Abordagem
de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
1º.
Trimestre / 2015
Exodo 20.7; Mateus 5.33-37; 23.16-19
Reflexão: “Não tomarás,
o nome do Senhor, teu Deus, em vão porque o Senhor não tem por inocente o que tomar o seu nome em vão”. (Ex 20.7).
A revelação do nome de Yaweh (Ex 3.13-15) – No antigo Israel o nome era a expressão do
caráter da pessoa e a revelação de sua personalidade (Gn.37.36) – “Então disse ele:
ão foi o seu nome justamente chamado Jacó?
Por isso, que já duas vezes me enganou: A minha primogenitura me tomou e eis
que agora me tomou a minha bênção...”
A recusa de participar do nome de alguém, por outro lado, expressava a
falta de disposição em si entregar completamente. Pois, conhecer todo o nome de
alguém implicava na posse de algum poder ou controle sobre essa pessoa (Gn
33.20; Jz 13.20).
É por isso, extremamente significativo que Deus tenha revelado o seu
nome pessoal a Moisés. É como se Deus tivesse feito uma declaração plena do seu
ser.
Dentre as várias contribuições do Êxodo, ao pensamento bíblico, devemos
considerar os conceitos de Deus, da história, e do pacto.
Em primeiro lugar Deus é mais conhecido por seu nome e por seus atos. E
ambos são revelados claramente no livro de Êxodo. O nome pessoal do Deus do
pacto é dado em Ex 3.14,15.
O nome expressa o conceito de Deus como ativo e atual na vida do seu
povo. A frase “Eu sou o que sou” ou “Eu serei o que serei”, enfatiza a
realidade de que Deus é presença, em contraposição à ideia abstrata de ser.
Deus estará com o seu povo. Não se pode sempre especificar como essa
presença se manifesta, e certamente não se pode controlar sua presença. Pois,
Deus será seja o que for que ele escolha ser.
Mas podemos estar certo da contínua presença de Deus.
Como a pessoa pode pronunciar o nome do Deus do pacto? No judaísmo
desenvolveu-se o costume, já na era pré cristã, de se recusar a pronunciar o
nome pessoal do Deus do pacto.
O nome revelado em Ex 3.14 e versículos seguintes, segundo se pensava,
era santo demais para ser pronunciado. Portanto, em cada uma das vezes em que
as consoantes hebraicas YHWH aparecem no texto hebraico, os judeus pronunciavam
o nome Senhor (Adhonay).
Durante a Idade Média, os eruditos bíblicos
adotaram um compromisso, formando uma palavra que jamais fora ouvida antes:
Jehovah.
Para fazer isto, eles tomaram as consoantes
do texto hebraico e lhes adicionaram as vogais da palavra hebraica traduzida
como “Senhor”.
Em alemão o yodh é escrito com j em lugar de
y e o w como v. Daí em alemão, as consoantes para o nome do Deus do pacto são
jhvh.
E praticamente os principais eruditos do AT
naquela época eram alemãs. Às consoantes jhvh foram acrescentadas as vogais da
palavra hebraica traduzida como Senhor (Adonai), produzindo desta forma o nome
Jeová.
Os estudiosos contemporâneos do AT não
concordam. São unânimes a respeito das vogais que devem aparecer com yhvh,
porém a maioria prefere Yahweh.
Este é o nome do Deus do pacto que aparece na
Bíblia de Jerusalém. Em Êxodo 3.15 Moisés disse a Deus: “Quando eu for aos
israelitas e disser, o Deus de vossos pais me enviou até vós; e me perguntarem:
Qual é o seu nome? Que direi? Disse Deus a
Moisés: “Eu sou aquele que é”. Disse mais: “Assim dirás aos israelitas “Eu sou
me enviou até vós”.
Disse Deus ainda a Moisés: “Assim dirás aos
israelitas: “Yahweh, o Deus de vossos pais, de Abraão, o Deus de Isaque e Jacó
me enviou até vós.
Este é o meu nome para sempre e é assim que
me invocarão de geração em geração. (Transcrito do livro Comentário Bíblico Bradman – Vl 1, pág 379,380).
Nomear é localizar – Um nome também serve para marcar uma
pessoa, fornece um meio de localizar essa pessoa no meio de uma multidão. Nosso
nome se torna estreitamente identificado conosco.
A pessoa se sente menosprezado quando alguém erra ou se esquece de
mencionar o seu nome. Deus também se identifica com o seu nome.
Louvar seu nome é louvá-lo; desprezar seu nome é desprezá-lo. Toda honra
e toda glória é devida ao seu nome (Sl 29.2; 66.12; 96.8).
Somos salvos “por amor do seu nome” (Sl 23.3; 106.8; 1Sm 12.22; Sl25.11;
79.9). Pois, portanto ao seu nome, rendemos graça (Sl 140.13). E confiamos no
seu nome (Sl 33.21).
Deus redime seu povo por amor de sua própria reputação. Sua glória, seu
nome, tem atributos divinos, glorioso e terrível (Dt 28.58); magnífico (Sl
8.1,9) e santo (Lv 20.3; Sl 33.21; 99.3).
Assim como a Palavra de Deus, o nome de Deus é o próprio Deus. Os nomes
nas Escrituras denotam e descrevem, ou seja: apresentam denotação e conotação.
Nomear alguém é dizer algo sobre a sua pessoa.
Um pai expressa no nome do bebê suas esperanças para ele, algumas
circunstâncias do seu nascimento, ou seus sentimentos sobre o acontecimento.
Abraão é um nome próprio designando um ser humano em particular, mas
também o descreve como “pai de uma multidão”.
Yahweh, também é um nome próprio designando o único Deus verdadeiro. Mas
também descreve Deus como o Senhor absoluto, enfatizando seus atributos de
controle, autoridade e presença.
Deus nomeia a si mesmo, e ao fazê-lo Ele nos apresenta uma declaração
autorizada de quem ele é e o que ele faz. Nesses sentidos seus nomes são
revelatórios.
Yahweh, traz a conotação dos atributos de senhorio de Deus; Helohim, seu
poder criativo;
El-Shadai (Gn 17.1), sua força; El-Elyon, Deus o primeiro, o
principal, o poderoso.
Assim, o mandamento não versa apenas sobre falar o nome de Deus. É mais
amplo: é sobreportá-lo.
O que significa o nome de Deus? Deus põe seu nome sobre seu povo como em
Nm 6.27 – “Assim eles invocarão o meu
nome sobre todos os israelitas, e eu os abençoarei!” (Nm 6.27).
Assim nós pertencemos a Ele. Nossa identidade é ser povo de Deus.
Levamos essa identidade conosco aonde quer que formos.
Sempre que transgredimos sua aliança geramos desonras ao nome de Deus
que portamos. Manchamos a reputação de Deus, o seu bom nome.
Nesse sentido qualquer pecado é pecado, é uma violação do terceiro
mandamento. Há um paralelo entre o terceiro mandamento e o Sl 24.3,4. “Quem subirá ao monte do Senhor?
Quem há de
permanecer no seu santo lugar?
O que é limpo de mão e puro de coração, que
não entrega sua alma a falsidade, nem jura dolosamente”.
Juramentos e votos – Na Bíblia o juramento é realmente algo
muito sério. A Escritura em geral nos ordena a jurar e fazer votos no nome de
Deus.
Ex 22.10,11 – “Se alguém der ao
seu próximo a guardar um jumento, ou boi, ou ovelha, ou algum animal, e morrer,
ou for dilacerado, ou afugentado, ninguém o vendo,
então, haverá juramento do Senhor entre ambos
de que não meteu sua mão na fazenda do seu próximo; e o seu dono aceitará, e o
outro não o restituirá”. (Sl
22.25; 50.14; 61.8; 65.1).
Fazer juramento no nome de Deus e não no nome de qualquer outro deus é
um sinal de lealdade a Ele (Dt 6.13; 10.20; Is 19.18; 65.16; Jr 12.16).
própria aliança é uma relação de compromisso sob juramento, tanto da
parte de Deus (Gn 26.3; Dt 7.8; 29.12,14; Hb 6.6,17), como da parte do homem
(Ex 24.3; Dt 27 – 28).
Nos Salmos citados aqui, fazer e cumprir votos é uma “sinédoque” para a
adoração de Deus como um todo.
Sinédoque é uma figura de linguagem fundamentada
na relação de compreensão e que consiste no uso do todo pela parte, do plural pelo singular, do
gênero pela espécie, etc e vice-versa. (Gn 22.16; Hb 6.13-17; Sl 89.3,49;
110.4; 132.11; Jr 11.5; Ez 23.11; Lc 1.73).
Jesus aceitou adjuração do sumo sacerdote (Mt 26.63,64). – Jesus porém
guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: conjuro-te pelo
Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Disse-lhe Jesus:
Tu o dissestes; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho de Deus
assentado a direita do Todo poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.
Ele estava em silêncio até aquele momento do seu julgamento, mas em
resposta a adjuração, falou claramente do seu poder divino como Filho do homem.
Um anjo faz um juramento em Ap 10.5,6. O apóstolo Paulo apela para Deus
como testemunha do seu ensino (Rm 1.9; 9.1,2; 2 Co 1.23; 11.31; Gl 1.20; Fp
1.8; 1Ts 2.5,10).
E conjura outros (1Ts 5.27). Outros personagens bíblicos fizeram
juramentos (Gn 14.22,23; 21.23,24). O escritor aos Hebreus vê no juramento uma
prática comum (Hb 6.16).
A Escritura em geral se refere aos juramentos como legítimos, úteis e
importantes. São fundamentais para o nosso relacionamento de alianças com Deus
e são importantes para manter relacionamentos piedosos com outras pessoas.
Todavia, surge um problema, quando Jesus parece proibir todo tipo de
juramento. Ao citar também ouviste o que foi dito ao antigos; “Não jurarás falso, mas cumprirás
rigorosamente para om o Senhor os teus juramentos ao Senhor.
Entretanto, eu vos afirmo: “Não jureis de
forma alguma; nem pelos céus, que são o trono de Deus; nem pela terra, por ser
o estrado onde repousam seus pés;
nem por Jerusalém, porque é a cidade do
grande rei. E não jureis por tua cabeça, pois não tens o poder de tornar um fio
de cabelo branco ou preto.
Seja, porém, o teu sim, sim! E o teu não não!
O que passar disso vem do maligno. (Mt 5.33-37; Tg 5.20).
Estaria nestas passagens Jesus proibindo juramento? Não existe nenhum
outro lugar da Escritura onde haja qualquer repreensão contra alguém por ter
feito um juramento. Há exemplos de juramentos falsos ou insensatos.
Vimos também que o compromisso por meio de juramento é essencial para
nosso relacionamento com Deus; esse é um dado de especial importância. O certo
é que o próprio Deus jura.
Para interpretar Mt 5.33-37 devemos ficar cientes que o Sermão do Monte
não é apenas uma exposição da lei de Deus, mas também uma crítica das
distorções judaicas dela.
Em primeiro lugar Jesus não está falando de todos os juramentos. Mas de
juramento “pelo céu”, “pela terra”, ou “por Jerusalém”.
Tais juramento era frequentemente feito para fugir da responsabilidade
solene de um juramento no nome de Yahweh.
Em Mt 22.16-22 Jesus ensina que jurar por qualquer coisa na criação é
jurar por Deus, pois o nome de Deus habita em toda criação.
Observe que Jesus não tem a intenção de restringir o uso de juramentos.
Essas passagens nos lembram da seriedade dos juramentos.
Onde o envolvimento de
Deus é inevitável. E de que há sanções divinas pela falha de cumprirmos nossos
compromissos.
Imposição de juramento e juramentos informais, geram obrigações, assim
como jurar por “Jerusalém” ou pela “minha cabeça”. Um simples sim ou não também
nos obriga diante de Deus a cumprirmos com nossas palavras.
Nos novos céus e nova terra, os juramento, não serão mais necessários.
Uma coisa devemos estar certos. Que quando falamos a verdade isto agrada a
Deus. Na família de Deus é melhor que os juramentos sejam raros.
Nunca façamos um juramento onde possamos cometer pecados.
Fonte de pesquisa:
SOARES Esequias – Comentarista da
Revista do Mestre – EBD CPAD – 1tri 2015
SOARES Esequias. Os Dez Mandamentos –
Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD. 1ª. Edição.
RJaneiro, Outubro / 014
CHAMPLIN. Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia Vl 3
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez
Mandamentos. Soc.
Teologia Sistemática – Vl.8 Editora
Hagnus. SPaulo, 2003.
FRAME, John M. A Doutrina da Vida
Cristã. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2013
PORTELA, Solano. A Lei de Deus Hoje.
Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000
KEVAN, Ernest. A Lei Moral. Editora
Os Puritanos. SPaulo, 2000
Bíblia de Estudo Macartur – Versão Almeida
Revista e Atualizada
Bíblia B. K. J. Sociedade Bíblica
Íbero-Americana., SPaulo 2012
Comentário Bíblico Broadman V.1 –
Gênesis - Èxodo. Editora Juerpe. Rio de Janeiro 1986.
Obs – As referências bíblicas desses estudo são da versão B.K.J
atualizada