Subsídios
para o Ensino da Lição: Pr. João
Barbosa
Texto da Lição: Provérbios
1.1-6
I -
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
- Conhecer o conceito geral dos
livros de Provérbios e Eclesiastes.
- Identificar as fontes da sabedoria dos sábios antigos.
- Compreender o propósito da sabedoria ensinada em
Provérbios e Eclesiastes.
II -
INTRODUÇÃO
São bons conselhos que revelam a sabedoria divina. A sabedoria é um
atributo de Deus e um presente especial de Deus aos homens (At 6.10; Ef 1.17).
Jesus Cristo é a sabedoria personificada – “Em
quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2.3).
Deus tornou conhecida a sua sabedoria na natureza e na revelação. Ele
abre à intuição humana se um homem for piedoso e estiver em busca de um caminho
mais alto (Is 5.8; Rm 11.33). O livro de Provérbios, por sua vez, é um registro
de sabedoria.
Se lido do ponto de vista do homem, é apenas um livro de sabedoria
humana, falando de guardar a lei e de toda ética humana, visando aperfeiçoar o
caráter do homem, e tornando-o uma pessoa moralmente justa. Mas se lido com
revelação espiritual, veremos que a verdadeira sabedoria é Cristo – “Em quem estão escondidos todos os tesouros
da sabedoria e da ciência”.
Portanto, aqueles que estão em Cristo e dele se utilizam para viver,
terá uma vida humana elevada, perfeita e totalmente agradável a Deus como a
vida que Cristo teve na terra (Mt 2.17; 1Pe 2.21-23).
III –
DESENVOLVIMENTO
1. Jóias da literatura sapiencial – Grande parte dos
teólogos e comentaristas que escreve sobre o livro dos Provérbios, acha
necessário incluir à estrutura, o título de “Os autores de Provérbios”. Pois o
próprio livro indica que houve vários escritores e que estes escritos não foram
apresentados em ordem específica.
Tradicionalmente o volume maior do livro de Provérbios tem sido atribuído a
Salomão, filho de Davi e rei de Israel (Pv 1.1.) – Provérbios de Salomão (Pv 10.1) e Provérbios
de Salomão – “Também estes são Provérbios
de Salomão, os quais transcreveram os homens de Ezequias, rei de Judá” (Pv 25.1).
O próprio livro de Provérbios menciona dois
outros autores, a saber: Agur (Pv 30.1) e Lemuel (Pv 31.1). Salomão não reuniu
todos os seus Provérbios, formando um único volume. Ele deixara muitos de seus
provérbios dispersos, que séculos mais tarde os escribas do rei Ezequias
coligiram. Se juntarmos a isso as palavras de Agur e de Lemuel teremos o que é
hoje o livro de Provérbios.
A narrativa bíblica sobre a vida de Salomão em
1Re 3.4-13; 4.30-34 e 2Cr 9.1-24, dá para entendermos a sabedoria e
versatilidades inigualáveis de Salomão, na composição de afirmações de
sabedoria. O livro de Provérbios como conhecemos hoje deve ter sido formado
desta forma nos dias do rei Ezequias (Pv 25.1), lá pelos idos de 687 a.C.
2. A sabedoria dos antigos – A paz e a prosperidade que caracterizaram o
período do governo de Salomão ajustam-se bem ao desenvolvimento de uma
sabedoria reflexiva, e à produção de obras literárias desta natureza.
As trinta declarações dos sábios em 22.17 –
24.23, contêm similaridades com as trinta seções “da sabedoria de Amenemope”, produzida
no Egito e que eram mais ou menos contemporânea à época de Salomão rei de
israel. Por semelhante modo, a personificação da sabedoria, tão proeminente
nos capítulos 1 – 9, como podemos ver no cap. 1.20; 3.15-18 e
8.1-36;
O papel desempenhado pelos homens do grande rei
Ezequias (Pv 25.1), indica que importantes seções do livro de Provérbios foram
copilados entre 715 e 687 a.C., em um período de grande renovação espiritual
liderado por aquele grande monarca.
Ezequias tinha grande apreço pelos escritos de
Davi e de Azafe, 2Cr 29.30. Provavelmente neste tempo foram copiladas as
palavras de Agur (Pv 30.1) e Lemuel (Pv 31.1) e também as palavras dos sábios
(Pv 22.17 – 24.22; 24.23-34).
3. As
fontes da sabedoria. Apesar de a
sabedoria ser exaltada como uma virtude por todo o livro de Provérbios, é no seu
oitavo capítulo que encontramos o tratamento da sabedoria como uma
hipostatização. Ao que tudo indica, ali, esse atributo divino aparece como um
ser que inter relaciona-se com os homens (Pv 1.20-33; 8.1-36; 9.1-6,13,18).
A íntima correspondência entre as atividades da
sabedoria no livro de Provérbios, e as atividades de Yahweh em todo o AT, é
algo deveras notável, o clamor da sabedoria. A sabedoria derrama o Espírito
(Pv.1.23).
Deus chama, mas Israel não responde (Pv
1.24-26). O Espírito de Deus é a sabedoria (Pv 8.13; Is 11.2). A sabedoria
promove justiça (Pv 8.15,16; Is 11.3-5). A sabedoria prepara o seu banquete (Pv
9.5).
A vida doméstica é um assunto frequentemente
mencionado no livro dos Provérbios (Pv 18.22; 21.9,19; 27.15,16; 31.30). As
relações entre pais e filhos (Pv 10.1; 17.21,25; 19.18,24; 22.24; 25.17). O
livro de Provérbios apresenta pelo menos quatro tipos de loucos ou tolo:
O primeiro deles é o tolo simples que pode ser
ensinado (Pv 1. 4,22; 7.7,8; 21.11). O segundo tipo de insensato é o insensato imperdenido (Pv 1.7; 10.23; 17.10; 20.3; 27.22). O terceiro tipo é o tolo
arrogante (Pv 3.34; 21.24; 22.10; 29.8). O quarto louco é o brutal – aborrece a
decência e a boa ordem (Pv 17.21; 26.3; 30.22; Sl 14.1).
4. O
propósito da sabedoria. Os seis
primeiros versículos de Provérbios mostram com muita clareza que o propósito do
livro é o cultivo dos valores éticos e morais (Pv 1.1-6). O livro de Provérbios
é rico em ilustrações sobre o comportamento humano e sem dúvida procura
trabalhar o caráter do homem. As amostras de comportamento que se espalha
diante de nossas vistas são equilatadas. Todas elas, por um único critério que
poderia ser resumido na pergunta: Isso é sabedoria?
Em qualquer coisa bem feita a sabedoria deixa a
sua assinatura. “O temor do Senhor é o
princípio da sabedoria” (Pv 1.7). Ao escrever este livro os valores
espirituais também estavam na mente de Salomão. Em Eclesiastes, Salomão nos
mostra que nenhuma moral social se firma se não tiverem valores morais e
espirituais como princípio. Jesus fez amplo uso dos ensinos de Provérbios na
sua doutrinação prática.
Muitas das suas parábolas estão calcadas em seus
ensinos. Por exemplo: A parábola dos primeiros lugares quando convidados para
banquete, está firmemente relacionado com Pv. 25.6,7 onde se lê: “Não te glories no meio dos reis nem te
ponha no meio dos grandes, porque melhor
é que te digam: sobe para aqui, do que seres humilhado diante do príncipe”.
A parábola do rico insensato está retratada em
Pv 27. Jesus em sua conversa com Nicodemos, parece, que copiou a palavra de
Agur, filho de Jaque (Pv 30.4). E quando se refere ao povo, dizendo que a
sabedoria é justificada por seus filhos está citando Provérbios no seu todo.
IV – CONCLUSÃO
Provérbios é dividido em quatro livro:
Primeiro livro: 1.1 – 9.18, que contém dezesseis discursos extensos de
admoestações, advertências e instruções, incluindo dois poemas que personificam
a sabedoria (1.20-23 e 8.1-36).
Segundo livro: 10.1 – 22.16, intitulado Provérbios de Salomão, pleno de
máximas expressivas sob a forma de linhas poéticas paralelas que tratam das
virtudes, dos vícios e de suas consequências.
Terceiro livro: 22.17 – 24.22, que são as admoestações de um professor a
seu aluno, chamado de seu filho. A principal ideia é o treinamento pela
responsabilidade.
Quarto livro: 25.1 – 29.27, também chamado Provérbios de Salomão e com
tipo similar de material, conforme se vê no segundo livro.
Podendo ser encontrado ainda uma série de apêndices que podem ser
identificados em trechos como Pv 30.1-9; 30.10-33; 31.10.31. A passagem de Pv
24.23,34 é considerada o primeiro desses apêndices, por isso, acredita-se que
podem ser encontrados cinco apêndices em Provérbios.
A leitura sapiencial representada no livro de
Provérbios e Eclesiastes, revela que o temor do Senhor é o fundamento de todo o
saber. Ninguém pode ser considerado sábio de fato, se os seus conselhos não
revelam princípios do saber divino. Um sábio não é alguém dotado apenas de
muita informação ou inteligência, mas alguém que aprendeu que o temor do Senhor
é a base de toda a moral social.
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º.
Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal –
CPAD
DAVIS, John. Novo Dicionário da
Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora
Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos
para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio
de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e
Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008.
Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos –
Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da
Vida.
SILVA. Severino Pedro. A igreja e as
sete colunas da Sabedoria. Rio de Janeiro, 2010. Editora CPAD.
Bíblias de Estudo Almeida.
Bíblia de Estudo de Genebra.
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