Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa da
Silva
Texto da Lição: Filipenses 4.1-7
I - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
1. Exortar a
respeito da alegria e firmeza da fé.
2.
Compreender que
a alegria divina sustenta a vida cristã.
3. Conscientizar-se a respeito da singularidade da paz de Deus.
II
- INTRODUÇÃO
O
contentamento do apóstolo Paulo era demonstrado na aceitação das coisas boas e
más que estava acontecendo com ele próprio e a igreja em Filipos, e via esses
acontecimentos como providência amorosa de Deus que é aquele que sabe o que é
melhor para o nosso bem.
O
apóstolo estimula os crentes da igreja em Filipos para que sejam firmes na fé
que é a força motora das nossas convicções no evangelho de Cristo Jesus. E
tinha certeza que era esta força motora que impulsionava os filipenses a se
manterem firmes em Cristo.
Em
uma visão panorâmica dessa carta que o apóstolo Paulo escreveu aos filipenses
vimos que ela pode ser dividida em três seções:
a)
A seção do amor (Fp 1.1-11).
b)
A seção da alegria ou gozo espiritual (Fp 1.12 – 3.21).
c)
A seção da paz (Fp 4.1-23).
O
capítulo 4 faz a fusão dessas três virtudes, para mostrar aos filipenses que
não havia ressentimento no coração de Paulo; pelo contrário, o apóstolo
entendia que continuava a ser o pastor deles, e, por isso, preocupava-se com o
seu bem estar espiritual.
O
apóstolo Paulo faz com essa confissão em seu coração as admoestações finais de
sua carta. E revela nos vs.7 e 8 do cap. 4, o verdadeiro sentimento que movia o
seu ser com relação aos crentes de filipos. “E a paz de Deus que excede todo entendimento, guardará os vossos
corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.
Quanto ao mais, irmãos, tudo que é
verdadeiro, tudo que é honesto, tudo que é justo, tudo que é puro, tudo que é
amável, tudo que é de boa fama, se há alguma virtude, se há algum louvor, nisto
pensai”. Nisto o apóstolo revela esse
sentimento de paz. Não uma paz comum, mas a paz que provém pelo Espírito Santo
mediante a obra de Cristo no Calvário.
III
- DESENVOLVIMENTO
1. Exortação à alegria e firmeza da fé (Fp 4.1-3). Essa afirmação do apóstolo demonstra o
contínuo cuidado de Paulo pela vida espiritual dos filipenses. Era, na
realidade, uma atitude imperativa de que os filipenses não se deixassem dominar
pelos falsos ensinos que estavam procurando roubar-lhes a esperança da salvação
em Cristo Jesus. O apóstolo mostra aos filipenses que eles eram antes de tudo
cidadão dos céus (Fp 3.20,21). Por isso, deviam permanecer firmes no Senhor.
O apóstolo se preocupava com as heresias doutrinárias
que podiam corroer a esperança e provocar divisão e desarmonia no seio da
igreja. “....Estais assim firmes (stekete)”. No grego bíblico a palavra em
destaque fala de firmeza. Essa palavra era aplicada ao soldado no campo de
batalha que ardorosamente tinha que ficar firme quando se deparasse com um
inimigo.
De igual modo o crente em Cristo precisa ficar firme
na fé quando se depara com falsas doutrinas ensinadas por falsos mestres, ou
quaisquer outros problemas que possam afetar a vida espiritual. A igreja deve
“ficar firme” porque possui uma herança que deve ser preservada mediante a
fidelidade ao Senhor até a sua vinda.
“Mas a nossa
cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.
Que transformará o nosso corpo abatido, para ser como o seu corpo glorioso,
segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas”.
O apóstolo Paulo chama os crentes filipenses de “minha
alegria e coroa”. Aqui o apóstolo lança mão de uma metáfora, ao se referir a
uma competição olímpica. Naqueles tempos no mundo grego romano, havia dois
tipos de coroas.
No grego do NT deparamo-nos com “diadema” e
“stefanos”. Um tipo se referia à coroa do atleta (stefanos), premiação máxima
dos atletas, especialmente, dos corredores nas maratonas gregas e romanas. O
outro tipo referia-se a coroa da realeza, símbolo de soberania (diadema).
Naturalmente, Paulo se referia à coroa do atleta, que
era o laurel concedido ao vencedor dos famosos jogos grego romano. O sentimento
que dominava o coração do apóstolo era algo presente e ao mesmo tempo futuro.
Ele se referia ao que sentia naquele momento com a notícia dos irmãos em
Filipos.
Mas também se referia ao sentimento de que seu tempo
de ministério estava chegando ao fim e tudo quanto esperava naquele momento era
a vitória final na presença de Cristo. Isso constituía gozo e alegria na vida do
apóstolo –“Porque qual é a nossa
esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura, não o sois vós também
diante de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda? Na verdade, vós sois a nossa
glória e gozo (1Ts 2.19,20).
2. A alegria divina sustenta a vida cristã ( 4.4-6). A alegria é experiência constante na carta
aos filipenses, que na linguagem de Paulo é destacada como uma virtude de
sustentação da vida cristã e que esta alegria não deveria ser um sentimento
passageiro, ou emocional. Mas uma alegria gerada pelo Espírito Santo na vida
interior do crente que o faz superar as adversidades da vida. O apóstolo fala
de sua alegria apesar de preso e perseguido (Fp 1.4; 2.17).
O
apóstolo usa duas palavras, gozo e alegria, para enriquecer a gloriosa
experiência que motivava a sua fé (Fp 1.25). Ele fala da alegria dos irmãos em
Filipos (Fp 2.28) e em Fp 4.4 Paulo transforma a alegria numa ordenança
pastoral, não meramente uma recomendação.
Manter
essa alegria requiria uma atitude de cuidado da parte do crente, porque temos
um inimigo invisível e espiritual que procura roubar a alegria do crente, que é
um fruto do Espírito (Gl 5.22). A versão Almeida – revista e corrigida, usa a
palavra regozijar e diz: “regozijai-vos”.
A
exortação contém o advérbio “sempre”. Aqui o apóstolo chama a atenção que não
se tratava de uma despedida, ou de uma experiência momentânea. Mas trata-se de
algo permanente e contínuo.
Nenhuma outra fonte de alegria efêmera possui
esse caráter, porque todas as fontes externas do mundo secam-se. A expressão
usada novamente pelo apóstolo “outra vez digo”, é uma repetição que tinha por
objetivo reforçar a exortação de que nada é mais precioso e consolador de que o
gozo, a alegria ou o regozijo cuja fonte é o Senhor.
Se
no AT a presença do Espírito de Deus era manifestada de tempos em tempos de
acordo com as necessidades dos servos de Deus, agora, no NT, na Nova Aliança, a
presença do Espírito Santo é permanente e imanente, porque Jesus o enviou da
parte do Pai, para habitar no espírito do crente, isto é, no interior do
crente, e produzir essa alegria (Jo 16.7; Tm 14.17; 15.13).
Nada
comparável no mundo será capaz de superar a tristeza e as vivissitudes da vida
como só a alegria do Senhor pode produzir (Tg 1.2-4; Rm 5.3). Paulo sabia que
os filipenses estavam sendo ameaçados por falsos mestres com heresias capazes
de criar dúvidas quanto à fé. Ele, então, fez uma exortação com caráter de
ordenança apostólica aos filipenses e o fez de modo imperativo: “regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez
digo: regozijai-vos”.
3. A singularidade da paz de Deus ( 4.6,7). Em sua vida terrena, Jesus falou da
ansiedade como um mal que precisa ser extirpado da vida do crente no seu
cotidiano. No famoso Sermão do Monte, Jesus aconselhou: “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos quanto à vossa vida, pelo que
haveis de comer ou que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo pelo que
haveis de vestir.
Não é a vida mais que o mantimento? E o
corpo mais do que a vestimenta?” (Mt 6.25). A ansiedade pela vida, o medo do futuro, a preocupação pelo que pode
acontecer não são atitude positivas de quem confia no Senhor. O que aprendemos
com o Senhor Jesus Cristo é que a ansiedade desfaz a confiança em Deus e que o
dia de amanhã não deve anteceder o dia de hoje.
Por
isso ele disse: “Não vos inquieteis,
pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a
cada dia o seu mal”. A ansiedade é a falta de paz, a paz de Deus. Por isso,
o apóstolo declara com segurança que a paz de Deus guardará os fiéis. Todos os
sentimentos do crente estão guardados por aquele que pode dar a paz verdadeira
(Fp 4.7).
IV
- CONCLUSÃO
Há
certa reciprocidade entre alegria e paz. Não haverá alegria sem paz interior.
Não se trata de uma simples paz, mas de uma paz que vem de Deus. Os discípulos
de Jesus experimentaram essa paz especial quando Jesus disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não
vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14.27).
Em
síntese, essa paz é algo que transcende qualquer compreensão. Não tem como
discuti-la filosoficamente, nem no campo da psicologia. Os adeptos do
gnosticismo que defendiam a idéia de possuírem algo superior em termo de
inteligência, conhecimento e entendimento são confrontados por Paulo quando
sugere algo mais alto e mais profundo que o entendimento humano.
É
a paz de Deus que excede todo entendimento. A paz de Deus torna-se guarda de
proteção para o crente fiel. O texto fala de “coração e mente” que são
cidadelas dos pensamentos e emoções que experimentamos na nossa vida cotidiana.
A proteção é feita por Jesus Cristo, Salvador e Senhor nosso. Portanto, a
alegria do Senhor alimenta nossa alma e produz paz e segurança, porque “essa paz
é como uma sentinela celestial que nos protege de todo mal.
Consultas:”
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
Bíblia
de Estudo Pentecostal – CPAD
LUTERO.
Martinho. Nascido Escravo. São Paulo 2007 – 2ª Edição em Português. Edit. Fiel
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de
Janeiro: CPAD,
2007
CABRAL.
Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de
Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
CHAMPLIN.
R. N.Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
CHAMPLIN.
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.
CAMPOS,
Heber Carlos de. A União das Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª.
Ed. Edit. Cultura Cristã.
CAMPOS,
Heber Carlos de. A Pessoa de Cristo - As Duas Naturezas do Redentor. São Paulo,
2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.
LEWIS,
Sperry Chafer. Teologia Sistemática – Vl.1,2 –São Paulo 2008. 2ª. Ed.
Editora Hagnus
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