Subsídios
Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição
11 - ÉTICA CRISTÃ VÍCIOS E JOGOS - 10.06.2018
Texto Bíblico: Provérbios 28.1-10
Por: Pr. João Barbosa
VÍCIOS – UMA DEGRADAÇÃO DA VIDA HUMANA
De acordo com alguns dicionários vicio é:
Defeito físico ou moral; deformidade e imperfeição; defeito que torna uma coisa
ou ato impróprio, inoperante ou inapto para o fim a que se destinam; ou para o
efeito que deseje produzir.
Tudo aquilo que escraviza o homem e o
faz perder seus valores pode ser qualificado como vicíos que resultam na
degradação da essência humana.
Vício também é um hábito ou prática,
muitas vezes imoral ou mal; conduta imoral; comportamento depravado ou degradante.
Vicio é o contrário da virtude, assim como o errado diverge do certo e as
trevas fazem oposição a luz.
Durante a Idade Média, os teólogos
relacionaram os “vícios” aos denominados sete “pecados capitais”. Os vícios
eram identificados em um ou mais dos pecados mortais: orgulho, avareza, lascívia,
inveja, glutonaria, ira e preguiça.
Esses vícios para os antigos eram
considerados a origem de todos os demais vícios que possam ser praticados pelo
homem. O apóstolo Paulo enfatiza o comportamento ético do cristão como aquele
que age na luz: “não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidade,
nem em dissoluções, nem em contendas e inveja” (Rm 3.13).
Todos aqueles que são viciados no álcool,
cigarro ou qualquer outras drogas evidenciam a ausência de paz de espírito, são
pessoas que andam em trevas e necessitam de urgente libertação (Gl 5.16; 1Jo
2.8).
A ética é o estudo da conduta ideal. É
impossível alcançar esse ideal sem saber o que fazer e o que evitar. Ensinos
sobre vícios e virtude nos ajudam a determinar os elementos desejáveis e
indesejáveis de uma ação moral tanto nos ensinos do Senhor Jesus Cristo como
nos ensinos do apóstolo Paulo encontramos várias listas de vícios que levam os
homem a condenação eterna (Mc 7.20-23; Mt 15.19,20; Rm 1.29).
O homem sem Deus é um ser
verdadeiramente cheio de vícios. Listando e examinando os muitos vícios dos
homens aprendemos muitas coisas sobre a natureza decaída do ser humano e as várias
formas de manifestação do pecado.
O apóstolo Paulo em sua carta aos
Romanos 1.29, enumera dez vícios comuns na vida daqueles que não conhecem a Deus:
iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade, inveja, homicídio,
contenda, engano e malignidade.
O VÍCIO DA EMBRIAGUÊS
A embriaguês é tanto um vício como um
pecado (Lc 21.34; Ef 2.18; 1Co 6.10). A embriaguez altera o bom senso e o
relacionamento (Pv 31.4,5). O álcool retira a inibição e a pessoa perde “a
motivação para fazer o que é certo” (Os 4.11).
O alcoolismo leva a pobreza e a graves
problemas de saúde (Pv 23.21,31,32). Dados da organização da saúde (OMS),
apontam o alcoolismo como a terceira causa de morte no mundo. A igreja deve
posicionar-se e trabalhar na prevenção do alcoolismo.
O problema é também de ordem
espiritual, médica e psicológica. Muitas pessoas fazem uso da bebida alcóolica
como um meio de fuga para os seus problemas. Por conseguinte precisamos sair da
clausura dos templos e anunciar que Cristo produz vida (Jo 10.10), e concede
paz à alma (Jo 14.27).
PRIMEIRO CASO DE EMBRIAGUÊS
A bebida forte e a embriaguez aparecem
na Bíblia pela primeira vez em (Gn 9.21-28), quando Noé embriagou-se e expôs
sua nudez diante da sua família, o que resultou em um ato de maldição para o
seu neto Canaã.
Na Bíblia o vício da embriaguez está
sempre ligado ao pecado, a vergonha e a maldição. Isso nos mostra as malignas
consequências para uma família que traz o vício da bebida alcóolica. Bebida
forte no contexto bíblico refere-se ao vinho fermentado que pode ser equivalente
a bebida alcóolica do nosso tempo.
“O vinho é escarnecedor e a bebida
forte alvoroçadora; e todo aquele que nele errar nunca será sábio” (Pv 20.1). Por
causa dos males que acompanham a embriaguês, Deus proibiu sob pena de morte aos
homens do altar – os sacerdotes da antiga aliança e pastores de igrejas de
nossos dias, e todos aqueles que têm temor de Deus – de tomarem vinho ou bebida
forte (Lv 10.9).
A mãe de Sansão antes de conceber lhe
foi dito pelo anjo do Senhor que não tomasse vinho nem bebida forte, pois o
menino seria nazireu de Deus desde a madre (Jz 13.4-7).
“O nazireu não podia tomar vinho nem
bebida forte” (Nm 6.1-3). Na Bíblia encontramos sempre a palavra vinho ou
bebida forte porque ainda não existiam algumas bebidas alcóolicas que existem
tanto no Brasil como em todo o mundo com as quais os homens se embriagam.
O conselho dos sábios como encontramos
no livro dos Provérbios são: “Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho
e quando resplandece no copo, e se escoa suavemente (...) e serás como os que
dormem no meio do mar e como o que dorme no topo do mastro. E dirás:
espancaram-me e não me doeu; bateu-me e não senti” (Pv 23.31.34,35).
“Nem os reis nem os príncipes devem
desejar bebida forte para que não bebam, e se esqueçam do estatuto e pervertam
o juízo de todos os aflitos”. Foi o conselho dado ao rei Nemuel pela sua mãe
(Pv 31.4-7).
O vício da embriaguez é tão abominável
quanto a idolatria, o roubo, o adultério e o homossexualismo e todos os atos de
violência, cujos praticantes não terão parte no reino dos céus (Lc 12.45,46;
1Co 6.9,10; 1Pe 4.3,5; Rm 3.13). A ciência mostra que qualquer partícula de álcool
na corrente sanguínea pode destruir ou alterar células do cérebro.
A ARMADILHA DOS JOGOS DE AZAR
Tudo que exige investimentos sem
retorno garantido e sem compromisso com a ética e a moral cristã cresulta em sérios
prejuízos para a família. Entenda-se por “jogo de azar”, para os efeitos
penais, tudo aquilo em que o ganho e a perda dependem exclusiva e
principalmente da sorte.
Consideram-se jogos de azar: Os jogos
dependentes da sorte, apostas em qualquer outra competição. O décimo mandamento
do decálogo condena a cobiça que é a raiz de todos os jogos de azar. E o ensino
de Paulo a Timóteo que diz que o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de
males (1Tm 6.10).
OS JOGOS DE AZAR E AS CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE
Os jogos de azar, assim como o álcool,
o cigarro e as demais drogas causam dependência química e psíquica. Em 1992, a
OMS concluiu que jogar faz mal à saúde e incluiu o jogo compulsivo no código
internacional de doenças.
Quando em crise de abstinência, o jogador
sofre com tremores, náuseas, depressão e graves problemas cardíacos. Cerca de
80% dos viciados em jogos de azar relatam algum tipo de ideia suicida como uma
forma de fugir da vergonha moral de suas dívidas.
Tal como os outros viciados, os
jogadores compulsivos tendem ao desenvolvimento de doenças psiquiátricas. Maltratar
o próprio corpo é insensatez e afronta contra a vida outorgada por Deus (1Sm
2.6; Ef 5.29,30).
LUDOPATIA
A doença denominada de ludopatia
refere-se ao jogo compulsivo ou patológico, que leva a pessoa a não poder
resistir ao impulso de jogar mais e mais, provocando graves problemas econômicos,
psicológicos e familiares.
O auto flagelo seja psíquico ou físico é
comumente encontrado em pessoas diagnosticadas com essa patologia. Sergundo a
OMS, uma pessoa com um quador de ludopatia apresenta pelo menos cinco dos
sintomas a seguir:
Necessidade de aumentar o risco e as
apostas; ficar o tempo todo preocupado com o jogo; apresentar irritação e
nervosismo se deixar de jogar e usar o jogo para escapar de problemas tais como
mentor para os familiares e amigos para esconder seu real envolvimento com o
jogo; tentar se concentrar e parar de jogar, e não conseguir; fazer do jogo uma
prioridade que ameaça relacionamentos, oportunidades de trabalho e carreira.
Essa patologia geralmente está
associada a outros vícios igualmente nocivos tais como o alcoolismo o tabagismo
e o consumo de drogas em geral; todas ilícitas.
DEVEMOS VIVER COM SOBRIEDADE
A vitória do cristão contra os vícios e
os jogos de azar englobam a sobriedade, honestidade e fidelidade ao autor da
vida. A ética cristã requer do cristão um comportamento digno e uma vida de
moderação.
Não é condizente com os salvos em Cristo
a extravagância, o destempero, o desequilíbrio ou qualquer outra atitude que
possa manchar o evangelho ou denegrir o bom nome de Cristo.
A expressão grega nephalius refere-se à sobriedade em relação ao consumo de bebidas
alcóolicas. O dicionário indica aquele que ao contrário do embriagado, está
desperto, consciente e com capacidade de discernir.
O termo também é utilizado para
identificar vida equilibrada. Trata-se da virtude daquele que controla as paixões
da carne (Gl 5.24). Desse modo, a sobriedade abrange o comportamento moderado,
a mente sã, o bom juízo e a prudência (Rm 12.3); 1Tm 1.5; 2Tm 1.7). O conselho
bíblico é a abistinência de toda a imundícia.
No que diz respeito à abistinência
total de álcool vez ou outra, há uma discussão acerca do uso do vinho no Novo
Testamento. Falamos muito acerca do vinho e da bebida forte que era o mesmo
vinho quando fermentado.
O vinho servido nas bodas de Canaã da
Galiléia (Jo 2.9) e o vinho usado por Cristo na instituição da Ceia do Senhor (Lc
22.20) e o vinho recomendado por Paulo a Timóteo (1Tm 5.23); fique bem claro
para todos que este vinho trata do suco natural da vide conforme Jesus disse
aos discípulos no evangelho de Mateus 26.29 – “Digo-vos que, desde agora não bebereis deste fruto da vide até aquele
dia em que beba novo convosco no reino de meu Pai”.
O vinho de Caná da Galiléia não era
fermentado e o vinho que Paulo recomendou a Timóteo também não era fermentado (1Co
11.25-29).
CONCLUSÃO
Os vícios transgridem os mandamentos de
Deus (1Jo 3.4), possuem ligações espirituais e são estimulados por Satanás (1Jo
3.8; Rm 7.23,24; Gl 5.16-18). A falta de fé pode levar o homem aos vícios (Rm
14.23). Os vícios tem origem no coração do homem (Mt 15.19; Mc 7.21-22).
A palavra de Deus condena o uso de
qualquer bebida alcóolica e afirma ser todos os vícios, inclusive os morais,
meios destrutivos que o Diabo usa para ceifar vidas e destruir famílias.
Consultas:
BAPTISTA
Douglas.Comentarista da Lição Bíblica do 2º. Trimestre. Valores cristãos – Enfrentando as questões
morais de nosso tempo.
BAPTISTA
Douglas. Valores cristãos – Enfrentando as questões morais de nosso tempo.
CPAD. Rio de Janeiro 2018
ELWELL,
Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Vida Nova. SPaulo
2009
SILVA,
João Barbosa. Subsídio Teológico da Lição O Cristão, os Vícios e os Jogos. Lição
12 EBD CPAD. 3º. Trimestre 2002
DOCKERY,
David S. Manual Bíblico Vida Nova. Editora Vida Nova. São Paulo 2001
RADMACHER. Early D.O Novo Comentário
Bíblico – Novo Testamento. com recursos adicionais. Editora C Gospel. Rio de Janeiro
2010
Excelente abordagem! Perfeito para utilizar nas aulas da EBD.
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