Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
Texto da Lição: 2Re 6.1-7
I - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
- Compreender o real propósito das escolas de profetas.
- Saber a respeito
do currículo das escolas de profetas.
- Relacionar alguns dos métodos utilizados nas escolas de profetas.
II - INTRODUÇÃO: Eliseu não era apenas um homem com dons
sobrenaturais, mas também um profeta que possuía uma missão pedagógica.
Já no Antigo Testamento podemos
perceber que a educação religiosa tinha um lugar de destaque entre os
israelitas. As Escolas de Profetas são uma prova desta verdade.
Estas instituições não tinham
como propósito ensinar os alunos a
profetizarem. A profecia é um dom divino, por isso, somente o Senhor pode
ensinar os seus servos a profetizar. Todavia um dos objetivos era passar às gerações
mais novas a liderança cutural e espiritual da nação.
Acredita-se que eles viviam em
uma casa comum na companhia dos profetas, ou, em uma mesma comunidade (2Re
6.1). Alguns desses profetas eram casados, e tinham seus próprios lares (2 Re
4.1).
III – DESENVOLVIMENTO
- A INSTITUIÇÃO DAS ESCOLAS DE PROFETAS:
1. 1 – Noção de
organização e forma – A estrutura física que comportava a Corporação de profetas que viviam e
conviviam com um objetivo específico de receberem a educação religiosa para o
ofício de profetas não era de acomodação suficiente ou adequada.
Este
fato levou os mesmos a procurarem o profeta Eliseu, considerado por eles como
pai, devido á instrução e treinamento que dele recebiam, bem como ao respeito
devido aos mestres da época. Assim, os abnegados aprendizes profetas, se
voltavam para Eliseu à cada necessidade que sentiam.
O
pleito dos profetas era um local onde melhor fossem acomodados. A proposta do
projeto de construção de um melhor espaço físico foi de imediato aceita por
Eliseu e todos se dirigiram ao rio Jordão para de suas margens arborizadas
conseguirem o material necessário ao empreendimento.
1. 2 – Noção de
organismo e função – Como
instituição educativa a escola dos profetas possuía uma estrutura funcional
para organização e administração do seu currículo. Estudiosos crêem que as
escolas de profetas surgiram com Samuel (1Sm 10.5,10; 19.20).
Posteriormente, essas escolas foram mais firmemente estabelecidas por Elias e Eliseu no
reino do norte ou das dez tribos. Elas seguiam o modelo ideal hebreu, da
relação entre professor e aluno.
Alunos e mestre viviam em comunidades e o ensinamento era bíblico,
místico e através do exemplo pessoal. Os profetas transmitiam a seus discípulos
conhecimentos e instruções acerca do ofício profético.
Várias escolas de profetas foram
estabelecidas em Ramá e Gibeá (1Sm 19.20; 10.5,10). Também havia centros dessas
atividades em Gilgal, Betel e Jericó (2Re 4.38; 2.3,5,7,15; 4.1; 9.1).
- OS OBJETIVOS DAS ESCOLAS DE PROFETAS:
2.1 – Treinamento – Os alunos
das escolas de profetas recebiam treinamento direcionado a seguir em obediência
e fidelidade aos seus líderes. Observe-se que os membros das escolas de
profetas presenciaram todo o translado de Elias, inclusive o fato de que o
espírito de Elias repousara sobre Eliseu.
Inconformados com o desaparecimento de Elias queriam ir em busca
dele; mas para realizar tal ação submeteram ao líder Eliseu, o plano de enviar
cinqüenta homens fortes dentre eles para certificar-se de que Elias não estaria
oculto, nem haveria realizado algum truque para enganá-los.
Eliseu proibiu os profetas de ir atrás de Elias. Ele sabia que tal
ato seria ridículo e serviria apenas para diminuir a magnitude do que havia
acontecido. Entretanto mediante tantos apelos Eliseu cedeu apesar de haver dito
não, não!
Por muitas vezes Eliseu já havia tratado os seus liderados com
severidade, mas desta vez, como um pai que cede diante das lágrimas de seus
filhos, assim também Eliseu cedeu, embora a busca fosse um procedimento
infrutífero para Eliseu.
Após três dias de busca sem resultados convenceram-se de que Elias
realmente havia sido arrebatado, cuja lição serviu para torná-los mais ansiosos
por obedecer a Eliseu sem colocar em dúvida a sua palavra.
2.2 – Encorajamento – Nas
escolas de profetas os alunos era encorajados a buscarem uma melhor compreensão
da Palavra de Deus. Além da preocupação de transmitir com fidelidade a mensagem
profética por inspiração divina (1Re13.1-5; 1Sm 2.27-32), o profeta Eliseu se
preocupava em fornecer instruções e encorajamento àqueles jovens que ali
estavam.
Excelência no ensino era uma das competências que fazia parte do
currículo das escolas de profetas, a fim de que também fosse assegurado às
gerações mais novas um conhecimento sólido, tal qual seus mestres haviam
recebido do Senhor.
3. O CURRÍCULO
DAS ESCOLAS DE PROFETAS:
3.1 – A Escritura – A Palavra de Deus era o texto básico no
currículo das escolas de profetas. Em especial o livro de Deuteronômio, o
último livro do Pentateuco e considerado uma cópia da lei entregue por Deus a
Moisés no monte Sinai. Esse livro era estudado com minúcias por trazer em
detalhes os princípios e preceitos que regiam a aliança de Jeová com o seu
povo.
Assim
como Elias, Eliseu também estava familiarizado com os ditames do concerto divino.
Como herança, Eliseu recebeu de Elias o zelo pela Palavra de Deus e seu
cumprimento. Ensinar a Palavra de Deus era a meta número um e caracterizadora
dos objetivos das escolas de profetas – A transmissão dos valores morais e
espirituais que Deus havia entregado a Israel através da sua Palavra.
Encontramos
em 1Rs19.10, o registro que certa ocasião no monte Sinai, Elias queixou-se a
Deus de que os israelitas haviam abandonado a aliança divina, destruído os
locais do verdadeiro culto e matado os profetas do Senhor. Isso nos mostra a
ampla visão do profeta em relação aos valores estabelecidos na lei.
3.1 – A Experiência –
Partilhar com os alunos das
escolas de profetas tudo o que havia aprendido do Senhor era uma marca de Elias
e Eliseu. O conhecimento dos antigos profetas permeava uma experiência de
grande valor que de forma alguma poderia ser desprezada. A coragem e fé, a
persistência e altruísmo de Elias e Eliseu são patentes que não têm paralelo em
toda a história da redenção.
O
desafio de Elias ao rei Acabe (1Re 18.16-19), sua repreensão a todo o Israel
(1Re 18.21-24) e seu confronto com os quatrocentos e cinquenta profetas de
Baal (1Re 18.19,22) foram embates que
ele os enfrentou dispondo apenas das armas da oração e da fé em Deus. Podemos
ver sua confiança em Deus na brevidade e simplicidade da sua oração, apenas
quarenta e uma palavras em hebraico (1Re18.36,37).
- A METODOLOGIA DA ESCOLA DE PROFETAS:
4.1 – Ensino através do exemplo – No ministério pedagógico do profeta Eliseu,
cuja metodologia de ensino instituiu o exemplo como uma das técnicas de grande
operacionalidade, podemos destacar a relação do profeta com o seu servo Geazi,
em caso particular quando do milagre que culminou na cura de Naamã.
O orgulhoso Naamã armou-se
com seus poderes materiais em busca do milagre para sua vida – a cura de uma
intolerável lepra. O profeta Eliseu ao ser abordado, por nada se interessou,
apenas receitou-lhe o processo de libertação através dos sete mergulhos nas
águas do rio Jordão. E, depois de acertos e desacertos entre Naamã e os seus
criados e conselheiros, afinal optou pela humildade e tornou-se um vitorioso (2
Re 5.1-14).
Como todos conhecemos, o
servo Geazi contrariando o perfil do seu senhor –resolveu se beneficiar,
visando proveito próprio material, ao invés de atentar para o proceder de
Eliseu que desprezara tudo que lhe foi oferecido.
Dessa forma Geazi decidiu,
trair Eliseu não seguindo o seu exemplo, mentir a Naamã e a Eliseu e desonrar o
nome de Deus, o que o levou a triste consequência de por determinação de
Eliseu, herdar a lepra de Naamã, ele e sua semente para sempre. Nos relata o
texto de 2Re 5.27 que saiu Geazi da presença de Eliseu, leproso – branco como a
neve.
4.2 – Ensino através da Palavra – Tudo
o que sabemos a respeito da vida e condução ministerial e profética do profeta
Eliseu nos é reportado através de um cronista sagrado, entretanto, o modo como
agia e se comportava não nos deixa dúvida de que suas diretrizes de vida bem
como pedagógicas tinham como referência a Palavra de Deus.
A prova como Eliseu julgava
o comportamento dos reis, nos deixa muito conscientes de que usava a Palavra de
Deus escrita para discipular os alunos das escolas de profetas, bem como para
emitir julgamentos aprovando ou desaprovando suas respectivas ações (2Re
8.7-15; 2Re 9.1-14) de acordo com as determinações da lei escrita na Palavra de
Deus.
IV – CONCLUSÃO
Após o arrebatamento de
Elias, Eliseu tomou o seu lugar, como cabeça da escola dos profetas. Ele
recebera a dupla porção do poder espiritual de Elias (2Re 2.9,10). Dessa forma,
Eliseu foi um autêntico substituto de Elias, não representando qualquer
declínio quanto ao poder espiritual.
A instituição da escola dos
profetas torna-se de grande valor para todos nós, haja vista sempre ter havido
entre o povo de Deus a preocupação com a excelência do ensino da Palavra de
Deus. As escolas dos profetas seguiam o idealismo hebreu concernente à educação
(1Sm 10.5,10; 19.20).
De modo algum podemos
colocar em plano inferior a educação acadêmica secular através dos tempos, mas
também não podemos deixar de destacar e dar ênfase à dimensão espiritual do
conhecimento divino através das escolas teológicas cujo objetivo é transmitir
com eficiência o conhecimento espiritual, bíblico e cultural que nos oportuniza
o nosso livro texto, o mais lido em todo o mundo – A Bíblia Sagrada (Jo 5.39;
2Tm 3.16,17).
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2013 – (Comentarista: José Gonçalves).
3Bíblia
de Estudo Pentecostal – CPAD
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007
GONÇALVES,
Josué. Porção Dobrada (Uma análise bíblica, teolóbre os ministérios proféticos
de Elias e Eliseu). Rio de Janeiro 2012. 1ª. Edição. CPAD
1 e 2Reis
– Introdução e Comentário. Inglaterra, 1993. Brasil, 2006. Série Cultura
Bíblica – Editora Vida Nova.
CHAMPLIN.
R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora
Hagnos.
LEE.
Witness. Estudo-Vida de João. São Paulo, 07 de 1987. Edit.Fonte da Vida.
CHAMPLIN.
R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo..
Editora Hagnos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário