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quinta-feira, 21 de março de 2013

Eliseu e a Escola dos Profetas - Lição 12 - 1º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 24.03.13


Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
            http://nasendadacruz.blogspot.com
 Texto da Lição: 2Re 6.1-7
                          
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Compreender o real propósito das escolas de profetas.
  2. Saber a respeito do currículo das escolas de profetas.
  3. Relacionar alguns dos métodos utilizados nas escolas de profetas. 
II  - INTRODUÇÃO: Eliseu não era apenas um homem com dons sobrenaturais, mas também um profeta que possuía uma  missão pedagógica.
Já no Antigo Testamento podemos perceber que a educação religiosa tinha um lugar de destaque entre os israelitas. As Escolas de Profetas são uma prova desta verdade.

Estas instituições não tinham como propósito ensinar os alunos  a profetizarem. A profecia é um dom divino, por isso, somente o Senhor pode ensinar os seus servos a profetizar. Todavia um dos objetivos era passar às gerações mais novas a liderança cutural e espiritual da nação.

Acredita-se que eles viviam em uma casa comum na companhia dos profetas, ou, em uma mesma comunidade (2Re 6.1). Alguns desses profetas eram casados, e tinham seus próprios lares (2 Re 4.1). 

III – DESENVOLVIMENTO

  1. A INSTITUIÇÃO DAS ESCOLAS DE PROFETAS:  
1. 1 – Noção de organização e forma – A estrutura física que comportava a Corporação de profetas que viviam e conviviam com um objetivo específico de receberem a educação religiosa para o ofício de profetas não era de acomodação suficiente ou adequada.

Este fato levou os mesmos a procurarem o profeta Eliseu, considerado por eles como pai, devido á instrução e treinamento que dele recebiam, bem como ao respeito devido aos mestres da época. Assim, os abnegados aprendizes profetas, se voltavam para Eliseu à cada necessidade que sentiam.

O pleito dos profetas era um local onde melhor fossem acomodados. A proposta do projeto de construção de um melhor espaço físico foi de imediato aceita por Eliseu e todos se dirigiram ao rio Jordão para de suas margens arborizadas conseguirem o material necessário ao empreendimento.

1. 2 – Noção de organismo e função – Como instituição educativa a escola dos profetas possuía uma estrutura funcional para organização e administração do seu currículo. Estudiosos crêem que as escolas de profetas surgiram com Samuel (1Sm 10.5,10; 19.20).

Posteriormente, essas escolas foram mais firmemente estabelecidas por Elias e Eliseu no reino do norte ou das dez tribos. Elas seguiam o modelo ideal hebreu, da relação entre professor e aluno.

Alunos e mestre viviam em comunidades e o ensinamento era bíblico, místico e através do exemplo pessoal. Os profetas transmitiam a seus discípulos conhecimentos e instruções acerca do ofício profético.

Várias escolas de profetas foram estabelecidas em Ramá e Gibeá (1Sm 19.20; 10.5,10). Também havia centros dessas atividades em Gilgal, Betel e Jericó (2Re 4.38; 2.3,5,7,15; 4.1; 9.1).

  1. OS OBJETIVOS DAS ESCOLAS DE PROFETAS: 
2.1 – Treinamento – Os alunos das escolas de profetas recebiam treinamento direcionado a seguir em obediência e fidelidade aos seus líderes. Observe-se que os membros das escolas de profetas presenciaram todo o translado de Elias, inclusive o fato de que o espírito de Elias repousara sobre Eliseu.

Inconformados com o desaparecimento de Elias queriam ir em busca dele; mas para realizar tal ação submeteram ao líder Eliseu, o plano de enviar cinqüenta homens fortes dentre eles para certificar-se de que Elias não estaria oculto, nem haveria realizado algum truque para enganá-los.

Eliseu proibiu os profetas de ir atrás de Elias. Ele sabia que tal ato seria ridículo e serviria apenas para diminuir a magnitude do que havia acontecido. Entretanto mediante tantos apelos Eliseu cedeu apesar de haver dito não, não!

Por muitas vezes Eliseu já havia tratado os seus liderados com severidade, mas desta vez, como um pai que cede diante das lágrimas de seus filhos, assim também Eliseu cedeu, embora a busca fosse um procedimento infrutífero para Eliseu.

Após três dias de busca sem resultados convenceram-se de que Elias realmente havia sido arrebatado, cuja lição serviu para torná-los mais ansiosos por obedecer a Eliseu sem colocar em dúvida a sua palavra.

2.2 – Encorajamento – Nas escolas de profetas os alunos era encorajados a buscarem uma melhor compreensão da Palavra de Deus. Além da preocupação de transmitir com fidelidade a mensagem profética por inspiração divina (1Re13.1-5; 1Sm 2.27-32), o profeta Eliseu se preocupava em fornecer instruções e encorajamento àqueles jovens que ali estavam.

Excelência no ensino era uma das competências que fazia parte do currículo das escolas de profetas, a fim de que também fosse assegurado às gerações mais novas um conhecimento sólido, tal qual seus mestres haviam recebido do Senhor.

    3. O CURRÍCULO DAS ESCOLAS DE PROFETAS:
 
3.1 – A Escritura – A Palavra de Deus era o texto básico no currículo das escolas de profetas. Em especial o livro de Deuteronômio, o último livro do Pentateuco e considerado uma cópia da lei entregue por Deus a Moisés no monte Sinai. Esse livro era estudado com minúcias por trazer em detalhes os princípios e preceitos que regiam a aliança de Jeová com o seu povo.

Assim como Elias, Eliseu também estava familiarizado com os ditames do concerto divino. Como herança, Eliseu recebeu de Elias o zelo pela Palavra de Deus e seu cumprimento. Ensinar a Palavra de Deus era a meta número um e caracterizadora dos objetivos das escolas de profetas – A transmissão dos valores morais e espirituais que Deus havia entregado a Israel através da sua Palavra.

Encontramos em 1Rs19.10, o registro que certa ocasião no monte Sinai, Elias queixou-se a Deus de que os israelitas haviam abandonado a aliança divina, destruído os locais do verdadeiro culto e matado os profetas do Senhor. Isso nos mostra a ampla visão do profeta em relação aos valores estabelecidos na lei.

3.1 – A Experiência – Partilhar com os alunos das escolas de profetas tudo o que havia aprendido do Senhor era uma marca de Elias e Eliseu. O conhecimento dos antigos profetas permeava uma experiência de grande valor que de forma alguma poderia ser desprezada. A coragem e fé, a persistência e altruísmo de Elias e Eliseu são patentes que não têm paralelo em toda a história da redenção.

O desafio de Elias ao rei Acabe (1Re 18.16-19), sua repreensão a todo o Israel (1Re 18.21-24) e seu confronto com os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal  (1Re 18.19,22) foram embates que ele os enfrentou dispondo apenas das armas da oração e da fé em Deus. Podemos ver sua confiança em Deus na brevidade e simplicidade da sua oração, apenas quarenta e uma palavras em hebraico (1Re18.36,37).

  1. A METODOLOGIA DA ESCOLA DE PROFETAS: 
4.1 – Ensino através do exemplo – No ministério pedagógico do profeta Eliseu, cuja metodologia de ensino instituiu o exemplo como uma das técnicas de grande operacionalidade, podemos destacar a relação do profeta com o seu servo Geazi, em caso particular quando do milagre que culminou na cura de Naamã.

O orgulhoso Naamã armou-se com seus poderes materiais em busca do milagre para sua vida – a cura de uma intolerável lepra. O profeta Eliseu ao ser abordado, por nada se interessou, apenas receitou-lhe o processo de libertação através dos sete mergulhos nas águas do rio Jordão. E, depois de acertos e desacertos entre Naamã e os seus criados e conselheiros, afinal optou pela humildade e tornou-se um vitorioso (2 Re 5.1-14).

Como todos conhecemos, o servo Geazi contrariando o perfil do seu senhor –resolveu se beneficiar, visando proveito próprio material, ao invés de atentar para o proceder de Eliseu que desprezara tudo que lhe foi oferecido.

Dessa forma Geazi decidiu, trair Eliseu não seguindo o seu exemplo, mentir a Naamã e a Eliseu e desonrar o nome de Deus, o que o levou a triste consequência de por determinação de Eliseu, herdar a lepra de Naamã, ele e sua semente para sempre. Nos relata o texto de 2Re 5.27 que saiu Geazi da presença de Eliseu, leproso – branco como a neve.

 4.2 – Ensino através da Palavra – Tudo o que sabemos a respeito da vida e condução ministerial e profética do profeta Eliseu nos é reportado através de um cronista sagrado, entretanto, o modo como agia e se comportava não nos deixa dúvida de que suas diretrizes de vida bem como pedagógicas tinham como referência a Palavra de Deus.

A prova como Eliseu julgava o comportamento dos reis, nos deixa muito conscientes de que usava a Palavra de Deus escrita para discipular os alunos das escolas de profetas, bem como para emitir julgamentos aprovando ou desaprovando suas respectivas ações (2Re 8.7-15; 2Re 9.1-14) de acordo com as determinações da lei escrita na Palavra de Deus. 

IV – CONCLUSÃO

Após o arrebatamento de Elias, Eliseu tomou o seu lugar, como cabeça da escola dos profetas. Ele recebera a dupla porção do poder espiritual de Elias (2Re 2.9,10). Dessa forma, Eliseu foi um autêntico substituto de Elias, não representando qualquer declínio quanto ao poder espiritual.

A instituição da escola dos profetas torna-se de grande valor para todos nós, haja vista sempre ter havido entre o povo de Deus a preocupação com a excelência do ensino da Palavra de Deus. As escolas dos profetas seguiam o idealismo hebreu concernente à educação (1Sm 10.5,10; 19.20).

De modo algum podemos colocar em plano inferior a educação acadêmica secular através dos tempos, mas também não podemos deixar de destacar e dar ênfase à dimensão espiritual do conhecimento divino através das escolas teológicas cujo objetivo é transmitir com eficiência o conhecimento espiritual, bíblico e cultural que nos oportuniza o nosso livro texto, o mais lido em todo o mundo – A Bíblia Sagrada (Jo 5.39; 2Tm 3.16,17).  

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2013 – (Comentarista: José Gonçalves).
3Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007                    
GONÇALVES, Josué. Porção Dobrada (Uma análise bíblica, teolóbre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu). Rio de Janeiro 2012. 1ª. Edição. CPAD
1 e 2Reis – Introdução e Comentário. Inglaterra, 1993. Brasil, 2006. Série Cultura Bíblica – Editora Vida Nova.
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.
LEE. Witness. Estudo-Vida de João. São Paulo, 07 de 1987. Edit.Fonte da Vida.
CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

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