Síntese do Estudo Bíblico: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Dt 11.18-21; 2Tm 3.4-17
I - OBJETIVOS
DE APRENDIZAGEM:
1.
Conhecer as bases bíblicas do Culto Doméstico.
2.
Classificar as bênçãos provenientes do Culto Doméstico.
3.
Organizar o Culto Doméstico.
II - REFLEXÃO BÍBLICA:
“E ensinai a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e
andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te”.
(Deuteronômio 11.19)
III - DESENVOLVIMENTO:
Como o nome sugere, o culto doméstico é uma
reunião de família, sob a liderança dos pais cristãos, com a finalidade de cultuar
a Deus no lar. Sua realização tem sólido fundamento bíblico. O resultado da ausencia
da adoração nos lares, diariamente, é a causa para a maioria dos problemas que os casais e as famílias cristãs
enfrentam nestes “tempos trabalhosos”, previsto na Palavra de Deus. Que o
Senhor Jesus desperte os pais cristãos para tomar a decisão sábia e firme de
desenvolver esse trabalho, que é simples, mas de grande efeito sobre a formação
espiritual, moral e social da família cristã.
O Culto
Doméstico no Antigo Testamento: No Éden, começou o Culto Doméstico. Não é força
de expressão ou apenas uma linguagem metafórica. Os seres criados podiam não
apenas crer, mas falar e ouvir o próprio Criador. Em atitude de reverênciia e
adoração, ouviam a voz de Deus que os visitava (Gn 3.8). Ali, havia um
maravilhoso Culto Doméstico, onde a presença de Deus era real. E, se não fosse
a desobediência, não só o Éden, mas toda a terra seria um ambiente de adoração
ao criador.
Enquanto Adão e Eva permaneceram naquele estado
santo diante de Deus, só havia bênção. Aquele culto doméstico foi prejudicado,
quando desobedeceram a ordem do Senhor. E ouviram a voz do tentador. Deus não mais se fez presente ali. O Culto
Doméstico deixou de ser realizado no jardim, porque o casal deu ouvido a voz de
Satanás. Hoje, acontece muitas coisas semelhantes.
Quando os pais de famílias, os líderes e
sacerdotes do lar, deixam de obedecer ao Senhor, todos são prejudicados. A
primeira coisa que acontece é ausência de Deus no lar. E quando Deus não está
no lar, coisas terríveis acontecem. O adversário da família, promove a
desarmonia, a falta de paz, a falta de amor, assim a desunião, a desconfiança,
o ciúme e as contendas têm lugar.
A multidão que sobreviveu ao deserto estava ás
portas de Canaã. Achavam-se acampados na planície de Moabe, na parte oriental
ao Jordão e ao Mar Morto. Moisés reuniu-os e lhes fez saber a vontade de Deus,
através da sua Lei dos estatutos e juízos (Lv 19.37).
As palavras que receberam do Senhor deveriam ser
ensinadas às gerações presentes e também aos filhos de seus filhos, às gerações
futuras. Lamentavelmente, nos dias presentes, não se vê essa determinação das
famílias atuais, mesmo no meio dos cristãos falta uma cultura de adoração a
Deus no lar.
O cativeiro egípcio e a caminhada no deserto
ensinaram ao povo que a desobediência tem um alto preço a pagar. O deserto
abrasador, onde a sobrevivência de mais ou menos três milhões de pessoas era um
risco tremendo, o povo teve as oportunidade de conhecer o poder de Deus em suas
vidas. Mesmo assim, com tanto sinais e maravilhas, jamais imaginadas, na vida
de um povo, os hebreus costumavam a esquecer-se de Deus, quando as
circunstâncias se tornavam adversas. Desta forma Deus determinou que as famílias
deveriam adorá-lo, não apenas no Tabernáculo, mas o culto a Deus deveria
começar nos lares conforme registra o capítulo 6 do livro de Deuteronômio.
A Bíblia destaca o valor da Palavra arraigada e
amalgamada no coração (Pv 4.20-23). Se os pais guardam a Palavra podem ensinar
aos seus filhos. O ensino das Escrituras têm um efeito extraordinário na
formação do caráter dos filhos. Elas são vida para os que as acham e saúde para
o corpo. Quando o crente guarda a Palavra e as pratica, ela se torna uma fonte
de vida espiritual e produz equilíbrio emocional, que resulta até mesmo em
saúde para o corpo (Hb 4.2).
Os pais
devem ensinar a Palavra de Deus em seu lar. Esse ensino deve ser ministrado de
modo persuassivo, com muita sabedoria. Os pais devem ser os sacerdotes do lar.
E precisam ter autoridade espiritual para dizerem aos filhos que a Palavra de
Deus é a Lei do Senhor, e que devemos nos submeter a ela. Isso deve ser ensinado aos filhos desde a mais
tenra idade.
Pois se deixarem para fazer quando eles forem
adolescentes ou jovens, certamente terão muita dificuldade para que eles possam
dar ouvidos à Palavra de Deus. “Ensina o
menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer, não se desviará dele
(Pv 22.6).
Os pais devem ter a Palavra de Deus nas mãos.
Moisés ensinou aos pais que atassem as Palavras de Deus por sinal nas suas mãos
e fossem estas Palavras lhes fossem por testeiras entre os seus olhos (Dt 6.8).
Na testa, e entre os olhos, para estar sempre lembrados da lei do Senhor. “E as escreverás nos umbrais de tua casa e
nas tuas portas” (Dt 6.9). Isto significa que os pais devem escrever
trechos da lei, nos umbrais das portas de suas casas, a fim de que seus filhos
sempre tenham em mente os preceitos sagrados e o dever de cumprí-los para serem
abençoados em sua vida.
Entre os dez mandamentos, o honrar pai e mãe
estava destacado: “Honra a teu pai e a
tua mãe, para que se prolonguem os teus dias, na terra que o Senhor teu Deus te
dá” (Ex 20.12). No tempo de Moisés, no Antigo Testamento, a Palavra de
Deus, ou a sua lei, tinham de ser ensinada aos filhos ao começar do lar e não
do Tabernáculo.
O Culto Doméstico no Novo Testamento: Podemos
observar que a valorização do Culto Doméstico no Novo Testamento não é menos
exigido do que observa-se no Antigo Testamento. Não temos no NT tanta
referência como encontramos no AT. Porém, o sentido e a essência da adoração
verdadeira no NT são muito mais elevadas do que as tradições e o ritualismo em
que se fundamentam a adoração no AT. Como disse Jesus à mulher samaritana: “Mas a hora vem, e agora é, em que os
verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade, porque os Pai
procura a tais que assim o adore” (Jo 4.34).
A criação de Jesus revela um lar piedoso. Não
temos nenhuma dúvida de que José e Maria cultivavam a adoração a Deus em seu
lar. José, pai adotivo de Jesus, e sua mãe, Maria, tinham extremo cuidado para
com seus filhos. Principalmente com seu filho primogênito Jesus. Desde os
primeiros dias de sua vida cumpriram fielmente às ordenanças da lei para a
apresentação da criança no templo (Lc 2.21-24).
Desde sua primeira infância, Jesus demonstrava
que tinha uma excelente formação espiritual, como resultado do cuidado e zelo
de seus pais: “E o menino crescia e se
fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele”
(Lc 2.40). Em sua pré-adolescência já sabia de cor a Thorá, a lei do Senhor, de
forma tal que confundia os doutores da lei no templo de Jerusalém (Lc 2.46,47).
IV - VERDADE PRÁTICA: São ínúmeras as bênçãos de Deus sobre a família que
realiza o Culto Doméstico. Quando realizado desde que os filhos são pequenos,
são indeléveis as marcas impressas em suas mentes para toda a vida. Até aos
sete anos a personalidade da criança já está definida, segundo os psicólogos.
Crianças que participam das reuniões em família, louvando a Deus, lendo a
Bíblia, ou mesmo ouvindo por causa da pouca idade, e vêem seus pais orando com
elas, certamente terão menos probabilidade de se desviarem dos caminhos do
Senhor.
O Culto Doméstico não se destina apenas ás
crianças. Adolescentes e jovens precisam muito desse momento especial, na sua
formação espiritual. Falando a seus
discípulos o Senhor prometeu: “Porque
onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ai estou Eu no meio deles”
(Mt 18.20). Aquele pequeno período de adoração do Culto Doméstico pode definir
todo o futuro de uma família. A família deve aprender e considerar que, com a
presença do Senhor em sua vida não há o que temer (Sl 23.4).
Nos momentos de louvor a Deus, pai e filhos são
abençoados e unidos na presença do Senhor. Ele habita no meio dos louvores (Sl
22.3). Deus se agrada de ver um lar que se transforma em um ambiente de
adoração. Ao orarem, pais e filhos atraem as bênçãos, o poder e a proteção de
Deus para as suas vidas; os laços espirituais são fortalecidos (Sl 133).
Nos dias
presente, essa tomada de posição faz-se mais necessária. Se a família não se
unir em torno do Senhor Jesus, não haverá esperança. Mas se os pais com os filhos
unirem-se no altar da adoração a Deus em seu lar, toda a família servirá ao
Senhor. Como disse Paulo ao carcereiro de Filipo: “Serás salvo tu e a tua casa” (Atos 16.31). Vale a pena o esforço para a realização do
culto doméstico. Barreiras espirituais contra as forças do mal são levantadas e
há fortalecimento na vida espiritual de todos do lar.
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 2º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Elinaldo Renovato). - Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007
LIMA,
Elinaldo Renovato de. A Família Cristã e os Ataques do Inimigo. Rio de Janeiro
2013. 1ª. Edição. CPAD
VEITE
Jr. Gene Edwuard. Tempos Pós-Modernos –
Uma avaliação do pensamento cristão e da cultura de nossa época. São Paulo
1999. 1ª. Edição Editora Cristã.
KOSTENBERGER,
Andréas J. Deus, Casamento e Família – Reconstruindo o fundamento bíblico. São
Paulo 2011 – Editora Vida Nova
JOHNSON,
Greg; YORKEY, Mike. A Segunda década do Amor: Renovando o casamento antes que
os filhos saiam para viver suas próprias vidas. 1ª.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
1996.
CHAMPLIN.
R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo Vl-1. Editora
Hagnos.
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