Abordagem de
Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
Tito 1.4-14
Reflexão: A igreja local deve subordinar-se à
orientação de Deus, através de sua Palavra, que o “Manual de Administração
Eclesiástica” por excelência.
O termo “Igreja” vem da palavra grega ekklesia, originária do verbo kalein, que significa chamar.
Entre os gregos, esse termo se referia a uma
assembleia do povo, convocada regularmente para algum lugar público, com o objetivo
de deliberar sobre algum assunto.
Ekklesia significa assembleia, congregação, mas os
gregos não davam sentido religiosos à palavra.
Havia um outro tipo de reunião ocasional entre os
gregos, e o termo usado para tal reunião era sullocos.
A palavra usada pelos autores do NT é sempre ekklesia, pois ela denota a ideia de
convocação, o que se enquadra perfeitamente no objetivo da igreja de nosso
Senhor Jesus Cristo.
Dimensões da
Igreja – São duas as dimensões da igreja:
1.Local e prática – Igreja local é formada por um
grupo de crentes fiéis que se reunem em alguma localidade definida (At 11.26;
Rm 16.1; Gl 1.2).
A igreja local é composta de pessoas regeneradas e
batizadas que, voluntariamente se reunem sob as leis do Evangelho de Cristo,
procurando estender o reino de Deus tanto em suas vidas, como na dos outros,
através da adoração a Deus, do serviço, da evangelização e da comunhão (At
2,42-47).
O número total daqueles que no mundo todo professam
a Cristo Jesus e se organizam com o fim de cultuar a Deus sob a direção de
pastores, evangelistas, presbíteros, diáconos oficiais designados para tal
função (At 12.12; Ef 4.11-16; 1Co 10.32), é a igreja universal em sentido
restrito.
Todo o corpo de fiéis, tanto na terra, quanto no
céu, que se unem ou se unirão a Cristo como Salvador e Senhor (Ef 4.22,23;
3.10-21; Cl 1.18).
Esta é a igreja universal, no sentido amplo. É
importante distinguir a diferença entre igreja universal e igreja local. A
igreja universal é o conjunto de todo o povo de Deus em todos os séculos, o
total dos eleitos, incluindo os santos do AT.
Pode também designar todo o povo de Deus no mundo
em determinada época da história (Hb 12.18-24). Quando o Senhor se revela no
meio do seu povo, ele se dirige sempre à igreja local, cuja base geográfica é a
cidade (Ap 1.20; 2.1; 2.12,18; 3.1,7,14). O Senhor se dirige sempre ao ministro
da igreja local.
Deus não reconhece um líder de caráter universal;
uma liderança com alcance universal é antiblíbica. O único dirigente que tem
ação em todas as igrejas locais em todo
o mundo é o Espírito Santo (Jo 14.16-18; 16.13-15; At 1.8).
Cisto é o cabeça e o chefe supremo da igreja. Cada
cristão é seu próprio sacerdote e tem completa liberdade de consciência.
Nenhum crente em Cristo precisa de intermediário
(1Tm 2.5; Rm 14.12). A igreja é una, embora haja um pouco mais de 22.000 grupos
de cristãos diferentes.
Nessas cartas pastorais as orientações são
aplicáveis à administração eclesiásticas nas igrejas locais, em todos os tempos
e lugares.
Por não serem observados os métodos de implantação
nas igrejas locais como nos dias dos apóstolos, nos dias atuais, em muitos
ministérios, têm ocorrido sérios problemas de ordem organizacionais e de
relacionamentos entre obreiros.
A lista de qualificações encontrada em Tito 1.6-8,
corrobora o extraordinário discernimento que Paulo teve com relação aos
requisitos para ser um presbítero, um evangelista ou um pastor.
Uma organização eclesiástica deve começar com a
organização ministerial, que é feita com obreiros chamados por Deus (2Tm 2.15).
Como fez com Timóteo, Paulo também teceu elogios
sinceros e reconhecedores do valor de Tito, como obreiro fiel, fruto do seu
ministério de evangelização e missões.
“A Tito, meu
verdadeiro filho, segundo a fé comum: graça, misericórdia e paz, da parte de
Deus Pai, e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador” (Tt 1.4).
Tito era amigo de Paulo, de longas datas. De origem
grega, foi companheiro de Paulo, ao lado de Barnabé, logo que começou seu
trabalho, após ter recebido apoio dos líderes de Jerusalém (Gl 2.1-9).
Nesta carta (a Tito), Paulo mostra como deve agir
um pastor (1Co 1.1; Gl 1.1). Ele diz: Por esta causa te deixei em Creta, para
que de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei (Tt 1.5).
Tito sempre fora um obreiro fiel e disponível para
a obra de Deus. Uma das características das igrejas em seus primórdios, era a
união e a comunhão entre os crentes (At 2.44).
Nos primeiros séculos, a igreja nasceu bem simples,
não tinha uma boa estrutura física para a acolhida aos irmãos; reuniam-se no
cenáculo (At 1.13), depois, no alpendre de Salomão (At 5.12; 12.12).
Com o passar dos anos, os cristãos se reuniam no
templo e nas casas das famílias (At 5.42;
20.20). Em Creta não seria diferente.
As qualificações
dos bispos ou presbíteros – Aqui Paulo repete o que ele já havia escrito a
Timóteo (1Tm 3.1-7). Em seguida, Paulo mostra que o “bispo”, ou presbítero no
texto de Tt 1.5, deve ser pessoa íntegra, irrepreensível, “como despenseiro da
casa de Deus” (Tt 1.7).
Apód discriminar as qualificações necessárias ao
presbítero, Paulo ressalta o respeito que deve ter à doutrina e a capacidade e
autoridade ministerial para argumentar contra os contradizentes, desobedientes,
desordenados ao ensino da Palavra de Deus. (Tt 1.9,10).
Qualificação dos
bispos ou presbíteros:
1. Irrepreensível: inteiramente fiel á sua esposa;
2. Esposo de uma só mulher; inteiramente fiel à sua
mulher;
3.Temperante: sóbrio, solícito e modesto;
4. Domínio próprio: discipulado, moderado;
5. Respeitável: modesto, honrado, bem-comportado.
6. Hospitaleiro; que recebe bem os visitantes;
7. Apto para ensinar: capacitado a explicar e
aplicar conhecimentos;
8. Não dado à embriaguez: não dado ao vinho;
9. Não violento: Não dado à hostilidade, ao
antagonismo;
10. Gentil: bondoso, razoável, de boa família;
11. Não contencioso: Não combativo, inimigo de
contendas;
12. Não avarento: preocupado com as pessoas, não
com as finanças;
13. Bom governante de sua família: administra a
vida familiar;
Não seja um recém-convertido: maduro e humilde;
15. Reputação imaculado: admitido pelos de fora;
Igrejas sem
crentes – São encontradas na Europa, Suíça, Reino Unido,
Olanda, entre outras, grandes templos evangélicos vazios, porque os crentes
deixaram de ir à igreja, e com o tempo, também deixaram de ser crentes.
Mas a grande preocupação do momento, é o grande número
de crentes sem igreja ou os desigrejados - as igrejas virtuais. Nos mega templos não há
mais lugar para a coinonia. Hoje temos
líderes amigos da multidão, mas inimigos do individual. Tenhamos cuidado, pois
cada dia aumenta o número dos sem igreja.
Estratégias
missionárias em Atos: Os conceitos de missões e de missionários devem ser conectados em
primeiro lugar a Deus, que é quem envia, e à Igreja Local, que em nome do
Senhor, coopera com o enviado.
Igrejas
autóctones: O Espírito Santo orientou às igrejas locais recém-fundadas,
para que fossem igrejas autóctones (At 20.28).
O primeiro passo para alcançar esse objetivo, e
também o mais difícil, é procurar desenvolver uma liderança local capacitada
(At 20.29-31). Além disso, as igrejas procuravam, quando possível, tomar conta
das próprias necessidades financeiras e, acima de tudo, assumir a tarefa também
de levar o evangelho avante.
Isto não quer dizer que não havia cooperação entre
as igrejas locais. Muito pelo contrário, prestar ajuda e cooperação são
atitudes não só positivas como essenciais para todas as igrejas locais (Jo 17.
20,21).
Contudo, uma dependência escessiva, enfraquece a
igreja local e prejudica a eficácia e a integridade do seu testemunho na
sociedade. O alvo da autoctonia é o alcance evangelístico e missionário de cada
igreja local. Esta é a essência da Igreja cristã.
Por desenvolverem
uma liderança local, as primeiras comunidades cristãs dispunham de toda
a infraestrutura necessária para levar avante a evangelização do seu próprio
povo. A igreja de Tessalônica é um bom exemplo para nós (1Ts 1.8).
O livro de
Atos apresenta várias estratégias para a expansão das igrejas locais que
eram implantadas nos domínios de todo império romano. Sebem aproveitadas as estratégias dos dias
primitivos, muitas, com os devidos ajustes, ainda podem servir de modelo hoje.
Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º.
Trimestre 2015 – (Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato).
RENOVATO Elinaldo. As Ordenanças
de Cristo nas Cartas Pastorais. Rio de Janeiro, 2015 – CPAD
MARTINS, Jeziel Guerreio. Manual do Pastor e da Igreja.Edit. Santos.
Curitiba, 2005
FERREIRA, Ebenézer Soares. Manual da Igreja e do Obreiro Edit. JuerpRJaneiro,
1987
MEEKS, Weyne A. Os primeiros cristãos urbano – O mundo social do
apóstolo Paulo. Ed; Paulinas.SPaulo, 1992
BOMILCAR. Nelson. Os Sem-Igreja. Edit. Mundo Cristão. SPaulo, 2012
Bíblia Missionária de Estudo. SBB. 1993,
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Edit. CPAD. RJaneiro
2012.
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