Síntese do Estudo Bíblico: Pr. João Barbosa
I - OBJETIVOS
DE APRENDIZAGEM:
1.
Conhecer a origem da Escola Dominical.
2.
Aprender as finalidades da Escola Dominical.
3.
compreender o quanto a Escola Dominical fortalece a família.
II - REFLEXÃO BÍBLICA:
“Ajunta o povo, homens, e mulheres, e meninos, e os teus estrangeiros que
estão dentro das tuas portas, para que ouçam, e aprendam, e temam ao SENHOR,
vosso Deus, e tenham cuidado de fazer todas as palavras desta Lei”.
(Deuteronômio 31.12)
III - DESENVOLVIMENTO:
A Escola Dominical, a Escola de ensino que
evangeliza enquanto ensina conjugando assim os dois lados da comissão de Jesus
à Igreja conforme Mateus 28.20, e Marcos 16.15; não é uma parte da Igreja, é a
própria Igreja ministrando ensino bíblico metódico. Milhões e milhões de vidas
são discipulados nos bancos da Escola Dominical. É sem dúvida a maior agência
de serviço voluntário em todo o mundo.
Essa Escola ministra o ensino da Palavra de Deus
de forma acessível a todos os alunos – desde o berçário aos adultos –
contemplando todas as faixas etárias, se torna de grande significado moral e
espiritual para toda a família. Em
virtude de conforme afirmam os estudiosos, a personalidade ser definida aos
sete anos, o que se aprende nesta fase, reflitirá decisivamente em nosso
desenvolvimento psíquico, emocional, afetivo e social, influenciando-nos por
toda a vida.
A Escola Dominical é gratuita e conta com o apoio
de homens e mulheres devidamente competentes, que voluntariamente lecionam a
Palavra de Deus. É o maior trabalho que se pode realizar na igreja. Os seus
professores e organizadores não têm qualquer retorno financeiro a não ser a
alegria de saber que são instrumentos de Deus para abençoar vidas através do
ensino da Bíblia Sagrada. Os que exercem esse ministério sabem que esta é a maior
recompensa.
O movimento religioso que deu origem a Escola Dominical
como a temos hoje, começou em 1780, na cidade de Gloucester, no Sul da
inglaterra. O seu fundador foi o jornalista evangélico episcopal Robert Raikes,
de 44 anos, redator do “Gloucester Journal” da Inglaterra.
Raikes foi inspirado a fundar a Escola Dominical
ao sentir compaixão pelas crianças de sua cidade, perambulando pelas ruas,
entregues à delinquência, pilhagem, ociosidade e ao vício sem qualquer orientação
moral nem espiritual, brigavam muito e falavam palavrões incessantemente. Ele,
que já há quinze anos trabalhava com os detentos das prisões da cidade, pensou no futuro
daquelas crianças e decidiu fazer algo em seu favor, a fim de que mais tarde não
fossem também parar nas cadeias.
O marco inspirador que levou Raikes a reunir as
crianças para lhes ensinar a Palavra de Deus remonta ao Antigo Testamento,
quando o Senhor deu ordem aos israelitas para que priorizassem a educação dos
filhos, onde os pais tinham a responsabilidade de ensinar a seus filhos a
respeito dos atos do Senhor em favor dos filhos de Israel (Sl 78.5; Dt 4.9,10).
Esse ensino prosseguiu durante e após o cativeiro babilônico quando foi fundada
as sinagogas chegando até os dias do Novo Testamento.
As sinagogas eram um centro de instrução onde os
meninos judeus aprendiam a respeito da lei. Mesmo havendo essas escolas a
educação no lar era prioritária. O próprio Jesus como menino judeu, participou
do ensino nas sinagogas, pois seus pais cumpriam os rituais judaicos (Lc
2.21-24,39-42) de forma tal que já em sua pré adolescência Jesus sabia de cor a
Torá e chegava a confundir os doutores da Lei (Lc 2.46,47).
Raikes procurava as crianças em plena rua e em casa dos pais e as conduzia ao
local de reunião, fazendo-lhes apelos para que todos os domingos estivessem ali
reunidas. De acordo com as diretrizes de Raikes, nas reuniões dominicais, além
do ensino da Bíblia Sagrada eram também ministrada às crianças rudimentos de
linguagem, aritmética e instrução moral e cívica.
O ensino das Escrituras consistia quase sempre de
leitura e recitação. Em seguida, teve início a prática de comentar os versículos
lidos. Muito depois é que surgiu a revista da Escola Dominical, com lições
seguidas e apropriadas.
Raikes enfrentou oposição. As igrejas da época
encararam o surgimento da Escola Dominical como inovação e coisas desnecessárias.
Os mais zelosos acusavam Raikes de “profanador do domingo”. Diziam os seu
opositores que reuniões de crianças mal comportadas, no templo, era uma
profanação. Raikes não levava em conta tais insinuações e a obra continuava e
tomava vulto.
O jornal do qual ele era redator foi uma coluna
forte na defesa e apoio da nova instituição, publicando extensa série de
artigos sobre o título A ESCOLA DOMINICAL, reproduzidos nos jornais londrinos. Foi
assim o começo da Escola Dominical – o começo de um dos mais poderosos
movimentos da história da igreja.
Alguns fatos históricos marcam a Escola
Dominical. O primeiro deles em 20.07.1780, marca a primeira ação da Escola Dominical quando
Robert Raikes estabeleceu os seguintes compromissos: Experimentar por três anos
o trabalho em andamento; Em seguida, ele divulgaria ao mundo os frutos da
Escola Dominical.
Mal sabia Raikes que estava lançando os
fundamentos de uma obra espiritual que atravessaria os séculos e abarcaria o
globo terrestre chegando até nós, a ponto de ter hoje dezenas de milhões de alunos
e professores, sendo a maior e mais poderosa agência de ensino da Palavra de
Deus que a igreja dispõe.
Nessa fase experimental 1780 – 1783, Raikes fundou sete Escolas
Dominicais somente em Gloucester, tendo cada uma trinta alunos em média. Os
abençoados frutos do trabalho logo surgiram entre as crianças, refletindo isso
profundamente nos próprios pais. Estava dando certo a experiência do ensino com
a Palavra de Deus.
Foi na data de 03.11.1783 em que Raikes
triunfalmente publicou em seu jornal e correspondentes, o grande impacto do
novo trabalho e a transformação ocorrida na vida das crianças, extensiva aos
familiares. A partir daí as igrejas passaram a dar apoio ao trabalho de Raikes.
A Escola Dominical passou das casas particulares para os templos, os quais
enchiam-se de crianças. Desde então, na Inglaterra, a data de 03.11.1783 é considerada
o dia natalício da Escola Dominical.
Antes de Raikes já havia reuniões semelhantes de
instrução bíblica, mas foi ele quem usado por Deus, popularizou e dinamizou o
movimento da Escola Dominical. O atual sistema de Escola Pública inspirou-se no
movimento da Escola Dominical.
Após o despontar do século XIX, muitos outros países
adotaram a Escola Dominical, sempre com excelentes resultados. A própria Inglaterra
reconhece que foi preservada de movimentos políticos extremistas e radicais
como o da revolução Francesa em 1789, graças ao despertamento espiritual através
de Wesley, White Field e a educação
religiosa promovida pela Escola Dominical.
Durante muito tempo, só as crianças frequentavam
a Escola Dominical, os adultos ingressaram posteriormente. Hoje em inúmeros
lugares ocorre o inverso. Quase só os adultos são beneficiados ficando as
crianças em último plano. Em 1784 – quatro anos após o início do movimento, a
Escola Dominical já contava com duzentos e cinquenta mil alunos matriculados.
IV - VERDADE PRÁTICA: A Escola Dominical considerada a Escola da
família cristã, é de grande importância para a Igreja do Senhor Jesus,
pois é considerada hoje um dos fatores de promoção do Reino de Deus e dos
destinos do mundo, através dos cidadão nela formados. De uma obra tão pequena e
humilde chegou a tão elevados dividendos cumprindo-se o que avalia o profeta
Zacarias (Zc 4.10).
“Quem
despreza o dia das coisas pequenas?” Para alguns a obra que Raikes realizava parecia sem importância. No
entanto, nenhuma obra feita sob o poder do Espírito de Deus, e com sua bênção,
deve ser considerada insignificante. Pelo contrário: tem valor e importância
eternos.
No Brasil a Escola Dominical teve início em
19.08.1855 na cidade de Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro. O fundador foi o
Ms. Robert Kalley e sua esposa D. Sarah Poulton Kalley – casal de missionários
da Igreja Congregacional. Eram escoceses. Ele fora um médico ateu que aceitou a
Cristo sob circunstâncias especiais e chamado por Deus, entregou-se á obra missionária.
Na primeira reunião de Escola Dominical realizada
pelo casal, na data acima, a frequência foi de cinco crianças. Essa mesma
Escola Dominical deu origem à Igreja Congregacional no Brasil. Desde então o crescimento
da Escola Dominical tem sido maravilhoso.
Antes de 1855 houve reuniões de Escola Dominical
no Rio de Janeiro, porém em caráter interno e no idioma inglês entre os membros
da comunidade americana. Remontando ao passado, as primeira reuniões de instruções
bíblicas no Brasil, ocorreram durante a permanência aqui, dos crentes
calvinistas que desembarcaram na Guanabara em 1557.
Nessa ocasião realizaram o primeiro culto evangélico
em terras do continente americano em 10 de março do mesmo ano. A segunda fase
de tais reuniões deu-se durante o domínio holandês no Nordeste, a partir de 1630, por crentes da
Igreja Reformada Holandesa, quando vários núcleos evangélicos foram
estabelecidos nesta região.
Na mesma época - primeira invasão holandesa, foram realizados
cultos em Pernambuco e na Bahia onde também foram implantados núcleos evangélicos.
Tudo foi interrompido com o fim do domínio holandês e a campanha movida pela Igreja
Católica Romana de então. Mas em 1855 a Escola Dominical veio para ficar e
ficou, avançando como fogo em campo aberto impelida pelo zelo de milhares de
seus obreiros inflamados pelo Espírito Santo.
Desde então, vem a Escola Dominical crescendo
sempre, em todas as denominações evangélicas.
E onde quer que estas cheguem, a
Escola Dominical é logo implantada produzindo sem demora seus excelentes
resultados na vida dos alunos, na igreja, no lar, na comunidade e sobretudo na
nação inteira. Foi assim o começo da Escola Dominical – um dos mais poderosos
avivamentos da história da Igreja. Não esqueçamos: A Escola Dominical nasceu como
um movimento entre as crianças.
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 2º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Elinaldo Renovato). - Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007
LIMA,
Elinaldo Renovato de. A Família Cristã e os Ataques do Inimigo. Rio de Janeiro
2013. 1ª. Edição. CPAD
VEITE
Jr. Gene Edwuard. Tempos Pós-Modernos –
Uma avaliação do pensamento cristão e da cultura de nossa época. São Paulo
1999. 1ª. Edição Editora Cristã.
KOSTENBERGER,
Andréas J. Deus, Casamento e Família – Reconstruindo o fundamento bíblico. São
Paulo 2011 – Editora Vida Nova
Gilberto,
Pr. Antonio – Manual da Escola Dominical – Edição CPAD
SCHALKWIJK,
Frans Leonard. Igreja e Estado no Brasil Holandês. 1630 – 1640. Soc. Religiosa.
Edt. Vida Nova
Revista
Eclésia – abril. 2000
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