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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Trabalho e Prosperidade – Lição 03 – 4º. Tri EBD CPAD - 20.10.2013


Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Provérbios 3.9,10; 22.13; 24.30-34            
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.   Compreender as quatro metáforas da lição (do celeiro e do lagar, da formiga, do leão e do espinheiro).
2.   Reconhecer a  importância e o valor do trabalho.
3.   Saber que a prosperidade é fruto da bênção de Deus, mas de muito trabalho também.

II  - INTRODUÇÃO
Um estudo de Provérbios assegura a pessoa de que, como todos os servos de Deus são chamados para temer a Deus e alcançar um coração sábio. Deus é o único soberano criador e governador do universo.
Ele é um Deus de ordem, um Deus supremo, soberano, transcendente, imanente e pessoal. Aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiternos. Amém (1Tm 6.16).
Os escritores de Provérbios refletiram viver num cenário criacional no qual animais domésticos e selvagens tinham cada um seu habitat e seu papel. O reino cósmico criado e governado por Deus também incluía grãos (Pv 1.26; 27.22), e relva (Pv 19.12; 27.25), o feno, o capim.
Referiam-se as aves como sendo símbolo de vida (Pv 3.18; 11.30; 27.18). Vinhedos eram vistos como iniciativa (Pv 31.16), ou falta de iniciativa (Pv 24.30-34). Considere que o que mais os escritores instaram com os leitores foi fazer com que as pessoas pudessem aprender os ensinos de Deus, a fim de o temerem e confiar no Senhor que é o que sustém o homem em todas as coisas – “Para que a tua confiança esteja no Senhor, a ti tás faço saber hoje, sim, a ti mesmo” (Pv 22.19).
Instrução por palavras e exemplos é necessário porque pecadores por natureza não confiam em Deus. Uma pessoa não deve confiar em si; se o faz ela é tola. Da mesma maneira a ganância traz dissensão, mas a prosperidade será a porção daquele/daquela que confia no Senhor (Pv 8.18).

III – DESENVOLVIMENTO
1. A metáfora do celeiro e do lagar (Pv 3.9,10) – Dentre as muitas metáforas usadas por Salomão para se referir ao trabalho, encontramos a metáfora do celeiro e do lagar. Se pudermos entender bem essas metáforas, teremos um perfeito entendimento da natureza do trabalho e como o trabalho nos faz prosperar.
“Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda, e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares” (Pv 3.9,10).
De acordo com Russel Champlin, um lagar era um dispositivo simples que consistia de duas partes. Na parte superior havia a prensa onde eram pisadas as uvas. E na parte inferior se recolhia o suco. 
Portanto, o homem que dá, terá grande abundância de uvas para pisar, e assim poderá recolher imensa quantidade de suco de uvas. Segundo Champlin, se um homem honra ao Senhor cumprindo as leis concernentes aos dízimos, às ofertas, à ajuda aos pobres, coisas requeridas pela lei, então esse homem pode esperar corretamente ter bênçãos materiais e prosperar. Pois é dando que recebemos.
Essa é uma lei espiritual que opera o tempo todo. Os que experimentaram esse método descobriram que ele é funcional. Essa é uma lei espiritual que homens tementes a Deus têm descoberto que isto é válido para todas as épocas. É um aspecto da lei da colheita segundo a semeadura.
Nos dias do AT, os judeus piedosos traziam as primícias de suas plantações ao templo de Jerusalém, para serem usadas pelos sacerdotes e pelos levitas como forma de exprimir tal gratidão a Deus, que lhe dera boa colheita (Dt 1-3, 9,11). 
Havia uma recompensa antecipada para quem cuidasse em primeiro lugar das realidades espirituais que eram ter celeiros cheios de grãos e armazéns repletos de bons vinhos.
Quem não honra ao Senhor com o que tem, terá seus celeiros vazios. Aqueles que trabalham com diligência dentro de sua especialidade alcançarão o sucesso material necessário para satisfazer seus desejos. 
Disse Salomão: “O homem que lavra a terra sacia-se de pão, mas o que segue os levianos sacia-se de pobreza” (Pv 28.19). Nesta citação Salomão adverte que se alguém abandonar os esforços na sua área para seguir os conselhos dos levianos, ou se colocar sob suas influências, essa pessoa estará abandonando o caminho da sabedoria.
Salomão nos garante que aqueles que trabalham com diligência terão cada vez mais sucesso e riqueza, porém o dinheiro que vem fácil demais, sem verdadeiro esforço, quase sempre é perdido – “Fazenda que procede da vaidade diminuirá, mas quem a ajunta pelo trabalho terá aumento” (Pv 23.11).
2. A metáfora da formiga (Pv 6.6-11) – As formigas dão uma lição de economia doméstica – Elas sabem poupar. Em Provérbios 6.6-10, encontramos uma outra metáfora usada por Salomão para ilustrar o valor do trabalho. 
Nessa metáfora ele mostra o contraste existente entre o trabalho das formigas com a inércia do preguiçoso. “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio”.
Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio, prepara o seu pão, na sega ajunta o seu mantimento. “Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? 
Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado”.
Segundo o escritor Antonio Neves de Mesquita, as formigas não têm rei nem senhores, porém devem ter uma grande organização. Elas oferecem uma sabedoria admirável. No verão, se dirigem à lugares distantes, abrem um carreirinho e lá se vão, cada uma carregando um grão de qualquer cereal para seus celeiros subterrâneos. 
No inverno têm o que comer. São uma sociedade trabalhadora, ordeira, cada qual ajudando à outra, num esforço comum, para o bem da coletividade. Que fartura de ensino elas oferecem. Os preguiçosos devem aprender esta lição.
Os pesquisadores descobriram que uma formiga é capaz de transportar algo que equivale até cinco vezes o peso do seu corpo (do livro; “Sábios conselhos para um viver vitorioso” p.37 – GONÇALVES, José).
3. A metáfora do leão (Pv 22.13; 26.13) – Em Provérbios 22.13 lemos: “Diz o preguiçoso: um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas”. Por outro lado Provérbios 26.13 destaca: “Diz o preguiçoso: Um leão está a caminho; um leão está nas ruas. 
Não falta desculpas para quem não quer trabalhar”. A preguiça é o quarto dos sete pecados capitais e ao contrário das expectativas, quarto pecado do espírito, e não o primeiro pecado da carne.
Sua exclusividade está no fato de ser um pecado de omissão e não um pecado de comissão, a ausência de uma atitude positiva, e não a presença de uma atitude negativa. De forma distinta, é o mais moderno dos vícios (um vício ausente na lista grega ou romana e também o mais religioso).
Muitos neste mundo conseguem ir bastante longe na procura de compreender o orgulho, a inveja, a ira, a avareza, a glutonaria e a preguiça, sem fazer qualquer referência a Deus, porém fazer o mesmo com a preguiça muda completamente seu significado original.
A preguiça é muito mais do que indolência, ociosidade física ou estado de letargia viciado em televisão. “Mas perto de ti, meu sofá”, como intitulou Nem York Times. Ela é a condição de desânimo espiritual explícito que desistiu de buscar a Deus, a verdade, o bom e o belo.
4. O trabalho e a metáfora dos espinheiros (Pv 24.30-34) – A última metáfora contrastando a preguiça com o trabalho que encontramos em Provérbios é a da figura dos espinheiros. Como nas outras metáforas, aqui também o sábio fala da falta de dedicação ao trabalho por parte do preguiçoso. 
“Passei pela vinha do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento; eis que tudo estava cheio de espinhos”.
A fazenda do preguiçoso estava cheio de espinhos. Em vez de legumes, havia espinheiros. O capítulo oito do evangelho de Lucas mostra que uma das razões de a semente não ter frutificado foi porque esta foi sufocada pelos espinhos . (Lc 8.7).
Se o lavrador não demonstrar diligência na sua lavoura, os espinhos e as ervas daninhas tomam conta da mesma. É o que acontece com a roça do preguiçoso. 
“Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado(Pv 24.30-34).
IV – CONCLUSÃO
Quem lê o livro de Provérbios sem muita atenção fica com a impressão de que Salomão exalta o trabalho e não deixa espaço para o lazer. Se por um lado o sábio exalta o valor do trabalho nos provérbios, por outro ele mostra que há também espaço para o lazer. 
Isso fica mais claro no seu livro de Eclesiastes. Todavia o que deve ser observado é que mesmo no nosso trabalho podemos encontrar satisfação alegria e prazer.
O lazer, portanto, pode ser obtido quando nos vemos e nos reconhecemos naquilo que fazemos. Diz o filósofo Mário Sérgio Portella: “Precisamos ver o trabalho como algo no qual nos reconhecemos e não como um castigo que merecemos”.
Em uma exposição sobre as várias concepções que as sociedades atribuíram ao trabalho ao longo da história, diz ele: “Etmologicamente, a palavra trabalho em latim é labor. A ideia de tribalium aparecerá dentro do latim vulgar como sendo, de fato, forma de castigo”.
Mas a gente tem de substituir isso pela ideia de obra, que os gregos chamavam de poiesis, que significa minha obra, aquilo que faço, que construo, em que me vejo. A minha criação, na qual crio a mim mesmo na medida em que crio no mundo...
Porque um bombeiro que ganha pouco e trabalha de uma maneira contínua em algo que a maioria de nós não gostaria de fazer, volta para casa cansado, mas de cabeça erguida por causa do sentido que ele vê no que faz, por causa da obra honesta a serviço do outro, independente do status desse outro, da origem, da etnia, ou da escolaridade.


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.
SILVA. Severino Pedro. A igreja e as sete colunas da Sabedoria. Rio de Janeiro, 2010. Editora CPAD.
Bíblias de Estudo Almeida.

Bíblia de Estudo de Genebra.

Um comentário:

  1. Louvo a Deus por esta belíssima ajuda aos professores da escola bíblica dominical. é de uma grande valia.

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