Abordagem de Conteúdos Transversalizados
com o Tema em Estudo
1º. Trimestre 2016
Apocalipse 21.1-5, 24-27
Reflexão: Os crentes viverão eternamente com Jesus Cristo na
cidade santa, a Nova Jerusalém.
O Céu na era presente é o lugar em que Deus habita. O
Senhor diz “O céu é o meu trono” (Is 66.1). E Jesus nos ensina a orar “Pai
nosso, que estás nos céus” (Mt 6.9).
Depois de consumada a sua obra na cruz e subir aos céus,
Jesus está a destra de Deus.
O Céu pode ser definido da seguinte maneira: Céu é o lugar
em que Deus torna conhecida da forma mais completa a sua presença abençoadora.
A Bíblia fala de três Céus:
1º. O céu
atmosférico – Que é o espaço visível, ou troposfera: Região atmosférica
respirável que envolve o nosso planeta. Gn 7.11,12 diz: “As janelas dos céus se
abriram, e houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites”.
Aqui, a palavra “céu” diz respeito à cobertura atmosférica
que envolve o mundo, que é onde ocorre o círculo da água. No Sl 147.8 está
escrito: “Deus cobre o céu de nuvens”. Este é o primeiro céu.
2º. O
céu estelar – É onde estão as estrelas, a lua e os planetas. As Escrituras usam
esta palavra, “céu”, para descrever esta região (Gn 1.14-17). Este é o
segundo céu.
3º. O
céu mencionado por Paulo em 2Co 12.2 – É onde habitam Deus, seus santos anjos e
os santos que já partiram. Os outros dois céus passarão (2Pe 3.10), mas este é
eterno.
No primeiro ponto da lição nº.12 da CPAD – 1º. Trimestre
2016, o primeiro ponto, sob o tema “Todas
as coisas serão renovadas”, e o primeiro subponto onde diz que “Deus criou os céus”, o comentarista diz
que no princípio Deus “criou os céus”, mas o “céu”, morada de Deus já existia. Deus
habita nos “céus” acima do espaço sideral (Sl 11.4).
As Escrituras revelam que o “céu” não é limitado por
dimensões físicas, como altura, profundidade e largura. O céu parece
ultrapassar todos esses conceitos e vai muito além (1Re 8.27).
Na mensagem de Cristo à Igreja de Filadélfia, ele fala
sobre o reino eterno como “a Nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus” (Ap
3.12).
Nos últimos capítulos da Bíblia, o apóstolo João fala
sobre “a grande cidade, a Nova Jerusalém, que de Deus descia do céu” (Ap
21.10). Novos Céus e Nova Terra combinados em um grande reino que engloba os
dois domínios.
O paraíso da eternidade é deste modo revelado como um
grandioso reino, que une o Céu e a Terra em tamanha grandiosidade e glória que
ultrapassa todos os limites da imaginação humana e das dimensões da terra.
Onde está localizado o Céu – O Céu, portanto, não se encontra em um lugar específico
determinado por limites físicos ou visíveis. Ele transcende o conceito de
espaço-tempo.
É provável que o Céu faça parte do que lemos na Bíblia
sobre Deus habitar na eternidade (Is 57.15). O local da habitação de Deus – o
Céu – não está sujeito às dimensões finitas ou a limites normais.
Não devemos especular sobre como isto é possível; basta
entender que é assim que as Escrituras descrevem o Céu. É um lugar real, onde
pessoas com corpos físicos habitarão na presença de Deus por toda a Eternidade.
Também um domínio que sobrepuja todo nosso limitado
conceito de “lugar”. O “céu” transcende as dimensões normais de tempo e espaço
em um outro importante sentido.
Segundo as Escrituras, uma misteriosa forma do reino de
Deus, englobando todos os elementos do próprio céu, é a esfera espiritual onde
todos os verdadeiros cristãos já vivem.
Neste aspecto o reino dos céus invade e passa a governar a
vida de cada crente em Cristo. Espiritualmente, o cristão torna-se parte do céu
nesta vida, com todos os direitos de um cidadão celestial, aqui e agora. Era
exatamente isso que Paulo dizia ao afirmar: “Mas a nossa cidade está nos céus”
(Fp 3.20).
No que diz respeito a nossa atitude para com a vida, nós,
que cremos, já estamos vivendo no reino de Deus. Em Ef. 1.3, Paulo diz que:
“Deus nos abençoou com todas as bênçãos celestiais nos lugares espirituais em
Cristo”.
De forma semelhante declara o apóstolo Paulo: “Estando nós
ainda mortos em nossas ofensas nos vivificou juntamente com Cristo e nos
ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais em
Cristo Jesus” (Ef 2.5-6).
Observe que, em ambas as passagens, os verbos encontram-se
no passado. Paulo, neste trecho, está falando sobre uma realidade consumada. Ainda
que não possuímos corpos celestiais, mas no que tange a nossa posição estamos
sentados com Cristo nos lugares celestiais.
A glória do Céu – Como crentes, tudo o que nos é precioso está no Céu. O
Pai está no Céu. É por isso que Jesus nos ensinou a orar:
“Pai nosso que estás no Céu, bendito seja o teu nome” (Mt
6.9). O próprio Jesus está à direita do Pai (Hb 9.24), onde intercede por nós
(Hb 7.25).
Muitos irmãos e irmãs em Cristo também estão lá (Hb
12.23). Nossos nomes estão registrados lá (Lc 10.20). Cristo nos assegura que
temos uma propriedade lá, trata-se da nossa herança (1Pe 1.4).
Nossa pátria está nos céus, de acordo com Fp 3.20. O céu é
o nosso lar, somos apenas estrangeiros e peregrinos na terra (Hb 11.13). “Nossa
recompensa eterna está no céu” (Mt 5.12; 6.19,20).
O Novo Céu e a Nova Terra – O Céu na eternidade será diferente daquele onde Deus
habita agora. Na consumação de todas as coisas, Deus renovará os céus e a
terra, unificando seu céu ao um novo universo e formando uma habitação perfeita
que será o nosso lar eterno.
Em outras palavras, o céu irá expandir-se e englobar todo
universo da criação. Tudo será transformado em um lugar perfeito e magnífico,
adequado à glória do céu.
O apóstolo Pedro descreve isto como a esperança de todos
os remidos: “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova
terra, em que habita a justiça (2Pe 3.13). Esta foi também a graciosa promessa
que, por meio dos profetas do AT, Deus deu ao seu povo (Is 65.117-19).
Neste trecho, Deus declara que transformará de tal forma o
céu e a terra que hoje conhecemos, que corresponderá a uma nova criação.
Observe que, em um novo
universo, a Nova Jerusalém será o foco de todas as coisas.
O novo céu e a nova terra serão tão magníficos que
tornarão os antigos insignificantes “Não haverá lembrança das coisas passadas,
nem mais se recordarão” (Is 65.17).
A criação física será renovada e continuaremos a existir e
atuar nela. Além de um céu renovado, Deus fara uma “nova terra” (2Pe 3.13; Ap
21.1). A criação física será renovada de forma expressiva.
“A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos
filhos de Deus. Pois a criação está sujeita á vaidade, não voluntariamente, mas
por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será
redimida do cativeiro e da corrupção, para liberdade da glória dos filhos de
Deus (Rm 8.19-21).
A renovação dos novos céus e da nova terra será tão
profunda que o escritor aos Hebreus citando o Salmo 102 fala-nos dos céus e da
terra:
“Eles perecerão; tu, porém, permaneces; sim, todos eles
envelhecerão qual veste; também, qual manto, os enrolarás, e, como vestes,
serão igualmente mudados (Hb 1.11,12).
Mais tarde ele nos diz que Deus prometeu: “Ainda uma vez
por todas, farei abalar não só a terra, mas também os céus”, um abalo tão forte
que envolve “a remoção dessas coisas abaladas para que as coisas que não são
abaladas permaneçam” (Hb 12.26-27).
João diz “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e
a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 21.1). No novo céu e na
nova terra, haverá lugar e atividade para nosso corpo ressurreto, que nunca
envelhecerá nem se enfraquecerá nem adoecerá.
Uma forte consideração a favor desse ponto de vista é o
fato de que Deus fez a criação física original muito boa (Gn 1.31).
Não há, portanto, nada pecaminoso ou mau ou “não
espiritual” no mundo físico que Deus fez ou nas criaturas que colocou nele, ou
ainda no corpo físico que nos deu na criação.
Embora todas estas coisas tenham sido desfiguradas e
distorcidas pelo pecado, Deus não destruirá o mundo físico por completo.
Antes, aperfeiçoará toda a criação e a colocará em
harmonia com os propósitos para os quais ele criou originalmente. Logo, podemos
esperar que no novo céu e na nova terra haverá uma terra plenamente perfeita
que será de novo muito boa.
E podemos esperar que teremos um corpo físico que será
mais uma vez “muito bom” aos olhos de Deus e que servirá para cumprir os
propósitos originais com que o Senhor colocou o homem sobre a terra.
Quando o autor de Hebreus diz que “ainda não” vemos todas
as coisas sujeitas ao homem (Hb 2.8), implica que por fim todas as coisas
estarão dentro do nosso domínio, sobre o reinado do homem Cristo Jesus (Hb
2.9).
Isso concretizará o plano original de Deus de ter todas as
coisas no mundo sujeitas aos seres humanos que ele criou. Nesse sentido, então,
cumprir-se-á o que disse Jesus nas suas bem-aventuranças: “Bem aventurados os
mansos porque eles herdarão a terra” (Mt 5.5).
E reinaremos sobre ela como Deus planejou no princípio.
Por essa razão, não deveria nos causar tanta surpresa o fato de que algumas
descrições da vida no céu incluem aspectos que em grande medida são partes da
criação física ou material que Deus fez.
“Comeremos e
beberemos” na ceia das bodas (Ap19.9).
Jesus mais uma vez beberá vinho com seus discípulos no
reino celestial (Lc 22.18).
O “rio da água da vida” fruirá “do trono de Deus e do
Cordeiro e que passa no meio da rua principal da cidade” (Ap 22.1, BLH).
A árvore da vida produzirá “doze frutos, dando o seu fruto
de mês em mês” (Ap 22.2). Não há nenhuma razão forte para dizer que essas
expressões são meramente simbólicas sem nenhuma referência literal.
Será que no plano eterno de Deus banquetes simbólicos e
vinhos simbólicos e rios e águas simbólicos poderiam ser de algum modo
superiores a baquetes reais e vinho real e rios e árvores reais?
Essas coisas são apenas alguns dos aspectos excelentes da
perfeição e da bondade final da criação física de Deus.
Obviamente, há descrições simbólicas no livro de
Apocalipse, e é inevitável que em alguns pontos sejamos incapazes de decidir se
é simbólico ou literal.
Mas não parece difícil pensar que a descrição da cidade
celestial com portões, um muro e fundações é uma descrição de algo literal e
real, a saber, “a santa cidade Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus,
a qual tem a glória de Deus.
O seu fulgor era semelhante a uma pedra preciosíssima,
como a pedra de jaspe cristalina” (Ap 21.10.11).
“A praça da cidade é de ouro puro, como um vidro
transparente, e os reis da terra lhe trazem a sua glória. As suas portas nunca
jamais se fecharão de dia, porque nela não haverá noite e lhe trarão a glória e
a honra das nações (Ap 21.21-26).
Deus é infinito e jamais poderemos exaurir sua grandeza
(Sl 145.3). Mesmo na nova cidade nosso conhecimento nunca se igualará a Deus em
conhecimento, nem seremos oniscientes, por isso, podemos esperar que
continuaremos por toda a eternidade aprendendo mais e mais sobre Deus e sobre
seu relacionamento com a criação.
Desse modo, prosseguiremos no processo de aprendizado
iniciado nesta vida, em que uma vida “para seu inteiro agrado” é a que inclui
constante crescimento “no pleno conhecimento de Deus” (Cl 1.10).
No AT quando a glória de Deus encheu o templo, os
sacerdotes não conseguiam permanecer ali e ministrar (2Cr 5.14). No NT quando a
glória de Deus cercou os pastores nas campinas de Belém, “ficaram tomados de
grande temor” (Lc 2.9).
Mas ali na cidade celestial seremos capazes de suportar o
poder e a santidade da presença da glória de Deus, pois viveremos continuamente
na atmosfera da glória de Deus.
“A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe
darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o cordeiro é a sua
lâmpada” (Ap 21.23).
Esse será o cumprimento do propósito de Deus em nos chamar
“para sua própria glória e virtude” (2Pe 1.3).
Então, habitaremos continuamente “com exultação,
imaculados diante da sua glória” (Jd v.24; Rm 3.23; 8.18; 9.23; 1Co 15.43; 2Co
3.18; 4.17; Cl 3.4; 1Ts 2.12; Hb 2.10; 1Pe 5.1,4,10).
Bibliografia:
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