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sexta-feira, 10 de julho de 2015

Lição 02 - O Evangelho da Graça - 12.07.2015
Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
3º. Trimestre / 2015
                                                 1Timóteo 1.3-10

Reflexão: O evangelho da graça de Deus é por excelência o evangelho da libertação ao homem através do sacrifício salvífico de Jesus Cristo.

As epístolas de Paulo a Timóteo e Tito são conhecidas como “Cartas Pastorais”. Essa designação foi dada pela primeira vez por Tomás de Aquino em 1274.

Ao escrever sobre a carta de Paulo a Timóteo, Tomás de Aquino afirmou: “É como se esta carta fosse uma regra pastoral que o apóstolo deu a Timóteo”.

Foi no entanto, no século XVIII, para ser mais preciso no ano de 1720 que o grande erudito Anton, ao ministrar uma série de palestras, chamou as três cartas de Paulo a Timóteo e Tito de “Epístolas Pastorais”.

Essas cartas têm o propósito de orientar a lidarem corretamente com as diferentes demandas da vida eclesiástica. Essas epístolas são atualíssimas.

Os tempos mudaram, mas o ser humano quanto as coisas espirituais não mudou. As culturas sofreram variações, mas a Palavra de Deus permanece a mesma.

As palavras do apóstolo Paulo nessas três cartas são atemporais, pois se fundamentam em princípios eternos. São regras seguras que devem nortear a vida espiritual e a conduta pastoral em todas as épocas e lugares.

Embora Timóteo fosse jovem, tímido e doente, estava à frente da grande igreja de Éfeso, capital da Ásia Menor. Aquele era um campo minado pelos falsos mestres e um território de gigantescas lutas espirituais.

Timóteo deveria guardar o evangelho intacto. Quando a última página do diário da vida de Paulo foi virada e ele foi martirizado lá pelos anos de 67 a 68 d.C., Timóteo continuou seu trabalho como pastor da igreja de Éfeso.

A tradição eclesiástica diz que Timóteo foi bispo de Éfeso e sofreu o martírio do ano 97 d.C., sob o imperador Nerva.

Como te roguei quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso para advertires alguns que não ensinem outra doutrina, nem se deem as fábulas ou genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé; assim o faça agora” (1Tm 1.3-4).

Os ensinos dos judaizantes e guinósticos perturbavam a igreja de Éfeso. Quando Paulo se despediu dos anciãos de Éfeso, ele externou sua preocupação com o rebanho de Deus, que ele comprou com o seu próprio sangue.

Esta fora uma palavra profética, pois, sete anos mais tarde, ele deixou Timóteo em Éfeso (At 20.29,30). Para entre outras coisas, combater as heresias dos judaizantes como dos guinósticos.

Os judaizantes eram aqueles crentes novos convertidos do judaísmo, que incentivados por alguns líderes dentro da igreja, ensinavam aos crentes gentios que para serem salvos tinham que se circuncidar, guardar os sábados e demais festas e costumes do judaísmo, de outra forma não seriam salvos (At 15.1,5).

Mesmo o Concílio de Jerusalém tendo rejeitado a proposta judaizante (At 15.28,29), esta falsa doutrina continuou perturbando a igreja por muitos anos.

As cartas aos Gálatas foram escritas para combater os ensinos judaizantes no seio da igreja, que Paulo chamou de outro evangelho (Gl 1.6-9; 2.14, 20,21).

Já a carta aos Efésios e aos Colossenses, foi escrita para condenar um remanescente movimento guinóstico que ensinava culto aos anjos, exaltavam as emanações, desclassificavam a pessoa e a morte de Cristo e tornavam nulo o sacrifício expiatório de Cristo.

Paulo mostrou que Cristo pagou toda a dívida. “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo” (Cl 2.14,15).

E condenou o culto aos anjos. “Ninguém vos domine a seu bel-prazer, com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão” (Cl 2.18).
E que Jesus é superior e todo principado e potestade estão sujeitos ao senhorio de Cristo (Ef 1.19-22; 6.11-13).

Mas o Evangelho que Paulo pregava era o evangelho da graça de Deus (Ef 2.8,9). Na carta aos Romanos, o apóstolo Paulo mostra todo o processo da conversão: “A fé vem pelo ouvir, e o ouvir a palavra de Deus” (Rm 10.17).

E acrescenta: “Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração creres, que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm 10.7-10).

Este é o evangelho da graça de Deus que fundamenta as relações divinas-humanas, e na iniciativa generosa e tolerante de Deus em sua atividade vigorosa e restauradora em favor da humanidade.

Um ponto de partida para o estudo da benevolência de Deus para com a humanidade no AT, é a revelação de Deus em Exodo.

Porém ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade diante de ti, e apregoarei o nome do Senhor diante de ti; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer” (Ex 33.19).

Passando, pois, o Senhor perante a sua face, clamou: Jeová, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande beneficência e verdade; que guardas a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visitas a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração” (Ex 34.6,7).

A atividade graciosa de Deus é o resultado de sua própria disposição (Jn 4.2-11). A graça de Deus é dada livremente, mas também possibilita e provoca uma resposta humana, para que as pessoas sejam convocadas a se comportarem perante Deus em adoração, gratidão e obediência (At 22.1-4; 6,7; 12.15).

Um convite ao bom combate – Depois de orientar Timóteo sobre a difícil missão de combater as heresias na igreja de Éfeso, Paulo dá uma palavra de ânimo, encorajamento e incentivo ao jovem obreiro.

Numa atitude de um verdadeiro “pai na fé” (1Tm 1.18), Paulo lembra a Timóteo que em sua vida de obreiro, ele teve o respaldo de mensagens proféticas a seu respeito.

Certamente, por meio do “dom de profecia”. Deduz-se do texto, que as “profecias” eram tão consistentes que Timóteo deveria militar a “boa milícia”, ou o bom combate, com base naquilo que Deus lhe falara.

No seio da igreja cristã, os dons espirituais são usados como ferramentas ou instrumentos para o fortalecimento da fé dos crentes, no cumprimento da missão confiada por Cristo, ante os embates com as forças que a ela se opõem. Mas os dons, e em especial a profecia só têm valor se for genuína. “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus....” (1Pe 4.11).
Pela experiência e  evidências incontestáveis na vida de Timóteo, o apóstolo concluiu que o plano de Deus na vida dele estava em pleno andamento, e ele deveria lembrar-se das “profecias que houve acerca” dele, a fim  de saber conduzir-se na “boa milícia” que lhe fora confiada, “conservando a fé e a boa consciência” (1Tm 1.19).

A rejeição da fé e suas consequências – A base ou o fundamento da “boa milícia” a que Timóteo deveria dedicar-se, era a “fé e a boa consciência” cristã, de que o jovem obreiro era bem conhecedor.

Essa “fé” é a fé “não fingida” (1Tm 1.5), aliada à boa consciência” a que Paulo já se referira (1Tm 1.5). Sem essa base de caráter espiritual e esse respaldo doutrinário, seria temerário engajar-se numa luta contra as forças do mal que agiam na igreja de Éfeso através de judaizantes e guinósticos.

Com essa exortação, Paulo lembra que quem rejeitou esse fundamento naufragou na fé, não foi bem sucedido e fracassou em sua jornada. Foi muito forte sua admoestação.

Ele diz que “rejeitando a qual alguns fizeram naufrágio na fé. E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar” (1Tm 1.19,20).

Quem rejeita a “fé não fingida” e a “boa consciência” cristã colhe os resultados de sua má escolha, e o resultado é o “naufrágio na fé”.

Paulo toma como exemplo de obreiros que entraram por esse caminho, Himeneu e Alexandre.

Quem eram esses maus exemplos de falsos mestres? Pouco se fala deles no NT. Quanto a Himeneu, é citado em 2Tm 2.17. Não se sabe ao certo qual doutrina falsa ele semeava.

Mas ele se encarrega de disseminar “falatórios profanos”, ao lado de outro heresiarca, chamado Fileto (2Tm 2.17,18). Estudiosos dizem que eles eram representantes do gnosticismo no meio da igreja de Éfeso.

Com relação a Alexandre, aliado de Himeneu na semeadura das falsas doutrinas, era tão pernicioso, que Paulo o considera desviado ou “naufragado” na fé. Sua influência era tão maliciosa que o apóstolo os entregou “à  Satanás para que aprendam a não blasfemar” (1Tm 1.20).

Eram “os dois apóstatas” que estavam à frente do movimento herético, surgido no seio da igreja de Éfeso, com o objetivo de promover dissensão e divisão naquela igreja.

Esse tipo de falso obreiro perturbou também a igreja em Creta, e Paulo tomou a medida de enviar Tito para fazer frente à ação predatória contra a igreja (Tt 1.10,11).


Fonte de Pesquisa
:
LIMA, Elinaldo Renovato – Comentarista da Revista do Mestre – EBD CPAD – 3 Trimestre 2015
LIMA, Elinaldo Renovato – As ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Edit. CPAD. RJaneiro 2015
LOPES. Hernandes Dias – 1Timóteo – O pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. SPaulo 2014
Comentário Bíblico Broadman – Vl. 11 – II Coríntios – Filemon. Novo Testamento.4. Junta de Educação Religiosa Pub. da Conv. Batista Brasileira. RJaneiro 1988
ALEXANDER, T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Edit. Vida. SPaulo 2009.
MACARTHUR John. Uma Vida Perfeita. Edit. Vida melhor Editora. RJaneiro, 2014
CHAMPLIN. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos. SPaulo.
LADD. George Eldon. Teologia do Novo Testamento. Editora Hagnos. SPaulo 2003
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
Bílbia de Estudo Macarthur – SBB


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