Texto da Lição: 1João 2.9 -15
Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM:
- Saber
que a inveja está presente no coração do homem desde a queda.
- Discutir
a respeito das
consequências da inveja na vida do crente.
- Conscientizar-se dos males advindos da maldade.
A natureza pecaminosa com seus desejos
corruptos é um dos nossos inimigos mortais, e se denomina “carne”. A Bíblia é
muito enfática ao afirmar que aqueles que praticam as obras da carne não
poderão herdar o Reino de Deus.
Entre as numerosas obras da
carne, encontra-se a inveja – “Porque as
obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia,
idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas,
dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes
a estas, acerca das quais vos declaro, como antes vos disse, que os que cometem
tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.19-21).
A inveja é caracterizada por
uma antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que não temos ou
queremos. Caracteriza-se ainda, por um desejo violento de possuir o bem alheio;
desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem.
Logo, inveja é um sentimento maléfico equivalente à cobiça. Invejar é
cobiçar. Tal sentimento nasceu da frustrada tentativa de Satanás em apoderar-se
dos atributos de Deus – “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da
alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações.
E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e,
acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação,
me assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens
e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais
profundo do abismo.
Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão e
dirão: É este o varão que fazia estremecer a terra e que tremia os reinos?Que
punha o mundo como um deserto e assolava suas cidades? Que a seus cativos não
deixava ir soltos para a casa deles?
Todos os reis das nações, todos eles, jazem com honra,
cada um na sua casa. Mas tu és lançado da tua sepultura, como um renovo
abominável, como uma veste de mortos atravessados à espada, como os que descem
ao covil de pedras, como corpo morto e pisado.
Com eles não te reunirás na sepultura, porque
destruíste a tua terra e mataste o teu povo; a descendência dos malignos não
será nomeada para sempre.”
(Is 14.12-20).
Lúcifer invejou o Senhor;
queria ser mais que o Todo-Poderoso. Assim a inveja originou-se em Satanás.
Somente seremos vitoriosos sobre as obras da carne, o pecado, se andarmos em
Espírito – “Digo, porém: Andai em
Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça
contra o espírito, e o espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro;
para que não façais o que quereis” (Gl 5.16,17).
O espírito de inveja opera
no ser humano desde a queda do homem no jardim do Éden. Naquele lugar
sossegado, personificado na serpente, Satanás conseguiu despertar no coração de
Eva um senso de inveja que a levou ao desejo de ser igual a Deus.
O processo indutivo de
inveja, partiu de uma astúcia satânica ao convencer Eva de comer do fruto
proibido para se tornar semelhante a Deus – “Porque
Deus sabe que no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis
como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gn 3.5). Eva deixou-se enganar. E o
engano será o meio principal que Satanás usará pala levar as massas à rebelião
contra Deus no fim da história (Ap 20.8).
A inveja é uma atividade
maliciosa que se desenvolve através da maldade gerada no coração de pessoas
perversas, causando-lhes danos gravíssimos, inclusive a exclusão do Reino de
Deus. É a inveja uma das maiores demonstrações de mesquinharia humana causada
pela queda no pecado.
No Antigo Testamento, os Dez
Mandamentos proíbem o sentimento invejoso, embora ali a própria palavra
hebraica, quinah, não seja usada.
Mandamentos específicos contra a inveja podem ser encontrados nos livros de
Salmos, de Provérbios e em outros vários textos – “Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que
praticam a iniquidade” (Sl 37.1) –
“Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum dos seus caminhos”
(Pv 3.31).
O trecho a seguir encerra
uma interessante observação sobre a inveja – “Também vi eu que todo trabalho e toda destreza em obras trazem ao
homem inveja do seu próximo. Também isso é vaidade e aflição e aflição de
espírito” (Ec 4.4). Ali os homens são exortados a trabalhar e a desenvolver
suas habilidades pessoais, quando sentirem inveja de outrem.
O homem é capaz de qualquer
coisa ruim. Exemplos veterotestamentários de inveja podem ser encontrados na
vida de Caim (Gn 4.4,6,8), Esau (Gn 27.41), Datã e Abirão (Nm 16.24, 27,
31-33), dos irmãos de José (Gn 37.18-20, 26-28).
Os irmãos de José
venderam-no como escravo movidos por pura inveja.
Um dos relatos mais tocantes
da Bíblia é o de Hamã e Mordecai , no Livro de Ester. Tornou-se Hamã um fidagal
adversário de Mordecai, primo da rainha Ester. E isso porque, sendo judeu,
Mordecai recusava-se a prostrar-se diante do rei ou de qualquer dos seus
oficiais, o que parecia um profundo desrespeito para Hamã. Sendo homem
inteligente e astuto, Hamã subiu a um elevado posto no governo.
Provavelmente, Mordecai era
por ele considerado como um competidor pelo poder, ou como um dos favoritos do
monarca persa. O ciúme e a inveja transformaram-se em ira assassina, e Mordecai
foi assinalado por Hamã para ser morto. Frustrado os planos de Hamã, tornou-se
vítima da sua própria maldade e inveja (Et 3 ). A inveja tem sido motivo de
muitas histórias pervertidas para muitos dramas humanos.
Dentro da lista de vícios
humanos, enumerados por Paulo, em Romanos 1.29, a inveja ocupa posição
proeminente, associada ao homicídio e ao ódio contra Deus. Esse destaque de
Paulo é muito coerente, pois parece que o invejoso, não podendo atacar a Deus
diretamente – a quem considera a causa do seu insucesso – volta-se contra um
outro ser humano, que parece ameaçá-lo com o seu sucesso – real ou imaginário.
O apóstolo Paulo advertiu
Timóteo para não se envolver em controvérsias e disputas mórbidas, as quais
conduzem, entre outras coisas à inveja – “(1 Tm 6.3,4). De igual modo, Tito
também foi devidamente instruído quanto à inveja (Tt 3.3).
O caso mais trágico de
inveja, nas páginas da Bíblia é o dos líderes judeus, que fizeram de Jesus
Cristo a vítima de sua inveja (Mt 27.18). O distorcido motivo deles era tão
óbvio que o próprio Pilatos, governador romano, percebeu o mesmo, embora fosse
homem fraco demais para pôr-se ao lado do direito (Mc 15.10).
A inveja leva a maldade, ou
seja, esta precede àquela. Quem se deixa contaminar pela inveja, vive
angustiado e está sempre planejando o mal de seu próximo – “E, chegando a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do
povo formavam juntamente conselho contra Jesus, para o matarem. E manietando-o,
o levaram e o entregaram ao governador Pôncio Pilatos” (Mt 27.1,2).
A inveja, é portanto uma
atitude diabólica conforme afirma o apóstolo João em (1Jo 3.12), ao fazer
referência ao caso de Caim e Abel – “Não
como Caim que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou?
Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas”. A inveja é uma
das obras da carne, pelo que é natural ao ser humano decaído (Gl 5.19-21).
O crente deve aprender a
controlar suas emoções, pois os nossos atos geram consequências que, às vezes,
acompanham-nos durante toda a vida.
O crente fiel não pode ser
dominado pela inveja, pois tal sentimento é pecado. Todo aquele que serve a
Deus não pode se deixar dominar pela maldade e suas ações subsequentes, haja
vista, os ensinos de Cristo que nos admoesta a sermos mansos e humildes – “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de
mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa
alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”.(Mt 11.29,30).
A paz, a mansidão, o amor e
o equilíbrio deve ser mantido não somente na igreja entre os nossos irmãos, mas
também em nosso lar com nossos familiares, no trabalho onde as pessoas passam a
maior parte do seu tempo e onde quer que nos encontremos devemos ser motivo de
glorificação para o nome do nosso Deus.
No livro de Mateus, o Senhor
Jesus determina a nossa posição de crentes vivendo em um mundo de valores
relativos, no qual devemos ser exemplos, e ao mesmo tempo, militar contra o mal
e a corrupção na sociedade – “Porque as
armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus para
destruição das fortalezas, destruindo os conselhos e toda altivez que se
levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à
obediência de Cristo” (2Co 10.4,5).
Ter equivalência a sal e luz
são duas posições definidas que o Senhor exige dos que lhe servem. “Vós sois o sal da terra; e, se o sal for
insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar
fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode edificar
uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca
debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá a luz a todos que estão na casa.
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas
obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus. (Mt 5.13-16).
Paulo escrevendo aos Galátas
reitera o fato de fazermos o bem sem nenhuma cobrança, pois, o Senhor nos
recompensará no tempo certo. Ele assim exorta: “Não erreis; Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem
semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará
a corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna. E
não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não
houvermos desfalecido” (Gl 6.7-9).
Quem serve a Deus
verdadeiramente não deve sentir inveja do seu próximo nem praticar o mal. Não
deixemos nos vencer do mal, mas, vençamos o mal com o bem – “O amor seja não fingido. Aborrecei ao mal e apegai-vos ao bem [ ...],
portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe
de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.
Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.9,20,21).
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Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e
Silva).
COELHO,
Alexandre e DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. CPAD – Rio de Janeiro,
2012.
Bíblia
de Estudo Pentecostal – CPAD
CHAMPLIN.
R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
CHAMPLIN.
R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
ALEXANDER,
T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia –
Ampliado e Atualizado. Editora Hagnos.
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D.
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
COELHO, Alexander e DANIEL, Silas.
Vencendo as Aflições da Vida. CPAD-2012.
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