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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O Cuidado com aquilo que falamos – Lição 05 – 4º. Tri EBD CPAD - 03.11.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Provérbios 6.16-19; 15.1,2.23; 16.21,24            
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Conhecer as consequências das palavras.
  2. Explicar os símbolos usados por Salomão e Tiago.
  3. Ter cuidado com o uso da língua.

II  - INTRODUÇÃO: A língua é o órgão da fala e aparece nas Escrituras como  uma poderosa força. A Bíblia diz que a morte e a vida estão sob o poder da língua (Pv 18.21). Tiago elabora sob o tema, quando se refere à língua como indomável, como um mal incontido, cheia de veneno mortal, por isso nenhum homem pode dominá-la (Tg 3.8).

Tiago ainda classificou a língua como um fogo, e um mundo de iniquidade. A língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno (Tg 3.6).

O apóstolo Paulo por sua vez considera a garganta daqueles indivíduos que não têm controle sob suas palavras, como um sepulcro aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios.  Alguns consideram essa classificação feita pelo apóstolo como uma das grandes características do homem não regenerado.

Jesus ensinou que os homens terão de prestar contas, finalmente, de sua vida na terra incluindo toda palavra frívola que proferirem – “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar contas no dia de juízo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12,36,37).

O terceiro capítulo da carta do apóstolo Paulo aos coríntios, alude figuradamente ao juízo a que os crentes serão submetidos. Então as obras inúteis dos homens serão queimada como palha, feno ou madeira, em contraste com aquelas obras permanentes como o ouro, a prata e pedras preciosas capazes de resistir ao teste do fogo de Deus. O bom uso da língua é uma questão importante.

III – DESENVOLVIMENTO
1. O poder das palavras – O apóstolo Tiago em sua metáfora sobre o poder da palavra fala da necessidade de se por freios (gr kalinós) na boca como são postos nos cavalos. O sentido no original é de um freio ou cabresto colocado na boca do animal. A lição é muito clara: aqueles que gostam de falar muito, e por isso acabam falando o que não deve, necessitam por freios na sua própria boca (Tg 3.3).
 Assim pondera Salomão: A palavra branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita ira. A língua dos sábios adorna o conhecimento, mas a boca dos insensatos derrama a estultícia. O homem  se alegra em dar resposta adequada, e a palavra, a seu tempo, quão boa é! O sábio de coração é chamado prudente, e a doçura no falar aumenta o saber. Palavras agradáveis são como favos de mel: doce para a alma e medicina para o corpo.
As questões da vida e da morte estão na língua; ela pode abençoar e pode amaldiçoar. Pode dar vida e pode matar. Pode curar ou pode ser como uma serpente que pica e fere. Existem palavras que são como espadas e palavras que são como dardos, mas também existem palavras que curam – “Na multidão de palavras não falta  transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente” (Pr 10.19).
Falar demais não é virtude. Há muito poder nas palavras,e elas devem ser usadas parcimoniosamente. Todos os tipos de causas que são promovidas, tocam no coração, quer para bem, quer para mal – Essa é uma expressão de Jesus: “Digo-vos que de toda palavra que proferir os homens, delas darão conta no dia de juízo” (Mt 12.36).
Um homem sábio e bom não vive falando incessantemente, pois no muito falar há excessos. Pelo contrário ele restringirá os seus lábios quando se sentir tentado a falar demais. O homem que é sábio aprende a controlar a língua (Tg 3.2-8).
Ele não permitirá que seus lábios profiram coisa alguma precipitada e sem consideração; mostra-se um utilizador moderado das palavras e cuida daquilo que diz; pesa as suas palavras. Esse homem é considerado sábio, prudente e cheio de compreensão – “Eu, a sabedoria habito com a prudência e acho a ciência dos conselhos” (Pv 8.12).
 2. Cuidados com a língua –  Salomão adverte contra sete pecados mortais – “Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos. (Pv 6.16-19).
O apóstolo Tiago, irmão do Senhor Jesus, em sua carta no cap 3. vs.1-12, disserta sobre as dificuldades de se ter o controle total sobre a língua – “Meus irmãos, não vos torneis, muito de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas.
Se alguém não tropeça no falar é perfeito varão, capaz de refrear todo corpo. Ora, se pomos freios na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro.
Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro. Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande bosque.
Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chama toda carreira da existência humana, como também ela é posta, ela mesma em chamas pelo inferno.
Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se domam e têm sido domadas pelo gênero humano; a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mau incontido, carregado de veneno mortífero.
Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos , não é conveniente que estas coisas seja assim.
Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas, ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce”.
Os ensino de Salomão sob o uso da língua foram bem assimilados pelo apóstolo Tiago, que mantém um paralelismo próximo com os provérbios de Salomão; o apóstolo Tiago em um primeiro momento põe em destaque aqueles que verbalizam pensamento, princípios, preceitos, etc. Esses são os mestres (gr didaskalos).
Em um segundo momento ele toca em um ponto sensível da vida humana, mas muitas vezes esquecidos pelos cristãos – o devido uso da língua. Na sua análise a língua se usada indevidamente, põe em risco não somente o indivíduo que dela faz uso, mas até mesmo toda humanidade (Tg 3.6). Possuindo uma arma tão poderosa, cabe ao cristão seguir as orientações dadas por Deus para viver em paz.
O coração do sábio é mestre de sua boca. A sétima abominação – a maledicência é um  problema que se situa na área do relacionamento e seu sentido básico é de maldição; são palavras duras proferidas com o intuito de prejudicar.    
O termo abomina é a expressão mais forte da Bíblia de ódio pela perversidade (Lv 18.22). Em uma lista desse tipo  (Pv 16.16-19), o último item é o mais importante. Assim, o leitor saberá que o que semeia contendas entre irmãos – o maledicente, é o que mais desagrada a Deus.
No original, abominar significa sentir nojo de; e pode se referir a coisas de natureza física, ritual ou ética. Deus se enoja de intriga entre irmãos. Essa palavra é a mesma usada para descrever coisas abomináveis ao Senhor, tais como a idolatria (Dt 7.5); o homossexualismo (Lv 18.22-30) e os sacrifícios humanos (Lv 18.21).                                                                                                                    
3. O bom uso da língua – O uso da linguagem, deve necessariamente, incluir a resposta branda, que mostra a moderação de quem fala, e apaga as chamas da ira no seu oponente. Falando de modo geral, podem-se discernir cinco ações principais no tratamento da linguagem correta: gentileza; cortesia na resposta; sabedoria princípios e instruções orientadoras; ou, conforme o caso possa exigir, o simples silêncio que é a maior resposta em alguns casos.
O homem precipitado não se mostra moderado em sua fala, que não é bondoso, que não é sábio que não é cauteloso, despertará ira com as suas palavras, e isso terminará em conflitos prejudiciais, lutas e até violência. Ele falará palavras duras, palavras de dor.
A língua dos sábios adorna o conhecimento. O sábio tem conhecimento e sua linguagem reflete precisamente isso. Ele fala com autoridade, confiança e justiça. Ele edifica em lugar de derribar. Dá bons conselhos e envergonha o idiota que só abre a boca para dizer coisas insensatas. Ele traz à tona o seu conhecimento no tempo e no lugar apropriado. O homem bom tira do tesouro bom cousas boas, mas o homem mau do mau tesouro coisas más (Mt 12.35).
O homem se alegra na resposta da sua boca, e a palavra, a seu tempo, quão boa é. Uma palavra sábia dita no momento preciso, serve a um bom propósito e, assim sendo, é boa. O autor não define a questão, portanto devemos pensar em toda espécie de situações em que bons conselhos são dados.
Uma boa palavra é boa tanto para o homem que a profere quanto para o homem que a recebe. A fala foi dada por Deus aos homens para ser beneficente, e não para ser prejudicial.
Aquilo que distingue os homens dos animais irracionais – a linguagem, deve ser algo nobre, e não aviltado – “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo” (Pv 25.11). A palavra oportuna e boa é uma raridade, como as decorações feitas de ouro e prata.
4. Salomão e Tiago – Do ponto de vista de Salomão, ele vê a sabedoria como um ser que tem personalidade própria. Apesar de a sabedoria ser exaltada como uma virtude por toda sessão de abertura do livro de provérbios, como também em outros seguimentos do livro, é no seu oitavo capítulo que encontramos o tratamento da “sabedoria” como uma hipostatização.
Isto é, – figura de linguagem cujo vocábulo derivado de hipóstase, significa o modo de ser pelo qual a qualquer existência substancial é dada uma individualidade independente e distinta. Ao que tudo indica, ali esse atributo divino aparece como um ser que mantém inter-relação com os homens. 

Em Pv 1.20-33; 8.1-36; 9.1-6,3,18; a sabedoria aparece em oposição a uma personagem similar embora contrária "a senhora loucura". Por isso tantos conselhos ele dá em provérbios enaltecendo a sabedoria, e se expressa tanto a respeito do homem sábio, sendo esta, uma das principais virtudes do homem prudente. Daí afirmar: Eu a sabedoria habito com a prudência e acho a ciência dos conselhos”.
Ao passo que Tiago se utiliza de metáforas para descrever o homem que não tem condições de refrear sua língua. Tiago se utiliza de símbolos do cotidiano do povo que tem grandes significados. Ele fala que essas pessoas deveriam usar cabresto como usam os cavalos afim de refrear a sua língua.
Fala também de leme. Tiago faz uma comparação da língua com o leme, que embora pequeno, conduz o navio ao posto desejado. Fala de fogo. Uma língua sem freio, fora de controle é como um fogo que incendeia um bosque. Compara a língua também como o mundo. Quando ela não tem freio pode tornar-se um universo de coisas ruins.
Compara-a ao veneno. Tiago mostra o perigo de alguém possuir uma língua grande e ferina, portanto, venenosa. Faz ainda uma comparação com uma fonte. Se a língua for boa como a fonte de águas doces, deve jorrar coisas próprias  à edificação. Por último como árvore. A boca do crente por conseguinte, deve produzir bons frutos, portanto, devemos usar nossas palavras para a glória de Deus (TG 13.1-12).
IV – CONCLUSÃO: Encontramos no livro de Provérbios princípios bíblicos para um bom relacionamento:
1. Saiba ouvir (Pv 18.13) – Um dos grandes problemas em nos relacionar bem uns com os outros surge por conta da nossa falha em ouvir. Ouvimos, mas ouvimos mal. Ou ainda: ouvimos mais do que foi dito: precisamos aprender a ouvir.
2. Não se apresse em falar – (Pv 17.28; 19.2) – A precipitação em falar é outro grande problema. Jesus condenou o juízo temerário, isto é,  falar apressadamente sem conhecimento total dos fatos.
3. Fale pouco (Pv 10.19; 13.3; 2.18) – Aqui encontra-se um dos maiores fatores de desajuste nos relacionamentos. Uma palavra a mais que aparentemente não tenha a intenção de ofender, mas que vem sublimada.
4. Fale coisas boas das pessoas (Pv 16.24, 28; 20.19) – A tendência de só enxergar coisa ruim nos outros é uma herança de nossa velha natureza adâmica. Dificilmente falamos de alguém para exaltar suas virtudes. Necessitamos enxergar algo de bom no nosso semelhante se quisermos nos relacionar bem.
5. Não atice (fomente) – converse (Pv 30.33; 26.20,21). Acredito que se não passássemos à frente muitos disse-me-disses, que chegam até nós muitas intrigas seriam evitadas.
6. Fale pouco de si mesmo (Pv 27.2) – A atitude de falar de si mesmo, além de revelar um complexo de inferioridade, acaba também por arranhar os relacionamentos. Isto porque é difícil louvar a si próprio sem diminuir o seu semelhante.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
CHAFER. Teologia Sistemática – Vls. 1,2 – São Paulo, 2008. 2ª. Edição -Editora Hagnus. R, Early D.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
BUARQUE, Aurélio de Holanda Ferreira. O minidicionário .
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.5.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.
SILVA. Severino Pedro. A igreja e as sete colunas da Sabedoria. Rio de Janeiro, 2010. Editora CPAD.

Bíblias de Estudo Almeida.- Bíblia de Estudo de Genebra.

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