Subsídios para o
Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Daniel 2.12-23
I - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1. Conhecer o sonho
perturbador de Nabucodonosor.
2. Analisar a atitude sábia
de Daniel perante o rei.
3. Compreender a
interpretação do sonho de Daniel.
CONSIDERAÇÕES
A cidade de Babilônia, localizada acerca de 80km Sul da atual Bagdá, é a
segunda mais influente cidade sobre a terra. Fundada pouco mais de 100 anos
após o dilúvio por um grupo de descendentes rebeldes de Noé.
Babilônia foi um viveiro de idolatria e heresias. A Bíblia a menciona
por 280 vezes. Somente Jerusalém ultrapassa esta marca sendo mencionada por
mais de 300 vezes.
A Babilônia bem poderia ser chamada de “Cidade de Satanás”, pois,
rapidamente tornou-se a fonte de todo tipo de heresias e blasfêmias.
A cidade cresceu em sua influência e rebeldia contra Deus. O Senhor, ao
castigá-la, “confundiu a linguagem de toda a terra”, na torre de Babel,
dispersando o povo (Gn 11.9).
Em 626 a.C., Nabupolossar – pai de Nabucodonosor, tornou-se rei da
Babilônia e mudou o curso da história antiga.
Rapidamente ele pôs fim ao domínio de seu antigo rival, a Assíria, e na
época de sua morte em 605 a.C., já havia eliminado o império assírio e o incorporado
àquele que se tornou conhecido como o império neo-babilônico ou caldeu.
Esses acontecimentos tiveram implicações significativas para Judá, o
remanescente da nação de Israel. No mesmo ano da morte de Nabupolossar, o rei
Jeoaquim, de Judá, tornou-se vassalo de Nabucodonosor (2Re 24.1).
Nabucodonosor levou o império iniciado por seu pai a alcançar domínio
ainda maior, eventualmente deportando muitos judeus para a Babilônia.
Daniel viveu em meio a todos esses acontecimentos marcantes, e tornou-se
confidente de Nabucodonosor ao longo do reinado deste, de 605 a 562 a.C.
Daniel foi levado para o cativeiro aos 15 anos de idade e quando
interpretou o sonho de Nabucodonosor, tinha mais ou menos 18 anos de idade.
Mais tarde, com 85 anos, serviu com igual distinção na corte de Ciro, o
governante persa que conquistou a Babilônia.
O sonho perturbador de Nabucodonosor
(Dn 2.1-15) – Deus revela de maneira maravilhosa, sua soberania sobre os governos do
mundo; a destruição dos megas-impérios e o estabelecimento vitorioso do reino
de Cristo.
A Babilônia é a dona do mundo, conforme observou Isaias. “E Babilônia, o ornamento dos reinos, a
glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus a
transtornou.
Nunca mais será habitada, nem nela
morará alguém de geração em geração; nem o árabe armará ali a sua tenda, nem
tampouco os pastores farão deitar ali os seus rebanhos.
Mas as feras do deserto repousarão
ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais; e ali habitarão os
avestruzes, e os sátiros pularão ali” (Is 13.19-21).
As glórias da Babilônia atingiu o seu apogeu. De repente, o sonho do rei
tira não apenas seu sono, mas também a paz de todos os seus sábios.
O sonho de Nabucodonosor lhe tirou o sono e perturbou seu espírito, isto
é, foi golpeado e encheu-se de ansiedade, insegurança e medo.
Seu sonho revelou a fragilidade dos poderosos. Nada, nem ninguém poderia
ameaçar a fortaleza do reino de Nabucodonosor.
Ele tinha poder, riqueza e fama. Sua palavra era lei. Suas ordens não
podiam ser questionadas. Mas, agora o rei foi abalado. Sentiu que alguém maior
que ele o ameaçava.
A segurança de seu império estava ameaçado por algo fora do seu
controle. Algo invisível e além deste mundo. O rei mandou chamar os sábios da
Babilônia, mas eles não puderam contar o sonho nem dar sua interpretação ao
rei.
Quem eram esses sábios? Em primeiro lugar, os magos. Eles eram
possuidores de conhecimento dos mistérios sagrados e das ciências ocultas.
Em segundo lugar, os encantadores. Eles eram astrólogos, ou seja,
aqueles que se dedicavam a contemplar os céus e buscar sinais nas estrelas com
o propósito de predizer o futuro.
Em terceiro lugar, os feiticeiros. Eram aqueles que usavam a magia,
invocando o nome de espíritos malignos.
E por fim, os caldeus. Eram uma casta sacerdotal de homens sábios da
própria Babilônia.
A resposta desses sábios acerca da incapacidade deles era baseada em
vários argumentos. De acordo com (Dn 2.10,11), eles disseram ao rei: “...não há ninguém sobre a terra que possa
declarar a palavra ao rei;
pois nenhum rei há, grande ou
dominador, que requeira coisas semelhantes de algum mago ou astrólogo, ou
caldeu, porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o possa
declarar diante do rei; senão os deuses, cuja morada não é com a carne”.
Nabucodonosor revela sua prepotência, até mesmo nas hora de perturbação
do espírito.
Ele demonstrou isso de três maneiras:
1.
Exigindo dos homens o que eles não poderiam oferecer.
2.
Oferecendo vantagens financeiras e promoções. O rei tinha poder e
riquezas nas mãos. Com essas duas armas pensava que podia pôr o mundo debaixo
de seus pés.
3.
O rei determinou o extermínio dos sábios para satisfazer um capricho
pessoal. (Dn 2.5, 8, 9, 12, 13)
O rei não respeitou as limitações dos sábios. Acusou-os de esperteza e
conspiração e determinou o extermínio de todos.
A atitude sábia de Daniel (Dn
2.16-30) – Ao tomar
conhecimento do decreto do rei, Daniel toma três atitudes importantes para a
solução daquele intrincado problema.
Em primeiro lugar, ele vai ao rei e pede tempo (v.16); Daniel tem
iniciativa e ousadia. Reconhece sua limitação, mas demonstra confiança na
intervenção divina.
Em segundo lugar, Daniel vai aos amigos e pede oração (v.17). Daniel
acreditava que ainda havia recursos na oração.
Ele sabia que quando os crentes se unem à oração, isto agrada a Deus, e
a vitória é certa.
Em terceiro lugar, Daniel vai a Deus e pede misericórdia (v.18). Ele ora
ao Deus dos céus.
O nosso Deus está acima do céu, isto é, acima do sol, da lua e das
estrelas que os babilônios adoravam.
Enquanto os caldeus adoravam os astros, Daniel adora ao Deus criador dos
astros. Daniel se aproxima de Deus pedindo misericórdia. A oração é um ato de
humildade.
Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão à noite. Daniel
exalta a Deus reconhecendo que ele tem todo poder e sabedoria acima do poder de
Nabucodonosor e de todos os sábios e poderosos deste mundo.
A resposta veio a Daniel através de uma visão de noite, (v.19,22) – “Então foi revelado o mistério a Daniel numa
visão de noite; e Daniel louvou o Deus do céu.
Falou Daniel, dizendo; Seja bendito o
nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele são, a sabedoria e a
força.
Ele muda o tempo e as estações Ele
remove os reis e estabelece os reis. Ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento
aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em
trevas, e com ele mora a luz”.
Daniel bendisse a Deus porque ele é o Senhor do tempo. As rédeas da
história estão nas mãos de Deus, não nas mãos dos poderosos deste mundo.
Daniel disse para Nabucodonosor que seus sucesso foi ação de Deus e não
mérito seu (v 37,38). Deus é quem remove reis e os estabelece. Ele levanta
reinos e abate reinos. A história está nas mãos de Deus.
Daniel conta o sonho e interpreta-o
(Dn 2.31-45) – Daniel pediu para ser introduzido na presença do rei para revelar-lhe o
sonho.
Respondeu o rei, e disse a Daniel cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me
saber o que vi no sonho e sua interpretação? Respondeu Daniel na presença do
rei e disse:
O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos, nem astrólogos
o podem revelar ao rei; mas há um Deus nos céus, o qual revela os mistérios;
pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias (v
26-28).
Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta, que era
imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua
aparência era terrível.
A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços de prata, o ventre e os
quadris de bronze, as pernas de ferro, os pés em parte de ferro, e em parte de
barro.
Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mão, feriu
a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.
Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o
ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou,
e deles não se viram mais vestígios.
Mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou em grande montanha, que
encheu toda a terra (v.31-35).
Daniel descreve o sonho da estátua como um contraste entre os reinos do
mundo e o reino de Cristo. A estátua vista em sonho por Nabucodonosor tinha
quatro destaques:
Em primeiro lugar ele fala acerca da cabeça de ouro. Nabucodonosor foi
chamado de rei de reis (v.37). Ele era a cabeça de ouro.
Ele governou a Babilônia durante 41 anos. Transformou-a no maior império
e na maior cidade do mundo. A Babilônia era uma cidade quadrangular e media
24km de cada lado.
Suas muralhas, segundo Champlin, mediam 106m de altura por 23 de
largura, e tinha 1.000.000 de habitantes. Por isso ela era chamada de ornamento
dos reinos, glória e soberba dos caldeus.
As riquezas e o poder da Babilônia foram dadas por Deus a Nabucodonosor
(v.37,38). A Babilônia deu ao mundo a organização da legislação. (Código de
Hamurabi).
Em segundo lugar Daniel interpretou o peito e os braços de pratas
(v.32-39). O peito e os braços de prata simbolizava o império medo-persa.
Como a estátua indicava os dois pratos ligados pelo peito representam a
união de dois povos: os medos e os persas.
Nesse reino, o rei não estava acima da lei, mas sob a lei. A lei era
maior que o rei. O rei tinha menos autoridade.
O império medo-persa deu ao mundo o aperfeiçoamento do sistema
tributário.
Em terceiro lugar, Daniel fala sobre o ventre e os quadris de bronze
(v.32,39), que representa o império grego macedônio estabelecido por Alexandre
Magno, filho de Felipe II, da Macedônia.
Alexandre magno dominou o mundo inteiro, mas esse reino desintegrou-se
com a sua morte. O império grego deu ao mundo a cultura, a língua e os
jogos.
Em quarto lugar Daniel interpreta o significado das pernas de ferro e
dos pés de ferro e barro (v.33, 40-43).
Esse é o império mais importante que os outros. Trata-se do império
romano. Era o mais forte dos quatro. Mas, internamente, seu valor era inferior
aos seus predecessores, como o ferro é inferior aos outros metais.
Ao mesmo tempo, o império romano era forte como o ferro: (exército, leis
e organização política), mas débil como o barro (baixo nível moral).
O império romano deu ao mundo o aperfeiçoamento da legislação (o direito
romano).
Finalmente, Daniel explica a respeito da pedra que esmiúça a estátua (
v. 34,35,44,45). A pedra representa o reino de Cristo, que vem, e destrói todos
os reinos do mundo, e enche toda a terra. O reino de Cristo é literal e se prolonga
no estado eterno.
O reino de Cristo, já veio. Ele está entre nós e dentro de nós.
Mas, na segunda vinda de Cristo, os reinos deste mundo serão destruídos
e o reino de Cristo será estabelecido para sempre. É quando todo reino se
dobrará diante dele e toda língua confessará que ele é o Cristo para honra e
glória de Deus Pai.
Profecias veterotestamentárias – Is 13-14 e Jr 50 e 51, descrevem a
destruição da Babilônia. Embora tenha caído sob o império medo-persa (Dn 5.31),
em 539 a.C. a queda da Babilônia histórica não combina com a linguagem
catastrófica encontradas em Isaias e Jeremias.
Para que essas profecias possam ser perfeitamente cumpridas, alguns
teólogos afirmam que a Babilônia terá de ser reconstruída e voltar a ser destruída,
conforme os detalhes específicos apresentados em Isaias e Jeremias.
Durante o governo do ditador Sadam Hussein, a Babilônia chegou a ter
parte reconstruída e já estava sendo transformada em um centro de ocultismo
onde bruxos do mundo inteiro já estavam frequentando a mesma.
Sadam Hussein se intitulava descendente direto de Nabucodonosor,
conforme narra o livro “O Ressurgimento
da Babilônia – Sinal do Final dos Tempos, de Charles H. Dyer”.
Zacarias 5. 5 -11), afirma que, conforme a vontade de Deus, a
iniquidade, o comércio e a religião humana, voltarão mais uma vez para a
Babilônia.
Como Babilônia já tinha caído em 539 a.C., ao tempo desta profecia, em
519 a.C., a visão de Zacarias parece predizer uma Babilônia reconstruída no
futuro. (Ap.17 – 18), registra as circunstâncias em que esta visão será
comprida.
O mistério, “A grande Babilônia” – O império romano deixou um grande
legado democrático e se tornou um símbolo de prosperidade econômica.
Pressupõe-se que nenhuma cidade na terra é considerada simultaneamente
como entidade política e religiosa.
No entanto, alguns teólogos acreditam que uma babilônia reconstruída sob
o anticristo, pode ser sugerida em Ap 18.
Somente o mistério, “A grande Babilônia”, concluirá a obra dos construtores
da Torre de Babel e do rei Nabucodonosor, um sistema global sob a filosofia da
democracia política, da economia livre, e de um sistema financeiro unificado,
e, de uma fé religiosa mundial.
Embora, uma babilônia literal não exista mais, o espírito da Babilônia,
caracterizado pela rebelião e confusão, continua.
Babilônia é um símbolo da rebeldia contra Deus, cuja posição nesse
sentido passou para a medo persa, Grécia, e finalmente, Roma.
O espírito de rebelião e licenciosidade babilônico prossegue ainda hoje
e chegará ao ponto culminante no grande confronto entre a luz e as trevas na
segunda vinda do Senhor Jesus Cristo.
Consultas: Lições Bíblicas
EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
CABRAL. Elienai. Integridade Moral e Espiritual – O legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. RJaneiro, 2014. CPAD
VEITH, JR. Gene Edward – Tempos Pós-modernos. SPaulo 1999. Edit. Cultura
Cristã.
GONÇALVES. Josué. Colunas do Caráter Cristão. SPaulo, 2008. Editora
Mensagem para Todos
ARCHER .Gleason. Enciclopédia de Temas Bíblicos. SPaulo, 2001. Editora
Vida
ERICKSON. Milard J. Escatologia – A polêmica em torno do Milênio.
SPaulo, 2010. Ed. Vida Nova
SZPILMAN. Marcelo. Judeus – Suas extraordinárias Histórias e
Contribuição para o Progresso da Humanidade. RJaneiro, 2012. Mauad Editora
Ltda. Ltda.
LOPES, Hernandes Dias. Um Homem Amado no Céu. SPaulo, 2005. Editora
Hagnos
BALDWIN, Joyce C. Daniel – Introdução e Comentário. SPaulo, 2008. Ed.
Vida Nova
GRONINGEN, Gerad Van. Revelação Messiânica no AT. SPaulo, 2003. Editora
Cultura Cristã
DYER, Charles H. O
Ressurgimento da Babilônia – Sinal do Final dos Tempos. SPaulo 1995. Editora
Unilit.
Bíblia de Estudo
Cronológico. SPaulo. Editora Vida
LAHAYE, Tim. Bíblia de
Estudo Profética. SPaulo. Editora Hagnos.
Bíblia de Estudo de
Genebra. SPaulo. Editora Cultura Cristã e SBB
CAVALCANTI. Robinson. Cristianismo & Política – Teoria bíblica e
prática histórica. Minas Gerais, 2002. Editora Ultimato Ltda.
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