Total de visualizações de página

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Lidando de forma correta com o Dinheiro – Lição 04 – 4º. Tri EBD CPAD - 27.10.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Provérbios 6.1-5            
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Definir fiador, empréstimo, usura e suborno.
  2. Decidir usar corretamente o dinheiro.
  3. Buscar o equilíbrio financeiro.
I  - INTRODUÇÃO
O apóstolo Paulo chamou a atenção de Timóteo quanto ao cuidado que se deve ter com dinheiro, afim de que o dinheiro seja sempre um servo e nunca um senhor – “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmo com muitas dores” (1Tm 6.10).
 A expressão “amor ao dinheiro” é a tradução do vocábulo grego philaguria, cuja tradução mais literal quer dizer simpatia pela prata; porém, prata, no contexto, representa dinheiro, pois, naquele tempo, muitas moedas de valor eram feitas de prata.
O amor ao dinheiro é uma das mais poderosas forças destruidoras, ficando assim justificado o autor sagrado em seu exagero; pois, após mais detido exame, fica evidente que não há nenhum exagero nessa expressão.
 Também é verdade que não existe mal a que não possa ser conduzido pelo dinheiro. Ainda que não possa em todos os casos ser levados a todos os males através do dinheiro. Seja como for, o dinheiro abre caminho para bom número de males, mergulhando os homens na ruína.
Portanto, tal cobiça pode ser reconhecida como uma dentre as várias raízes do mal. Há um provérbio grego que alguns atribuem à Biom e outros à Demócrito que diz: “O amor ao dinheiro é a cidade-mãe ou origem de todos os males”.
O amor ao dinheiro é um incentivo para grandes transgressões. Certamente que hoje em dia ninguém precisa de provas para o fato de que homens e mulheres cometem muitos pecados ou crimes por causa de dinheiro.
O vocábulo raiz no grego significa riza. Esta palavra foi usada metaforicamente pelo apóstolo Paulo para explicar a origem ou o ponto inicial, ou a motivação que dá origem a todos os males oriundos do amor ao dinheiro como: a cobiça – no grego orego, que significa aspirar, esforçar-se. 
Aqueles que vivem se esforçando atrás das riquezas, exercitando-se cobiçosamente atrás delas, desviam-se finalmente da fé e caem em uma armadilha onde muitas projeções pontiagudas os despedaçam (1Tm 6.10).
III – DESENVOLVIMENTO
1. O cuidado com as fianças e empréstimo – De acordo com pesquisa realizada no site academico.direito-rio.fgv.br/wiki/Fiança, tal negócio é uma espécie de garantia pessoal, que sempre se traduz em contrato acessório que tem por fim assegurar que um contrato principal seja cumprido. A partir dela, um terceiro se compromete a cumprir com uma obrigação caso o devedor original desta não a cumpra. 
 É um contrato unilateral, em regra gratuito, e solene. A fiança como contrato é definida como “convencional”, justamente pelo fato de ser ajustada através daquele instrumento jurídico.  Frequentemente presente nos contratos de locação, a fiança cria vínculos jurídicos apenas entre o fiador e o locador.
Este, esperando se resguardar de possíveis inadimplementos contratuais, estipula que o locatário deverá nomear um fiador. Logicamente, só aceitará fazer parte do contrato de fiança uma pessoa que conheça com certa intimidade o locatário, pois ela passará a responder com todo seu patrimônio perante as dívidas oriundas do contrato de locação. 
A fiança não pode ser mais onerosa que a dívida existente perante o credor. Existindo cônjuge, o fiador deve observar determinadas previsões legais. Caso estejam sob regime de comunhão total ou parcial, faz-se necessária a anuência do cônjuge, uma vez que todo o patrimônio do casal passará a responder pelas dívidas do devedor.
Se o regime for o de separação total, a anuência é dispensável. Nas hipóteses de impossibilidade de anuência, o juiz poderá suprir tal falta. Art. 1647, III + Art. 1648 CC. 
O contrato não pode ser verbal, como disposto no art. 819 CC e na súmula 214 do Superior Tribunal de Justiça. O art. 820 do CC traz o denominado “benefício de ordem”, a partir do qual se entende que a dívida deverá ser cobrada, primeiramente, do “devedor principal”, e, caso este não pague, o fiador poderá ser chamado a responder pelas dívidas.
A lei prevê a exigência de três requisitos para que um terceiro possa figurar como fiador, sendo: Idoneidade; Domicílio no município; e ter bens suficientes para que possa quitar as dívidas do contrato principal. 
O contexto de Provérbios 6.1 - “Filho meu, ficaste por fiador do teu companheiro, se deste a tua mão ao estranho, enredaste-te com as palavras da tua boca, prendeste-te com as palavras da tua boca”. Por trás dessa tradução portuguesa há uma expressão hebraica, “bater as mãos”, que era acompanhada por gestos como o nosso apertar de mãos, na atualidade ao se fechar um negócio.
Nesse caso, o homem teve misericórdia de um amigo em dívida ou em situação de falta de crédito, comprometendo-se ajudar com o seu crédito e assumir o dívida em troca dos seus bens, caso o amigo não corresponda com o compromisso assumido.
O fiador assumisse a dívida de outrem, em sua má barganha, podia perder até mesmo a cama em que dormia. Então o fiador deve ser prudente, o bastante para prevê um possível desastre em que provavelmente esteja se envolvendo – “Não estejas entre os que dão as mãos e entre os que ficam por fiadores de dívidas. Se não tens com que pagar, porque tirariam a tua cama de debaixo de ti:” (Pv 22.26,27).
2. O cuidado com o lucro fácil – Partindo-se de um conceito mais moderno, segundo pesquisa na http://pt.wikipedia.org/wiki/Usura, em síntese, o lucro fácil cognominado por usura, é entendido como a cobrança de remuneração abusiva pelo uso do capital, ou seja, quando da cobrança de um empréstimo pecuniário (ou seja, em dinheiro), são cobrados juros excessivamente altos, o que lesa o devedor. É prática repudiada socialmente, sendo considerada conduta criminosa por diversos ordenamentos jurídicos, inclusive o brasileiro (Lei da Usura).
A usura está intimamente ligada à cobrança excessiva de juros e, por isso, constitui crime no Direito Penal brasileiro; aquele que pratica
a usura é popularmente conhecido como agiota. Tal expressão se refere não somente ao particular, mas também às pessoas jurídicas que especulam indevidamente e ultrapassam o máximo da taxa de juros prevista legalmente, praticando crime contra o sistema financeiro nacional (Lei nº 7.492/86).
O povo de Israel se distinguia das demais nações pagãs, pois não havia tratamento desigual. Dinheiro emprestado a um cidadão hebreu, que era irmão de fé no Yahwismo, não podia ser emprestado a juros, mas, um empréstimo a gentios podia haver cobranças de juros, porém sem usura.
A maioria dos empréstimos, em Israel, serviam ao propósito de aliviar algum tipo de necessidade para com o próximo ou irmão. Pelo que era uma obra de caridade ou fraternal. E num ato de caridade não se deve cobrar juros.
“Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como um usurário, não lhe porás usura. Se tomares em penhor a veste do teu próximo, lho restituirás antes do pôr do sol...” (Ex 22.25-27)
Empréstimos feitos a pagãos estavam relacionados ao comércio internacional. E isto era uma questão de negócio e não de caridade. Durante a idade média, quando aos judeus, em alguns países, era negado o direito de possuírem terras, essa lei permitia-lhes ingressar na atividade bancária.
3. O uso correto do dinheiro – Um problema que deve ser evitado a todo custo quando se lida com o dinheiro, é o suborno. A palavra hebraica shohad, traduzida como suborno, mantém o sentido na língua original de dar presente, dádiva, recompensa, incentivo.
O expositor bíblico Victor P. Hamilton, comentando sobre o sentido desta palavra no AT, destaca que, proibições de receber suborno presumivelmente imposta aos juízes se encontram nos textos legais do pentateuco em Ex 23.8; Dt 26.19. Mesmo que os dois versículos comecem de modo semelhante, Dt 26.19, determina: “O suborno cega os olhos dos sábios”.
Nos dias de Isaias havia uma corrupção moral e ética no reino de Judá, por isso o profeta os repreende: “Os teus príncipes são rebeldes e companheiros de ladrões; cada um deles ama os subornos e corre atrás de salários; não fazem justiça ao órfão, e não chegam perante eles a causa da viúva". (Is 1.23).
No cap. 5.23 – O profeta ainda alerta: “Ai dos que justificam o ímpio por presentes e ao justo negam justiça. Enquanto em Mq 3.11 – O profeta que também foi contemporâneo de Isaias adverte aos homens de Judá “Os seus chefes dão a sentença por presentes e os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas advinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá. (Mq 3.11).
Caso o preço seja aceito, um suborno pode até mesmo produzir um assassino de aluguel que matará uma pessoa inocente (Dt 27.25; Ez 22.12; Sl 26.10), ou, no mínimo perverterá o julgamento (Pv 17.23). Somente aquele que desiste de uma violação tão flagrante da lei moral quanto cerimonial pode permanecer na presença de Deus (2Cr 19.7; Sl 15.5; Is 35.15).
4. Buscando o equilíbrio financeiro – Diz o sábio, duas coisas peço: "Não mas negues antes que eu morra: Afasta de mim a falsidade e as mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga:
Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus" (Pv 30.8,9). Esta passagem bíblicas ilustra muito bem, uma vida equilibrada. Os dois pedidos, se convergem num só. E dizem respeito à caráter e às circunstância que são um perigo para o caráter.
Agur, ora para que Deus o impeça de tornar-se falso e autossuficiente. Ele quer ser honesto em todas as suas relações, e pede a Deus uma vida de bênçãos materiais equilibrada. No seu raciocínio ele expressa o seguinte: Se eu tiver muito. Posso me sentir independente de Deus (Dt 8.11-134), e se eu tiver pouco, poderia vir a roubar, e assim profanar o santo nome de Deus (Mt 6.11; 1Tm 6.8).
IV – CONCLUSÃO: A busca desenfreada pelo desejo de enriquecer pode originar insatisfação e todo mal. Por conseguinte, é importante que cada homem de Deus possa combater contra as próprias emoções, especialmente o desejo, o prazer, a tristeza e o medo. Essas são as quatro faltas máximas de que um homem deveria corrigir-se. Portanto, é o desejo de ficar rico que abre caminho para as comportas pelas quais se derramam muitos outros desejos insensatos e perniciosos, que submergem o indivíduo em total ruína. E isso se torna uma armadilha do Diabo (1Tm 6.9), que procura enredar os homens visando a sua destruição.
É importante que nos lembremos dos trechos de Lc 12.16 e 16.19, onde se vê que os ricos são privados de seus bens mediante a morte. Não somente de suas riquezas materiais acumuladas, mas também das bem aventuranças eternas.
O apóstolo Paulo considera estas pessoas como marinheiros em uma tempestade; devido a força conjunta dos ventos, das ondas e da maré, são elas violentamente projetadas contra as rochas, o barco é despedaçado, e, em um momento, são todos engulidos no grande abismo.
Essa é a sorte inevitável daqueles que a qualquer custo querem ser ricos. Embora venham a esforçar-se por concretizar os seus desejos por quaisquer meios; essa é a insensatez, e esse é o perigo daqueles que se arriscam a ser ricos a qualquer custo. como nos adverte os provérbios: “Não te fatigues para seres rico: não apliques nisso a tua inteligência” (Pv 23.4).
É bom salientar que riquezas em si, não é pecado, mas, uma bênção de Deus – “E o Senhor virou o cativeiro de Jó enquanto orava pelos seus amigos: E o Senhor acrescentou outro tanto em dobro a tudo quanto possuía.
"Então, vieram a ele todos os seus amigos e todas as suas irmãs e todos quanto dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoerarm dele, e o consolaram de todo mal que o Senhor lhe havia enviado. E cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro. E, assim, abençoou o Senhor o último estado de Jó mais do que o primeiro....” (Jó 42.10-17).
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.5.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.
SILVA. Severino Pedro. A igreja e as sete colunas da Sabedoria. Rio de Janeiro, 2010. Editora CPAD.
Bíblias de Estudo Almeida.
Bíblia de Estudo de Genebra.


Nenhum comentário:

Postar um comentário