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sexta-feira, 29 de junho de 2018

Lição 01- LEVÍTICO, ADORAÇÃO E SERVIÇO AO SENHOR - 01.07.2018


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 01- LEVÍTICO, ADORAÇÃO E SERVIÇO AO SENHOR - 01.07.2018
Texto Bíblico: Levítico 27.28-34
Por: Pr. João Barbosa


TÍTULO E CARÁTER
Na versão grega do AT este livro recebeu o nome de Levítico, pois no hebraico o livro de Levítico era conhecido por suas palavras iniciais: Vaicrá que, literalmente, significam “e chamou” (Lv 1.1).

Numa primeira instância, veremos, nesse enunciado, um chamado indireto de Deus a Moisés a escrever a terceira porção do Pentateuco. Em seguida, enxerguemo-la como a vocação direta de Deus a Israel a reerguer-se como nação santa, profética, real e sacerdotal.

Vaicrá tem, ainda, mais duas traduções possíveis: “e separou” e “santificou”. Teologicamente, o chamado de Deus implica em nossa separação do mundo e em nossa imediata santificação ao serviço do seu reino.

Embora o livro tenha sido escrito principalmente como manual dos sacerdotes, encontra-se muitas vezes a ordenança de Deus: “Fala aos filhos de Israel”, de modo que contém muitos ensinamentos para toda nação.

As leis que se encontram em Levítico foram dadas pelo próprio Deus (Lv 1.1; Nm 7.89; Ex 25.1), de modo que tem um caráter elevado.

RELAÇÃO COM ÊXODO E COM NÚMEROS
A revelação que se encontra em Levítico foi entregue a Moisés quando Israel ainda acampava diante do monte Sinai (Ex 27.34). Segue o fio da última parte de Exodo, a qual descreve o Tabernáculo.

Números continua com o conteúdo de Levítico. Assim, os três livros formam um conjunto e estão estreitamente relacionados entre si. Todavia Levítico difere dos outros dois visto ser um livro totalmente legislativo.

Narram apenas três acontecimentos históricos: A investidura dos sacerdotes (Lv 8 – 9). O pecado e castigo de Nadabe e Abiú (Cap 10) e o castigo de um blásfemo (Lv 24. 10 – 14, 23).

PROPÓSITO E APLICAÇÃO DO LIVRO
Assim como Êxodo tem por tema a comunhão que Deus oferece ao povo mediante sua presença no Tabernáculo, Levítico apresenta as leis pelas quais Israel deveria se manter em comunhão. O Senhor queria ensinar seu povo, a santificar-se.

Deus queria que a nação de Israel se apartasse do mal e se dedicasse ao serviço de Deus. Santificação é condição necessária para desfrutar da comunhão com Deus.

As leis e as instituições de Levítico faziam os israelitas tomar consciência de sua pecaminosidade e da necessidade de receber a misericórdia divina; ao mesmo tempo, o sistema de sacrifícios ensinava-lhes que o próprio Deus provia o meio de expiar seus pecados e santificar sua vida.

Deus é santo e seu povo deve ser santo também. Israel era diferente das outras nações e devia separar-se de seus costumes. “Não fareis segundo as obras da terra do Egito, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã” (Lv 18.3).

Em Números 8.14, o texto bíblico destaca a ordem do Senhor para que os levitas fossem separados para o serviço sagrado. Levi foi o terceiro filho de Jacó com Léia. Seu nome significa “ungido”, significado que está associado à declaração que sua mãe fez quando ele nasceu:

“Agora, esta vez se ajuntará meu marido comigo... por isso chamou o seu nome Levi” (Gn 29.34). Apesar de Levi ter participado com o seu irmão Simeão da vingança traiçoeira contra os homens de Siquém, Levi se redimiu ao longo de sua trajetória, ao mostrar zelo espiritual pelas coisas de Deus.

Este cuidado lhe rendeu a escolha divina como a tribo sacerdotal. Tanto a vida de Levi como a de seus descendentes traz profundas lições espirituais para os nossos dias.

Levi e Simeão se uniram numa vingança brutal contra homens indefesos e vulneráveis, o que rendeu aqueles dois irmãos duras críticas e reprovação por parte do patriarca Jacó, seu pai, na hora de impetrar-lhes a bênção patriarcal (Gn 49.5-7).

Levi porém, durante a sua vida teve um melhor comportamento do que seu irmão Simeão em todo decorrer da sua história. Em Exodo 32.25,26 lemos que quando Moisés desceu do monte, “vendo que o povo estava despido, porque Arão os havia despido para vergonha entre os seus inimigos, pôs-se em pé na porta do arraial e disse: Quem é do Senhor venha até mim. Então, se ajuntaram a eles todos os filhos de Levi”.

Após ter pecado contra o Senhor, na idolatria do bezerro de ouro, o povo de Israel perdeu de vez a compostura e a vergonha, levando Moisés a colocá-los no devido lugar.

Para isso, Moisés precisa que os israelitas saíssem de cima do muro e demonstrassem fidelidade e lealdade para com o Senhor. Nesta ocasião, só os levitas se poscionaram ao lado do Senhor, não culpando nem seus parentes envolvidos na idolatria.

Este ato zeloso dos levitas lhes rendeu o privilégio e a honra de serem escolhidos por Deus como a tribo sacerdotal de Israel. Os levitas se tornaram “a elite espiritual” com respeito ao ministério da casa do Senhor (Nm 1.50,51; 1Cr 15.2).

Em Nm 8.14, foi o Senhor Deus quem confirmou a escolha de Levi para o ministério da casa do Senhor, dizendo: “Separarás os levitas do meio dos filhos de Israel, para que os levitas sejam meus”.

Em Nm 17.1-10, vemos os filhos de Levi mais uma vez mostrando sua liderança espiritual quando foi contestado pelo povo, o próprio Deus confirmou a escolha dos levitas, fazendo a vara de Arão florescer entre as doze varas colocadas diante do Senhor, cada uma com o nome de uma das doze tribos de Israel.

Ainda em Nm 25.1-13, há um novo exemplo do ocorrido com o bezerro de ouro, Israel voltou a pecar contra o Senhor, envolvendo-se com mulheres idólatras que adoravam Baal-Peor.

Então, mais uma vez, um descendente de Levi, chamado Finéias, firmou-se ao lado do Senhor, fazendo expiação pelos filhos de Israel, ao eliminar um homem israelita que praticava orgias sexuais com uma daquelas mulheres pagãs que adorava a Baal-Peor.

Esse zelo de Finéias demonstrado pelas coisas espirituais rendeu a ele e a seus descendentes a promessa de um sacerdócio perpétuo (Nm 25.10-13).

Enquanto Simeão foi esquecido na bènção profética que Moisés proferiu sobre as tribos de Israel, Levi foi destacado por sua atuação sacerdotal.

“E de Levi disse: Teu Tumin e teu Urin são para teu amado que tu provastes em Massar, com que contendestes nas águas de Meribá... pois guardaram a tua palavra e observaram o teu concerto. Ensinaram os teus juízos a Jacó e a tua lei a Israel; Levaram incenso ao teu nariz e o holocausto sobre o teu altar” (Dt 33.8-10).

SACERDÓCIO
O dever que pertence ao sacerdócio é definido em Hb 5.1, da seguinte maneira: “Todo sumo sacerdote, sendo tomado dentre os homens, é constituído nas coisas concernentes a Deus, a favor dos homens, para oferecer assim dons como sacrifícios pelos pecados” (Hb 8.3).

A doutrina cristã do sacerdócio e do relacionamento entre aquele do AT e do NT foi exposto de modo mais completo na epístola aos Hebreus, que alguns teólogos chamam “a epístola do sacerdócio”.

A NECESSIDADE DO SACERDÓCIO
É a pecaminosidade universal do homem que torna necessário um sacerdócio que ofereça sacrifícios. Os sacrifícios oferecidos realizam ou simbolizam os meios para reconciliação entre o homem pecador e o seu Criador santo.

A função do sacerdócio, portanto, é uma função mediadora. A outorga da lei através de Moisés está associada a instituição do sacerdócio Araônico ou Levítico. A lei e o sacerdócio são simultâneos na sua origem e inseparáveis na sua operação (Hb 7.11).

A razão disso é que os israelitas, assim como o restante da humanidade eram pecadores e, portanto, ao serem confrontados com a lei, que é o padrão divino de retidão, eram violadores desta.

Sem dúvida, a lei dada por Deus é santa, justa, boa e espiritual (Rm 7.12,14). E, como tal, demarca o caminho da vida: Ao guardar fielmente os seus preceitos, o homem viverá (Lv 18.5; Ne 9.29; Mt 19.16,17; Rm 10.5; Gl 3.12).

Mas o problema radical do homem é que ele é um pecador. A lei desmascara o homem e revela o que ele é: um violador da lei; e “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23; Ez 18.4.20; Gn 2.17).

Consequentemente, Paulo escreve: “E o mandamento que me fora para a vida, verifiquei que este mesmo se me tornou para a morte” (Rm 7.10). Não que haja algo errado com a lei; a culpa é do homem que viola a lei (Rm 7.13).

Daí a necessidade de a formulação da lei ser acompanhada pela instituição de um sacerdócio para mediar de modo redentor entre Deus e o pecador que violou a sua lei e precisa ser restaurtado da morte para a vida.

CRISTO COMO SACERDOTE
O propósito da antiga ordem do sacerdócio era ensinar ao povo que a expiação pelos pecados exige a provisão de uma vítima inocente no lugar do pecador, e o derramamento do sangue quando aquela vítima sofre a morte que o pecador merecia.

A ordem levítica não podia efetuar essa expiação, mas conservava viva a expectativa da vinda do sacerdote perfeito e do oferecimento do sacrifício perfeito a fim de cumprir as promessas evangélicas contidas nas escrituras do AT.

A nova ordem do sacerdócio é a de Melquizedeque, e consiste na pessoa singular que é nosso Senhor Jesus Cristo. A perfeição do seu sacerdócio é confirmada pelo fato de que ele é para sempre (Sl 110.4), que o seu sacrifício foi oferecido de uma vez por todos (Hb 7.27), e que ele, com sua obra de expiação já completada, agora está entronizado na glória celestial (Hb 1.3; 10.12; 12.2).

A perfeição do seu sacerdócio é estabeleciada pela impecabilidade da sua vida terrestre como Filho encarnado, nosso próximo como ser humano.

O significado disso é que, em contraste com o primeiro Adão, que sofreu derrota e, na sua queda, arrastou consigo a raça humana, Jesus, “o último Adão” (1Co 15.45,47) tomou sobre si a nossa humanidade a fim de redimi-la e levá-la em si próprio para uma posição gloriosa que sempre tinha sido o seu destino.

Significa que, ao ir para a cruz, aquele que estava sem pecado tomou sobre si os nossos pecados e sofreu a rejeição e a morte devidas a nós os pecadores, “o justo pelos injustos” (!Pe 2.22-24; 3.18; Hb 4.15; 7.26,27) como vítima inocente fornecida pela graça e pela misericórdia de Deus (1Pe 1.18,19).

E significa, ainda, que ele não é apenas o nosso sacerdote sacrificador, como também o sacrifício em si mesmo, porque foi a si mesmo que ele ofereceu por nós, e, portanto, nele temos a provisão do substituto perfeito, um equivalente genuíno, nosso próximo (Hb 12.14,14) que verdadeiramente toma o nosso lugar.

Por isso, recebemos a certeza, de que pela vontade de Deus “temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas”, porque ele “com uma única oferta aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (Hb 10.10,14).




Consultas:
ANDRADE Claudionor.Comentarista da Lição Bíblica do 3º. Trimestre 2018:  Adoração, Santidade e Serviço – Os Princípios de Deus para a sua Igreja.
ANDRADE Claudionor. Adoração, Santidade e Serviço – Os Princípios de Deus para a sua Igreja. CPAD. Rio de Janeiro 2018
ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Vida Nova. SPaulo 2009
SILVA, João Barbosa. Subsídio Teológico e Bibliográfico: Jesus - O Sumo Sacerdote de uma Ordem Superior. Lição 07 EBD CPAD. 1º. Trimestre 2018
HOFF Paul. O Pentateuco.  Editora Vida.  São Paulo 2013

Um comentário:

  1. Graças a Deus pela vida do servo. Obrigado pastor pelas palavras inspiradas.
    Sentimos falta das outras lições.
    Sempre me reporto aos seus comentários para embasar meus estudos.
    Obrigado

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