destaca que há dois tipos de choro: O que expressa a dor e o que busca
poder. Se o filho descobrir que pode usar o choro como fonte de poder, os pais
estão perdidos. Nunca mais saberão dizer se ele chora por dor ou por poder.
Esse tipo de choro (por poder) aponta para o lado
coitadinho, e inspira ternura. È o domínio pela chantagem efetiva. É difícil
neutralizar o uso do choro como arma. Pai e mãe tem que entender que um pouco
de dor não matará a criança. Assim como um pouco de poder não matará os pais.
Só há um jeito de aprender a diferenciá-los:
acertando e errando. Um erro cometido pelos pais desde que não sejam baseados na
violência, em surras, socos e pontapés não trás problema nenhum. Atos como
estes descarregam a raiva mas não tem força educativa, pois a violência só gera
violência.
2. Ensinando através do exemplo (valores) – As crianças na verdade ainda não desenvolveram a
percepção do certo e do errado, portanto precisam que os pais os instruam e
sirvam de referencial através do exemplo. Todos nós somos carentes de modelos e
crescemos procurando imitá-los. Quando não há modelos ou referenciais ficamos à
deriva.
Os modelos e exemplos são referenciais que fazem parte da nossa vida
assim como o ar que respiramos. Na história bíblica observamos que quando havia
uma crise política ou religiosa. Essa crise se dava em razão da falta de
modelos ou referenciais.
Assim aconteceu em Israel no período dos juízes – “E serviu o povo ao Senhor todos os dias de Josué e todos os dias dos
anciãos que prolongaram os seus dias depois de Josué e viram toda aquela grande
obra do Senhor a qual eles fizeram a Israel.
Faleceu, porém, Josué, filho de Num, servo
do Senhor, da idade de 110 anos. E foi também congregada toda aquela geração a
seus pais, e outra geração após ele se levantou, que não conhecia o Senhor, nem
tampouco a obra que fizera a Israel. Então, fizeram os filhos de Israel o que parecia
mal aos olhos do Senhor; e serviram aos Baalins” (Js 2.7,8,10,11).
Hoje, mais do que nunca precisamos educar nossas crianças tomando como
base os valores morais e espirituais da Bíblia Sagrada. A ética ensinada pelas
escolas seculares e pela mídia é relativista e permissiva. O que conta não é o
ser e sim o ter, deixando as crianças totalmente desprotegida diante da sedução
do mundo.
No capítula 4 de Provérbios Salomão nos relata: “Ouvi, filhos, a correção do pai e estai atentos para conhecerdes a
prudência. Pois dou-vos boa doutrina; não deixeis a minha lei. Porque eu era
filho do meu pai, tenro e único em estima diante de minha mãe.
E ele ensinava-me e dizia: Retenha as
minhas palavras o teu coração; guarda os meus mandamentos e vive. Adquire a
sabedoria, adquire a inteligência e não te esqueças nem te apartes das palavras
da minha boca” (Pv 4.1-5).
Salomão tinha aprendido do seu pai sobre os caminhos de Deus, e agora
instrui quanto a isso os seus próprios filhos. Deus quer que os ensinos sobre a
verdadeira piedade e conhecimento dos seus caminhos sejam ministrados
primeiramente pelos pais e pelos exemplos ocorridos no lar. (Dt 6.7).
3. Educação integral – Os educadores chamam a atenção
para o fato de se educar tomando por base um modelo integrado. Esse novo
paradigma na educação recebe o nome de Teoria da Integração Relacional. Esse modelo
destaca que “as clássicas teorias psicológicas não têm sido suficientes para a
compreensão do atual comportamento dos alunos e o adequado procedimento
preventivo e terapêutico dos conflitos vividos em sala de aula.
Há necessidade de introduzir elementos novos, como amor, disciplina,
gratidão, religiosidade, ética e cidadania, para a avaliação da saúde
relacional. Uma pessoa integrada relacionalmente vive um equilíbrio dinâmico
entre as satisfações física, psíquica, ecossistêmica e ética nos contextos
familiar, profissional e social”.
Muito à frente de nosso tempo, Salomão já se preocupava com a construção
do homem na sua integralidade. Possivelmente nenhum outro livro contenha tantos
princípios educativos como o livro de Provérbios.
Nos Provérbios encontramos ensinos preciosos para a educação das crianças,
jovens e adultos. É um manual recheado de belos ensinamentos que favorecem o
crescimento intelectual, psicológico, social e espiritual. Provérbios mostra o
quanto é importante os mais jovens serem treinados para que tenham o
discernimento adequado para a vida.
Por isso Salomão mostra os frutos desse treinamento: sabedoria,
disciplina, sensatez, justiça, direito, retidão, habilidade, prudência,
conhecimento e reflexão. Todo esse aprendizado valia-se de uma técnica apurada
de memorização, visando preparar integralmente o jovem para a vida.
A preocupação do sábio com o
desenvolvimento moral e espiritual do aprendiz é claramente demonstrada em sua
insistência em educá-lo tomando por base a justiça, o direito e a retidão. Isso
pode ser visto quando Salomão destaca a prática da justiça (Pv 22.22,23), os
bons princípios (Pv 22.28; 23.10,11), a instrução e a disciplina (Pv 23.13;
14.22-25), a prudência nas relações sociais (Pv 23.6-8) e o exercício da
misericórdia (Pv 24.11,12).
IV – CONCLUSÃO: Estamos vivendo
um tempo de uma premente necessidade de fortalecermos os valores éticos e
morais na família. Fortalecer os
fundamentos da família é uma questão de vida nos tempos atuais. Fundamento sólido
é algo especial para aqueles que estão se preparando para constituir uma família
e muito mais para aqueles que tiveram as suas famílias esfarceladas e tentam
reconstruí-las.
Fundamento finalmente, é definitivo para as famílias
que tentam manter o equilíbrio na educação e também para aqueles cujos filhos
cresceram, casaram ou já deixaram a casa para assumir suas próprias vidas em
estudos ou em trabalhos longe da família.
Fundamento, limite e exemplo são determinantes para
o sucesso na educação das crianças. Quase todas as famílias no mundo estão
debaixo de ataques e pressões de comportamentos impostos pelo contexto do mundo
atual. E aos pais e líderes cabe essa responsabilidade: Normatizar fundamentos,
estabelecer limites e dar exemplo, sem o qual nenhum dos preceitos anteriores
funcionam.
Observa-se na sociedade o sentimento de um vazio,
uma falta de rumo e de propósitos construtivos
porque falta-lhes os princípios bíblicos, éticos e morais, isto é, o
padrão do que é certo e do que é errado. O humanismo se impregnou entre os
homens de tal forma que é ele próprio quem dirige a sua vida. É ele quem
determina o que é bom e o que é mau, o que é certo e o que é errado. Tudo é
relativo.
Diante desse contexto, nós cristão temos que
começar como exemplo, praticando a Palavra de Deus dentro de nossas casas. Timóteo
deixou bem claro que é dentro de nossa casa, em família, onde tudo começa – “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e
especialmente dos da própria casa, tem
negado a fé e é pior do que o descrente” (Tg 5.8).
Não adianta culpar o estado, a mídia, o sistema
cultural e educacional, porque a educação começa dentro de casa. Há muita gente
que hoje está atrás das grades das prisões que se chama Moisés, Isaque, Davi, Jeremias
e uma lista infinda que tinha um lar onde havia um pai crente e uma mãe crente,
mas não havia testemunho, não existia exemplo dentro do lar e hoje estão
visitando os filhos nas cadeias ou vendo-os a mercê do crime, da droga, da
prostituição.
Nos dias atuais qualquer sacrifício pelo equilíbrio
da família é válido. Sigamos o exemplo de Neemias (Ne 7.1-3). Coloquemos
fundamentos sólidos sobre nossa casa, estabeleçamos nela o altar de adoração da
família e quando os ventos soprarem, os rios transbordarem e a chuva cair
estaremos abrigados sobre a rocha inabalável que é Cristo o Senhor.
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 –
(Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo
Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
CHAFER. Teologia Sistemática – Vls. 1,2 – São
Paulo, 2008. 2ª. Edição -Editora Hagnus. R, Early D.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e
Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver
vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro,
2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado
Versículo por Versículo. V.4.
BUARQUE, Aurélio de Holanda Ferreira. O
minidicionário .
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado
Versículo por Versículo. V.5.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e Consumação. Volume
III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito
estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.
SILVA. Severino Pedro. A igreja e as sete colunas
da Sabedoria. Rio de Janeiro, 2010. Editora CPAD.
Bíblias de Estudo Almeida.- Bíblia de Estudo de
Genebra.
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