Subsídios
para o Ensino da Lição: Pr. João
Barbosa
Texto da Lição: Provérbios 3.9,10;
22.13; 24.30-34
I -
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1. Compreender
as quatro metáforas da lição (do celeiro e do
lagar, da formiga, do leão e do espinheiro).
2.
Reconhecer a importância e o valor do trabalho.
3.
Saber que a prosperidade é
fruto da bênção de Deus, mas de muito trabalho também.
II -
INTRODUÇÃO
Um estudo de Provérbios assegura a pessoa de que, como todos os servos
de Deus são chamados para temer a Deus e alcançar um coração sábio. Deus é o único
soberano criador e governador do universo.
Ele é um Deus de ordem, um Deus supremo, soberano, transcendente,
imanente e pessoal. Aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz
inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e
poder sempiternos. Amém (1Tm 6.16).
Os escritores de Provérbios refletiram viver num cenário criacional no
qual animais domésticos e selvagens tinham cada um seu habitat e seu papel. O
reino cósmico criado e governado por Deus também incluía grãos (Pv 1.26; 27.22),
e relva (Pv 19.12; 27.25), o feno, o capim.
Referiam-se as aves como sendo símbolo de vida (Pv 3.18; 11.30; 27.18). Vinhedos
eram vistos como iniciativa (Pv 31.16), ou falta de iniciativa (Pv 24.30-34). Considere
que o que mais os escritores instaram com os leitores foi fazer com que as
pessoas pudessem aprender os ensinos de Deus, a fim de o temerem e confiar no
Senhor que é o que sustém o homem em todas as coisas – “Para que a tua confiança esteja no Senhor, a ti tás faço saber hoje,
sim, a ti mesmo” (Pv 22.19).
Instrução por palavras e exemplos é necessário porque pecadores por
natureza não confiam em Deus. Uma pessoa não deve confiar em si; se o faz ela é
tola. Da mesma maneira a ganância traz dissensão, mas a prosperidade será a
porção daquele/daquela que confia no Senhor (Pv 8.18).
III – DESENVOLVIMENTO
1. A metáfora do celeiro e do
lagar (Pv 3.9,10) – Dentre as muitas metáforas usadas por Salomão para
se referir ao trabalho, encontramos a metáfora do celeiro e do lagar. Se
pudermos entender bem essas metáforas, teremos um perfeito entendimento da
natureza do trabalho e como o trabalho nos faz prosperar.
“Honra ao Senhor com
os teus bens e com as primícias de toda a tua renda, e se encherão fartamente
os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares” (Pv 3.9,10).
De
acordo com Russel Champlin, um lagar era um dispositivo simples que consistia
de duas partes. Na parte superior havia a prensa onde eram pisadas as uvas. E
na parte inferior se recolhia o suco.
Portanto, o homem que dá, terá grande
abundância de uvas para pisar, e assim poderá recolher imensa quantidade de
suco de uvas. Segundo Champlin, se um homem honra ao Senhor cumprindo as leis
concernentes aos dízimos, às ofertas, à ajuda aos pobres, coisas requeridas
pela lei, então esse homem pode esperar corretamente ter bênçãos materiais e
prosperar. Pois é dando que recebemos.
Essa
é uma lei espiritual que opera o tempo todo. Os que experimentaram esse método
descobriram que ele é funcional. Essa é uma lei espiritual que homens tementes
a Deus têm descoberto que isto é válido para todas as épocas. É um aspecto da
lei da colheita segundo a semeadura.
Nos
dias do AT, os judeus piedosos traziam as primícias de suas plantações ao templo
de Jerusalém, para serem usadas pelos sacerdotes e pelos levitas como forma de
exprimir tal gratidão a Deus, que lhe dera boa colheita (Dt 1-3, 9,11).
Havia
uma recompensa antecipada para quem cuidasse em primeiro lugar das realidades
espirituais que eram ter celeiros cheios de grãos e armazéns repletos de bons
vinhos.
Quem
não honra ao Senhor com o que tem, terá seus celeiros vazios. Aqueles que
trabalham com diligência dentro de sua especialidade alcançarão o sucesso
material necessário para satisfazer seus desejos.
Disse Salomão: “O homem que lavra a terra sacia-se de pão, mas
o que segue os levianos sacia-se de pobreza” (Pv 28.19). Nesta citação Salomão
adverte que se alguém abandonar os esforços na sua área para seguir os
conselhos dos levianos, ou se colocar sob suas influências, essa pessoa estará
abandonando o caminho da sabedoria.
Salomão nos garante que aqueles que trabalham com diligência terão cada
vez mais sucesso e riqueza, porém o dinheiro que vem fácil demais, sem
verdadeiro esforço, quase sempre é perdido – “Fazenda que procede da vaidade diminuirá, mas quem a ajunta pelo
trabalho terá aumento” (Pv 23.11).
2. A metáfora da formiga (Pv 6.6-11) – As formigas dão uma lição de economia doméstica –
Elas sabem poupar. Em Provérbios 6.6-10, encontramos uma outra metáfora usada
por Salomão para ilustrar o valor do trabalho.
Nessa metáfora ele mostra o contraste
existente entre o trabalho das formigas com a inércia do preguiçoso. “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera
os seus caminhos e sê sábio”.
Não
tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio, prepara o seu pão, na
sega ajunta o seu mantimento. “Ó preguiçoso,
até quando ficarás deitado?
Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um
pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um
ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado”.
Segundo
o escritor Antonio Neves de Mesquita, as formigas não têm rei nem senhores, porém
devem ter uma grande organização. Elas oferecem uma sabedoria admirável. No verão,
se dirigem à lugares distantes, abrem um carreirinho e lá se vão, cada uma
carregando um grão de qualquer cereal para seus celeiros subterrâneos.
No
inverno têm o que comer. São uma sociedade trabalhadora, ordeira, cada qual
ajudando à outra, num esforço comum, para o bem da coletividade. Que fartura de
ensino elas oferecem. Os preguiçosos devem aprender esta lição.
Os pesquisadores
descobriram que uma formiga é capaz de transportar algo que equivale até cinco
vezes o peso do seu corpo (do livro; “Sábios
conselhos para um viver vitorioso” p.37 – GONÇALVES, José).
3.
A metáfora do leão (Pv 22.13; 26.13) – Em Provérbios 22.13 lemos: “Diz o preguiçoso: um leão
está lá fora; serei morto no meio das ruas”. Por outro lado Provérbios 26.13
destaca: “Diz o preguiçoso: Um leão está a caminho; um leão está nas ruas.
Não
falta desculpas para quem não quer trabalhar”. A preguiça é o quarto dos sete
pecados capitais e ao contrário das expectativas, quarto pecado do espírito, e
não o primeiro pecado da carne.
Sua exclusividade está no fato de ser um pecado de omissão e não um
pecado de comissão, a ausência de uma atitude positiva, e não a presença de uma
atitude negativa. De forma distinta, é o mais moderno dos vícios (um vício ausente
na lista grega ou romana e também o mais religioso).
Muitos neste mundo conseguem ir bastante longe na procura de compreender
o orgulho, a inveja, a ira, a avareza, a glutonaria e a preguiça, sem fazer
qualquer referência a Deus, porém fazer o mesmo com a preguiça muda
completamente seu significado original.
A preguiça é muito mais do que indolência, ociosidade física ou estado
de letargia viciado em televisão. “Mas
perto de ti, meu sofá”, como intitulou Nem York Times. Ela é a condição de
desânimo espiritual explícito que desistiu de buscar a Deus, a verdade, o bom e
o belo.
4.
O trabalho e a metáfora dos espinheiros (Pv 24.30-34) – A última metáfora contrastando
a preguiça com o trabalho que encontramos em Provérbios é a da figura dos
espinheiros.
Como nas outras metáforas, aqui também o sábio fala
da falta de dedicação ao trabalho por parte do preguiçoso.
“Passei pela vinha do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de
entendimento; eis que tudo estava cheio de espinhos”.
A fazenda do preguiçoso estava
cheio de espinhos. Em vez de legumes, havia espinheiros. O capítulo oito do
evangelho de Lucas mostra que uma das razões de a semente não ter frutificado
foi porque esta foi sufocada pelos espinhos . (Lc 8.7).
Se o lavrador não demonstrar
diligência na sua lavoura, os espinhos e as ervas daninhas tomam conta da
mesma. É o que acontece com a roça do preguiçoso.
“Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para
encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e
a tua necessidade, como um homem armado” (Pv 24.30-34).
IV – CONCLUSÃO
Quem lê o livro de Provérbios sem muita atenção fica com a impressão de
que Salomão exalta o trabalho e não deixa espaço para o lazer. Se por um lado o
sábio exalta o valor do trabalho nos provérbios, por outro ele mostra que há
também espaço para o lazer.
Isso fica mais claro no seu livro de Eclesiastes.
Todavia o que deve ser observado é que mesmo no nosso trabalho podemos
encontrar satisfação alegria e prazer.
O lazer, portanto, pode ser obtido quando nos vemos e nos reconhecemos
naquilo que fazemos. Diz o filósofo Mário Sérgio Portella: “Precisamos ver o
trabalho como algo no qual nos reconhecemos e não como um castigo que merecemos”.
Em uma exposição sobre as várias concepções que as sociedades atribuíram
ao trabalho ao longo da história, diz ele: “Etmologicamente, a palavra trabalho
em latim é labor. A ideia de tribalium
aparecerá dentro do latim vulgar como sendo, de fato, forma de castigo”.
Mas a gente tem de substituir isso pela ideia de obra, que os gregos chamavam de poiesis,
que significa minha obra, aquilo que faço, que construo, em que me vejo. A minha
criação, na qual crio a mim mesmo na medida em que crio no mundo...
Porque um bombeiro que ganha pouco e trabalha de uma maneira contínua em
algo que a maioria de nós não gostaria de fazer, volta para casa cansado, mas
de cabeça erguida por causa do sentido que ele vê no que faz, por causa da obra
honesta a serviço do outro, independente do status desse outro, da origem, da
etnia, ou da escolaridade.
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º.
Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal –
CPAD
DAVIS, John. Novo Dicionário da
Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora
Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos
para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio
de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e
Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008.
Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos –
Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da
Vida.
SILVA. Severino Pedro. A igreja e as
sete colunas da Sabedoria. Rio de Janeiro, 2010. Editora CPAD.
Bíblias de Estudo Almeida.
Bíblia de Estudo de Genebra.
Louvo a Deus por esta belíssima ajuda aos professores da escola bíblica dominical. é de uma grande valia.
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