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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Inveja – Um Grande Problema - Lição 11 - 3º. Tri. 2012 - EBD CPAD - 09.09.12


 Texto da Lição: 1João 2.9 -15
Portugal 2009
Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
            http://nasendadacruz.blogspot.com

                            
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Saber que a inveja está presente no coração do homem desde a queda.
  2. Discutir a respeito das consequências da inveja na vida do crente.
  3. Conscientizar-se dos males advindos da maldade.

 A natureza pecaminosa com seus desejos corruptos é um dos nossos inimigos mortais, e se denomina “carne”. A Bíblia é muito enfática ao afirmar que aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o Reino de Deus.

Entre as numerosas obras da carne, encontra-se a inveja – “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios,  bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.19-21).

A inveja é caracterizada por uma antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que não temos ou queremos. Caracteriza-se ainda, por um desejo violento de possuir o bem alheio; desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem.

Logo, inveja é um sentimento maléfico equivalente à cobiça. Invejar é cobiçar. Tal sentimento nasceu da frustrada tentativa de Satanás em apoderar-se dos atributos de Deus – “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações.
E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.
Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão e dirão: É este o varão que fazia estremecer a terra e que tremia os reinos?Que punha o mundo como um deserto e assolava suas cidades? Que a seus cativos não deixava ir soltos para a casa deles?
Todos os reis das nações, todos eles, jazem com honra, cada um na sua casa. Mas tu és lançado da tua sepultura, como um renovo abominável, como uma veste de mortos atravessados à espada, como os que descem ao covil de pedras, como corpo morto e pisado.
Com eles não te reunirás na sepultura, porque destruíste a tua terra e mataste o teu povo; a descendência dos malignos não será nomeada para sempre.” (Is 14.12-20).
Lúcifer invejou o Senhor; queria ser mais que o Todo-Poderoso. Assim a inveja originou-se em Satanás. Somente seremos vitoriosos sobre as obras da carne, o pecado, se andarmos em Espírito – “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o espírito, e o espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis” (Gl 5.16,17).

O espírito de inveja opera no ser humano desde a queda do homem no jardim do Éden. Naquele lugar sossegado, personificado na serpente, Satanás conseguiu despertar no coração de Eva um senso de inveja que a levou ao desejo de ser igual a Deus.

O processo indutivo de inveja, partiu de uma astúcia satânica ao convencer Eva de comer do fruto proibido para se tornar semelhante a Deus – “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gn 3.5). Eva deixou-se enganar. E o engano será o meio principal que Satanás usará pala levar as massas à rebelião contra Deus no fim da história (Ap 20.8).

A inveja é uma atividade maliciosa que se desenvolve através da maldade gerada no coração de pessoas perversas, causando-lhes danos gravíssimos, inclusive a exclusão do Reino de Deus. É a inveja uma das maiores demonstrações de mesquinharia humana causada pela queda no pecado.

No Antigo Testamento, os Dez Mandamentos proíbem o sentimento invejoso, embora ali a própria palavra hebraica, quinah, não seja usada. Mandamentos específicos contra a inveja podem ser encontrados nos livros de Salmos, de Provérbios e em outros vários textos – “Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade” (Sl 37.1) – “Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum dos seus caminhos” (Pv 3.31).

O trecho a seguir encerra uma interessante observação sobre a inveja – “Também vi eu que todo trabalho e toda destreza em obras trazem ao homem inveja do seu próximo. Também isso é vaidade e aflição e aflição de espírito” (Ec 4.4). Ali os homens são exortados a trabalhar e a desenvolver suas habilidades pessoais, quando sentirem inveja de outrem.

O homem é capaz de qualquer coisa ruim. Exemplos veterotestamentários de inveja podem ser encontrados na vida de Caim (Gn 4.4,6,8), Esau (Gn 27.41), Datã e Abirão (Nm 16.24, 27, 31-33), dos irmãos de José (Gn 37.18-20, 26-28).
Os irmãos de José venderam-no como escravo movidos por pura inveja.

Um dos relatos mais tocantes da Bíblia é o de Hamã e Mordecai , no Livro de Ester. Tornou-se Hamã um fidagal adversário de Mordecai, primo da rainha Ester. E isso porque, sendo judeu, Mordecai recusava-se a prostrar-se diante do rei ou de qualquer dos seus oficiais, o que parecia um profundo desrespeito para Hamã. Sendo homem inteligente e astuto, Hamã subiu a um elevado posto no governo.

Provavelmente, Mordecai era por ele considerado como um competidor pelo poder, ou como um dos favoritos do monarca persa. O ciúme e a inveja transformaram-se em ira assassina, e Mordecai foi assinalado por Hamã para ser morto. Frustrado os planos de Hamã, tornou-se vítima da sua própria maldade e inveja (Et 3 ). A inveja tem sido motivo de muitas histórias pervertidas para muitos dramas humanos.

Dentro da lista de vícios humanos, enumerados por Paulo, em Romanos 1.29, a inveja ocupa posição proeminente, associada ao homicídio e ao ódio contra Deus. Esse destaque de Paulo é muito coerente, pois parece que o invejoso, não podendo atacar a Deus diretamente – a quem considera a causa do seu insucesso – volta-se contra um outro ser humano, que parece ameaçá-lo com o seu sucesso – real ou imaginário.

O apóstolo Paulo advertiu Timóteo para não se envolver em controvérsias e disputas mórbidas, as quais conduzem, entre outras coisas à inveja – “(1 Tm 6.3,4). De igual modo, Tito também foi devidamente instruído quanto à inveja (Tt 3.3).

O caso mais trágico de inveja, nas páginas da Bíblia é o dos líderes judeus, que fizeram de Jesus Cristo a vítima de sua inveja (Mt 27.18). O distorcido motivo deles era tão óbvio que o próprio Pilatos, governador romano, percebeu o mesmo, embora fosse homem fraco demais para pôr-se ao lado do direito (Mc 15.10).

A inveja leva a maldade, ou seja, esta precede àquela. Quem se deixa contaminar pela inveja, vive angustiado e está sempre planejando o mal de seu próximo – “E, chegando a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo formavam juntamente conselho contra Jesus, para o matarem. E manietando-o, o levaram e o entregaram ao governador Pôncio Pilatos” (Mt 27.1,2).

A inveja, é portanto uma atitude diabólica conforme afirma o apóstolo João em (1Jo 3.12), ao fazer referência ao caso de Caim e Abel – “Não como Caim que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas”. A inveja é uma das obras da carne, pelo que é natural ao ser humano decaído (Gl 5.19-21).

O crente deve aprender a controlar suas emoções, pois os nossos atos geram consequências que, às vezes, acompanham-nos durante toda a vida.
O crente fiel não pode ser dominado pela inveja, pois tal sentimento é pecado. Todo aquele que serve a Deus não pode se deixar dominar pela maldade e suas ações subsequentes, haja vista, os ensinos de Cristo que nos admoesta a sermos mansos e humildes – “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”.(Mt 11.29,30).

A paz, a mansidão, o amor e o equilíbrio deve ser mantido não somente na igreja entre os nossos irmãos, mas também em nosso lar com nossos familiares, no trabalho onde as pessoas passam a maior parte do seu tempo e onde quer que nos encontremos devemos ser motivo de glorificação para o nome do nosso Deus.

No livro de Mateus, o Senhor Jesus determina a nossa posição de crentes vivendo em um mundo de valores relativos, no qual devemos ser exemplos, e ao mesmo tempo, militar contra o mal e a corrupção na sociedade – “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus para destruição das fortalezas, destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2Co 10.4,5).

Ter equivalência a sal e luz são duas posições definidas que o Senhor exige dos que lhe servem. “Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode edificar uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá a luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus. (Mt 5.13-16).

Paulo escrevendo aos Galátas reitera o fato de fazermos o bem sem nenhuma cobrança, pois, o Senhor nos recompensará no tempo certo. Ele assim exorta: “Não erreis; Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido” (Gl 6.7-9).

Quem serve a Deus verdadeiramente não deve sentir inveja do seu próximo nem praticar o mal. Não deixemos nos vencer do mal, mas, vençamos o mal com o bem – “O amor seja não fingido. Aborrecei ao mal e apegai-vos ao bem [ ...], portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.9,20,21).


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Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e Silva).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. CPAD – Rio de Janeiro, 2012.

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.

ALEXANDER, T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida.

DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. Editora Hagnos.
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
COELHO, Alexander e DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. CPAD-2012.

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