ídios
Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição
12 - Exortações Finais na Grande Maratona da Fé - 25.03.2018
Texto Bíblico: Hebreus 12.1-8; 13.15-18
Por: Pr. João Barbosa
O décimo
capítulo da carta aos Hebreus termina com severas advertências contra os cristãos
indiferentes, que se desviam de Cristo, que deixam de “viver pela fé”, e desse
modo chegam ao estado de negligenciar ou abandonar a fé em Cristo por um outro
sistema religioso que equivale a apostasia.
O décimo
primeiro capítulo mostra-nos como vencer essa indiferença espiritual. Os heróis
da fé demonstram como se deve ser justo e viver pela fé. Portanto, o décimo
segundo capítulo dá continuação às ideias tanto do fim do décimo capítulo como
da eloquente expressão de fé dos heróis do décimo primeiro capítulo.
Agora Jesus
é visto tanto na qualidade de pioneiro como na posição de consumador da nossa fé.
Acima de todos os heróis, descritos no décimo primeiro capítulo Cristo nos
oferece a inspiração de que precisamos.
Ele é o
precursor, que entrou no santo dos santos, o qual pode ser seguido por outros,
e que também possui as qualidades espirituais de que precisamos nos revestir
(Hb 6.20;10.19). O décimo segundo capítulo apresenta-nos diretamente a exortação
que foi apenas sugerida no capítulo anterior.
Há
dificuldades no caminho espiritual. Por que se negaria isso? Há necessidade de
perseverança e de total dedicação. O crente em Cristo não deveria ser tão
preguiçoso e descuidado a ponto de pensar que pode vencer sem lutar e sem
conflitos.
O capítulo
anterior mostra quantas coisas os heróis da fé tiveram que sofrer. O capítulo
doze mostra-nos que, acima de todos, Jesus sofreu para que completasse com êxito
sua carreira, subisse aos céus e fosse assentado à mão direita do Pai.
Por isso, não
se pode pensar que alguém poderá chegar nos céus sem ter experimentado a agonia
que a vida espiritual envolve. Os crentes
começam muito bem e alegres a carreira cristã, com atitude de triunfo e
de conquista; sua devoção é indiscutível; mas, com grande frequência,
subestimam o poder do adversário.
Porém a íngreme
subida, o amargor da perseguição e da perda, logo se lhe desaparece a visão
inicial que tinham de Cristo e do Evangelho, o zelo esfria e morre o primeiro
amor.
A corrida é
longa e árdua; os obstáculos são reais e amargos, e a vitória é dada somente
aos vencedores. É mais ou menos uma mensagem assim que o autor sagrado procura
impressionar sob a mente de seus leitores.
Portanto,
nas Escrituras, com frequência encontramos a chamada à perseverança. Não é aquele que começa bem ou que impressiona a
outras com suas habilidades e conhecimentos, que se torna vencedor nessa
corrida – mas é o homem que persevera e que termina bem.
Ao nosso
redor há grande multidão de espectadores; mas que são mais de que isso, pois são
participantes; e eles nos encorajam com o seu exemplo, e, em alguns casos, com
a sua própria presença.
A demais, há
aquele ministério angelical, isto é, aqueles espíritos ministradores enviados a
trabalhar em favor daqueles que hão de herdar a salvação (Hb 1.14), que também
nos ajudam.
Mas, se
chegarmos a ser vencedores, é que teremos sido pessoalmente dedicados a Cristo
sendo essa a atitude que chamamos de fé.
Nada tende
tanto por derrotarmos como quando temos de lutar sozinhos. Por muitas vezes
nesta nossa experiência terrena, até amigos íntimos se voltam contra nós; e, ao
invés de nos ajudarem, procuram atrapalhar nossa jornada.
Porém, isso
jamais poderá contradizer a grande verdade que o Senhor Jesus Cristo e o seu Espírito
prometeu ajudar-nos até o fim.
Algumas
vezes a luta pode ser solitária; mas não na realidade – temos Cristo a nosso
lado. Precisamos cultivar a presença e o poder do Espírito Santo, pois assim
somos ajudados no conflito, ainda que do ponto de vista humano, estejamos
sozinhos.
É claro que
esse mundo vil não simpatiza conosco e com a graça divina a ponto de ajudar-nos
na subida para Deus; e ficaremos desapontados se confiarmos em que as circunstâncias
terrenas nos ajudarão nessa busca espiritual.
Quão
grande, pois, é a necessidade de olharmos para Jesus, mediante a fé, para
termos as forças necessárias para seguir adiante, tanto no início da carreira
como na arrancada final para o nosso lar celeste.
Os heróis da
fé, descritos no décimo primeiro capítulo, estão ao nosso lado e exibem para nós
o valor e o poder da fé. Podemos participar dessa mesma fé; podemos ser tão
resolutos e dedicados quanto eles foram. A escolha depende unicamente de nós.
“Portanto,
nós também, pois que estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas,
deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com
perseverança a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e
consumador da fé, o qual pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz,
desprezando a ingnomínia, e está sentado à direita do trono de Deus” (Hb 12.1,2).
Esta
palavra portanto, vincula este décimo segundo capítulo, com as ideias dos capítulos
décimo e décimo primeiro. O décimo capítulo termina com severas advertências
contra os crentes que pretendem afastar-se de Cristo e cair na apostasia.
O décimo
primeiro capítulo mostra-nos que o justo viverá pela fé, o que significa que
evitará tal desvio. As muitas testemunhas, nos dá uma mostra do décimo primeiro
capítulo, chamam a nossa atenção para a necessidade de uma intensa e dedicada
inquirição espiritual, de um leal empenho na corrida que nos leva até à
presença de Deus.
Por causa “disso”
e por causa do fato que o próprio Cristo se acha no ponto final para
encorajar-nos, ponhamos de lado todos os pecados de indiferença e de negligência
espiritual que vem com a intenção de
abandonarmos a Cristo, que são cargas que procuram impedir-nos de avançar na
carreira cristã.
A dedicação
espiritual, que vive segundo a dimensão eterna, não é privilégio somente dos
heróis da fé do passado, pois eles não poderão ser aperfeiçoados sem nós (Hb
11.40).
Precisamos
adicionar nossa fé à deles; precisamos provar, nessa nossa geração, que a vida
cristã pode ser vivida vitoriosa e triunfantemente. Temos a nos rodear tão
grande nuvem de testemunhas. O autor sagrado emprega a metáfora da corrida novamente,
tal como em Hb 6.20.
A “nuvem”
de testemunhas, pois, é pintada como quem nos observa, como se fossem
expectadores, ainda que o autor sagrado não queira dizer que o fazem
literalmente, o que eles realmente fazem é que prestam seu testemunho real, com
suas vidas sobre como se deve correr triunfantemente.
Essa ajuda,
dada pelas testemunhas, consiste do seu notável exemplo. Essa “nuvem” de testemunha não se compõe de meros expectadores
porém, também se compõe de participantes, pois todos lutamos juntamente, pela
perfeição que Cristo nos oferece.
As
testemunhas, que nos ajudam com o seu exemplo, testificam sobre a veracidade
das realidades espirituais, sobre os poderes do mundo invisível, sobre como
devemos viver sobre princípio daquele mundo sagrado dominado pela fé (Hb 11.1).
Os heróis do
passado ainda não terminaram seu conflito; continuam servindo de testemunhas para
nós, encorajando-nos a vitória. Esse exército de vencedores já é tão numeroso
que forma uma nuvem que encobre os céus.
Aquele que levantar os olhos para o
firmamento, verá aquela companhia já numerosíssima; e ao vê-la se encorajará. Não
é fácil resistir sozinho; não é fácil alguém lutar solitário. Todavia, segundo
nos diz o autor desta carta não estamos sós.
Muitos
continuam empenhados nesta corrida espiritual. Essa é uma vitória que aguardam
aqueles que lutam legítima e heroicamente. Mas a derrota está à espera daqueles
que não se importam e nem tentam vencer.
Existe
aquela nuvem, aquela massa de ajudadores que nos desejam o bem, e que aguardam
ansiosamente, o resultado da luta. Esses testificam sobre a fidelidade de Deus,
sobre o fato que a vitória é possível, sobre o fato que não corremos sós.
É desanimador
corrermos sozinhos; mas nos é assegurado que não sucede assim; portanto,
revistamo-nos daquele espírito de dedicação dos heróis da fé no passado. E
sentiremos bem próximo a sua presença.
O estádio
está repleto de expectadores, sentados em intermináveis fileiras nas
arquibancadas, de modo a formarem uma grande nuvem; porém, na linha de chegada
esperando por nós, está aquele que é o autor da nossa fé, o pioneiro do
caminho, aquele que leva a nossa fé à perfeição.
Ele, acima
de todos, é a inspiração de nossa carreira, o poder por detrás de nossos
esforços. Embora a nuvem de testemunha nos sirva de ajuda, contudo, só existe
um mestre para quem devemos olhar, a quem devemos agradar.
Jesus também
se esforçou na carreira que lhe foi proposta; tal e qual devemos fazer. Seu
exemplo e sua aprovação são os fatores principais de nossos esforços.
Devemos
olhar exclusivamente para ele, desviando os olhos de toda e qualquer “distração”;
e isso fala sobre o intenso propósito do crente, o contrário da indiferença e
do desvio, o pecado que tantos assediava os leitores desse tratado.
Existe uma
corrente de pensamento que envolve a ideia de que Jesus também, ao perseverar
até o fim exibiu e tornou manifesta a fé em sua perfeição. O próprio Cristo
consumou a fé ao seu ponto máximo desde o começo até o fim. E agora ele inspira
a fé em nós.
Isso nos mostra
a faceta básica do livro, a natureza humana e a luta de Jesus, a sua pessoa
como nosso exemplo, como precursor da nossa luta espiritual (Hb 2.9; 6.20;
7.22; 10.19; 12.22; 13.12).
Alguns teólogos
defendem a ideia de que o gozo que estava proposto a Jesus era a bem
aventurança divina e plena de sua vida pré encarnada. Em lugar disso, ele
aceitou a cruz e o opróbrio. O caráter heroico de sua fé aparece em sua renúnucia
a um gozo que já possuía, para abraçar a vergonha e a morte.
Essa
passagem se assemelha com Fp 2,6-8. Alguns teólogos acreditam que o motivo
inteiro dos sofrimentos de Cristo era a alegria que ele tinha em vista se
cumprisse bem sua missão de redenção da humanidade.
Jesus não
permitiu que o temor ou a experiência o extravasassem. Ele se elevou acima da
indignação e da injúria, ou seja acima de tudo quanto poderia tocar a sua vida
dada em favor dos homens. E que fere mais profundamente que qualquer golpe físico
porque vai mais fundo do que o corpo ferindo ao espírito.
Jesus Cristo
realizou sua missão, atingiu a alegria que lhe estava proposta e assumiu o mais
elevado posto de glorificação de poder possíveis, à “mão direita” do trono de
Deus. O lugar de posição e de poder de maior prestígio do universo. Ele se
encontra ali para conduzirmo-nos até a sua presença; essa é uma verdade exaltadíssima
(Hb 6.20; 10;19).
Por várias
outras vezes o autor sagrado faz alusão ao fato de Jesus está à mão direita do
Pai, como recompensa por haver completado a sua missão terrena (Hb 1.3).
Consultas:
GONÇALVES
José. Comentarista da Lição Bíblica para Adultos EBD CPAD no 1º Trimestre
2018. A Supremacia de Cristo: Fé,
esperança e ânimo na C aos Hebreus
GONÇALVES
José. . A Supremacia de Cristo: Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus.
Editora CPAD. Rio de Janeiro. Outubro, 2017
HENRICHSEN
Walter A. Depois do Sacrifício – Estudo da carta aos Hebreus. Editora Vida. São
Paulo 1996
LAUBACH
Fritz. Carta aos Hebreus – Comentário Esperança. Editora Esperança. Curitiba,
2013
CHAFFER.
Teologia Sistemática. Vl 7 & 8. Editora Hagnus. São Paulo, 2008
CHAMPLIN Norman Russell. Novo
Dicionário Bíblico – Completo, Prático e Exegético. 1ª Edição. Editora Hagnos, Sao Paulo, fevereiro, 2018
BROWN,
Raymond e outros. Novo Comentário Bíblico São Jerônimo – Antigo Testamento.
Editora Academia Cristã. São Paulo, 2007
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