Subsídios
para o Ensino da Lição: Pr. João
Barbosa
Texto da Lição: Provérbios 8.13-21
I - OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM:
- Dissertar sobre a
relação entre a humildade e a arrogância.
- Explicar os contrastes ilustrativos: o sábio e o
sensato; o justo e o injusto; o rico e o pobre, o príncipe e o escravo.
- Cultivar a virtude
da humildade e rejeitar a arrogância.
II -
INTRODUÇÃO: Arrogância e humildade são atitudes que se
contrapõem; enquanto a humildade é a base do bom relacionamento entre as
pessoas, a arrogância caracteriza a falta de humildade. É comum observar nas
pessoas arrogantes a presunção de não desejar ouvir os outros, aprender algo
que não saiba ou sentir-se ao mesmo nível do seu próximo.
São sinônimos de
arrogância: o orgulho excessivo, a soberba, a altivez, o excesso de vaidade
pelo próprio saber ou o sucesso. Um das caraterísticas de Jesus Cristo foi a humildade, pois a
Bíblia diz que Ele "sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser
igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo,
sendo obediente até à morte, e morte de cruz" (Carta de Paulo aos
Filipenses 2:6-8, ARC).
O vocábulo humildade vem do latim humilitas, e é a virtude que consiste em
conhecer as suas próprias limitações e fraquezas e agir de acordo com essa
consciência. Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as
outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. A Humildade é considerada pela
maioria das pessoas como a virtude que dá o
sentimento exato do nosso bom senso ao nos avaliarmos em relação às outras
pessoas.
A
pessoa humilde é cortez e não rude. É uma condição na qual o orgulho é
rejeitado, é a isenção da arrogância. A humildade é uma das virtudes principais
que resguarda o homem do orgulho humano o qual anula os propósitos da graça e
envolve o senso de que somos meras criaturas débeis e indignas diante de Deus.
O
humilde reconhece a própria dependência da graça e da provisão de Deus e
reconhece que em Deus está toda a fonte do bem estar e de todas as realizações.
Assim Paulo se expressou em 1 Co 15.10 – “Mas,
pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã; antes,
trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus,
que está comigo ”
III – DESENVOLVIMENTO
1. O sábio versus o insensato – Sabedoria é o dom de discernir qual o melhor caminho a seguir, a melhor
atitude a adotar nas múltiplas situações que a vida nos apresenta. O homem sábio é
prudente, moderado, justo e sensato. O homem sábio não se atém à coisas
passageiras. A sabedoria está relacionada com o caráter de Deus, pois Deus é a
Sabedoria.
Um dos clássicos exemplos de sabedoria encontramos na
atitude do rei Salomão no episódio em que duas mulheres reivindicaram a
maternidade de uma única criança viva (1Re 3.16-28). Em Provérbios a sabedoria
é vista como um antídoto contra a arrogância. Salomão pondera ser melhor
adquirir a sabedoria do que o ouro. E afirma ser mais excelente adquirir a
sabedoria do que a prata (Pv 16.16).
Na visão de Provérbios o arrogante é uma pessoa
insensata e desprovida de qualquer lucidez e bom senso. É uma pessoa
inexperiente, sem domínio próprio, e se comporta como um animal ou um bêbado –
“O açoite é para o cavalo, o freio, para
o jumento, e a vara, para as costas dos tolos” (Pv 26.3). “Como o espinho
que entra na mão do ébrio, assim é o provérbio na boca dos insensatos ou tolos”
(Pv 26.9).
Mediante sua forma de agir, não pode o insensato
ser designado para nenhuma tarefa importante – “Os pés corta e o dano bebe quem manda mensagens pelas mãos de um tolo.
[...] Como um besteiro que a todos espanta, assim é o que assalaria os tolos e
os transgressores” (Pv 26.6,10).
Provérbios vê no insensato a característica de
fanfarrão, preguiçoso e incorrigível (Pv. 25.14), e na sua presença um perigo
ameaçador, pois, além de falso e maldizente é ignorante (Pv. 26.18-22), não age
com razão e não sabe controlar a própria vontade o que é uma abominação para o
Senhor – “Abominação é para o Senhor todo
altivo de coração; ainda que ele junte mão à mão, não ficará impune” (Pv
16.5).
O que caracteriza o sábio é a sua atitude de
humildade e sensatez; mas o insensato é altivo e arrogrante, desprovido de
qualquer lucidez e bom senso. O evangelho nos desafia a viver um estilo de vida
humilde. Portanto, devemos rejeitar de forma imperativa, todas as atitudes que
caracterizem a arrogância e cultivar as virtudes da humildade.
A arrogância é um dos pecados que Deus abomina e
figura entre as sete coisas que são odiadas por Deus. O orgulho, ou soberba, e
a arrogância são idéias aparentadas e é um dos principais pecados, podemos
dizer que desses pecados se origina todos os demais. Trata-se de uma força destruidora
e é a base de muitas atitudes e atos errados. O orgulho é um exagerado senso de
superioridade pessoal e uma auto-estima desordenada (Pv 21.4). Foi por causa do
orgulho que o Diabo caiu em transgressão (Is 14.12-14; Ez 28.12-17; 1Tm 3.6).
2. O justo versus o injusto – A justiça consiste na preocupação exata e inescrupulosa pelos direitos
alheios e pelo relacionamento do indivíduo com o juiz Supremo, Deus. A justiça
requer atos de retidão, e não meras palavras ou aceitação de certos
ideais.
O homem justo age
corretamente, de forma altruísta. De acordo com a teologia cristã, ninguém pode
ser justo por si mesmo. A justiça é um dos atributos comunicáveis de Deus,
sendo investida no homem através de Cristo por meio da conversão, da
santificação e do contínuo ministério do Espírito Santo.
Salomão ainda bem jovem
pediu humildemente sabedoria a Deus para governar Israel com justiça (1Re
3.7-10) Ele queria que a justiça alcançasse todo o seu reino (Pv 1.1-3).
Justiça e humildade é uma qualidade própria do homem justo e sensato, mas
injustiça e arrogância são propriedades características do homem injusto.
A arrogância é portanto
uma característica negativa de um indivíduo insensato que necessita de
humildade, pois se sente superior a todos e exala orgulho, soberba e presunção,
além de ser extremamente vaidoso. Ser arrogante significa ser altivo e
prepotente, ter a convicção de que é o imbatível no conhecimento de vários
assuntos, por cujo motivo não tem interesse em ouvir outras opiniões.
Em contraste com o
injusto e insensato que não tem humildade nem justiça e é arrogante, o justo
age com justiça e com amor, pois como disse o apóstolo Paulo em 1Co 13 – “O amor é paciente,
é bondoso; o amor não
é invejoso, não é arrogante, não se ensoberbece, não é ambicioso, não busca os
seus próprios interesses, não se irrita, não guarda ressentimento pelo mal
sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo
desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”
3.
O rico versus o pobre – Deus condena tanto a
riqueza adquirida por meios injustos como a pobreza gerada pela preguiça, é o
que encontramos descrito no livro dos Provérbios. Diz o sábio, duas coisas
peço: "Não mas negues antes que eu morra: Afasta de mim a falsidade e a
mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; para não suceder que, estando
eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar
e profane o nome de Deus" (Pv 30.8,9).
A riqueza pode ser fruto
da justiça e a pobreza, ás vezes, resultado da indolência e do ócio (Pv
28.19,20; 29.3). Entretanto, devemos considerar, também, que há um tipo de
pobreza que é resultado de um determinado contexto sócio-histórico – “Melhor o pobre que anda na sua sinceridade
do que o de caminhos perversos, ainda que seja rico” (Pv 28.6). Salomão
mostra em Pv 18.23 que os muitos bens do rico podem levá-lo à prepotência e
arrogância quando relata: “O pobre fala
com rogos, mas o rico responde com dureza”
Não tendo uma vida
econômica confortável, o pobre age com integridade e justiça – “O homem rico é sábio aos seus próprios
olhos; mas o pobre que é sábio o examina” (Pv 28.11). Tal pobre é
identificado como sábio, pois ele sabe que os valores divinos são melhores que
as riquezas (Pv 22.1; 23.5).
A riqueza passa a ser
estimada pelo próprio Deus quando atende aos seus propósitos: “O que oprime ao pobre insulta aquele que o
criou, mas a este honra o que se compadece do necessitado” (Pv 14.31, ARA).
Nesse aspecto, riqueza e humildade podem até mesmo andarem juntas. “O galardão da humildade e o temor do Senhor
são riquezas, e honra, e vida” (Pv 22.4).
4. O príncipe versus o escravo – “Não convém ao tolo a fala excelente; quanto menos ao príncipe, o lábio
mentiroso (Pv 17.7). A sabedoria e a sobriedade são elementos necessários ao
rei para exercer a justiça e promover o bem-estar social de seu povo.
Provérbios 29.4 considera: “O rei com
juízo sustém a terra, mas o amigo do suborno a transtorna”.
O governante que teme a
Deus dará mais atenção ao pobre e ao humilde. Agindo assim será abençoado
perpetuamente (Pv 29.14). Um rei que queira perdurar por longo tempo em seu
ofício deve possuir as qualidades de lealdade (amor constante) e fidelidade.
Provérbios 17.2 afirma
que “o servo prudente dominará sobre o
filho que procede indignamente; e entre os irmãos repartirá a herança”.
Esta verdade se cumpriu quando Jeroboão servo de Salomão, tornou-se príncipe
das dez tribos do Norte de Israel (1Re 12.16-25).
O texto nos leva à
interpretação de que as pessoas provenientes de uma condição humilde, quando
agem com prudência sobressaem-se aos arrogantes. Os que porém desprezam a
humildade quando chegam ao topo agem como os soberbos.
IV – CONCLUSÃO: A humildade ou a
arrogância distinguirão uma pessoa da outra.A Bíblia nos orienta a cultivarmos
a virtude da humildade e a rejeitarmos a arrogância, pois “Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (Tg
4.6).
Deve ficar gravado em nossos corações e mentes, o
quanto Deus aborrece o orgulho. O orgulho em nossas vidas faz Deus rejeitar
nossas orações e reter sua presença e graça para conosco. O exaltado em si
mesmo, que busca a honra e a estima dos outros, a fim de satisfazer o seu
orgulho. Afasta de si a ajuda de Deus.
Ele lhes dá abundância de graça, de misericórdia e
de ajuda em todas as situações da vida. Assim escreveu Paulo aos filipenses: “Nada façais por contenda ou por vanglória,
mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não
atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é
dos outros.
De sorte que
haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em
forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si
mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na
forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de
cruz”. (Fp 2.3-8).
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 –
(Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo
Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
CHAFER. Teologia Sistemática – Vls. 1,2 – São
Paulo, 2008. 2ª. Edição -Editora Hagnus. R, Early D.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e
Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver
vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro,
2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado
Versículo por Versículo. V.4.
BUARQUE, Aurélio de Holanda Ferreira. O
minidicionário .
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado
Versículo por Versículo. V.5.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e Consumação. Volume
III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito
estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.
SILVA. Severino Pedro. A igreja e as sete colunas
da Sabedoria. Rio de Janeiro, 2010. Editora CPAD.
Bíblias de Estudo Almeida.- Bíblia de Estudo de
Genebra.
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