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terça-feira, 22 de março de 2016

Lição 13 - O Destino Final dos Mortos - 27.03.16 – EBD CPAD

Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
1º. Trimestre 2016
Lucas 16.19-26
Reflexão: Os salvos que morreram em Cristo aguardam a ressurreição no céu e os ímpios a esperam no Hades, em sofrimento indizível.

A palavra portuguesa inferno vem do termo latino infernus, que significa “o que está abaixo”, “inferior”, “subterrâneo”.

No imaginário mitológico dos gregos e dos romanos, o Hades e o Infernus referiam-se a alegadas prisões subterrâneas onde as almas ficariam encerradas, após a morte física.

De acordo com o pensamento hebraico e grego, o Hades, originalmente, não era um lugar onde habitavam seres conscientes sofrendo tormento.

Gradualmente, porém, foram sendo atribuída as almas do Hades (a qualidade) um estado de consciência e, juntamente com isso, as ideias de recompensa para as almas boas e de castigo para as almas más.

Posteriormente os hebreus passaram a dividir o Sheol, que é equivalente ao Hades dos gregos, em compartimentos para os bons e outros compartimentos para os maus, além de dar o nome de Paraíso para o compartimento das almas boas.

Uma palavra de sentido mais profundo era Geena, que se referia a um lugar de chamas; e foi em ligação a esta palavra que a ideia de punição eterna tornou-se proverbial.

O Antigo e o Novo Testamento usam dezoito símbolos diferentes para discorrer sobre o Inferno. Cada um contribui um pouco para uma compreensão do ensino bíblico acerca do assunto.
Mesmo com estas dezoito descrições, nosso conhecimento sobre o Inferno é muito limitado.

1. O primeiro termo que descreve simbolicamente o local de sofrimento é Sheol, que é utilizado por sessenta e seis vezes no AT, sendo traduzido por inferno, trinta e uma vezes (Dt 32.22; Sl 9.17; 18.5; Is 14.9), e por sepultura também trinta e uma vezes (1Sm 2.6; Jó 7.9; 14.13), e três vezes traduzido por abismo (Nm 16.30.33; Jó 17.16).

Esta era a denominação do AT para a habitação dos mortos. Não se tratava apenas de um estado de existência, mas de existência consciente (Dt 18.11; 1Sm 28.11-15; Is 14.9).
Deus era soberano sobre aquele lugar (Dt 32.22; Jó 26.6). Era considerado um destino temporário e os justos anteviam sua ressurreição e remoção daquele lugar para a vida no milênio (Jo 14.13-14, 19, 25, 27; Sl 16.9-11, 17.15; 49.15; 73.24).

2. Hades – Os tradutores da Septuaginta grega, utilizavam a palavra Hades para traduzir Sheol.
Hades também designava “o além” no pensamento grego. A palavra grega Hades representa o mundo inferior, o reino dos mortos nas obras clássicas.

Na septuaginta, é quase sempre utilizada para traduzir Sheol, e no NT, tem quase sempre um relevo negativo. É utilizada exclusivamente para descrever o lugar de castigo dos ímpios.

Na descrição do Hades, a principal passagem do NT é Lc 16.19-31, que descreve a condição de um homem rico e ímpio e um homem pobre e piedoso (Lázaro).

O homem pobre morreu e foi levado pelos anjos para o Seio de Abraão, mas o rico ao morrer foi sepultado (Lc 16.22).

O castigo no Hades inclui ser queimado, separação e solidão, condenação em função das lembranças, sede, deterioração – mal cheiro.

O homem rico e ímpio podia ver sobre “um grande abismo” (Lc 16.26), o local onde ficavam os salvos; porém o homem rico não tinha como escapar de seus tormentos.

A relativa proximidade entre o mendigo e o homem rico sugere que, originalmente, o Hades e o Paraíso – o Seio de Abraão – ficavam no mesmo lugar.

Ao morrer, na cruz, Cristo desceu “as regiões inferiores da terra” e “levou cativo o cativeiro”. Ele, em seguida, subiu daquele lugar (Ef 4.8-10).
Muitos comentaristas acreditam que o Paraíso foi, naquele momento, separado do Hades e levado ao Terceiro Céu.

3. Tártaro – É outro termo bíblico que descreve o Inferno. Aparece apenas uma vez nas Escrituras e, mesmo no caso em questão, é tecnicamente um verbo e não um substantivo propriamente dito.

Pedro descreve que Deus não poupou os anjos que pecaram, mas “lançou-os no inferno” (2Pe 2.4). Tártaro descreve o mais inferior dos nove níveis infernais do pensamento grego.

4. Geena – Traduzido por inferno, é a palavra mais grave utilizada para o Inferno nas Escrituras e foi usada quase que exclusivamente por Jesus.
Devido à gravidade de algumas frases e ilustrações associadas a palavra Geena, aqueles que se contrapõem à existência do inferno literal, como as Testemunhas de Jeová, são os mais propensos a discutir o significado deste termo.

O NT, contudo, ao descrever o Inferno, associa-o a um lugar no Vale de Hinon, onde na antiguidade, eram oferecidos sacrifícios humanos (2Cr 33.6; Jr 7.31).
É o nome dado, na Bíblia, para o Lago de Fogo, o destino final e eterno dos que se perderem (Ap 19.20; 20.10; 14.15).
O uso do termo Geena no NT não se refere apenas a um vale histórico nos arredores de Jerusalém, o termo está associado a fogo, castigo e tormentos eternos.

5. Castigo – O conceito de castigo ou retribuição é fundamental em nossa compreensão de Deus.
Os conceitos bíblicos de punição, vingança e ira, sugerem o castigo como parte do juízo de Deus sobre o pecado. Trata-se, portanto, da consequência legal e da ira e da fúria de Deus.

 Além disso, o castigo no Inferno existe, porque a destruição é uma consequência natural do pecado (Pv 14.12. 16.25; Mt 7.13; Rm 5.12).
A natureza corruptora do pecado destrói tudo com que entra em pecado.

6. Prisão – Em duas ocasiões, a Bíblia utiliza a palavra “prisão” em uma aparente referência ao inferno (1Pe 3.19; Ap 20.7).

7. Cadeias – a imagem de cadeia, ou correntes, é mais uma descrição bíblica do Inferno. Nas Escrituras, as cadeias parecem estar reservadas aos seres angelicais de natureza caída (2Pe 2.4; Jd 6; Ap 20.1).

A terceira referência fala sobre Satanás sendo amarrado em cadeias e preso no abismo por mil anos. Isto indica que Deus é soberano mesmo sobre o reino de Satanás.

8. Açoites – Enfatizando a ideia de níveis de punição no Inferno, Jesus usou a ilustração de “açoites” para descrever o juízo vindouro e os níveis de punição ali existentes (Lc 12.48; Mt 11.20-24).

9. Choro e ranger de dentes – Em diversas ocasiões, Jesus usou a expressão “choro e ranger de dentes” para descrever a aflição pessoal de indivíduos no inferno (Mt 8.12; 13.42,50; 22.13; 24.51; 25.30; Lc 13.28).

A palavra “ranger” é utilizada para descrever as ações de alguém que comprime e esfrega os dentes com raiva, dor ou profunda decepção. No NT, ela representa fúria, raiva e ódio.

10. Abismo ou poço do abismo – No último livro da Bíblia, João, por sete vezes, descreve o inferno como um abismo (Ap 9.1,2,11; 11.7; 17.8; 20.1,3). Em cada caso, o abismo está intimamente associado a demônios, que geralmente estão sendo aprisionados ou libertados do abismo.

O AT também utiliza a ilustração de um abismo para falar sobre o destino dos ímpios ao morrer. A palavra “abismo” refere-se a um lugar fundo, de onde não há como escapar.
11. Trevas exteriores – Uma outra ilustração de Cristo para falar sobre o Inferno foi “as trevas” (Mt 8.12).
Na Escatologia do NT, o Céu é retratado como um lugar claro e bem iluminado. Ser lançado do Céu significa ser lançado nas trevas exteriores.

12 – Destruição – Apesar de “destruidor” ser um dos muitos títulos de Satanás (Ap 9.11), somente Paulo identifica o Inferno de forma específica como um local de destruição. (2Ts 1.8,9).

13. Tormentos – O Inferno também é descrito como um lugar de tormentos (Lc 16.23,28). Das várias palavras que significam sofrimento no NT, esta deve ser a que transmite maior severidade.
Denota dor, angústia e forma de extremo sofrimento humano, que é demonstrado pelo homem rico que descreve o Hades como “um lugar de tormento” (Lc 16.28),

14. Vermes – O profeta Isaias e Jesus, ao descrever os sofrimentos eternos, usaram palavras imaginárias como vermes inextinguíveis, para descrever a sorte dos ímpios (Is 14.11; 66.24; Mc 9.44,46,48).

O verme pertence mais ao Geena do que ao Hades. A imagem de um verme no Geena foi compreendida pelos que ouviram Jesus, como uma tenebrosa representação do juízo de Deus (Is 66.24).
E sairão e verão os corpos dos homens que prevaricaram contra mim, porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e será um horror para toda a carne.

15. Fogo – A mais conhecida imagem do Inferno é o fogo. O homem rico é descrito sendo atormentado por chamas (Lc 16.24).
Os Homens são salgados com fogo (Mc 9.49), e lançados na fornalha de fogo (Mt 13.42), e também fogo e enxofre (Ap 21.8), além de chamas que não se apagam (Mc 9. 43, 45-46, 48). São termos utilizados para descrever o Inferno.
O uso do fogo para retratar o Inferno não é apenas descritivo, mas também enfatiza o contínuo sofrimento.

16. Segunda morte – O destino eterno dos homens perdidos é denominado de “segunda morte”, em contraste com a morte física.
Aqueles que defendem uma visão aniquilacionista ou pregam o sono da alma, não raro redefinem este termo. Atribuem a ele o sentido de um estado de não existência ou existência inconsciente.

Na Bíblia, porém, a morte de um ser nunca diz respeito à extinção da vida, mas de uma separação de algo a que este ser pertence (Jo 11.11-14).

17. Ira – O Inferno é também descrito como uma manifestação da ira de Deus (Rm 2.5-7).

18. Eternidade – Todos os adjetivos atribuídos ao Inferno possuem um nível de sofrimento que ultrapassa a capacidade de entendimento humano. Então acrescente a palavra “eternidade” a todas as palavras que descrevem este sofrimento e a realidade do Inferno ultrapassa totalmente a compreensão humana.

Uma coisa é ser objeto da ira de Deus; outra é encontrar-se nesta situação por toda eternidade. Uma coisa é ser atormentado; outra é ser atormentado por toda a eternidade. Se o Inferno pudesse ser de alguma forma tolerável por seus habitantes, o conceito de eternidade torna-o completamente intolerável.

Bibliografia:
Lições Bíblicas EBD CPAD - 1º. Trimestre 2016. Comentarista: Pr.Elinaldo Renovato
RENOVATO Elinaldo. O Final de Todas as Coisas – Esperança e Glórias para os Salvos. CPAD. RJaneiro 2015
HOEKEMA. A. Anthony. A Bíblia e o Futuro – Escatologia Futura e Escatologia Realizada – 3ª. Edição. Editora Cultura Cristã. SPaulo,2012.
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OLSON N. Lawrence. O Plano Divino Através dos Séculos. CPAD. RJaneiro, 1979.
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GEISLER Norman. Teologia Sistemática: Vl 2. Pecado – Salvação. A Igreja –As Últimas Coisas. SBB – Rio de Janeiro 2010
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática – Atual e Exaustiva. Editora Vida Nova. SPaulo, 1999
Hamplin, R.N, Ph.D. Enciclopédia de Biblia, Teologia e Filosofia Vl 4. Edit. Hagnus, SPaulo.
COHEN.Armando C.Estudo sobre o Apocalipse. CPAD. RJaneiro
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CHAFFER e Lewis Sperry. Teologia SistemáticaVl 3 & 4. Editora Hagnos. SPaulo, 2003
HINDSON T. Lahaye Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica.  CPAD. RJaneiro, 2010.


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