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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O Deus que Intervém na História – Lição 03 – EBD CPAD – 4º. Tri 19.10.14

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Daniel 2.12-23

 I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.  Conhecer o sonho perturbador de Nabucodonosor.
2. Analisar a atitude sábia de Daniel perante o rei.
3. Compreender a interpretação do sonho de Daniel.

 CONSIDERAÇÕES
A cidade de Babilônia, localizada acerca de 80km Sul da atual Bagdá, é a segunda mais influente cidade sobre a terra. Fundada pouco mais de 100 anos após o dilúvio por um grupo de descendentes rebeldes de Noé.
Babilônia foi um viveiro de idolatria e heresias. A Bíblia a menciona por 280 vezes. Somente Jerusalém ultrapassa esta marca sendo mencionada por mais de 300 vezes.
A Babilônia bem poderia ser chamada de “Cidade de Satanás”, pois, rapidamente tornou-se a fonte de todo tipo de heresias e blasfêmias.
A cidade cresceu em sua influência e rebeldia contra Deus. O Senhor, ao castigá-la, “confundiu a linguagem de toda a terra”, na torre de Babel, dispersando o povo (Gn 11.9).
Em 626 a.C., Nabupolossar – pai de Nabucodonosor, tornou-se rei da Babilônia e mudou o curso da história antiga.
Rapidamente ele pôs fim ao domínio de seu antigo rival, a Assíria, e na época de sua morte em 605 a.C., já havia eliminado o império assírio e o incorporado àquele que se tornou conhecido como o império neo-babilônico ou caldeu.
Esses acontecimentos tiveram implicações significativas para Judá, o remanescente da nação de Israel. No mesmo ano da morte de Nabupolossar, o rei Jeoaquim, de Judá, tornou-se vassalo de Nabucodonosor (2Re 24.1).
Nabucodonosor levou o império iniciado por seu pai a alcançar domínio ainda maior, eventualmente deportando muitos judeus para a Babilônia.
Daniel viveu em meio a todos esses acontecimentos marcantes, e tornou-se confidente de Nabucodonosor ao longo do reinado deste, de 605 a 562 a.C.
Daniel foi levado para o cativeiro aos 15 anos de idade e quando interpretou o sonho de Nabucodonosor, tinha mais ou menos 18 anos de idade.
Mais tarde, com 85 anos, serviu com igual distinção na corte de Ciro, o governante persa que conquistou a Babilônia.
O sonho perturbador de Nabucodonosor (Dn 2.1-15) – Deus revela de maneira maravilhosa, sua soberania sobre os governos do mundo; a destruição dos megas-impérios e o estabelecimento vitorioso do reino de Cristo.
A Babilônia é a dona do mundo, conforme observou Isaias. “E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus a transtornou.
Nunca mais será habitada, nem nela morará alguém de geração em geração; nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores farão deitar ali os seus rebanhos.
Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais; e ali habitarão os avestruzes, e os sátiros pularão ali” (Is 13.19-21).
As glórias da Babilônia atingiu o seu apogeu. De repente, o sonho do rei tira não apenas seu sono, mas também a paz de todos os seus sábios.
O sonho de Nabucodonosor lhe tirou o sono e perturbou seu espírito, isto é, foi golpeado e encheu-se de ansiedade, insegurança e medo.
Seu sonho revelou a fragilidade dos poderosos. Nada, nem ninguém poderia ameaçar a fortaleza do reino de Nabucodonosor.
Ele tinha poder, riqueza e fama. Sua palavra era lei. Suas ordens não podiam ser questionadas. Mas, agora o rei foi abalado. Sentiu que alguém maior que ele o ameaçava.
A segurança de seu império estava ameaçado por algo fora do seu controle. Algo invisível e além deste mundo. O rei mandou chamar os sábios da Babilônia, mas eles não puderam contar o sonho nem dar sua interpretação ao rei.
Quem eram esses sábios? Em primeiro lugar, os magos. Eles eram possuidores de conhecimento dos mistérios sagrados e das ciências ocultas.
Em segundo lugar, os encantadores. Eles eram astrólogos, ou seja, aqueles que se dedicavam a contemplar os céus e buscar sinais nas estrelas com o propósito de predizer o futuro.
Em terceiro lugar, os feiticeiros. Eram aqueles que usavam a magia, invocando o nome de espíritos malignos.
E por fim, os caldeus. Eram uma casta sacerdotal de homens sábios da própria Babilônia.
A resposta desses sábios acerca da incapacidade deles era baseada em vários argumentos. De acordo com (Dn 2.10,11), eles disseram ao rei: “...não há ninguém sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei;
pois nenhum rei há, grande ou dominador, que requeira coisas semelhantes de algum mago ou astrólogo, ou caldeu, porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o possa declarar diante do rei; senão os deuses, cuja morada não é com a carne”.
Nabucodonosor revela sua prepotência, até mesmo nas hora de perturbação do espírito.
Ele demonstrou isso de três maneiras:
1.           Exigindo dos homens o que eles não poderiam oferecer.
2.           Oferecendo vantagens financeiras e promoções. O rei tinha poder e riquezas nas mãos. Com essas duas armas pensava que podia pôr o mundo debaixo de seus pés.
3.           O rei determinou o extermínio dos sábios para satisfazer um capricho pessoal. (Dn 2.5, 8, 9, 12, 13)
O rei não respeitou as limitações dos sábios. Acusou-os de esperteza e conspiração e determinou o extermínio de todos.
A atitude sábia de Daniel (Dn 2.16-30) – Ao tomar conhecimento do decreto do rei, Daniel toma três atitudes importantes para a solução daquele intrincado problema.
Em primeiro lugar, ele vai ao rei e pede tempo (v.16); Daniel tem iniciativa e ousadia. Reconhece sua limitação, mas demonstra confiança na intervenção divina.
Em segundo lugar, Daniel vai aos amigos e pede oração (v.17). Daniel acreditava que ainda havia recursos na oração.
Ele sabia que quando os crentes se unem à oração, isto agrada a Deus, e a vitória é certa.
Em terceiro lugar, Daniel vai a Deus e pede misericórdia (v.18). Ele ora ao Deus dos céus.
O nosso Deus está acima do céu, isto é, acima do sol, da lua e das estrelas que os babilônios adoravam.
Enquanto os caldeus adoravam os astros, Daniel adora ao Deus criador dos astros. Daniel se aproxima de Deus pedindo misericórdia. A oração é um ato de humildade.
Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão à noite. Daniel exalta a Deus reconhecendo que ele tem todo poder e sabedoria acima do poder de Nabucodonosor e de todos os sábios e poderosos deste mundo.
A resposta veio a Daniel através de uma visão de noite, (v.19,22) – “Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o Deus do céu.
Falou Daniel, dizendo; Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele são, a sabedoria e a força.
Ele muda o tempo e as estações Ele remove os reis e estabelece os reis. Ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz”.
Daniel bendisse a Deus porque ele é o Senhor do tempo. As rédeas da história estão nas mãos de Deus, não nas mãos dos poderosos deste mundo.
Daniel disse para Nabucodonosor que seus sucesso foi ação de Deus e não mérito seu (v 37,38). Deus é quem remove reis e os estabelece. Ele levanta reinos e abate reinos. A história está nas mãos de Deus.
Daniel conta o sonho e interpreta-o (Dn 2.31-45) – Daniel pediu para ser introduzido na presença do rei para revelar-lhe o sonho.
Respondeu o rei, e disse a Daniel cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me saber o que vi no sonho e sua interpretação? Respondeu Daniel na presença do rei e disse:
O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos, nem astrólogos o podem revelar ao rei; mas há um Deus nos céus, o qual revela os mistérios; pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias (v 26-28).
Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta, que era imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível.
A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços de prata, o ventre e os quadris de bronze, as pernas de ferro, os pés em parte de ferro, e em parte de barro.
Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mão, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.
Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios.
Mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra (v.31-35).
Daniel descreve o sonho da estátua como um contraste entre os reinos do mundo e o reino de Cristo. A estátua vista em sonho por Nabucodonosor tinha quatro destaques:
Em primeiro lugar ele fala acerca da cabeça de ouro. Nabucodonosor foi chamado de rei de reis (v.37). Ele era a cabeça de ouro.
Ele governou a Babilônia durante 41 anos. Transformou-a no maior império e na maior cidade do mundo. A Babilônia era uma cidade quadrangular e media 24km de cada lado.
Suas muralhas, segundo Champlin, mediam 106m de altura por 23 de largura, e tinha 1.000.000 de habitantes. Por isso ela era chamada de ornamento dos reinos, glória e soberba dos caldeus.
As riquezas e o poder da Babilônia foram dadas por Deus a Nabucodonosor (v.37,38). A Babilônia deu ao mundo a organização da legislação. (Código de Hamurabi).
Em segundo lugar Daniel interpretou o peito e os braços de pratas (v.32-39). O peito e os braços de prata simbolizava o império medo-persa.
Como a estátua indicava os dois pratos ligados pelo peito representam a união de dois povos: os medos e os persas.
Nesse reino, o rei não estava acima da lei, mas sob a lei. A lei era maior que o rei. O rei tinha menos autoridade.
O império medo-persa deu ao mundo o aperfeiçoamento do sistema tributário.
Em terceiro lugar, Daniel fala sobre o ventre e os quadris de bronze (v.32,39), que representa o império grego macedônio estabelecido por Alexandre Magno, filho de Felipe II, da Macedônia.
Alexandre magno dominou o mundo inteiro, mas esse reino desintegrou-se com a sua morte. O império grego deu ao mundo a cultura, a língua e os jogos. 
Em quarto lugar Daniel interpreta o significado das pernas de ferro e dos pés de ferro e barro (v.33, 40-43).
Esse é o império mais importante que os outros. Trata-se do império romano. Era o mais forte dos quatro. Mas, internamente, seu valor era inferior aos seus predecessores, como o ferro é inferior aos outros metais.
Ao mesmo tempo, o império romano era forte como o ferro: (exército, leis e organização política), mas débil como o barro (baixo nível moral).
O império romano deu ao mundo o aperfeiçoamento da legislação (o direito romano).
Finalmente, Daniel explica a respeito da pedra que esmiúça a estátua ( v. 34,35,44,45). A pedra representa o reino de Cristo, que vem, e destrói todos os reinos do mundo, e enche toda a terra. O reino de Cristo é literal e se prolonga no estado eterno.
O reino de Cristo, já veio. Ele está entre nós e dentro de nós.
Mas, na segunda vinda de Cristo, os reinos deste mundo serão destruídos e o reino de Cristo será estabelecido para sempre. É quando todo reino se dobrará diante dele e toda língua confessará que ele é o Cristo para honra e glória de Deus Pai.
Profecias veterotestamentárias – Is 13-14 e Jr 50 e 51, descrevem a destruição da Babilônia. Embora tenha caído sob o império medo-persa (Dn 5.31), em 539 a.C. a queda da Babilônia histórica não combina com a linguagem catastrófica encontradas em Isaias e Jeremias.
Para que essas profecias possam ser perfeitamente cumpridas, alguns teólogos afirmam que a Babilônia terá de ser reconstruída e voltar a ser destruída, conforme os detalhes específicos apresentados em Isaias e Jeremias.
Durante o governo do ditador Sadam Hussein, a Babilônia chegou a ter parte reconstruída e já estava sendo transformada em um centro de ocultismo onde bruxos do mundo inteiro já estavam frequentando a mesma.
Sadam Hussein se intitulava descendente direto de Nabucodonosor, conforme narra o livro “O Ressurgimento da Babilônia – Sinal do Final dos Tempos, de Charles H. Dyer”.
Zacarias 5. 5 -11), afirma que, conforme a vontade de Deus, a iniquidade, o comércio e a religião humana, voltarão mais uma vez para a Babilônia.
Como Babilônia já tinha caído em 539 a.C., ao tempo desta profecia, em 519 a.C., a visão de Zacarias parece predizer uma Babilônia reconstruída no futuro. (Ap.17 – 18), registra as circunstâncias em que esta visão será comprida.
O mistério, “A grande Babilônia” – O império romano deixou um grande legado democrático e se tornou um símbolo de prosperidade econômica.
Pressupõe-se que nenhuma cidade na terra é considerada simultaneamente como entidade política e religiosa.
No entanto, alguns teólogos acreditam que uma babilônia reconstruída sob o anticristo, pode ser sugerida em Ap 18.
Somente o mistério, “A grande Babilônia”, concluirá a obra dos construtores da Torre de Babel e do rei Nabucodonosor, um sistema global sob a filosofia da democracia política, da economia livre, e de um sistema financeiro unificado, e, de uma fé religiosa mundial.
Embora, uma babilônia literal não exista mais, o espírito da Babilônia, caracterizado pela rebelião e confusão, continua.
Babilônia é um símbolo da rebeldia contra Deus, cuja posição nesse sentido passou para a medo persa, Grécia, e finalmente, Roma.
O espírito de rebelião e licenciosidade babilônico prossegue ainda hoje e chegará ao ponto culminante no grande confronto entre a luz e as trevas na segunda vinda do Senhor Jesus Cristo.

Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
CABRAL. Elienai. Integridade Moral e Espiritual – O legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. RJaneiro, 2014. CPAD
VEITH, JR. Gene Edward – Tempos Pós-modernos. SPaulo 1999. Edit. Cultura Cristã.
GONÇALVES. Josué. Colunas do Caráter Cristão. SPaulo, 2008. Editora Mensagem para Todos
ARCHER .Gleason. Enciclopédia de Temas Bíblicos. SPaulo, 2001. Editora Vida
ERICKSON. Milard J. Escatologia – A polêmica em torno do Milênio. SPaulo, 2010. Ed. Vida Nova
SZPILMAN. Marcelo. Judeus – Suas extraordinárias Histórias e Contribuição para o Progresso da Humanidade. RJaneiro, 2012. Mauad Editora Ltda. Ltda.
LOPES, Hernandes Dias. Um Homem Amado no Céu. SPaulo, 2005. Editora Hagnos
BALDWIN, Joyce C. Daniel – Introdução e Comentário. SPaulo, 2008. Ed. Vida Nova
GRONINGEN, Gerad Van. Revelação Messiânica no AT. SPaulo, 2003. Editora Cultura Cristã
DYER, Charles H. O Ressurgimento da Babilônia – Sinal do Final dos Tempos. SPaulo 1995. Editora Unilit.
Bíblia de Estudo Cronológico. SPaulo. Editora Vida
LAHAYE, Tim. Bíblia de Estudo Profética. SPaulo. Editora Hagnos.
Bíblia de Estudo de Genebra. SPaulo.  Editora Cultura Cristã e SBB

CAVALCANTI. Robinson. Cristianismo & Política – Teoria bíblica e prática histórica. Minas Gerais, 2002. Editora Ultimato Ltda. 

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