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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A Reciprocidade do Amor Cristão - Lição 12 - 3º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 22.09.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Filipenses 4.10-13              
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.      Saber que as dádivas dos filipenses era resultado da providência divina.
2.      Compreender que o cristão tem contentamento de Cristo em qualquer situação.
3.      Explicar a respeito da principal fonte de contentamento do cristão. 
 II  - INTRODUÇÃO
Reciprocidade é um sentimento de correspondência, de intenções ou ações entre duas pessoas ou entre dois grupos. Neste contexto reciprocidade representa manifestação amorosa dos cristãos filipenses para com o apóstolo Paulo. Essa reciprocidade deve ser típica da vida da igreja cujos interesses são comuns a todos (At 2.42-47).
O apóstolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo, escreveu na carta aos Coríntios que; “O amor é sofredor, é benigno; que o amor não é invejoso, o amor não trata com leviandade, o amor não se ensoberbece, o amor não se porta com indecência, o amor não busca os seus interesses, o amor não se irrita, o amor não suspeita mal; o amor não folga com a injustiça, mas o amor folga com a verdade; o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Co 13.4-7).
Nesta lição o apóstolo Paulo expressa sua gratidão aos filipenses pela sua generosidade para com ele. Os crentes filipenses se tinham mostrados generosos em seu apoio financeiro, reconhecendo as necessidades de Paulo e as crises de toda a ordem pelas quais ele passava. 
Eles queriam aliviar pelo menos suas dificuldades financeiras, e até onde isso lhe fosse possível, pelo que lhe tinham enviado dinheiro em diversas ocasiões.
Ora, neste ponto o apóstolo Paulo faz uma pausa a fim de agradecer a essas doações. A última ocasião em que os filipenses tinha enviado auxílio financeiro a Paulo foi quando da vinda de Epafrodite, o qual agora retornaria a eles como portador da presente epístola, bem como o seu representante, autorizado a corrigir alguns problemas que afligiam aquela comunidade cristã.
Ordinariamente Paulo não recebia doações das igrejas que fundava, não apenas para dar exemplo de tal parcimônia a outros, mas provavelmente porque não queria que seu serviço prestado à causa de Cristo desse a impressão de ser visto a troco de uma cobrança. 
Estava muito mais interessado em prestar seus serviços gratuitamente, posto que, antes de sua conversão a Cristo havia perseguido à igreja do Senhor.
Por exemplo, no caso da igreja de Corinto, sob hipótese alguma aceitou doações da mesma, visto que alguns de seus membros o tinham criticado concernente a essa questão, ao passo que outros, mui provavelmente, tinham dito que ele trabalhava no evangelho a fim de ter uma vida financeira abastada. Nessas críticas, realmente havia um ataque contra o seu próprio apostolado.
III – DESENVOLVIMENTO
1. As ofertas dos filipenses como providência divina – Muito me regozijei no Senhor, foi a forma como o apóstolo Paulo se dirigiu a igreja de Filipos para demonstrar que ele suportava as privações da prisão em Roma com uma atitude de gratidão a Deus, o qual lhe proporcionava grande alegria no seu espírito. 
O gozo do Senhor na alma e no espírito é o nutriente que fortalece o crente: espiritual, moral e material quando estamos limitados e privados de conforto no nosso cotidiano. 
Todo crente em Cristo deve estar consciente da presença imanente do Espírito Santo em todas as circunstâncias da sua vida. Já haviam se passado alguns anos desde a ultima oferta enviada a Paulo pelos filipenses.
Ele agradecia a Deus pelo suprimento feito pela igreja para ajudá-lo nas suas necessidades. O apóstolo se lembrava da primeira oferta quando esteve em Tessalônica e foi agraciado pelo amor daqueles irmãos (Fp 4.15,16). 
Nessa carta, o apóstolo Paulo agradece pela surpresa agradável da segundo oferta enviada para ele, exatamente quando estava preso em Roma. Ele agradece e se regozija pela lembrança dos irmãos. Foi por esse amor demonstrado para com ele que ele declara: “muito me regozijei no Senhor” (v.10). 
Ele estava declarando que a oferta dos filipenses era o fruto da providência divina e da reciprocidade quando lhes pregou o evangelho em Filipo. Ele coloca a providência de Deus acima de qualquer sentimento porque entendia que era o Senhor quem inspirava esse amor demonstrado para com ele pelos filipenses.
A igreja de Filipos fora fundada por Paulo enfrentando muita oposição, perseguição, prisão e muito sofrimento. Agora a igreja demonstrava sua gratidão ao apóstolo cuidando dele e ajudando-o nas suas necessidades. 
Esse cuidado da igreja tinha um caráter espiritual, pois o que importava nessa ação da igreja era a sua motivação. Essa reciprocidade foi manifesta no reconhecimento da igreja de Filipos e a necessidade do apóstolo. Essa reciprocidade envolvia o dar e receber entre ambos (1Co 9.11; Rm 15.27).
2. O contentamento em Cristo em qualquer situação – O apóstolo Paulo nos dá uma grande lição quando diz: “aprendi a contentar-me com o que tenho” (v.11). O ideal que dominava o coração do apóstolo era pregar o evangelho em toda parte. 
Nada para ele era mais importante do que pregar o evangelho. Nenhuma circunstâncias negativa, nenhuma dificuldade financeira, absolutamente nada, roubaria a visão missionária do apóstolo. 
Ele não se angustiava por causa das condições material e social que estava vivendo. Em tudo isso ele conseguia tirar forças para prosseguir no seu ministério (Hb 11.34). Ele vivia contente com a própria suficiência em Cristo.
Ele sabia que o descontentamento é como uma planta má que faz brotar a avareza e o roubo (Hb 13.5,6; Lc 3.14). E não deixava que as preocupações com as coisas materiais o sufocasse. Por isso o apóstolo afirma: “já aprendi a contentar-me com o que tenho”. 
O foco de sua vida era a pregação do evangelho. Ele não se prendia a nenhuma circunstância externa. Precisava de donativos para poder manter-se, mas contentava-se com o que tinha. 
Ele satisfazia-se com a convicção de que Cristo lhe era plenamente suficiente, daí ele poder afirmar: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
A Bíblia nos mostra que o descontentamento gera avareza. E o autor da carta aos Hebreus diz: “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: não te deixarei, nem te desampararei. E, assim com confiança ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem” (Hb 13.5,6). 
Jesus ensinou o risco que corre aqueles que se preocupam com as coisas materiais quando diz: “Não andeis cuidadosos quanto a vossa vida, pelo que haveis de comer ou haveis de beber, nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento e o corpo, mais do que a vestimenta?” (Mt 5.26).
Nosso contentamento não deve ser confundido com comodismo, mas deve ser expresso com atitude de reconhecimento pela suficiência que só Cristo pode nos dar. Quando o apóstolo Paulo afirmava que podia contentar-se com o que tinha (Fp.4.11). 
Ele estava refutando a filosofia dos estoicos, que davam valor excessivo à virtude da auto-suficiência, ou de independência externa.
Essa filosofia sustentava que o homem deve se abastar-se a si mesmo e contentar-se inteiramente com todas as coisas que lhe sobrevêm. Mas paulo refuta essa filosofia declarando-se auto dependente da providência divina. 
Seu contentamento baseava-se no fato de que Deus cuida de seus servos e os ensina a viver de forma inteligente e confiante nele. Ao escrever aos Corintos Paulo afirma: “Não que sejamos capazes por nós de pensar alguma coisa como de nós mesmos: mas a nossa capacidade vem de Deus” (2Co 3.5).
3. A principal fonte do contentamento – A vida cristã se baseia em convicções firmes. Quando o apóstolo Paulo declara “sei”, referia-se à certeza absoluta de que Deus lhe provia todas as necessidades, físicas, materiais, emocionais e espirituais. 
Paulo experimentou pobreza várias vezes e aceitava esse estado de vida como privilégio de ser humilhado como Cristo foi humilhado. 
O ter e o não ter, ter abundância e ter falta de coisas de primeira necessidade, não fazia com que o apóstolo perdesse a paciência e o alvo maior de sua vida, que era o de cumprir o desígnio de Cristo no mundo.
O apóstolo Paulo não tinha nenhuma dificuldade para compreender qualquer situação negativa. Sua experiência com Cristo era sufuciente para ter fé absoluta no cuidado de Deus. 
O apóstolo Paulo ilustra o aprendizado a que se submeteu envolvendo todo tipo de sofrimento físico material e até espiritual. Mas sem perder a confiança de que valia a pena sofrer tudo isso por amor ao Senhor Jesus Cristo. 
Como afirma o escritor aos Hebreus “porque ainda que era filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem” (Hb 5.8,9).
Depois de abrir o coração e expor à igreja os sofrimentos que ele e outros apóstolos haviam passado, e ainda padeciam privações e sofrimentos físicos, conclui de modo triunfal a principal fonte do seu contentamento: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. 
Com este versículo Paulo nos ensina que em Cristo está toda a suficiência do crente. Ele não está ensinando que os servos de Cristo precisam sofrer e suportar as viviscitudes da vida. 
Ele está dizendo que essas dificuldades são inevitáveis, mas que o segredo da vitória está na autodisciplina, no autocontrole do cristão e do obreiro na batalha da vida cristã. Aquele que deixa tudo para trás e olha somente para Cristo (Fp 13,14).
IV – CONCLUSÃO
A igreja tem a obrigação de cuidar de seus obreiros. Quando a igreja em Filipos ainda não tinha uma estrutura organizacional nem condições de se autosustentar, não deixou de fazer o que era possível para executar a obra de Deus. 
Em nossos tempos modernos não se justifica que uma igreja local que tenha uma estrutura material e financeira não faça a obra missionária; e deixe seus obreiros sofrendo privações. 
Este é o princípio bíblico que deve nortear a igreja no sentido de sustentar seus ministros. Porque diz as Escrituras: “Não ligarás a boca do boi que debulha. E digno é o obreiro de seu salário” (1Tm 5.18). 
Para isso, a igreja deve organizar um sistema financeiro equilibrado para a manutenção da vida eclesiástica. Nenhum obreiro pode fazer da missão pastoral um modo de ganhar dinheiro.
A igreja deve assumir a responsabilidade de dar o sustento necessário para que seus pastores possam efetuar as atividades eclesiásticas que lhes são confiadas, vivam bem e possam realizar a obra de Deus sem ficarem restritos à falta de recursos para o seu bem estar social e de sua família.
Paulo sofreu com a falta de sensibilidade da igreja de Corintos, que deixou de pagar-lhe o que lhe era devido. Por outro lado a igreja de Filipos não deixou de cuidar do sustento do seu pastor (2Co 8.8,9; 12.13).
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
LUTERO. Martinho. Nascido Escravo. São Paulo 2007 – 2ª Edição em Português. Edit. Fiel
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007                  
CABRAL. Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
CHAMPLIN. R. N.Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.’1 –Uma abordagem científica à crença na alma e em sua sobrevivência ante a morte física e V. 5 – Carta aos filipenses - Editora Hagnos.
STRINE, Hildomar Campostrini. O homem de Adão a cristo. Rio de Janeiro, 1995 –  Edição do Autor. EBAR Editora
CAMPOS, Heber Carlos de. A União das Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.
CAMPOS, Heber Carlos de. A Pessoa de Cristo - As Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.

LEWIS, Sperry Chafer. Teologia Sistemática – Vl.1,2 –São Paulo 2008.  2ª. Ed. Editora Hagnus

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