Subsídios
para o Ensino da Lição: Pr. João
Barbosa
Texto da Lição: Provérbios 6.16-19; 15.1,2.23;
16.21,24
I - OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM:
- Conhecer as
consequências das palavras.
- Explicar os símbolos usados por Salomão e Tiago.
- Ter cuidado
com o uso da língua.
II - INTRODUÇÃO: A língua é o órgão da fala e aparece nas Escrituras como uma poderosa força. A Bíblia diz que a morte e
a vida estão sob o poder da língua (Pv 18.21). Tiago elabora sob o tema, quando
se refere à língua como indomável, como um mal incontido, cheia de veneno
mortal, por isso nenhum homem pode dominá-la (Tg 3.8).
Tiago ainda classificou
a língua como um fogo, e um mundo de iniquidade. A língua está posta entre os
nossos membros, e contamina todo o corpo, inflama o curso da natureza, e é
inflamada pelo inferno (Tg 3.6).
O apóstolo Paulo por sua
vez considera a garganta daqueles indivíduos que não têm controle sob suas
palavras, como um sepulcro aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha
de áspides está debaixo dos seus lábios.
Alguns consideram essa classificação feita pelo apóstolo como uma das
grandes características do homem não regenerado.
Jesus ensinou que os
homens terão de prestar contas, finalmente, de sua vida na terra incluindo toda
palavra frívola que proferirem – “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa
que os homens disserem hão de dar contas no dia de juízo. Porque por tuas
palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12,36,37).
O terceiro capítulo da
carta do apóstolo Paulo aos coríntios, alude figuradamente ao juízo a que os
crentes serão submetidos. Então as obras inúteis dos homens serão queimada como
palha, feno ou madeira, em contraste com aquelas obras permanentes como o ouro, a
prata e pedras preciosas capazes de resistir ao teste do fogo de Deus. O bom
uso da língua é uma questão importante.
III – DESENVOLVIMENTO
1. O poder das palavras – O apóstolo Tiago em sua metáfora sobre o poder da
palavra fala da necessidade de se por freios (gr kalinós) na boca como são postos nos cavalos. O sentido no
original é de um freio ou cabresto colocado na boca do animal. A lição é muito
clara: aqueles que gostam de falar muito, e por isso acabam falando o que não
deve, necessitam por freios na sua própria boca (Tg 3.3).
Assim pondera Salomão: A palavra branda desvia
o furor, mas a palavra dura suscita ira. A língua dos sábios adorna o
conhecimento, mas a boca dos insensatos derrama a estultícia. O homem se alegra em dar resposta adequada, e a
palavra, a seu tempo, quão boa é! O sábio de coração é chamado prudente, e a
doçura no falar aumenta o saber. Palavras agradáveis são como favos de mel:
doce para a alma e medicina para o corpo.
As questões da vida e da morte
estão na língua; ela pode abençoar e pode amaldiçoar. Pode dar vida e pode
matar. Pode curar ou pode ser como uma serpente que pica e fere. Existem
palavras que são como espadas e palavras que são como dardos, mas também existem
palavras que curam – “Na multidão de
palavras não falta transgressão, mas o
que modera os seus lábios é prudente” (Pr 10.19).
Falar demais não é virtude. Há
muito poder nas palavras,e elas devem ser usadas parcimoniosamente. Todos os
tipos de causas que são promovidas, tocam no coração, quer para bem, quer para
mal – Essa é uma expressão de Jesus: “Digo-vos
que de toda palavra que proferir os homens, delas darão conta no dia de juízo”
(Mt 12.36).
Um homem sábio e bom não vive
falando incessantemente, pois no muito falar há excessos. Pelo contrário ele
restringirá os seus lábios quando se sentir tentado a falar demais. O homem que
é sábio aprende a controlar a língua (Tg 3.2-8).
Ele não permitirá que seus
lábios profiram coisa alguma precipitada e sem consideração; mostra-se um
utilizador moderado das palavras e cuida daquilo que diz; pesa as suas
palavras. Esse homem é considerado sábio, prudente e cheio de compreensão – “Eu,
a sabedoria habito com a prudência e acho a ciência dos conselhos” (Pv 8.12).
2. Cuidados com a língua – Salomão adverte
contra sete pecados mortais – “Seis
coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua
mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos
iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere
mentiras e o que semeia contendas entre irmãos”. (Pv 6.16-19).
O apóstolo Tiago, irmão do
Senhor Jesus, em sua carta no cap 3. vs.1-12, disserta sobre as dificuldades de
se ter o controle total sobre a língua – “Meus
irmãos, não vos torneis, muito de vós, mestres, sabendo que havemos de receber
maior juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas.
Se alguém não tropeça no falar é perfeito varão, capaz de refrear todo
corpo. Ora, se pomos freios na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também
lhes dirigimos o corpo inteiro.
Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos
ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do
timoneiro. Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas.
Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande bosque.
Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre
os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chama
toda carreira da existência humana, como também ela é posta, ela mesma em chamas
pelo inferno.
Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se
domam e têm sido domadas pelo gênero humano; a língua, porém, nenhum dos homens
é capaz de domar; é mau incontido, carregado de veneno mortífero.
Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os
homens, feitos à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição.
Meus irmãos , não é conveniente que estas coisas seja assim.
Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é
amargoso? Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas, ou a videira,
figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce”.
Os ensino de Salomão sob o uso
da língua foram bem assimilados pelo apóstolo Tiago, que mantém um paralelismo
próximo com os provérbios de Salomão; o apóstolo Tiago em um primeiro momento
põe em destaque aqueles que verbalizam pensamento, princípios, preceitos, etc.
Esses são os mestres (gr didaskalos).
Em um segundo momento ele toca
em um ponto sensível da vida humana, mas muitas vezes esquecidos pelos cristãos
– o devido uso da língua. Na sua análise a língua se usada indevidamente,
põe em risco não somente o indivíduo que dela faz uso, mas até mesmo toda
humanidade (Tg 3.6). Possuindo uma arma tão poderosa, cabe ao cristão seguir as
orientações dadas por Deus para viver em paz.
O coração do sábio é mestre de
sua boca. A sétima abominação – a maledicência é um problema que se situa na área do relacionamento
e seu sentido básico é de maldição; são palavras duras proferidas com o intuito
de prejudicar.
O termo abomina é a expressão
mais forte da Bíblia de ódio pela perversidade (Lv 18.22). Em uma lista desse
tipo (Pv 16.16-19), o último item é o
mais importante. Assim, o leitor saberá que o que semeia contendas entre irmãos
– o maledicente, é o que mais desagrada a Deus.
No original, abominar significa
sentir nojo de; e pode se referir a coisas de natureza física, ritual ou ética.
Deus se enoja de intriga entre irmãos. Essa palavra é a mesma usada para
descrever coisas abomináveis ao Senhor, tais como a idolatria (Dt 7.5); o
homossexualismo (Lv 18.22-30) e os sacrifícios humanos (Lv 18.21).
3. O bom uso da língua – O uso da linguagem, deve necessariamente, incluir a resposta
branda, que mostra a moderação de quem fala, e apaga as chamas da ira no seu
oponente. Falando de modo geral, podem-se discernir cinco ações principais no
tratamento da linguagem correta: gentileza; cortesia na resposta; sabedoria
princípios e instruções orientadoras; ou, conforme o caso possa exigir, o
simples silêncio que é a maior resposta em alguns casos.
O homem
precipitado não se mostra moderado em sua fala, que não é bondoso, que não é
sábio que não é cauteloso, despertará ira com as suas palavras, e isso
terminará em conflitos prejudiciais, lutas e até violência. Ele falará palavras
duras, palavras de dor.
A língua
dos sábios adorna o conhecimento. O sábio tem conhecimento e sua linguagem
reflete precisamente isso. Ele fala com autoridade, confiança e justiça. Ele
edifica em lugar de derribar. Dá bons conselhos e envergonha o idiota que só
abre a boca para dizer coisas insensatas. Ele traz à tona o seu conhecimento no
tempo e no lugar apropriado. O homem bom tira do tesouro bom cousas boas, mas o
homem mau do mau tesouro coisas más (Mt 12.35).
O homem se
alegra na resposta da sua boca, e a palavra, a seu tempo, quão boa é. Uma
palavra sábia dita no momento preciso, serve a um bom propósito e, assim sendo,
é boa. O autor não define a questão, portanto devemos pensar em toda espécie de
situações em que bons conselhos são dados.
Uma boa
palavra é boa tanto para o homem que a profere quanto para o homem que a
recebe. A fala foi dada por Deus aos homens para ser beneficente, e não para
ser prejudicial.
Aquilo que
distingue os homens dos animais irracionais – a linguagem, deve ser algo nobre,
e não aviltado – “Como maçãs de ouro em
salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo” (Pv 25.11). A palavra
oportuna e boa é uma raridade, como as decorações feitas de ouro e prata.
4. Salomão e Tiago – Do ponto de vista de Salomão, ele vê a sabedoria como um ser
que tem personalidade própria. Apesar de a sabedoria ser exaltada como uma
virtude por toda sessão de abertura do livro de provérbios, como também em
outros seguimentos do livro, é no seu oitavo capítulo que encontramos o
tratamento da “sabedoria” como uma hipostatização.
Isto é, –
figura de linguagem cujo vocábulo derivado de hipóstase, significa o modo de
ser pelo qual a qualquer existência substancial é dada uma individualidade
independente e distinta. Ao que tudo indica, ali esse atributo divino aparece como um ser que mantém inter-relação com os homens.
Em Pv 1.20-33; 8.1-36; 9.1-6,3,18; a sabedoria aparece em oposição a uma personagem similar embora contrária "a senhora loucura". Por isso tantos conselhos ele dá em provérbios enaltecendo a sabedoria, e se expressa tanto a respeito do homem sábio, sendo esta, uma das principais virtudes do homem prudente. Daí afirmar: Eu a sabedoria habito com a prudência e acho a ciência dos conselhos”.
Em Pv 1.20-33; 8.1-36; 9.1-6,3,18; a sabedoria aparece em oposição a uma personagem similar embora contrária "a senhora loucura". Por isso tantos conselhos ele dá em provérbios enaltecendo a sabedoria, e se expressa tanto a respeito do homem sábio, sendo esta, uma das principais virtudes do homem prudente. Daí afirmar: Eu a sabedoria habito com a prudência e acho a ciência dos conselhos”.
Ao passo
que Tiago se utiliza de metáforas para descrever o homem que não tem condições
de refrear sua língua. Tiago se utiliza de símbolos do cotidiano do povo que
tem grandes significados. Ele fala que essas pessoas deveriam usar cabresto
como usam os cavalos afim de refrear a sua língua.
Fala também
de leme. Tiago faz uma comparação da língua com o leme, que embora pequeno,
conduz o navio ao posto desejado. Fala de fogo. Uma língua sem freio, fora de
controle é como um fogo que incendeia um bosque. Compara a língua também como o
mundo. Quando ela não tem freio pode tornar-se um universo de coisas ruins.
Compara-a
ao veneno. Tiago mostra o perigo de alguém possuir uma língua grande e ferina, portanto, venenosa. Faz ainda uma comparação com uma fonte. Se a língua for
boa como a fonte de águas doces, deve jorrar coisas próprias à edificação. Por último como árvore. A boca
do crente por conseguinte, deve produzir bons frutos, portanto, devemos usar
nossas palavras para a glória de Deus (TG 13.1-12).
IV – CONCLUSÃO: Encontramos
no livro de Provérbios princípios bíblicos para um bom relacionamento:
1. Saiba
ouvir (Pv 18.13) – Um dos grandes problemas em nos relacionar bem uns com os
outros surge por conta da nossa falha em ouvir. Ouvimos, mas ouvimos mal. Ou
ainda: ouvimos mais do que foi dito: precisamos aprender a ouvir.
2. Não se apresse em falar – (Pv 17.28; 19.2) – A precipitação em falar é
outro grande problema. Jesus condenou o juízo temerário, isto é, falar apressadamente sem conhecimento total
dos fatos.
3. Fale pouco (Pv 10.19; 13.3; 2.18) – Aqui encontra-se um dos maiores
fatores de desajuste nos relacionamentos. Uma palavra a mais que aparentemente
não tenha a intenção de ofender, mas que vem sublimada.
4. Fale coisas boas das pessoas (Pv 16.24, 28; 20.19) – A tendência de só
enxergar coisa ruim nos outros é uma herança de nossa velha natureza adâmica.
Dificilmente falamos de alguém para exaltar suas virtudes. Necessitamos
enxergar algo de bom no nosso semelhante se quisermos nos relacionar bem.
5. Não atice (fomente) – converse (Pv 30.33; 26.20,21). Acredito que se não
passássemos à frente muitos disse-me-disses, que chegam até nós muitas intrigas
seriam evitadas.
6. Fale pouco de si mesmo (Pv 27.2) – A atitude de falar de si mesmo, além
de revelar um complexo de inferioridade, acaba também por arranhar os
relacionamentos. Isto porque é difícil louvar a si próprio sem diminuir o seu
semelhante.
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 – (Comentarista:
Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio
de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
CHAFER. Teologia Sistemática – Vls. 1,2 – São Paulo, 2008. 2ª.
Edição -Editora Hagnus. R, Early D.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado.
São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora
Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver vitorioso –
Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro, 2013, 1ª.
Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por
Versículo. V.4.
BUARQUE, Aurélio de Holanda Ferreira. O minidicionário .
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por
Versículo. V.5.
GRONIGEN.
Gerard Van. Criação e Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador.
São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito estágios do
crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.
SILVA. Severino Pedro. A igreja e as sete colunas da Sabedoria.
Rio de Janeiro, 2010. Editora CPAD.
Bíblias de Estudo Almeida.- Bíblia de Estudo de Genebra.
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