Lição 08 - 3º. Tri. 2012 - EBD CPAD - 19.08.12
Resenha Crítica – Escrita por: Pr. João Barbosa da Silva
Apoio literário e pedagógico da Profª. Laudicéa Barboza
Texto da Lição: 1Samuel 2.12-14, 17, 22-25
OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM:
- Compreender
que a disciplina evita a rebeldia.
- Discutir
a respeito de
alguns exemplos bíblicos de filhos que foram rebeldes.
- Conscientizar-se de que mesmo diante da rebeldia de um filho os pais devem
demonstrar um amor incondicional.
Introdução: Salomão caracteriza os filhos como herança do
Senhor (Sl 127.3). No antigo concerto, uma família numerosa era tida como
bênção, ao passo que o não ter filhos era tido como maldição (Gn 30 2.18; 33.5;
48.9; Dt 7.13).
No novo concerto, ter muitos
filhos não é precisamente um evidência do favor divino, e não poder tê-los não
deve ser tido como maldição.
Uma família grande pode
tornar-se um pesadelo se os filhos não forem devidamente criados e se não
conhecerem a salvação em Cristo.
Desenvolvimento: Só quando os pais e os filhos ensinam, aceitam
e seguem os caminhos e os mandamentos do Senhor é que desfrutarão a plena
bênção de Deus “....os teus filhos, como
planta de oliveira, à roda da tua mesa.....”(Sl 128).
No livro dos Provérbios
(22.6), encontramos a diretriz para os pais que desejam ter sucesso na criação
de seus filhos – “Instrui o menino no
caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele”.
Os pais devem comprometer-se
a ensinar e disciplinar seus filhos de modo agradável a Deus.
A palavra hebraica
para “instruir” significa “dedicar”.
Assim sendo, o ensino
bíblico no lar tem como propósito a dedicação dos nossos filhos a Deus, o que é
possível, separando-os das influências malignas deste mundo e instruindo-os nas
coisas de Deus.
A mesma palavra
original também pode significar “gostar
de”. Os pais devem pois, motivar seus filhos a buscarem a Deus, e assim desfrutarem
de experiências espirituais que nunca esquecerão.
A disciplina é de
grande importância na criação dos filhos, pois a mesma conduz a criança ao
caminho da obediência; e os pais que a negligenciam cometem grave pecado diante
de Deus.
No entanto não se
deve confundir disciplina com castigo ou punição.
Disciplinar é dar limites
e estabelecer parâmetros; não castigar.
O texto bíblico de
(Pv 23.3) é um alerta para os pais: “Não
retires a disciplina da criança”.
A disciplina não pode
ser retirada porque é imprescindível para a formação moral dos filhos. Quando
administrada com sabedoria transmite segurança, aceitação e faz com que a
criança se sinta amada.
Muitos são os fatores
que podem levar os filhos a agirem com rebeldia contra Deus e contra os pais. Questões
de ordem emocional ou ausência física dos pais, uma doença, exagero nas
expectativas em torno deles, cobrança excessiva devido o seu limite de faixa
etária, entre muitos outros componentes da realidade.
A Bíblia ensina que
as crianças não são boas por natureza; elas não são uma folha de papel em
branco na qual podemos escrever nossos valores.
Elas não são
inocentes nem estão predispostas a ser geneticamente boas.
Na realidade a Bíblia
ensina que elas estão predispostas para serem geneticamente más, porque toda
criança nasce com o pecado original e uma natureza rebelde – “
“A imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice” (Gn
8.21).
É o que se vê desde o
início do mundo, e assim escreveu o Salmista: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”
(Sl 51.5).
À medida que os
filhos forem crescendo, a verdadeira natureza emergirá.
Por isso devemos como
pais crentes ensinar-lhes o caminho em que devem andar. “Instrui
o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se
desviará dele” (Pv 22.6).
Se a Bíblia for o
manual de formação dos arquivos mentais de nossos filhos desde o ventre,
dificilmente as influências da mídia que inevitavelmente – e porque não dizer
louvado seja Deus, pelo desenvolvimento tecnológico e pela globalização disponível
ás novas gerações – trazem na sua esteira os efeitos intencionais da arte,
dependendo de quem criou, direcionou, consagrou e pôs em ação os objetivos de
seu fazer pedagógico, que encaminhará ou determinará os rumos também do fazer
daquela criança que o assiste, que o lê e que pode transformá-lo no seu herói.
Na educação dos
filhos para um futuro que lhes proporcione identificação com Cristo e com os
exemplos dos personagens da Bíblia cujas vidas foram pautadas sob o temor de
Deus, é definitivo que desde a primeira infância, Deus seja o expoente de suas
aprendizagens em relação a tudo que o cerca, desde a formação do seu próprio
corpinho até a forma de contemplar o mundo, a ciência, as pessoas que o cercam
e o modo como devem se relacionar com tudo isso.
A criança deve
entender que como pessoa ela é da forma como Deus a fez (ou homem ou mulher).
Ela não precisa procurar ser diferente porque essa é a vontade de Deus para a
vida dele – “E criou Deus o homem à sua
imagem à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou”. (Gn 1.27).
Para isto quatro
coisas são indispensáveis e a primeira delas é o exemplo dos pais. “Exemplo,
Exemplo e Exemplo....”, é o que devemos aos nossos filhos se quisermos
que os cuidados descritos funcionem.
Em segundo lugar vem
o ensino, preenchendo o intelecto da criança: a mente e o coração – de forma a
não deixar o mínimo espaço para o mal que anda comprando e vendendo as almas de
nossas crianças através de recursos artísticos, haja vista toda arte ser
intencional para o bem ou para o mal.
A mente e o coração da
criança, devem regularmente, tal qual o alimento e os cuidados pessoais, serem
ocupados por louvores de adoração e ensinos sobre Deus, através de ritmo e som
adequados à idade da criança, adicionados a ensinamentos também devidamente
transmitidos através dos mais variados e avançados recursos artísticos e
tecnológicos que nos são disponíveis em nosso tempo.
Deus, a sua vontade,
o seu agir na vida do ser humano e o seu plano de salvação para a humanidade
deve ser conhecido da criança, ainda mesmo quando ela não está na idade da
compreensão subjetiva que só começa a partir dos oito anos.
Sem sombra de dúvida
essas ações pedagógicas serão de um valor insubstituível se aplicadas desde a
mais tenra idade. E ao serem elas a ocupante da casinha espiritual da criança,
tornar-se-ão uma muralha para os insultos do mal, que anda a espreita de pais e
educadores céticos e descuidosos.
Como pais e
educadores nossa responsabilidade é ensiná-los no temor do Senhor. Entretanto, sabemos
que após adquirirem uso de razão, cada filho assume responsabilidade por seus
próprios atos e é confortante termos a consciência de que cumprimos o nosso
dever – “....amarás, pois, o Senhor, teu
deus, de todo teu coração, e de toda tua alma, e de todo teu poder. E estas
palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus
filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e
deitando-te, e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão
por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais da tua casa e
nas tuas portas” (Dt 6.5-8).
Em terceiro lugar
buscar ajuda do Senhor em oração – Orar pelos filhos e com os filhos. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão
trabalham os que edificam; se o senhor não guardar a cidade, em vão vigia a
sentinela” (Sl 127.1).
Em quarto lugar os
pais devem abençoar seus filhos. Jacó é um dos maiores exemplos de um pai que
abençoava seus filhos e netos.
No livro de Gênesis
encontramos Jacó abençoando a José e aos seus filhos com uma tríplice bênção: “E abençoou a José e disse: O Deus, em cuja
presença andaram os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou, desde que eu nasci até
este dia, o anjo que me livrou de todo mal, abençõe estes rapazes; e seja
chamado neles o meu nome e o nome de meus pais Abraão e Isaque; e
multipliquem-se como peixes em multidão, no meio da terra” (Gn 48.15,16).
Jacó tinha a bênção
de Isaque – “E disse-lhe Isaque, seu pai:
Ora, chega-te e beija-me, filho meu. E chegou-se e beijou-o. Então, cheirou o
cheiro das suas vestes, e abençoou e
disse: Eis que o cheiro do meu filho é como o como o cheiro do campo, que o
Senhor abençoou. Assim, pôs, te dê Deus, do orvalho dos céu, e da gordura da
terra, e abundância de trigo e de mosto. Sirvam-te povos, e nações se encurvem
a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti;
maldito sejam os que te amaldiçoarem, e bendito sejam os que te abençoarem” (Gn
27.27-29).
E Isaque tinha a
bênção de Abraão. Deus aparece a Isaque em Gerar – “E apareceu-lhe o Senhor e
disse: não desças ao Egito. Habita na terra que eu te disser; peregrina nesta
terra, e serei contigo e te abençoarei; porque a ti e á tua semente darei todas
estas terras e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão, teu pai. E
multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e darei á tua semente
todas estas terras. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra,
porquanto Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus
preceitos, os meus estatutos e as minhas leis. Assim, habitou Isaque em Gerar”
(Gn 26.2-6).
E Abraão tinha as
bênçãos de Deus – “Ora, o Senhor disse a
Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a
terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e
engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te
abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarei; e em ti serão benditas todas
as famílias da terra” (Gn 12.1-3).
Entre os variados
exemplos descritos na Bíblia sobre filhos rebeldes, podemos citar o exemplo de
Eli o sumo-sacerdote de Israel e seus dois filhos: Hofni e Finéias. Os quais lamentavelmente
tiveram um pai que de alguma forma deixou de exercer o seu papel de ensinador e
disciplinador:
Em sua época as
pessoas faziam rebeldemente o que era reto aos seus próprios olhos, e talvez
isso tenha influenciado no comportamento da família do sacerdote, que não
recebera a devida correção quando eram ainda crianças – “Naqueles dias, não havia rei em Israel, porém cada um fazia o que
parecia reto aos seus olhos” (Jz 21.25).
A Bíblia cognomina os
filhos de Eli, como “filhos de Belial”, eles não conheciam o Senhor” (1 Sm
2.12). O significado literal da palavra hebraica beliya’al no Antigo Testamento é traduzido como inútil, sem valor;
logo, essa palavra está associada ao mal.
Deus usa de seus
profetas para falar com Eli. Deus fala da forma como Hofni e Finéias tratavam a
oferta de manjares, e acusa Eli de honrar mais seus filhos do que ao Senhor, e
ainda engordar com as ofertas.
A ira do Senhor é
apresentada contra Eli, porque de forma passiva, ele participava dos pecados de
seus filhos. Eli não roubava a carne dedicada ao Senhor, mas comia a carne
roubada por seus filhos, a tal ponto de se tornar um homem gordo! (1Sm 2.29).
Podemos entender que
isso durou muito tempo, ou seja, não foi um fato isolado que ocorreu apenas uma
vez.
A palavra de Deus
adverte: “A alma que pecar, essa morrerá;
o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a
justiça do justo ficará sobre ele, e a injustiça do ímpio cairá sobre ele”
(Ez 18.20).
Dura foi a sentença
de Deus para Eli e seus filhos – “E isto te será por sinal, a saber, o que
sobrevirá a teus dois filhos, a Hofni e a Finéias: que ambos morrerão no mesmo
dia (1 Sm 2.34; 4.11).
Deixar de corrigir os
filhos não é uma expressão ou ato de amor. Se os filhos estão rebeldes
precisamos usar de sabedoria no trato com eles, se o queremos ganhar para
Cristo – antes de tudo corrigindo-nos a nós mesmos.
Em Efésios 6.1-4,
Paulo adverte a pais e filhos:
“Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isso é
justo.
Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro
mandamento com promessa, para que te vá bem e vivas muito tempo sobre a terra.
E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas
criai-os na doutrina e admoestação do Senhor”.
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e
Silva)
Bíblia
de Estudo Pentecostal – CPAD
CHAMPLIN.
R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
CHAMPLIN.
R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
ALEXANDER,
T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia –
Ampliado e Atualizado. Editora Hagnos.
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D.
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
COELHO, Alexander e DANIEL, Silas.
Vencendo as Aflições da Vida. CPAD-2012.
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