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quarta-feira, 21 de março de 2018

Lição 12 - Exortações Finais na Grande Maratona da Fé - 25.03.2018


ídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 12 - Exortações Finais na Grande Maratona da Fé - 25.03.2018
Texto Bíblico: Hebreus 12.1-8; 13.15-18
Por: Pr. João Barbosa

O décimo capítulo da carta aos Hebreus termina com severas advertências contra os cristãos indiferentes, que se desviam de Cristo, que deixam de “viver pela fé”, e desse modo chegam ao estado de negligenciar ou abandonar a fé em Cristo por um outro sistema religioso que equivale a apostasia.

O décimo primeiro capítulo mostra-nos como vencer essa indiferença espiritual. Os heróis da fé demonstram como se deve ser justo e viver pela fé. Portanto, o décimo segundo capítulo dá continuação às ideias tanto do fim do décimo capítulo como da eloquente expressão de fé dos heróis do décimo primeiro capítulo.

Agora Jesus é visto tanto na qualidade de pioneiro como na posição de consumador da nossa fé. Acima de todos os heróis, descritos no décimo primeiro capítulo Cristo nos oferece a inspiração de que precisamos.

Ele é o precursor, que entrou no santo dos santos, o qual pode ser seguido por outros, e que também possui as qualidades espirituais de que precisamos nos revestir (Hb 6.20;10.19). O décimo segundo capítulo apresenta-nos diretamente a exortação que foi apenas sugerida no capítulo anterior.
     
Há dificuldades no caminho espiritual. Por que se negaria isso? Há necessidade de perseverança e de total dedicação. O crente em Cristo não deveria ser tão preguiçoso e descuidado a ponto de pensar que pode vencer sem lutar e sem conflitos.

O capítulo anterior mostra quantas coisas os heróis da fé tiveram que sofrer. O capítulo doze mostra-nos que, acima de todos, Jesus sofreu para que completasse com êxito sua carreira, subisse aos céus e fosse assentado à mão direita do Pai.

Por isso, não se pode pensar que alguém poderá chegar nos céus sem ter experimentado a agonia que a vida espiritual envolve. Os crentes  começam muito bem e alegres a carreira cristã, com atitude de triunfo e de conquista; sua devoção é indiscutível; mas, com grande frequência, subestimam o poder do adversário.

Porém a íngreme subida, o amargor da perseguição e da perda, logo se lhe desaparece a visão inicial que tinham de Cristo e do Evangelho, o zelo esfria e morre o primeiro amor.

A corrida é longa e árdua; os obstáculos são reais e amargos, e a vitória é dada somente aos vencedores. É mais ou menos uma mensagem assim que o autor sagrado procura impressionar sob a mente de seus leitores.

Portanto, nas Escrituras, com frequência encontramos a chamada à perseverança. Não  é aquele que começa bem ou que impressiona a outras com suas habilidades e conhecimentos, que se torna vencedor nessa corrida – mas é o homem que persevera e que termina bem.

Ao nosso redor há grande multidão de espectadores; mas que são mais de que isso, pois são participantes; e eles nos encorajam com o seu exemplo, e, em alguns casos, com a sua própria presença.

A demais, há aquele ministério angelical, isto é, aqueles espíritos ministradores enviados a trabalhar em favor daqueles que hão de herdar a salvação (Hb 1.14), que também nos ajudam.

Mas, se chegarmos a ser vencedores, é que teremos sido pessoalmente dedicados a Cristo sendo essa a atitude que chamamos de fé.

Nada tende tanto por derrotarmos como quando temos de lutar sozinhos. Por muitas vezes nesta nossa experiência terrena, até amigos íntimos se voltam contra nós; e, ao invés de nos ajudarem, procuram atrapalhar nossa jornada.

Porém, isso jamais poderá contradizer a grande verdade que o Senhor Jesus Cristo e o seu Espírito prometeu ajudar-nos até o fim.

Algumas vezes a luta pode ser solitária; mas não na realidade – temos Cristo a nosso lado. Precisamos cultivar a presença e o poder do Espírito Santo, pois assim somos ajudados no conflito, ainda que do ponto de vista humano, estejamos sozinhos.

É claro que esse mundo vil não simpatiza conosco e com a graça divina a ponto de ajudar-nos na subida para Deus; e ficaremos desapontados se confiarmos em que as circunstâncias terrenas nos ajudarão nessa busca espiritual.

Quão grande, pois, é a necessidade de olharmos para Jesus, mediante a fé, para termos as forças necessárias para seguir adiante, tanto no início da carreira como na arrancada final para o nosso lar celeste.

Os heróis da fé, descritos no décimo primeiro capítulo, estão ao nosso lado e exibem para nós o valor e o poder da fé. Podemos participar dessa mesma fé; podemos ser tão resolutos e dedicados quanto eles foram. A escolha depende unicamente de nós.

“Portanto, nós também, pois que estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a ingnomínia, e está sentado à direita do trono de Deus” (Hb 12.1,2).

Esta palavra portanto, vincula este décimo segundo capítulo, com as ideias dos capítulos décimo e décimo primeiro. O décimo capítulo termina com severas advertências contra os crentes que pretendem afastar-se de Cristo e cair na apostasia.

O décimo primeiro capítulo mostra-nos que o justo viverá pela fé, o que significa que evitará tal desvio. As muitas testemunhas, nos dá uma mostra do décimo primeiro capítulo, chamam a nossa atenção para a necessidade de uma intensa e dedicada inquirição espiritual, de um leal empenho na corrida que nos leva até à presença de Deus.

Por causa “disso” e por causa do fato que o próprio Cristo se acha no ponto final para encorajar-nos, ponhamos de lado todos os pecados de indiferença e de negligência espiritual  que vem com a intenção de abandonarmos a Cristo, que são cargas que procuram impedir-nos de avançar na carreira cristã.

A dedicação espiritual, que vive segundo a dimensão eterna, não é privilégio somente dos heróis da fé do passado, pois eles não poderão ser aperfeiçoados sem nós (Hb 11.40).

Precisamos adicionar nossa fé à deles; precisamos provar, nessa nossa geração, que a vida cristã pode ser vivida vitoriosa e triunfantemente. Temos a nos rodear tão grande nuvem de testemunhas. O autor sagrado emprega a metáfora da corrida novamente, tal como em Hb 6.20.

A “nuvem” de testemunhas, pois, é pintada como quem nos observa, como se fossem expectadores, ainda que o autor sagrado não queira dizer que o fazem literalmente, o que eles realmente fazem é que prestam seu testemunho real, com suas vidas sobre como se deve correr triunfantemente.

Essa ajuda, dada pelas testemunhas, consiste do seu notável exemplo. Essa “nuvem” de  testemunha não se compõe de meros expectadores porém, também se compõe de participantes, pois todos lutamos juntamente, pela perfeição que Cristo nos oferece.

As testemunhas, que nos ajudam com o seu exemplo, testificam sobre a veracidade das realidades espirituais, sobre os poderes do mundo invisível, sobre como devemos viver sobre princípio daquele mundo sagrado dominado pela fé (Hb 11.1).

Os heróis do passado ainda não terminaram seu conflito; continuam servindo de testemunhas para nós, encorajando-nos a vitória. Esse exército de vencedores já é tão numeroso que forma uma nuvem que encobre os céus.

Aquele           que levantar os olhos para o firmamento, verá aquela companhia já numerosíssima; e ao vê-la se encorajará. Não é fácil resistir sozinho; não é fácil alguém lutar solitário. Todavia, segundo nos diz o autor desta carta não estamos sós.

Muitos continuam empenhados nesta corrida espiritual. Essa é uma vitória que aguardam aqueles que lutam legítima e heroicamente. Mas a derrota está à espera daqueles que não se importam e nem tentam vencer.

Existe aquela nuvem, aquela massa de ajudadores que nos desejam o bem, e que aguardam ansiosamente, o resultado da luta. Esses testificam sobre a fidelidade de Deus, sobre o fato que a vitória é possível, sobre o fato que não corremos sós.

É desanimador corrermos sozinhos; mas nos é assegurado que não sucede assim; portanto, revistamo-nos daquele espírito de dedicação dos heróis da fé no passado. E sentiremos bem próximo a sua presença.

O estádio está repleto de expectadores, sentados em intermináveis fileiras nas arquibancadas, de modo a formarem uma grande nuvem; porém, na linha de chegada esperando por nós, está aquele que é o autor da nossa fé, o pioneiro do caminho, aquele que leva a nossa fé à perfeição.

Ele, acima de todos, é a inspiração de nossa carreira, o poder por detrás de nossos esforços. Embora a nuvem de testemunha nos sirva de ajuda, contudo, só existe um mestre para quem devemos olhar, a quem devemos agradar.

Jesus também se esforçou na carreira que lhe foi proposta; tal e qual devemos fazer. Seu exemplo e sua aprovação são os fatores principais de nossos esforços.

Devemos olhar exclusivamente para ele, desviando os olhos de toda e qualquer “distração”; e isso fala sobre o intenso propósito do crente, o contrário da indiferença e do desvio, o pecado que tantos assediava os leitores desse tratado.

Existe uma corrente de pensamento que envolve a ideia de que Jesus também, ao perseverar até o fim exibiu e tornou manifesta a fé em sua perfeição. O próprio Cristo consumou a fé ao seu ponto máximo desde o começo até o fim. E agora ele inspira a fé em nós.

Isso nos mostra a faceta básica do livro, a natureza humana e a luta de Jesus, a sua pessoa como nosso exemplo, como precursor da nossa luta espiritual (Hb 2.9; 6.20; 7.22; 10.19; 12.22; 13.12).

Alguns teólogos defendem a ideia de que o gozo que estava proposto a Jesus era a bem aventurança divina e plena de sua vida pré encarnada. Em lugar disso, ele aceitou a cruz e o opróbrio. O caráter heroico de sua fé aparece em sua renúnucia a um gozo que já possuía, para abraçar a vergonha e a morte.

Essa passagem se assemelha com Fp 2,6-8. Alguns teólogos acreditam que o motivo inteiro dos sofrimentos de Cristo era a alegria que ele tinha em vista se cumprisse bem sua missão de redenção da humanidade.

Jesus não permitiu que o temor ou a experiência o extravasassem. Ele se elevou acima da indignação e da injúria, ou seja acima de tudo quanto poderia tocar a sua vida dada em favor dos homens. E que fere mais profundamente que qualquer golpe físico porque vai mais fundo do que o corpo ferindo ao espírito.

Jesus Cristo realizou sua missão, atingiu a alegria que lhe estava proposta e assumiu o mais elevado posto de glorificação de poder possíveis, à “mão direita” do trono de Deus. O lugar de posição e de poder de maior prestígio do universo. Ele se encontra ali para conduzirmo-nos até a sua presença; essa é uma verdade exaltadíssima (Hb 6.20; 10;19).

Por várias outras vezes o autor sagrado faz alusão ao fato de Jesus está à mão direita do Pai, como recompensa por haver completado a sua missão terrena (Hb 1.3).

Consultas:
GONÇALVES José. Comentarista da Lição Bíblica para Adultos EBD CPAD no 1º Trimestre 2018.  A Supremacia de Cristo: Fé, esperança e ânimo na C aos Hebreus
GONÇALVES José. . A Supremacia de Cristo: Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus. Editora CPAD. Rio de Janeiro. Outubro, 2017
HENRICHSEN Walter A. Depois do Sacrifício – Estudo da carta aos Hebreus. Editora Vida. São Paulo 1996
LAUBACH Fritz. Carta aos Hebreus – Comentário Esperança. Editora Esperança. Curitiba, 2013
CHAFFER. Teologia Sistemática. Vl 7 & 8. Editora Hagnus. São Paulo, 2008
CHAMPLIN Norman Russell. Novo Dicionário Bíblico – Completo, Prático e Exegético. 1ª Edição.  Editora Hagnos, Sao Paulo, fevereiro, 2018
BROWN, Raymond e outros. Novo Comentário Bíblico São Jerônimo – Antigo Testamento. Editora Academia Cristã. São Paulo, 2007

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