Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Filipenses 4.5-9
I - OBJETIVOS
DE APRENDIZAGEM:
1.
Conscientizar-se a respeito da excelência da
mente cristã.
2.
Compreender o que deve ocupar a mente do cristão.
3.
Analisar a conduta de Paulo como modelo.
II - INTRODUÇÃO
O crente não deve se
deixar assaltar por ansiedades e dúvidas a respeito de qualquer coisa e não
deve fazer nada em excesso, mas deve exercer a moderação, para que todos os
homens percebam o espírito moderado que há nele. “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições
sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas com ações de
graças” (Fp 4.6).
No original grego temos
para moderação o termo “eiekes”, que
significa clemência, gentileza, graciosidade e complacência. Podendo também
significar autocontrole ou restrição paciente.
Não devemos ansiar por
coisa alguma porque a Vinda do Senhor está próxima, havendo ainda à nossa
disposição o recurso da oração, que é um poder criativo, que pode alterar os
acontecimentos e conferir-nos forças para enfrentar as adversidades (Ef 6.18).
Por meio da oração, a
força espiritual se faz presente, porquanto põe à nossa disposição o mesmo Senhor
que em breve voltará. A oração contínua serve de salva guarda contra toda e
qualquer ansiedade, e Paulo a descreve em uma sentença comprimida, falando
sobre a natureza da oração autêntica.
Antes de tudo, envolve a
atitude de esperar em Deus; em seguida, indica que, em nossa debilidade,
rogamos a sua ajuda; e finalmente, fica esclarecido que devemos deixar bem
claro aquilo que queremos da parte de Deus, confiando que ele nos atenderá os
pedidos. A oração serve de elemento disciplinador e de determinador da vontade
de Deus.
III – DESENVOLVIMENTO
1. A excelência
da mente cristã – A alma possui três funções:
1. A
mente – que é a sede do pensamento.
É ela que nos dá condições de conhecer, pensar, imaginar, lembrar e entender. O
intelecto, a sabedoria, a inteligência e o raciocínio humanos, pertencem a
mente. De modo geral a mente é o cérebro. A mente exerce um importante papel na
vida humana porque o pensamento influencia a ação.
2. A
vontade ou volição – que é a
faculdade que permite ao homem tomar decisões; querer ou não querer, escolher
ou não escolher, são operações típicas da vontade. Ela é o leme que nos permite
navegar pelo mar da vida. Alguém já disse que a vontade é o nosso verdadeiro
ego.
A ação da vontade é nossa própria ação. O homem
precisa submeter sua vontade à soberania de Deus para que a ação do Espírito Santo
em sua vida posso levá-lo ao arrependimento para a vida (At.11.18).
3. A emoção – A nossa emoção produz alegria, felicidade,
animação, agitação, júbilo, estímulo, desalento, tristeza, pesar, melancolia,
lamento, abatimento, ansiedade, zelo, frieza, afeição, aspirações, ambição,
compaixão, bondade, preferência, interesse, expectação, orgulho, temor,
remorso, ódio.
A mente é o órgão que nos leva a pensar e
relacionar. A vontade é o órgão da nossa escolha e decisões, tudo mais, brota
da emoção. O sentimento abrange uma área tão vasta da nossa existência, que a
maior parte das ações carnais pertence a área da emoção. A vida emocional do
homem é bastante ampla e por isso altamente complicada. A Palavra de Deus
exorta-nos a preenchermos a nossa mente com aquilo que gera vida e maturidade
espiritual, pois nós temos a mente de Cristo (1Co 2.16).
Alguns especialistas resumem todas as expressões da
emoção em três grupos: afeição, desejo e sentimento. Esses três grupos cobrem
os três aspectos da emoção. Andar no caminho espiritual significa vencer os
três aspectos da emoção. (Gl 5.16,17; Rm 8.1-17).
2. O
que deve ocupar a mente do cristão – (Fp
4.7,8). A fim de que tenhamos uma melhor compreensão do v.8 precisamos conhecer
a ideia de segurança e estímulo do v.7 que diz: “E a paz de Deus que excede todo entendimento, guardará os vossos
corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”.
Essa afirmação do apóstolo Paulo une coração e
mente. O coração, nessa passagem, é apresentado de forma metafórica porque o
coração é entendido como o centro das motivações da mente, da vontade e das
emoções de uma pessoa (Pv 4.23) – “Sobre
tudo que se deve guardar, guarda o teu coração porque dele procede as saídas da
vida”.
Jesus repreendendo aos fariseus sobre a tradição dos
anciãos deixa registrado em Mc 7.21.22 – “Porque
do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as
prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a
dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura”.
A mente é a sede do raciocínio e do entendimento. Da
vontade da pessoa advém as decisões e dos sentimentos, todas as emoções da vida
pessoal. Paulo ensinou aos filipenses que Deus guardará nossos corações e
nossos sentimentos para que sejam motivados por coisas boas. A paz de Deus é
como um muro de proteção e como uma torre de vigia que avisa à nossa mente
contra inimigos externos que são os maus pensamentos.
Mas, os pensamentos alimentados por uma mente cristã
tem coisas boas. Essas coisas boas se manifestam pelo menos em seis qualidades
ou virtudes relacionadas em Fp 4.8, as quais devem ocupar a mente do crente e
ser praticadas em seu viver diário a fim de que ele tenha paz com Deus.
Os filósofos costumam dizer que o homem é aquilo que
ele pensa. Devemos fechar a nossa mente para tudo que é vil e pernicioso e
devemos abrir os portais da nossa mente para tudo o que é justo – “Quanto ao mais, irmãos, tudo que é
verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o
que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai” (Fp 4.8).
A expressão verdadeiro conforme está escrito no
grego bíblico como “alethe”, que
significa verdade e se opõe a tudo que é falso, e que é irreal e ao que não
contém substância. Vivemos em um mundo de mentiras que influencia a vida da
humanidade. O papel do cristão é não só proclamar a verdade, mas viver a
verdade no seu cotidiano.
A palavra honestidade da língua grega do NT tem três
termos: “Kalos” que significa aquilo
que é excelente e nesse sentido, bom. “Semnos” que significa aquilo que é venerável
e honrável. O terceiro termo grego é “euschemonos”
que significa decente, decoroso. Na língua grega a palavra justo é “dikaios” que significa praticar as
coisas certas e retas e também fazer tudo aquilo que não prejudique o seu irmão
ou o seu próximo.
Pureza – implica limpeza, algo não contaminado ou
poluído. No grego do NT a palavra puro advém de “hagnus”. Essa palavra grega sugere e descreve aquilo que é
moralmente puro e livre de sujeiras ou de manchas. Amável é tudo aquilo que se
pode amar para sermos dignos de sermos amados por aquele que nos amou com amor
profundo (Jo 3.16).
As coisas amáveis são coisas que atraem e causam
prazer a todas as pessoas. Significa pensar naquilo que promove amor fraternal
e amizade. O termo boa fama, aparece no grego bíblico como “euphemos”, um adjetivo que sugere um
sentido ativo de falar bem de. Virtude refere-se à excelência, bondade moral e
ética, que rejeite qualquer inversão de valores. As coisas excelentes são
coisas elevadas e deve permear a mente do cristão. No mundo em que vivemos
percebe-se a falta de virtudes que empobrecem a vida moral e espiritual. O
cristão tem por obrigação demonstrar para o mundo a excelência de seu modo de
viver e pensar.
3. A
conduta de Paulo como modelo – “O que também aprendestes, e recebestes, e ouviste, e vistes em mim, isso
praticai, e o Deus de paz seja convosco (Fp 4.9). Nesse versículo de maneira
enfática, Paulo se apresenta uma vez mais como exemplo a ser seguido (Fp 3.17;
1Co 11.1).
Quando alguém se torna seguidor do exemplo de Paulo
torna-se também seguidor do exemplo de Jesus Cristo. Isso porque o apóstolo dos
gentios ensinava preceitos verazes, vivendo-os pessoalmente, de modo que
ninguém podia culpar-se de não haver compreendido as exigências cristãs de
ordem moral em contraste com aquilo que os cristãos primitivos estavam
acostumados a ver no paganismo.
A expressão “paz com Deus” não está em foco apenas a
calma e a tranquilidade, mas também a paz interior devido a reconciliação com
Deus e com os outros homens que também foram assim reconciliados com o Senhor.
Esse senso de bem estar, baseado na realidade do bem estar da alma, vem da
parte de Deus.
IV –
CONCLUSÃO
Na batalha da mente o ser humano recebe muitas
impressões exteriores, tanto no campo científico quanto no campo espiritual. O
cristão, na sua conversão, recebe uma limpeza total dos antigos pensamentos do
homem natural e carnal. Mas o cristão regenerado não está imune aos ataques do
mundo espiritual na sua mente (2Co 5.17) “Assim
que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram;
eis que tudo se fez novo”.
Satanás procura romper a proteção de nossas mentes
com pensamentos fúteis e carnais para que não pensemos nas coisas que são de
cima, isto é, do céu.
Paulo exortou aos colossenses: “Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra” (Cl
3.2). Nossa mente absorve muitas coisas do que se vê e ouve, e do que se faz no
dia a dia. Por isso, precisamos ter controle sobre a nossa mente. Mentes
ocupadas por pensamentos maus produzem coisas más. Porém, mentes ocupadas com
coisas boas produzem coisas boas.
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
LUTERO.
Martinho. Nascido Escravo. São Paulo 2007 – 2ª Edição em Português. Edit. Fiel
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007
CABRAL.
Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de
Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
CHAMPLIN.
R. N.Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
CHAMPLIN.
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.’1 –Uma abordagem
científica à crença na alma e em sua sobrevivência ante a morte física e V. 5 –
Carta aos filipenses - Editora Hagnos.
STRINE,
Hildomar Campostrini. O homem de Adão a cristo. Rio de Janeiro, 1995 – Edição do Autor. EBAR Editora
CAMPOS, Heber Carlos
de. A União das Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit.
Cultura Cristã.
CAMPOS, Heber Carlos
de. A Pessoa de Cristo - As Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª.
Ed. Edit. Cultura Cristã.
LEWIS, Sperry Chafer.
Teologia Sistemática – Vl.1,2 –São Paulo 2008.
2ª. Ed. Editora Hagnus
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