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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Lição 02 – O Nascimento de Jesus - 12.04.2015

Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
2º. Trimestre / 2015
                                                                Lucas 2.1-7    

Reflexão: (Deus revelou o seu amor à humanidade ao enviar o seu eterno Filho, Jesus Cristo).

Lucas relaciona sua narrativa aos grandes fatos históricos do seu tempo. Caio Otávio, que era sobrinho-neto e filho adotivo de Júlio César, que havia designado Otávio como seu sucessor, morreu em 44 a.C.

Roma mergulhou então em um período de grande turbulência e guerra civil, visto que Marco Antônio se considerava o grande governante de Roma. Mas na batalha de Ácio, foi derrotado por Caio Otávio, em 31 a.C.

Em 29 a.C., o senado romano declarou Caio Otávio o primeiro imperador de Roma e em 27 a.C., lhe concedeu o título de “Augusto”, que em latim significa “exaltado” ou “digno de toda a reverência”.

Este César Augusto morreu aos 76 anos em 14, d.C. Foi este o imperador que mais ou menos em 8 a.C. ordenou o recenseamento que aconteceu entre os anos 6, ou 5 a.C, considerando que um dos fatos históricos relevantes, é que Herodes O Grande, morreu em 4 a.C.

Quirino foi um oficial romano que coincidentemente trabalhou neste censo e em um segundo alistamento geral que ocorreu de 6 a 9 d.C, registrado por Lucas em At 5.37, o qual se levantou contra o governo romano da época, alegando que Deus era o único e verdadeiro Rei de Israel.

Portanto, quando César Augusto morreu em 14.a.C., Jesus já tinha mais ou menos, 18 anos de idade.

Os leitores de Lucas, familiarizado com a história daquela época, com certeza foram capazes de determinar uma data bastante precisa a partir da informação por ele fornecida.
Deus se utilizou do decreto do imperador; razão para cumprir o que falara o profeta em Miqueias (Mq 5.2).

Belém, é a mesma cidade onde nasceu o rei Davi cerca de 1.000 anos antes destes eventos. (1Sm 17.12; 20.6). Belém fica localizada a uma distância aproximada de 10km ao Sul de Jerusalém.

José e Maria subiram a Belém em obediência à ordem do imperador César Augusto para se alistarem. Havia em Israel duas cidades com este nome: Uma na Galileia (Js 9.15), outra na Judéia (Gn 35.19).

Esta era chamada de Belém da Judéia, exatamente para distingui-la da outra. E também era chamada de Efrata, a fecunda (Rt 1.2). Belém (casa de pão) está situada entre Hebrom e Jerusalém a 770m acima do nível do mar.

Waltson e Allen em sua “Harmonia dos Evangelhos” Pág.227, diz que o imperador do mundo civilizado, César Augusto, inconscientemente, tornou possível que o Messias, filho de Davi, nascesse em Belém, ainda que o lar da mãe de Jesus, fosse em Nazaré, na Galileia.

Para que assim, toda história prévia de Roma e de Israel se reunisse em torno da manjedoura.

Jerusalém, no templo. Em 7 ou 6 a.C.  (Lc 1.5-25) – Zacarias servia ao Senhor, no templo, como sacerdote. Fazia parte de uma das 24 turmas de sacerdotes que, a mais ou menos 900 anos passados, o grande rei Davi assim dividira, sendo que cada turma de 25 sacerdotes servia durante sete dias.

Anuncio e promessa do nascimento de João Batista, pelo anjo Gabriel (Lc 1.5-14) – Este ofício de sacerdote, o de entrar no santuário, era sumamente honroso; por isso, somente duas vezes por dia, ás 9 e ás 15 horas (Ex 30.7), era oferecido o incenso santo ao Senhor.

E só era permitido a um dos sacerdotes de cada vez, pertencente ás 24 turmas, e sendo auxiliado por dois outros; um removia as cinzas do serviço do dia anterior; outro punha sobre o altar de ouro o braseiro cheio de brasas vivas, tiradas do altar do holocausto.

E, o terceiro, lançava solenemente o incenso santo sobre as brasas vivas. E enquanto o fumo odorífero do incenso se elevava, este terceiro sacerdote (que neste dia era Zacarias), fazia intercessão pelo povo.

O incenso oferecido a Deus é emblema de intercessão de Cristo, e era feito exatamente na hora do sacrifício (Ef 5.2); esta hora era chamada “a hora de oração”.

O povo todo estava na parte exterior do templo, onde se achava o altar do holocausto. Foi nesta hora belíssima, em que Zacarias orava intercedendo pelo povo, e quando o sacrifício e o incenso eram oferecidos a Deus, que o anjo Gabriel lhe apareceu, “posto em pé, à direita do altar do incenso”.

E Zacarias vendo-o ficou turbado, e o temor o assaltou”. Sim, a presença do que é santo perturba o coração impuro. Mas o Senhor conhece o homem na sua imperfeição e, por isso, o anjo o encorajou-o, dizendo-lhe:

“Não temas, Zacarias; porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João”.

O nascimento e missão deste menino que havia de nascer e que se chamaria João, o Batista, já haviam sido preditos no livro das profecias de Isaias e no de Malaquias (Is 40.3; Ml 4.5; Mc 1.1-3).

Agora, cumpria-se a palavra do Senhor. João (nome que significa em hebraico, “dádiva de Jeová”, “Jeová gratificou”), deveria ser para os pais, uma constante fonte de alegria, pois as multidões, mais tarde, haveriam de converter-se dos seus maus caminhos e os que se convertessem se tornariam servos do Senhor:

“E terás gozo e alegria, e muitos se regozijarão com o seu nascimento”, dizia o anjo que, continuando sua mensagem divina, profetiza qual seria a vida o caráter e a missão de filho de Zacarias (Lc 1.15-17).

Seria grande diante do Senhor, porque seria o Precursor do Filho de Deus. Seu caráter e sua vida seria de santidade; seria nazireu (Nm 6.3).

Separando-se voluntariamente para o ministério a que Deus o vocacionara desde a eternidade, e seria cheio do Espírito Santo; e isto seria a coroa de sua santificação e a plena certeza da vitória de sua missão pelo poder do Espírito Santo.

A dúvida pecaminosa de Zacarias e o justo castigo divino (Lc 1.18-25) – Zacarias era crente sincero, mas ficara perplexo diante da promessa do anjo a ele, que já era tão avançado em idade, e mais ainda a sua esposa, por isso duvidou.

A incredulidade à semelhança de Tomé (Jo 20.17), é um pecado em que todo crente que facilitar pode cair. Por isso mesmo que como Zacarias, somos, com justiça, castigados pelo Senhor.

Zacarias ficou mudo. O povo, entretanto estava à espera da costumeira bênção sacerdotal, narrada em Números 6.23-27, mas sua boca fora selada pela mão do Senhor. Não lhe foi permitido este privilégio.

A multidão compreendera que algum evento miraculoso se havia desenrolado, porque o aspecto e os acenos do velho sacerdote mostravam haver estado na presença da glória de Deus. “E terminado os dias do seu ministério, voltou para casa”.

O nascimento de Jesus anunciado à virgem Maria (Nazaré, em 7 ou 6 a.C –  Lc 1.26-38) – Maria, a virgem, posto que descendente da tribo real de Judá, era de origem familiar humilde e pobre.

Nasceu em Nazaré, da Galileia, província esta, desprezada pelo povo de outras províncias de Israel. “De Nazaré, pode sair coisa boa que seja?”

Assim, falara Natanael, quando Filipe, seu irmão, lhe anunciara que exatamente daquela pequena Vila era aquele de quem escreveu Moisés, na Lei, e de quem falara os profetas – Jesus de Nazaré.

Maria, era noiva de José, sendo este, também, da descendência de Davi, o rei de Israel, e honrado carpinteiro em Nazaré.

Quando, em Israel era anunciado um noivado, tal era a força do significado deste ato social, que os nubentes se consideravam e eram considerados pelo povo como se fossem já casados.

Maria recebe a visita e a mensagem do anjo  Gabriel (Lc 1.28-33) – Inesperadamente, Maria recebe a visita do anjo Gabriel, enviado por Deus, lá no aconchego do seu lar: “Salve, agraciada, o Senhor é contigo” – é a saudação do mensageiro divino.

Maria recebeu graciosamente de Deus, o Criador e Doador de todas as coisas, e de todas as bênçãos, a graça de ser a mãe de Jesus – favor este que nenhuma outra virgem, poderá jamais receber. Por isso, Maria, a virgem de Nazaré, é “bendita entre as mulheres”, conforme o anjo proclamou.

Diálogo de Maria e o anjo Gabriel (Lc 1.34-38) – “E disse Maria ao anjo: como se fará isto, uma vez que não conheço varão? Logo, foi necessário que o anjo lhe explicasse o mistério: “Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso, o que há de nascer, será chamado santo, Filho de Deus (Is 7.14).

Continuando, o anjo anuncia à virgem, outro evento que aos homens parece impossível: “Eis que também Izabel, tua parenta, conceberá um filho em sua velhice; e é este o sexto mês, para aquela que era chamada estéril”.

E o anjo termina sua divina mensagem com estas palavras, que apagaram completamente qualquer sombra de dúvida que, porventura, lhe perturbasse o coração: “Porque para Deus nada será impossível”.

“Disse então Maria: “Eis aqui a serva do Senhor, cumpra-se em mim, segundo a tua palavra”. Maria de fato, creu e compreendeu o anúncio.

Maria visita Izabel (Lcv 1.39-40) – Após haver o anjo anunciado a Maria que ela estava para conceber e dar à luz um filho pela virtude do Espírito Santo, e que seria chamado Filho do Altíssimo, todo o seu ser transvasou de infinda alegria e enfrentou uma caminhada de quatro dias, de Nazaré às montanhas da Judéia, a uma pequena cidade onde residiam o sacerdote Zacarias e sua esposa Izabel.

O Cântico de Izabel (Lc 1.41-45) – Izabel, ao ouvir a saudação de Maria, ficou possuída do Espírito Santo, e a criança que depois seria chamada João, o Batista, estremeceu em seu seio, e ela exclamou em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre”.

Estas eram mais duas provas divinas que fortaleceriam tanto a Izabel, quanto a Maria, do cumprimento das promessas de Deus.

O “Magnificat”, o cântico de Maria (Lc 1.46-55) – No seu cântico, Maria expressa as impressões próprias do seu espírito, e Maria chama Deus de seu Senhor e Salvador.

O nascimento de Jesus proclamado pelos anjos aos pastores de Belém (Lc 2.8-20) – Cremos que não era inverno na Palestina, porquanto o texto nos diz: “Ora, havia naquela mesma região, pastores que estavam no campo, e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho”.

Um sinal foi dado aos pastores de Belém para terem a certeza de que havia nascido o Salvador “um menino envolto em faixas e deitado em uma manjedoura.

O recém-nascido Rei divino enfaixado em simples panos... Tudo representava profunda e verdadeira humildade. Mas eis que, nesta humildade, o Deus eterno, o Criador do universo, se glorifica!

Os exércitos celestiais entoam o glorioso coro das boas novas de salvação: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem” (Lc 2.8-18).

A circuncisão de Jesus (Lc 2.21) – Aos 8 dias de idade, o menino foi circuncidado. Deste modo, José e Maria observam zelosamente a lei do Senhor (Gn 17.22; Lv 12.3). Esta lei foi estabelecida por Deus, como sinal do pacto que Deus fizera com Abraão (Gn 17.9-14) e o preceito foi renovado a Moisés.

Pela circuncisão, Jesus tornou-se “filho da Lei” (Gl 4.4), tendo o privilégio de ter o seu nome escrito no rol dos que faziam parte do Concerto entre Deus e Abraão.

Outrossim, se algum hebreu não fosse circuncidado, não poderia participar do sacrifício pascal; e o escopo da circuncisão era o de assinalar indelevelmente, os descendentes machos dos hebreus, sendo assim, separados dos outros povos do mundo.

A apresentação de Jesus no templo (Lc 2.22-38) – Aos 40 dias de idade, jesus foi levado por José e Maria a Jerusalém, para ser apresentado a Deus, no templo. Era mais uma observância do preceito da lei cerimonial de Deus e que significava a purificação dos pais e a remissão do filho primogênito.

Após a cerimônia, os pais apresentavam seu filho primogênito, reconhecendo que seu filho era propriedade do Senhor.

Os pobres podiam oferecer apenas um par de rolas ou dois pombinhos. E, então, o sacerdote, tomando o menino nos seus braços proferia duas bênçãos: Uma de ação de graças, pela lei da redenção, e outra, pela oferta do primogênito ao Senhor.

O cântico de Simeão (Lc 2.29-32) – Nesse dia memorável, fora ao templo, um venerável e piedoso homem, chamado Simeão. Era justo e aguardava a vinda do Messias. Na sua avançada idade, o Espírito Santo lhe revelara que não morreria sem ver o Messias, o ungido do Senhor.

E quando José e Maria apresentaram seu filho, Jesus, o Espírito lhe revelou claramente que aquele menino era o Messias.

Tomando-o em seus braços, inspirado pelo Espírito, proferiu em poética profecia, um solene cântico.

Simeão viu com seus olhos espirituais, o sofrimento do Redentor, o poder real do Rei Messiânico, o Salvador do mundo, e Luz para todos os povos e nações e a glória do povo escolhido, Israel, terminando com a sua bênção sobre a família escolhida.

E então, Simeão após haver abençoado a José e Maria, profere dupla profecia: uma em relação a seu filho: “Eis que é posto para queda e para levantamento de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição.

A outra profecia de Simeão é a respeito de Maria: “Uma espada transpassará a tua própria alma, para que se manifestem os pensamentos de muitos corações”.

Esta espada é a figura do sofrimento profundíssimo de Maria, em consequência do sofrimento e morte de seu Filho, suportando as injustiças, o ódio, as perseguições e a morte na cruz.

Fonte de pesquisa:
GONÇALVES, José – Comentarista da Revista do Mestre – EBD CPAD – 2 Trimestre 2015
GONÇALVES. José. Lucas. O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito. CPAD. 1ª. Edição. RJaneiro, Janeiro de 2015.
GIOIA, Egídio .Notas e Comentários À Harmonia dos Evangelhos. Editora JUERP. 2ª. Edição. RJaneiro, 1981
MACARTHUR, John. Uma Vida Perfeita – Tudo que a Bíblia revela de Jesus, de Gênesis a Apocalipse. Edit. Thomas Nelson. RJaneiro, 2014.
Bíblia Sagrada Tradução King James – Atualizada.
Bíblia de Estudo Macarthur
Bíblia Em Ordem Cronológica – A Nova Versão Internacional – Edit. Vida
LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. Editora Hagnus. SPaulo, 2003
STERN, David H. Comentário Judaico do Novo Testamento. Editora Atos. SPaulo, 2008


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