Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa da
Silva
Texto da Lição: Filipenses 3.17-21
I - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
1.
Conscientizar-se a respeito da necessidade de se manter firme em Cristo.
2.
Saber quais
são os inimigos da cruz de Cristo.
3.
Aprender a
respeito do futuro glorioso daqueles que amam a cruz de Cristo
II
- INTRODUÇÃO
Neste
capítulo do livro de Filipenses em estudo, observa-se a preocupação do apóstolo
Paulo que faz uma severa advertência contra os judaizantes, denominados pelo
apóstolo de “inimigos da cruz de Cristo”. Estes apregoavam o legalismo, as leis
e os códigos de conduta, porém não reconheciam a cruz de Cristo.
Todavia,
Paulo chama a atenção não somente a respeito dos judaizantes, mas também quanto
aos irmãos que não viviam de acordo com o modelo de serviço e sacrifício de
Cristo. Paulo pede aos filipenses que lutem contra estes inimigos a fim de que
não venham sucumbir na fé.
Esta
advertência de Paulo deve ser levada a sério pela igreja de hoje, pois
atualmente também muitos são os inimigos da cruz de Cristo. Sem sombra de
dúvidas devemos estar atentos para não somente conhecê-los como também
combatê-los.
III
- DESENVOLVIMENTO
1. Exortação à firmeza em Cristo (Fp 3.17). A firmeza na fé é a muralha contra as
heresias dos inimigos da cruz de Cristo. O apóstolo Paulo fala aos filipenses “....estai assim firmes no Senhor” (Fp
4.1). O verbo estar significa “achar-se ou manter-se; permanecer”.
Paulo
usa o verbo no imperativo “estai” ou “permanecei” em relação ao sentido de
estar firme na fé recebida para poder lutar contra as astutas ciladas do Diabo
(Ef 6.11,13,14). Para confrontar os inimigos da cruz, é necessário que as
convicções da obra redentora por meio da cruz de Cristo sejam mais fortes que
os ataques do Inimigo de nossas almas.
Ao
convocar os filipenses a observar e andar segundo o modelo, Paulo faz referência
a si próprio e também aos que procediam como ele. Portanto, é como se Paulo
houvesse escrito: “Andai como eu ando,
imitando-me, e andai de modo a serdes imitadores de outros que andam como
também eu ando”.
O
pronome nós – v.17 (plural), pode referir-se diretamente a Paulo e a seus
cooperadores como Timóteo, Epafrodito, e talvez, também a outros líderes
cristãos conhecidos pelos crentes filipenses. Paulo haveria de mandar
Epafrodito, quase imediatamente, com esta epístola aos filipenses (Fp 2.25), e
Timóteo seguiria pouco mais tarde.
Os
filipenses, pois deveriam dar atenção a esses dois obreiros do evangelho,
desviando-se dos legalistas para que pudessem continuar seguindo a Cristo e
para que pudessem mostrar-se intensos em sua inquirição espiritual.
2. Os inimigos da cruz de Cristo (Fp 3.18,19). Havia na igreja alguns cristãos
advindos do judaísmo que não conseguiam se desvencilhar da velha religião.
Queriam acrescentar a Lei de Moisés à obra da salvação realizada por Cristo
Jesus. Eram coisas ligadas às leis alimentares que faziam parte da estrutura
moral e social da lei mosaica.
Portanto,
o apóstolo Paulo identifica aqueles judaizantes como “inimigos da cruz de
Cristo”, porque eles negavam o valor da cruz de Cristo (Gl 5.11; 6.12,14).
Paulo dá a resposta a esses falsos cristãos quando diz que “o deus deles é o
ventre” (v.19).
Essa
batalha doutrinária era travada não só em Filipos, mas em todas as igrejas da
Ásia Menor, como em Éfeso, Tessalônica, Colossos, Beréia, Corinto, Antioquia e
outras mais. Porém, percebe-se que naquele momento Paulo se deparava com duas
frentes antagônicas e perigosas. Uma em Corinto, com um grupo que proibia o
casamento (1Co 7.1), e outro grupo constituído por libertinos que defendiam a
idéia de que “tudo é possível” (1Co 6.12).
Agora
em Filipos, outro grupo de cristãos adotava a falsa doutrina da separação entre
carne e espírito, no sentido de que entre ambos não havia choque. Com a carne
serviam a carne, sem afetar o espírito, e com o espírito, serviam ao espírito
sem afetar a carne.
Essencialmente,
essa idéia gnóstica é refutada na Bíblia. Paulo disse aos tessalonicenses : “E o mesmo Deus de paz vos santifique em
tudo; e todo o vosso espírito, e alma, sejam conservados irrepreensíveis para a
vinda do nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23). Eram pessoas voltadas para
o materialismo e para a satisfação carnal.
Por
isso, o “deus deles é o ventre”
(3.19). Paulo exorta em (Gl 5.16,17) – “Digo,
porém: Andai em espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a
carne cobiça contra o espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõe-se
um ao outro; para que não façais o que quereis”.
A
glória deles está na sua infâmia (3.19). A palavra infâmia tem várias sentidos,
tai como: aquilo que fere a honra, torpeza, vileza, abjeção. Paulo sabia que
aqueles falsos cristãos não tinham qualquer escrúpulo, nem vergonha.
Entregavam-se às degradações morais sem o menor pudor e queriam estar na igreja
como se nada fizessem.
Paulo
os trata como os inimigos da cruz de Cristo, porque com seus comportamentos, a
obra expiatória de Cristo passava a não ter valor algum. Esses falsos mestres
eram inimigos da cruz de Cristo porque invertiam os valores e desfaziam os
padrões morais estabelecidos para a igreja.
O
destino deles é a perdição (3.19). A declaração de Paulo é enfática acerca
daqueles que negam a eficácia da cruz de Cristo; a perdição eterna. O fim e a
recompensa final daqueles que rejeitam a cruz de Cristo é perdição total, ou
seja, a perda da vida eterna. O castigo dos ímpios será inevitável e eterno (Ap
21.8; Mt 25.46). Um dia eles ressuscitarão para se apresentarem diante do Grande Trono Branco do
Juízo Final, quando serão julgados e lançados no Geena – O Lago de Fogo (Ap
20.11-15).
3. O futuro glorioso dos que amam a cruz
de Cristo (3.20,21). “.....mas a nossa cidade está nos céus”.
Qualquer cidadão pertencente à outra cidadania passa por um processo legal de
mudança de cidadania para conseguir esse direito. Paulo faz menção da cidadania
celestial e declara que para obter esse direito a pessoa precisa corresponder à
transformação de vida exigida.
Somente
pela obra da regeneração do Espírito Santo, será possível ter direito e acesso
à “cidade celestial”. A palavra “cidade” é, também, traduzida por “pátria”.
Quando Paulo escrevia essas palavras estava pensando no “status” cívico de
Filipos, tão importante como colônia romana.
A
despeito das benesses materiais da cidade de Filipos e de tudo quanto se
oferecia à sociedade, Paulo fala de uma cidade que está nos céus. Trata-se de
algo superior e espiritual “de onde também esperamos o Salvador” (3.20). O ato
de esperar traduz a esperança dos crentes.
Se
a cidadania romana representava vantagens materiais para os filipenses, muito
mais os crentes em Cristo obtêm vantagens com a cidadania celestial. Nossa
esperança aponta para a cidade que está nos céus. Em breve, o Senhor Jesus virá
sobre as nuvens do céu com poder e glória (Mt 24.31; At 1.9-11; 1Ts 4.16; 2Ts
1.7).
IV
- CONCLUSÃO
A
cruz é o ponto convergente da fé cristã. Ou se ama ou se odeia a cruz de
Cristo. Paulo como um homem sensível (3.18-21), que chora, mas não se deixa
esmorecer ante a ameaça à fé dos filipenses promovida pelos falsos obreiros. Ao
mesmo tempo, que vemos Paulo chorando, nós o vemos exortando á igreja a que não
desanimasse e não perdesse a alegria do Espírito.
Ele
faz advertências e exortações conscientizando a igreja de que a doutrina de
Cristo não pode sofrer o dano das heresias dos grupos judaizantes e dos
gnosticistas. Ele os trata com muito amor e respeito e os incentiva a que
permaneçam firmes na fé, mantendo a alegria que a nova vida em Cristo
proporciona.
No
texto dos versículos 17 a 21, o apóstolo Paulo apela aos filipenses para que
fiquem atentos com os falsos cristãos infiltrados no seio da igreja, que eram,
de fato, inimigos da cruz de Cristo.
Muitos
são os ardis do adversário para enganar os crentes e macular a Igreja do
Senhor. Por isso precisamos vigiar, orar e perseverar no “ensino dos apóstolos”
até a vinda de Jesus. Eis a promessa que gera a gloriosa esperança em nosso
coração.
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
LUTERO. Martinho. Nascido Escravo. São Paulo 2007 – 2ª Edição em Português. Edit. Fiel
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007
CABRAL. Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
CHAMPLIN. R. N.Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.
CAMPOS, Heber Carlos de. A União das Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.
CAMPOS, Heber Carlos de. A Pessoa de Cristo - As Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.
LEWIS, Sperry Chafer. Teologia Sistemática – Vl.1,2 –São Paulo 2008. 2ª. Ed. Editora Hagnus