Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
Texto da Lição: 2Re 4.1-7
I - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
- Atentar para a real
motivação de um milagre.
- Identificar os instrumentos de um milagre.
- Especificar os reais objetivos de um milagre.
II - INTRODUÇÃO: Milagres são eventos miraculosos que ultrapassam
daquilo que se poderia esperar de circunstâncias naturais e usuais.
Estritamente falando, diríamos ser um evento dentro do mundo natural, mas que
aparentemente está fora da sua ordem normal, podendo ser explicado somente
através de um poder sobre-humano, isto é, o poder divino.
A existência das coisas e da
vida constitui o mais inefável de todos os mistérios; e a esse mistério podemos
chamar de primeiro dos milagres de Deus. Os demais milagres fluem daquele mesmo
poder divino, que criou todas as coisas, sem importar se, esses outros milagres
efetuados por meio de agentes humanos ou angelicais.
Um dos dons espirituais
consistia nas operações de milagres (1Co 2.10).
Os milagre são chamados de poderes e sinais. Também são chamados de
maravilhas (Ex 15.11; Dn 12.6). Aparecem como
o dedo de Deus em Lucas 4.18. outras vezes, são meramente chamados obras
(Jo 5.36; 7.21; 10.25).
III – DESENVOLVIMENTO
- A MOTIVAÇÃO DO MILAGRE:
1. 1 – A necessidade
humana – Mesmo com
as grandes conquistas sociais do nosso tempo ainda existem milhões de famílias
que vivem abaixo da linha da pobreza passando por privações e escassez de
alimentos básicos, vestuário, moradia, saúde, higiene e educação. As bênçãos de
Deus nos são concedidas em respostas às nossas precariedades e necessidades.
Muitas são as causas que podem levar uma família a viver essa vida
precária, tudo acontecendo desde o descaso dos poderes constituídos, a outros
fatores como desemprego, indisposição para o trabalho, falta de capacitação
para se inserir no competitivo mercado de trabalho e até mesmo desinteresse de
parentes e amigos próximos àquele grupo.
1. 2 – A misericórdia
divina – A
misericórdia de Deus é suficientemente vigorosa para excluir a possibilidade de
um fracasso final. O plano de Deus encerra muitos retrocessos, mas ele jamais
desiste. O milagre na casa da viúva aconteceu não apenas por ser uma pobre
viúva; o milagre ocorreu também pela compaixão de Deus. No Salmo 116.5 o
salmista se expressa com grande gratidão após ter passado por momentos de grande
aflição e necessidade do socorro divino: “Piedoso
é o Senhor e justo, o nosso Deus tem misericórdia”.
O propósito da providência de Deus consiste em preservar a vida,
não somente a duração da vida terrena, mas também a boa qualidade dessa vida.
Há ocasiões em que enfrentamos situações por mais difíceis para
nós as vencermos sozinhos, e isso faz necessária a ajuda divina ou a
intervenção divina.
- A DINÂMICA DO MILAGRE:
2.1 – Um pouco de azeite – Eliseu
perguntou a mulher o que ela tinha em casa; e esta respondeu: Tua serva não tem
nada em casa, senão uma botija de azeite (2Re 4.2).
Ela tinha em casa um bem precioso e de grande valor comercial –
uma botija de azeite. Produto esse que colocado à venda não haveria nenhuma
dificuldade de comercialização, haja vista, todos precisarem de azeite, pois
ele possuía utilidades incontáveis.
O azeite figurava entre os principais artigos do comércio,
juntamente com os cereais e o vinho (Nm 18.12; Dt 7.13). Era largamente
negociado (Ez 27.17; Lc 16.6). As riquezas de uma pessoa eram parcialmente
calculadas em termos de azeite. Óleo batido (que era o melhor azeite) formava
parte do pagamento anual do rei Salomão a Irão rei de Tiro (1Re 5.11).
2.2 – Uma fé
obediente – O azeite era um produto de valor suficiente para que Eliseu
aconselhasse à viúva a pagar sua dívida mediante a venda do azeite (2Re 4.7).
Ao tomar conhecimento de que a mulher possuía uma botija de azeite
e conhecendo o seu alto valor comercial a instruiu a pedir muitos vasos
emprestados aos seus vizinhos.
A mulher obedecendo procedeu de acordo com as instruções do
profeta e em seguida pediu uma nova instrução ao homem de Deus; que lhe mandou
vender o azeite, pagar as dívidas e junto com os filhos viver do restante que
lhe sobrasse.
Pela sua preciosidade, o azeite era guardado nos tesouros reais
juntamente com o ouro, a prata e outras especiarias (2Re 20.13). E também o
azeite era usado como pagamento de tributos (Os 12.1).
O azeite era utilizado como cosméticos, para ungir a pele do
corpo, os cabelos, ou simplesmente para efeito de beleza (Dt 28.40; 2Sm 12.20;
14.2; Rt 3.3).
Na medicina da época o azeite servia de medicamento, sendo
esfregado no corpo quando a pessoa estava febril, ou era usado em banhos e na
unção de ferimentos (Is 1.6; Lc 10.34).
- OS INSTRUMENTOS DO MILAGRE:
3.1 – O instrumento
humano – Muitas vezes os homens
servem de instrumentos nas mãos de Deus para operacionalização dos milagres em
resposta à necessidade e clamor pelo sofrimento. O milagre que aconteceu na
casa da viúva tem exatamente esse indicativo.
À pobre viúva sobraram dívidas assumidas por seu marido, e os abutres estavam à sua caça. O caso era
tão sério que um credor tinha ameaçado vender os dois filhos da mulher á
servidão, para que a dívida fosse saldada. Isso ele acabaria fazendo, sem
dúvida. A viúva então apelou para o profeta Eliseu intervir no caso, da forma
que Yahweh o instruísse a agir.
3.2 – O instrumento divino – A Palavra do Senhor foi o agente causador do
milagre na vida da viúva. O que o Senhor faz, Ele o faz através da sua Palavra.
Eliseu profetizara que a falta de alimentos chegaria brevemente ao fim em
Samaria, e que os seus preços cairiam até chegar ao normal.
Isso aconteceu dentro de um
contexto de grande fome – o profeta prediz abundância de alimentos. Tudo em
Samaria conspirava contra o cumprimento dessa profecia a ponto de uma das
pessoas de confiança do rei ironizar dizendo: “Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, poder-se-ia fazer isso?”
(2Re 7.2). Mas a profecia cumpriu-se
exatamente como Eliseu havia predito” (2Re 7.16-20). O Senhor fez em cumprimento à sua Palavra.
- O OBJETIVO DO MILAGRE:
4.1 – Uma resposta ao sofrimento – Jesus ensina que o gênero humano está
aprisionado pelo pecado, pela enfermidade e pela morte, vivendo em grande
necessidade. No Novo Testamento encontramos o Senhor Jesus libertando e curando
porque se compadecia do sofrimento humano.
No ministério de Eliseu fica
muito bem evidenciado que Deus o usava milagrosamente para atender essas
grandes necessidades humanas naqueles dias. A narrativa da viúva com seus dois
filhos revela que Deus cuida dos seus fiéis quando estão em necessidade e
aflição. A viúva com os dois filhos representam o povo de Deus quando estão em abandono e
opressão.
Tanto no Antigo quanto no Novo
Testamento, a compaixão pelos necessitados e o cuidado por eles são evidência
da fé genuína em Deus e da verdadeira piedade. Jó era um dos homens que exercia
piedade (Jó 29.12).
No Novo Testamento Tiago
fala dos princípios que definem o conteúdo do verdadeiro cristianismo: “A religião pura e imaculada para com Deus o
Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da
corrupção do mundo” (Tg 1.27).
4.2 – Glorificar
a Deus – Os milagres narrados nas
Escrituras têm por objetivo glorificar o nome de Deus. No Novo Testamento
encontramos Paulo realizando um milagre quando se deparou com um coxo cujos pés
eram deficientes desde o seu nascimento – nunca tinha andado. Diz a narrativa
de Atos 14.9 e10, que ao fixar os olhos sobre ele, Paulo observou que aquele tinha fé para ser curado,
então disse-lhe em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés, e ele saltou e
andou.
Naquele momento as pessoas
ali presentes começaram exaltar a Paulo e
Barnabé seu companheiro, porém eles o repeliram dizendo: Varões, por que fazeis
essas coisas? Nós também somos homens como vós e começou a mostrar-lhes que
eram apenas mensageiros do Deus vivo, em quem eles precisavam de crer e aceitar
para tributar-lhe toda honra e toda glória, pois somente ele fazia coisas tão
grandes na vida dos homens.
No Antigo Testamento
encontramos Geazi servo de Eliseu, que ao tentar se beneficiar das operações de
Deus teve severa punição quando do episódio da cura de Naamã conforme podemos
ler em 2Re 5.20-27. Por mentir a Naamã e a Eliseu, Geazi desonrou o nome de
Deus e foi castigado herdando a lepra de Naamã.
IV – CONCLUSÃO
Um fator muito importante na
história deste milagre é o que aconteceu após a viúva ter tomado emprestadas as
vasilhas de seus vizinhos curiosos. Eliseu lhe disse: “Então entra, e fecha a
porta sobre ti, e sobre teus filhos..” Sempre haverá muitas pessoas para dizer
ao contrário.
Há os que replicam: “Os
antecedentes são contra isso. Tentamos antes e falhamos”. Há também os que se
queixam: “Não podemos suportar isso”. Eliseu simplesmente insistiu para que ela
deixasse de fora os incrédulos e fechasse os ouvidos para a dúvida.
Jesus advertiu: “Atentai no
que ouvis” (Mc 4.24). Ele sabia que agimos e reagimos de acordo com aquilo que
ouvimos daqueles que estão à nossa volta. Eliseu também sabia quão rapidamente
as sementes de dúvida crescem no solo do desespero e da perversidade humana.
Dessa maneira recomendou á viúva que entrasse em sua casa e fechasse a porta da
dúvida.
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2013 – (Comentarista: José Gonçalves).
Bíblia
de Estudo Pentecostal – CPAD
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007
GONÇALVES,
Josué. Porção Dobrada (Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os
ministérios proféticos de Elias e Eliseu). Rio de Janeiro 2012. 1ª. Edição.
CPAD
WISEMAN,
Donald J. 1 e 2Reis – Introdução e Comentário. Inglaterra, 1993. Brasil, 2006.
Série Cultura Bíblica – Editora Vida Nova.
CHAMPLIN.
R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora
Hagnos.
CHAMPLIN.
R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo..
Editora Hagnos.
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