Subsídios
para o Ensino da Lição: Pr. João
Barbosa
Texto da Lição: Provérbios 6.1-5
I -
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
- Definir
fiador, empréstimo, usura e suborno.
- Decidir usar
corretamente o dinheiro.
- Buscar o equilíbrio financeiro.
I -
INTRODUÇÃO
O apóstolo Paulo chamou a atenção de Timóteo quanto ao cuidado que se
deve ter com dinheiro, afim de que o dinheiro seja sempre um servo e nunca um
senhor – “Porque o amor ao dinheiro é a
raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se
traspassaram a si mesmo com muitas dores” (1Tm 6.10).
A expressão “amor ao dinheiro” é
a tradução do vocábulo grego philaguria,
cuja tradução mais literal quer dizer simpatia pela prata; porém, prata, no
contexto, representa dinheiro, pois, naquele tempo, muitas moedas de valor eram
feitas de prata.
O amor ao dinheiro é uma das mais poderosas forças destruidoras, ficando
assim justificado o autor sagrado em seu exagero; pois, após mais detido exame,
fica evidente que não há nenhum exagero nessa expressão.
Também é verdade que não existe
mal a que não possa ser conduzido pelo dinheiro. Ainda que não possa em todos
os casos ser levados a todos os males através do dinheiro. Seja como for, o
dinheiro abre caminho para bom número de males, mergulhando os homens na ruína.
Portanto, tal cobiça pode ser reconhecida como uma dentre as várias
raízes do mal. Há um provérbio grego que alguns atribuem à Biom e outros à
Demócrito que diz: “O amor ao dinheiro é a cidade-mãe ou origem de todos os
males”.
O amor ao dinheiro é um incentivo para grandes transgressões. Certamente
que hoje em dia ninguém precisa de provas para o fato de que homens e mulheres
cometem muitos pecados ou crimes por causa de dinheiro.
O vocábulo raiz no grego significa riza.
Esta palavra foi usada metaforicamente pelo apóstolo Paulo para explicar a
origem ou o ponto inicial, ou a motivação que dá origem a todos os males
oriundos do amor ao dinheiro como: a cobiça – no grego orego, que significa aspirar, esforçar-se.
Aqueles que vivem se
esforçando atrás das riquezas, exercitando-se cobiçosamente atrás delas, desviam-se
finalmente da fé e caem em uma armadilha onde muitas projeções pontiagudas os
despedaçam (1Tm 6.10).
III – DESENVOLVIMENTO
1. O cuidado com as fianças e
empréstimo – De acordo com pesquisa realizada
no site academico.direito-rio.fgv.br/wiki/Fiança,
tal negócio é uma espécie de garantia pessoal, que sempre se traduz em contrato acessório que tem por
fim assegurar que um contrato principal seja cumprido. A partir dela, um
terceiro se compromete a cumprir com uma obrigação caso o devedor original
desta não a cumpra.
É um contrato unilateral, em regra gratuito, e
solene. A fiança como contrato é definida como “convencional”, justamente pelo
fato de ser ajustada através daquele instrumento jurídico. Frequentemente presente nos contratos
de locação, a fiança cria vínculos jurídicos apenas entre o fiador e o locador.
Este, esperando se resguardar de possíveis inadimplementos
contratuais, estipula que o locatário deverá nomear um fiador. Logicamente, só
aceitará fazer parte do contrato de fiança uma pessoa que conheça com certa
intimidade o locatário, pois ela passará a responder com todo seu patrimônio
perante as dívidas oriundas do contrato de locação.
A fiança não pode ser mais onerosa que a dívida existente
perante o credor. Existindo cônjuge, o fiador deve observar determinadas
previsões legais. Caso estejam sob regime de comunhão total ou parcial, faz-se
necessária a anuência do cônjuge, uma vez que todo o patrimônio do casal
passará a responder pelas dívidas do devedor.
Se o regime for o de separação total, a anuência é
dispensável. Nas hipóteses de impossibilidade de anuência, o juiz poderá suprir
tal falta. Art. 1647, III + Art. 1648 CC.
O contrato não pode ser verbal, como disposto no art. 819 CC
e na súmula 214 do Superior Tribunal de Justiça. O art. 820 do CC traz o denominado
“benefício de ordem”, a partir do qual se entende que a dívida deverá ser
cobrada, primeiramente, do “devedor principal”, e, caso este não pague, o
fiador poderá ser chamado a responder pelas dívidas.
A lei prevê a exigência de três requisitos para que um
terceiro possa figurar como fiador, sendo: Idoneidade;
Domicílio no município; e ter bens suficientes para que possa quitar as dívidas
do contrato principal.
O contexto de Provérbios 6.1 - “Filho meu, ficaste por fiador do teu companheiro, se deste a tua mão
ao estranho, enredaste-te com as palavras da tua boca, prendeste-te com as
palavras da tua boca”. Por trás dessa tradução portuguesa há uma expressão
hebraica, “bater as mãos”, que era acompanhada por gestos como o nosso apertar
de mãos, na atualidade ao se fechar um negócio.
Nesse caso, o homem teve misericórdia de um amigo em dívida
ou em situação de falta de crédito, comprometendo-se ajudar com o seu crédito e
assumir o dívida em troca dos seus bens, caso o amigo não corresponda com
o compromisso assumido.
O fiador assumisse a dívida de outrem, em sua má barganha, podia
perder até mesmo a cama em que dormia. Então o fiador deve ser prudente, o
bastante para prevê um possível desastre em que provavelmente esteja se envolvendo
– “Não estejas entre os que dão as mãos e
entre os que ficam por fiadores de dívidas. Se não tens com que pagar, porque
tirariam a tua cama de debaixo de ti:” (Pv 22.26,27).
2. O
cuidado com o lucro fácil – Partindo-se de um conceito mais moderno, segundo
pesquisa na http://pt.wikipedia.org/wiki/Usura,
em síntese, o lucro fácil
cognominado por usura, é entendido como a cobrança
de remuneração abusiva pelo uso do capital, ou seja, quando da cobrança de um
empréstimo pecuniário (ou seja, em dinheiro),
são cobrados juros excessivamente
altos, o que lesa o devedor. É prática repudiada socialmente, sendo considerada
conduta criminosa por diversos ordenamentos jurídicos, inclusive o brasileiro (Lei da Usura).
A usura está intimamente ligada à cobrança excessiva de juros e, por
isso, constitui crime no Direito Penal brasileiro;
aquele que pratica
O povo de Israel se distinguia
das demais nações pagãs, pois não havia tratamento desigual. Dinheiro
emprestado a um cidadão hebreu, que era irmão de fé no Yahwismo, não podia ser emprestado a juros, mas, um empréstimo a
gentios podia haver cobranças de juros, porém sem usura.
A maioria dos empréstimos, em
Israel, serviam ao propósito de aliviar algum tipo de necessidade para com o
próximo ou irmão. Pelo que era uma obra de caridade ou fraternal. E num ato de
caridade não se deve cobrar juros.
“Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te
haverás com ele como um usurário, não lhe porás usura. Se tomares em penhor a
veste do teu próximo, lho restituirás antes do pôr do sol...” (Ex 22.25-27)
Empréstimos feitos a pagãos
estavam relacionados ao comércio internacional. E isto era uma questão de
negócio e não de caridade. Durante a idade média, quando aos judeus, em alguns
países, era negado o direito de possuírem terras, essa lei permitia-lhes
ingressar na atividade bancária.
3. O uso correto do dinheiro – Um problema que
deve ser evitado a todo custo quando se lida com o dinheiro, é o suborno. A
palavra hebraica shohad, traduzida
como suborno, mantém o sentido na língua original de dar presente, dádiva,
recompensa, incentivo.
O expositor bíblico Victor P. Hamilton, comentando sobre o sentido desta
palavra no AT, destaca que, proibições de
receber suborno presumivelmente imposta aos juízes se encontram nos textos
legais do pentateuco em Ex 23.8; Dt 26.19. Mesmo que os dois versículos comecem de
modo semelhante, Dt 26.19, determina: “O
suborno cega os olhos dos sábios”.
Nos dias de Isaias havia uma corrupção moral e ética no reino de Judá,
por isso o profeta os repreende: “Os teus príncipes são rebeldes e companheiros
de ladrões; cada um deles ama os subornos e corre atrás de salários; não fazem
justiça ao órfão, e não chegam perante eles a causa da viúva". (Is 1.23).
No cap. 5.23 – O profeta ainda alerta: “Ai dos que justificam o ímpio
por presentes e ao justo negam justiça. Enquanto em Mq 3.11 – O profeta que também
foi contemporâneo de Isaias adverte aos homens de Judá “Os seus chefes dão a
sentença por presentes e os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus
profetas advinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não
está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá. (Mq 3.11).
Caso o preço seja aceito, um suborno pode até mesmo produzir um
assassino de aluguel que matará uma pessoa inocente (Dt 27.25; Ez 22.12; Sl
26.10), ou, no mínimo perverterá o julgamento (Pv 17.23). Somente aquele que
desiste de uma violação tão flagrante da lei moral quanto cerimonial pode
permanecer na presença de Deus (2Cr 19.7; Sl 15.5; Is 35.15).
4. Buscando o equilíbrio
financeiro – Diz o sábio, duas coisas peço: "Não mas negues antes que eu morra:
Afasta de mim a falsidade e as mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza;
para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga:
Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de
Deus" (Pv 30.8,9). Esta passagem bíblicas ilustra muito bem, uma vida
equilibrada. Os dois pedidos, se convergem num só. E dizem respeito à caráter e
às circunstância que são um perigo para o caráter.
Agur, ora para que Deus o impeça de tornar-se falso e autossuficiente.
Ele quer ser honesto em todas as suas relações, e pede a Deus uma vida de
bênçãos materiais equilibrada. No seu raciocínio ele expressa o seguinte: Se eu
tiver muito. Posso me sentir independente de Deus (Dt 8.11-134), e se eu tiver pouco,
poderia vir a roubar, e assim profanar o santo nome de Deus (Mt 6.11; 1Tm 6.8).
IV – CONCLUSÃO: A busca desenfreada pelo desejo de enriquecer pode
originar insatisfação e todo mal. Por conseguinte, é importante que cada homem
de Deus possa combater contra as próprias emoções, especialmente o desejo, o
prazer, a tristeza e o medo. Essas são as quatro faltas máximas de que um
homem deveria corrigir-se. Portanto, é o desejo de ficar rico que abre
caminho para as comportas pelas quais se derramam muitos outros desejos
insensatos e perniciosos, que submergem o indivíduo em total ruína. E isso se torna uma armadilha do Diabo (1Tm 6.9), que procura enredar os homens visando
a sua destruição.
É
importante que nos lembremos dos trechos de Lc 12.16 e 16.19, onde se vê que os
ricos são privados de seus bens mediante a morte. Não somente de suas riquezas
materiais acumuladas, mas também das bem aventuranças eternas.
O
apóstolo Paulo considera estas pessoas como marinheiros em uma tempestade;
devido a força conjunta dos ventos, das ondas e da maré, são elas violentamente
projetadas contra as rochas, o barco é despedaçado, e, em um momento, são todos
engulidos no grande abismo.
Essa
é a sorte inevitável daqueles que a qualquer custo querem ser ricos. Embora
venham a esforçar-se por concretizar os seus desejos por quaisquer meios; essa
é a insensatez, e esse é o perigo daqueles que se arriscam a ser ricos a
qualquer custo. como nos adverte os provérbios: “Não te fatigues para
seres rico: não apliques nisso a tua inteligência” (Pv 23.4).
É
bom salientar que riquezas em si, não é pecado, mas, uma bênção de Deus – “E o
Senhor virou o cativeiro de Jó enquanto
orava pelos seus amigos: E o Senhor acrescentou outro tanto em dobro a tudo
quanto possuía.
"Então,
vieram a ele todos os seus amigos e todas as suas irmãs e todos quanto dantes o
conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoerarm dele, e o
consolaram de todo mal que o Senhor lhe havia enviado. E cada um deles lhe deu
uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro. E, assim, abençoou o
Senhor o último estado de Jó mais do que o primeiro....” (Jó 42.10-17).
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º.
Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal –
CPAD
DAVIS, John. Novo Dicionário da
Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora
Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos
para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio
de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.5.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e
Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008.
Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos –
Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da
Vida.
SILVA. Severino Pedro. A igreja e as
sete colunas da Sabedoria. Rio de Janeiro, 2010. Editora CPAD.
Bíblias de Estudo Almeida.
Bíblia de Estudo de Genebra.
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