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sábado, 9 de março de 2013

Há um Milagre em sua Casa - Lição 10 - 1º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 10.03.13


Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
            http://nasendadacruz.blogspot.com
 Texto da Lição: 2Re 4.1-7
                          
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Atentar para a real motivação de um milagre.
  2. Identificar os instrumentos de um milagre.
  3. Especificar os reais objetivos de um milagre.

II  - INTRODUÇÃO: Milagres são eventos miraculosos que ultrapassam daquilo que se poderia esperar de circunstâncias naturais e usuais. Estritamente falando, diríamos ser um evento dentro do mundo natural, mas que aparentemente está fora da sua ordem normal, podendo ser explicado somente através de um poder sobre-humano, isto é, o poder divino.

A existência das coisas e da vida constitui o mais inefável de todos os mistérios; e a esse mistério podemos chamar de primeiro dos milagres de Deus. Os demais milagres fluem daquele mesmo poder divino, que criou todas as coisas, sem importar se, esses outros milagres efetuados por meio de agentes humanos ou angelicais.

Um dos dons espirituais consistia nas operações de milagres (1Co 2.10).
Os milagre são chamados de   poderes e sinais. Também são chamados de maravilhas (Ex 15.11; Dn 12.6). Aparecem como  o dedo de Deus em Lucas 4.18. outras vezes, são meramente chamados obras (Jo 5.36; 7.21; 10.25).

 III – DESENVOLVIMENTO

  1. A MOTIVAÇÃO DO MILAGRE:
  
1. 1 – A necessidade humana  –  Mesmo com as grandes conquistas sociais do nosso tempo ainda existem milhões de famílias que vivem abaixo da linha da pobreza passando por privações e escassez de alimentos básicos, vestuário, moradia, saúde, higiene e educação. As bênçãos de Deus nos são concedidas em respostas às nossas precariedades e necessidades.

Muitas são as causas que podem levar uma família a viver essa vida precária, tudo acontecendo desde o descaso dos poderes constituídos, a outros fatores como desemprego, indisposição para o trabalho, falta de capacitação para se inserir no competitivo mercado de trabalho e até mesmo desinteresse de parentes e amigos próximos àquele grupo.

1. 2 – A misericórdia divinaA misericórdia de Deus é suficientemente vigorosa para excluir a possibilidade de um fracasso final. O plano de Deus encerra muitos retrocessos, mas ele jamais desiste. O milagre na casa da viúva aconteceu não apenas por ser uma pobre viúva; o milagre ocorreu também pela compaixão de Deus. No Salmo 116.5 o salmista se expressa com grande gratidão após ter passado por momentos de grande aflição e necessidade do socorro divino: “Piedoso é o Senhor e justo, o nosso Deus tem misericórdia”. 
                                                                                                                             
O propósito da providência de Deus consiste em preservar a vida, não somente a duração da vida terrena, mas também a boa qualidade dessa vida.
Há ocasiões em que enfrentamos situações por mais difíceis para nós as vencermos sozinhos, e isso faz necessária a ajuda divina ou a intervenção divina.

  1. A DINÂMICA DO MILAGRE:
 
2.1 – Um pouco de azeite – Eliseu perguntou a mulher o que ela tinha em casa; e esta respondeu: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite (2Re 4.2).

Ela tinha em casa um bem precioso e de grande valor comercial – uma botija de azeite. Produto esse que colocado à venda não haveria nenhuma dificuldade de comercialização, haja vista, todos precisarem de azeite, pois ele possuía utilidades incontáveis.

O azeite figurava entre os principais artigos do comércio, juntamente com os cereais e o vinho (Nm 18.12; Dt 7.13). Era largamente negociado (Ez 27.17; Lc 16.6). As riquezas de uma pessoa eram parcialmente calculadas em termos de azeite. Óleo batido (que era o melhor azeite) formava parte do pagamento anual do rei Salomão a Irão rei de Tiro (1Re 5.11).

2.2 – Uma fé obediente – O azeite era um produto de valor suficiente para que Eliseu aconselhasse à viúva a pagar sua dívida mediante a venda do azeite (2Re 4.7).

Ao tomar conhecimento de que a mulher possuía uma botija de azeite e conhecendo o seu alto valor comercial a instruiu a pedir muitos vasos emprestados aos seus vizinhos.

A mulher obedecendo procedeu de acordo com as instruções do profeta e em seguida pediu uma nova instrução ao homem de Deus; que lhe mandou vender o azeite, pagar as dívidas e junto com os filhos viver do restante que lhe sobrasse.

Pela sua preciosidade, o azeite era guardado nos tesouros reais juntamente com o ouro, a prata e outras especiarias (2Re 20.13). E também o azeite era usado como pagamento de tributos (Os 12.1).

O azeite era utilizado como cosméticos, para ungir a pele do corpo, os cabelos, ou simplesmente para efeito de beleza (Dt 28.40; 2Sm 12.20; 14.2; Rt 3.3).
Na medicina da época o azeite servia de medicamento, sendo esfregado no corpo quando a pessoa estava febril, ou era usado em banhos e na unção de ferimentos (Is 1.6; Lc 10.34).
  1. OS INSTRUMENTOS DO MILAGRE:
 
3.1 – O instrumento humano – Muitas vezes os homens servem de instrumentos nas mãos de Deus para operacionalização dos milagres em resposta à necessidade e clamor pelo sofrimento. O milagre que aconteceu na casa da viúva tem exatamente esse indicativo.

À pobre viúva sobraram dívidas assumidas por seu marido, e os abutres estavam à sua caça. O caso era tão sério que um credor tinha ameaçado vender os dois filhos da mulher á servidão, para que a dívida fosse saldada. Isso ele acabaria fazendo, sem dúvida. A viúva então apelou para o profeta Eliseu intervir no caso, da forma que Yahweh o instruísse a agir.

3.2 – O instrumento divino – A Palavra do Senhor foi o agente causador do milagre na vida da viúva. O que o Senhor faz, Ele o faz através da sua Palavra. Eliseu profetizara que a falta de alimentos chegaria brevemente ao fim em Samaria, e que os seus preços cairiam até chegar ao normal.

Isso aconteceu dentro de um contexto de grande fome – o profeta prediz abundância de alimentos. Tudo em Samaria conspirava contra o cumprimento dessa profecia a ponto de uma das pessoas de confiança do rei ironizar dizendo: “Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, poder-se-ia fazer isso?” (2Re 7.2).  Mas a profecia cumpriu-se exatamente como Eliseu havia predito” (2Re 7.16-20).  O Senhor fez em cumprimento à sua Palavra.

  1. O OBJETIVO DO MILAGRE:
 
4.1 – Uma resposta ao sofrimento – Jesus ensina que o gênero humano está aprisionado pelo pecado, pela enfermidade e pela morte, vivendo em grande necessidade. No Novo Testamento encontramos o Senhor Jesus libertando e curando porque se compadecia do sofrimento humano.

No ministério de Eliseu fica muito bem evidenciado que Deus o usava milagrosamente para atender essas grandes necessidades humanas naqueles dias. A narrativa da viúva com seus dois filhos revela que Deus cuida dos seus fiéis quando estão em necessidade e aflição. A viúva com os dois filhos representam o  povo de Deus quando estão em abandono e opressão.

Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, a compaixão pelos necessitados e o cuidado por eles são evidência da fé genuína em Deus e da verdadeira piedade. Jó era um dos homens que exercia piedade (Jó 29.12).

No Novo Testamento Tiago fala dos princípios que definem o conteúdo do verdadeiro cristianismo: “A religião pura e imaculada para com Deus o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1.27).   

 4.2 – Glorificar a Deus – Os milagres narrados nas Escrituras têm por objetivo glorificar o nome de Deus. No Novo Testamento encontramos Paulo realizando um milagre quando se deparou com um coxo cujos pés eram deficientes desde o seu nascimento – nunca tinha andado. Diz a narrativa de Atos 14.9 e10, que ao fixar os olhos sobre ele, Paulo  observou que aquele tinha fé para ser curado, então disse-lhe em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés, e ele saltou e andou.

Naquele momento as pessoas ali presentes começaram exaltar a Paulo  e Barnabé seu companheiro, porém eles o repeliram dizendo: Varões, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós e começou a mostrar-lhes que eram apenas mensageiros do Deus vivo, em quem eles precisavam de crer e aceitar para tributar-lhe toda honra e toda glória, pois somente ele fazia coisas tão grandes na vida dos homens.

No Antigo Testamento encontramos Geazi servo de Eliseu, que ao tentar se beneficiar das operações de Deus teve severa punição quando do episódio da cura de Naamã conforme podemos ler em 2Re 5.20-27. Por mentir a Naamã e a Eliseu, Geazi desonrou o nome de Deus e foi castigado herdando a lepra de Naamã.  

IV – CONCLUSÃO

Um fator muito importante na história deste milagre é o que aconteceu após a viúva ter tomado emprestadas as vasilhas de seus vizinhos curiosos. Eliseu lhe disse: “Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos..” Sempre haverá muitas pessoas para dizer ao contrário.

Há os que replicam: “Os antecedentes são contra isso. Tentamos antes e falhamos”. Há também os que se queixam: “Não podemos suportar isso”. Eliseu simplesmente insistiu para que ela deixasse de fora os incrédulos e fechasse os ouvidos para a dúvida.

Jesus advertiu: “Atentai no que ouvis” (Mc 4.24). Ele sabia que agimos e reagimos de acordo com aquilo que ouvimos daqueles que estão à nossa volta. Eliseu também sabia quão rapidamente as sementes de dúvida crescem no solo do desespero e da perversidade humana. Dessa maneira recomendou á viúva que entrasse em sua casa e fechasse a porta da dúvida.
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2013 – (Comentarista: José Gonçalves).

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007                    
GONÇALVES, Josué. Porção Dobrada (Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu). Rio de Janeiro 2012. 1ª. Edição. CPAD

WISEMAN, Donald J. 1 e 2Reis – Introdução e Comentário. Inglaterra, 1993. Brasil, 2006. Série Cultura Bíblica – Editora Vida Nova.
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

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