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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O Sacrifício que Agrada a Deus - Lição 13 - 3º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 29.09.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Filipenses 4.14-23              
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.    Compreender como foi  a participação da igreja de Filipos nas tribulações de Paulo.
2.    Explicar o ato de reminiscência entre Paulo e os filipenses.
3.    Analisar a oblação e a generosidade dos filipenses.

II  - INTRODUÇÃO
A palavra oblação na cultura religiosa judaica, faz parte dos vários tipos de ofertas que existiam em alguns atos rituais e litúrgicos na relação do povo de Israel para com Deus. Cada oferta tinha sua finalidade e a sua importância na liturgia judaica. 
Havia dois tipos de ofertas: As ofertas expiatórias e as ofertas de consagração. As ofertas expiatórias eram identificadas como ofertas pelo pecado (Lv 4. 1-35; 6.24-30) e oferta pela culpa (Lev 5. 14-16; 7.1-7).
 As ofertas de consagração eram identificadas como holocausto “aquilo que sobe” – que significava a entrega total da pessoa a Deus, em que o animal não podia ser partido (Lv 1.3-17; 6.8-13), e as ofertas de manjares – oblação. 
Esse termo no latim é oblato, “algo oferecido”. Designava a oferta oferecida ao Senhor, tanto o que era movido quanto o que era derramado no altar (Lv 2.4; Nm 15.7-10).
Nas Escrituras aparecem as palavras hebraicas: gorban, referindo-se à oferta apresentada (Lv 2.4,7,9,10) e terumah, que significa mover. Refere-se a algo tirado de alguém para ser oferecido a Deus, para manutenção do santuário e dos ministros (Is 40.20; Ez 44.30; 45.1) e massekah – derramamento, uma libação, referindo-se ao azeite, ao leite, a água, ao mel e ao vinho, que eram derramados como ofertas.
III – DESENVOLVIMENTO
1. A participação da igreja nas tribulações de Paulo (Fp 4.14).Paulo disse aos filipenses: “Fizestes bem (v.14). Ele estava não só elogiando, mas interpretando o gesto amoroso dos filipenses como a participação em suas aflições. No texto grego, a expressão é Kalospoiein, que significa “vós agistes bem”. 
A participação dos filipenses nas suas tribulações segundo o sentimento do coração de Paulo era um dos modos ou uma das formas de Deus agir em seu favor a fim de fortalecê-lo. Era, também, uma demonstração da obra regeneradora do Espírito Santo na vida dos irmãos.
O que Paulo queria passar para os irmãos em Filipos era que em sua penúria material ele não se sentia pobre, e na abundância, ele usufruía daquilo que Deus dava de consciência tranquila. 
Paulo não apenas aprendeu a não levar em conta as circunstâncias adversas, os apetites e desejos naturais, porque podia dizer: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”.
No v.15, Paulo declara que, provavelmente, doze anos atrás, no início da obra em Filipos e em toda Ásia Menor, nenhuma igreja da Macedônia o ajudou com qualquer donativo para sustentá-lo. Somente a igreja de Filipos teve a iniciativa de ajudá-lo e, por isso, ele era agradecido a Deus e aos filipenses.
O compartilhamento da igreja no sustento de seus obreiros implica contribuir para a causa de Cristo. Era uma demonstração de maturidade espiritual da igreja, e não uma imposição para que as pessoas o sustentasse. 
Paulo sabia que havia entre os irmãos os recalcitrantes e fracos na fé que sempre interpretavam e julgavam seu ministério de forma maldosa. Entretanto, ele não levava em conta essas oposições, uma vez que tantos outros eram fiéis, leais e entendiam o seu ministério. 
Os filipenses viam o ministério de Paulo como uma santa oblação para suas vidas. Por isso, cooperavam em tudo que podiam. Era, de fato, uma prática demonstrada desde os dias da igreja pós Pentecostes. E, agora, a igreja de Filipos fazia o mesmo com muito amor e consideração ao apóstolo (At 4.42-47).
2. Reminiscência: Ato de dar e receber (Fp 4.15-17). – Em relação à liderança, deve haver todo cuidado com as tentações das dádivas e do dinheiro e, nesse sentido, Paulo era cuidadoso. 
Os servos de Deus que pregam e ensinam nas igrejas, e que dependem das ofertas para o seu sustento, ou mesmo os que pastoreiam igrejas e/ou aqueles que exercem o ministério da Palavra com itinerância, precisam ter cuidado com o amor ao dinheiro. 
O sábio Salomão declarou: “O que amar o dinheiro nunca se fartará dele” (Ec 5.10). E Paulo adverte que o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmo com muitas dores (1Tm 6.10).
As igrejas devem respeitar e amar os que vivem apenas do ministério, mas estes  não devem permitir que o dinheiro os escravizem e se tornem senhor de suas vidas. O dar e receber está dentro do contexto da mordomia cristã que une trabalho e recompensa com a finalidade de colocar o Reino de Deus em primeiro lugar.
É preciso haver um total desprendimento material daqueles que servem na obra de Deus. Os crentes filipenses sentiam comunhão com Paulo, em sua aflição comum. Sentiam a tensão da situação do aspóstolo e fizeram o que estava ao seu alcance, como se eles mesmos estivesse afligido.
Essa é a indicação do verbo aqui usado, sunkoinoneo, que quer dizer associar-se com, compartilhar, ser sócio em. Na forma nominal, essa palavra era usada para indicar os colegas obreiros nas lides do evangelho. 
Paulo afirma que os crentes filipenses compartilharam com a sua aflição. Os crentes filipenses haviam demonstrado a regra da preocupação fraternal, a lei do amor, o princípio normativo da família de Deus. 
As ofertas às missões deveriam ser encaradas sob esse prisma; e é uma afirmativa geral verdadeira que quando Deus toma conta de nossos corações, também conquista nosso bolso.
Aqueles que assim contribuem fazem bem; e nenhuma dádiva dessa natureza deixará de ser reconhecida e recompensada por Deus, porquanto até mesmo um copo de água fria e dado em seu nome, não deixará de receber galardão, segundo se apreende em Mt.10.42
 – “E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequeninos, em nome de discípulo, em verdade vos digo, que de modo algum perderá o seu galardão”.
3. A oblação de amor e saudações finais – Oblação de modo mais explícito já sabemos que se trata de uma palavra típica da vida religiosa dos judeus nos tempos do AT. Vários tipos de ofertas faziam parte do sistema sacrificial dos filhos de Israel em suas peregrinações no deserto e posteriormente em Canaã.
Esta palavra está contida no contexto da expressão “cheiro de suavidade e sacrifício agradável” (v.!8). O sentido da palavra é: “dádiva, oferta” que se oferecia nos atos de entrega a Deus, conforme já mencionamos anteriormente – oferta de consagração. 
Portanto, entre todos os tipos de ofertas do sistema sacrificial, a oblação é a oferta de algo comestível. Fruto da gratidão pelas provisões materiais da parte de Deus ao seu povo.
Essas ofertas não eram queimadas nem podiam ser comidas “aleatoriamente”. Paulo usa a expressões do culto a Deus e diz que a oferta dos filipenses era cheiro suave, como sacrifício agradável a Deus.  
A expressão cheiro suave encontramos repetidamente no AT, a começar pelo sacrifício de Noé depois que a arca pousou num dos montes de Ararat (Gn 8.210,21). O texto de Gênesis diz: O Senhor cheirou o suave cheiro do sacrifício que Noé lhe ofereceu.  
Na mensagem de Paulo, a dádiva dos filipenses exalava um aroma suave, como um sacrifício aceitável e aprazível a Deus (Ex 29.18; Gn 4.4). Ele entendia, como uma prática de justiça e misericórdia, como sendo um sacrifício agradável ao Senhor. No NT, Cristo é o sacrifício pelos pecados do mundo e é a oblação de cheiro suave como oferta a Deus (Ef 5.2).
A atitude dos filipenses era vista por Paulo como se fosse uma oferta de manjares oferecida a Deus que exalava um cheiro suave diante do Senhor. A igreja em Filipos não tinha muitos recursos financeiros. 
Por isso, a sua contribuição envolvia sacrifício e muito amor. Era uma igreja que dava não do que sobrava, mas fazia além do que tinha e o fazia com um sentimento de amor ao Senhor Jesus e ao seu pastor.
O apóstolo Paulo estava feliz pela generosidade dos filipenses e declara que aquela atitude de amor da parte deles lhes seria uma porta aberta para as suas vidas com todas as bênção e riquezas materiais e espirituais.
Paulo lembra aos filipenses de que a sua atitude magnânima para com ele era o fruto do verdadeiro doador de todas as coisas, que é o Senhor por quem somos abençoados e a quem fazemos as coisas por gratidão (v.19) – “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossdas necessidades em glória por Cristo Jesus”.
IV – CONCLUSÃO
O pensamento de Paulo, de que fora gentilmente auxiliado pelos crentes de Filipos, e que o rico suprimento de Deus visa todos os seus filhos, levou-o a irromper nessa doxologia a Deus, como nosso Pai.
Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória pelos séculos dos séculos. Amém” (Fp 4.20). Em Rm 8.15 o apóstolo Paulo declarou aos irmãos que eles não haviam recebido o espírito de escravidão para que pudessem estar outra vez em temor e afirmava: 
"Mas recebestes o espírito de adoção de filhos pelo qual clamamos: aba, Pai". Na epístola aos Efésios a ideia da paternidade de Deus é constantemente reiterada; pois aquela epístola, acima de qualquer outro livro do NT, mostra-nos as riquezas da glória de Deus como nosso Pai, outorga a seus filhos transformando os remidos segundo a imagem de Cristo.
As doxologias são empregadas nas Escrituras a fim de salientar ou enfatizar as mensagens faladas ou a serem ditas, atribuindo louvor a Deus, em face das bênçãos que foram ou serão descritas. 
O apóstolo Paulo conclue a epístiola com uma saudação a todos os santos em Cristo e encerra a sua carta com a tradicional saudação: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos”.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007   
CABRAL. Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
CHAMPLIN. R. N.Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.1 –Uma abordagem científica à crença na alma e em sua sobrevivência ante a morte física e V. 5 – Carta aos filipenses - Editora Hagnos.

LEWIS, Sperry Chafer. Teologia Sistemática – Vl.1,2 –São Paulo 2008.  2ª. Ed. Editora Hagnus

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