Abordagem de
Conteúdos Transvers. com o Tema em Estudo
Tito 2.11-14; 3.4-6
Reflexão: A graça de Deus emanou do seu coração
amoroso para salvar o homem perdido, por meio do sacrifício vicário de Cristo
Jesus.
Para um melhor entendimento do
que é a graça, precisamos ter uma real compreensão do que é misericórdia,
compaixão e amor.
Misericórdia
– do latim (miser, miseria + cordis +
coração), que literalmente significa ter o coração voltado para a miséria
de outrem.
É a compaixão de Deus
direcionada para o ser humano. Através deste sentimento imensurável, o Senhor
mostra que sua misericórdia sempre triunfa.
Basta o ser humano se
arrepender de seus pecados para que o justo juiz lhe estenda toda sua
longanimidade (Lm 3.22).
Foi a misericórdia de Deus que
o levou a enviar o seu único filho para que morresse em nosso lugar, a fim de
que viéssemos a ter a vida eterna (Jo 3.16).
Assim, podemos afirmar que
graça não é misericórdia ou amor. A graça portanto, é vista da misericórdia,
porque esta é sobre “todas as suas obras” (Sl 145.5).
E aquelas, somente sobre
aqueles que aceitam a Cristo como Salvador (Ef 2.8,9; Tt 2.11).
Definição
de graça: A graça pode ser definida como “o favor eterno e
totalmente gratuito de Deus, manifestado na concessão de bênçãos espirituais e
eternas às criaturas culpadas e indignas”.
A graça é a concessão de
favores a quem não tem mérito próprio, e pelos quais não se exige compensação
alguma.
Não somente a graça é dada
aqueles que não têm mérito próprio, como é dada aos que merecem condenação.
Por ela ser imerecida, ninguém
pode reivindicá-la como direito, se o pudesse não seria graça.
Graça é mérito não excludente
(Rm 4.4,5).
A graça é uma só, mas ela se manifesta em
incontáveis formas. As duas formas principais são: A graça comum e a graça salvífica ou salvadora.
Graça comum é a graça pela qual
ele dá às pessoas inúmeras bênçãos que não fazem parte da salvação.
A palavra comum, aqui,
significa alguma coisa comum a todas as pessoas, não restrita somente aos
crentes em Cristo.
A graça comum expressa a
bondade divina sobre toda a criação de Deus. Quando falamos de graça comum e
graça salvífica ou salvadora, não estamos falando de duas classes de diferentes graça no mesmo
Deus, mas que a graça de Deus se manifesta no mundo de duas maneiras
diferentes.
A
graça comum é diferente da graça salvífica em seus resultados.
A graça comum não conduz à salvação em seus recebedores.
Ela é dada igualmente a crente
e incrédulos. A graça comum não flui da ação resgatadora de Cristo, pois os
incrédulos não consideram a morte de Cristo.
A
graça salvadora ou salvífica – Na visão do
apóstolo Paulo, a graça salvadora é o próprio Cristo (Tt 2.11).
Ela ultrapassa o conceito e o
sentido da graça comum, que é disponível para “todos os homens”, independente
de crerem em Deus ou não.
A graça comum é
manifestada pela “revelação natural”,
pela natureza (Sl 19.1-6).
A graça salvadora também está
á disposição de “todos os homens”, mas só é alcançada por aqueles que crerem em
Deus e aceitam Cristo como Salvador.
É também chamada de “graça
especial” porque é “revelada pela revelação” especial de Deus, em sua palavra.
Todas as bênçãos que recebemos
nesta vida, são em última análise imerecidas – todas elas nos vêm pela graça.
O apóstolo Pedro entendia que
a vida cristã se vive pela graça (1Pe 5.12).
Deus se utiliza de diversas
atividades da igreja para dispensar diversas bênçãos da sua graça, é o que o Espírito
Santo se utiliza para distribuir as bênçãos aos salvos.
as bênçãos aos salvos.
A oração particular, o culto,
o estudo da Bíblia, a fé, o ensino da Palavra, o batismo tanto nas águas como
no Espírito Santo, a santa ceia do Senhor, a oração uns pelos outros, a
adoração, o ofertório, os dons espirituais, a comunhão, a evangelização e o
ministério individual, todos esses meios estão disponíveis aos salvos dentro da
igreja.
O Espírito santo lança mão de
todos eles para conceder através deles, incontáveis tipos de bênçãos aos
crentes em Cristo Jesus.
Esta lista são meios da graça
que o Senhor concede através deles, bençãos incontáveis aos que lançam mão
destas dádivas de Deus.
Numa perspectiva
bíblico-teológica, “graça” é fundamentalmente uma palavra sobre Deus – sua
iniciativa não coagida e demonstrações amplas e extravagantes do seu cuidado e
favor para com todos.
Por um lado, seu favor é
derramado indiscriminadamente “para com os ingratos e maus” (Lc 6.35).
Por outro lado, os
desesperados, o pobre e o marginalizado podem ter certeza de que sua compaixão
objetiva a eles, em primeiro lugar.
A graça de Deus é dada livremente, mas também
possibilita e provoca uma resposta humana, para que as pessoas sejam convencidas
a se comportarem perante Deus em adoração.
A graça é eterna
– As obras da graça não são feitas num atropelo, às carreiras, para resolverem
um problema surgido de última hora.
As obras da graça de Deus
foram idealizadas antes de serem manifestas aos homens.
Elas foram propostas antes de
serem comunicadas a eles. Paulo afirma que Deus “nos salvou e nos chamou com a santa
vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e
graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos” (2Tm 1.9).
Deus nos deu tudo, antes de
tudo existir. Por essa razão Pedro diz que fomos resgatados de nossa vã maneira
de viver, não com coisas corruptivas, como prata ou ouro que por tradição
recebestes de vossos pais. Mas, com o precioso sangue de Cristo, como de um
cordeiro imaculado e incomtaminado, o qual, em outros tempos foi conhecido
ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nesses últimos tempos por
amor de nós (1Pe 1.18-20; Ap 13.8; 17.8; Tt 2.2).
Antes que clamemos ele ouve, e
quando ainda estivermos clamando, ele responde (Is 65.24).
Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º.
Trimestre 2015 – (Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato).
RENOVATO Elinaldo. As Ordenanças
de Cristo nas Cartas Pastorais. Rio de Janeiro, 2015 – CPAD
ANDRADE Claudionor. Dicionário de Profecias Bíblicas. CPAD. RJaneiro
2005
SPERRY. Lewis Chafer. Teologia Sistemática. Editora Hahnus. SPaulo,
2008.
CAMPOS Heber Carlos. O Ser de Deus. Edit. Cultura Cristã. SPaulo, 2002
GRUDEM Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. Ed. Vida Nova.
SPaulo, 2009
ALEXANDER T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Ed. Vida.
SPaulo 2009
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