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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A Firmeza e o Caráter Moral e Espiritual de Daniel – Lição 02 – EBD CPAD – 4º. Tri 12.10.14

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Daniel 1.1-8,17,20

 I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.  Fazer uma retrospectiva da situação moral e política de Israel.
2. Explicar a força do caráter de Daniel.
3. Analisar as atitudes de Daniel e seus amigos na corte babilônica.


 CONSIDERAÇÕES
Retrospectiva histórica:  - Nabucodonosor invadiu Judá, três vezes: Em 605, 597 e, 586 a.C. Na primeira invasão Jerusalém foi conquistada. Era o ano terceiro do reinado de Jeoaquim (Dn 1.1).
Mas de acordo com (Jr 25.1; 46.2), o profeta afirma que o primeiro ano do rei da Babilônia foi o “quarto” de Jeoaquim. Na verdade, ambas as informações estão corretas.
Nabucodonosor foi coroado em 605 a.C., esse, segundo o sistema babilônico teria sido o “ano de acesso” dele. Seu primeiro ano de reinado, portanto, não começou antes do dia de Ano Novo, em 604.
Mas de acordo com o sistema judaico, o ano de acesso só era contado como o primeiro ano do reinado. Visto que Jeoaquim subiu ao trono de Judá em 608, pelo faraó Neco, 605 seria o seu quarto ano de reinado.
Jeremias teria contado assim, como residente de Jerusalém. Mas, segundo o cálculo babilônico que Daniel, como residente na Babilônia haveria naturalmente de seguir, 605 seria o “terceiro” ano de Jeoaquim, contando seu primeiro ano de reinado a partir do dia de Ano Novo de 607.
É por isso, que ambos os registros estão certos. (O comentário em tela está de acordo com a “Enciclopédia de Temas Bíblicos – Respostas as principais dúvidas, dificuldades e contradições da Bíblia” – obra de ARCHER, Gleason pág.243).

Nesta invasão o rei da Babilônia levou os tesouros da casa do Senhor, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaias (Is 39.1-6).
Levou também, os nobres da casa real que eram versados em ciências e conhecimentos gerais, entre os quais estavam Daniel, Ananias, Mizael e Azarias.
Esses jovens permaneceram fiéis aos princípios ensinados pelos seus pais. Mesmo sendo adolescentes decidiram não se contaminar com a cultura babilônica.
Na segunda invasão em 597, quando reinava Joaquim, filho de Jeoaquim, que havia morrido em 598 a.C. (2Re 24.6).
O rei da Babilônia levou cativo o rei Joaquim e sua família para a Babilônia, onde depois o elevou à condição dos demais reis.
O rei da Babilônia também levou cativo o profeta Ezequiel, oito anos depois que Daniel e seus amigos estavam na Babilônia.
Nessa ocasião, deportou o restante da nobreza e todos os artífices e homens de guerra e colocou no trono a Matanias, tio de Joaquim e lhe mudou o nome para Zedequias, o qual ficou no trono até a queda final de Jerusalém em 586 a.C (2Re 24.17-20).
Este último rei de Judá foi um rei títere, abandonado na Palestina para cuidar do restolho humano que fora deixado ali por Nabucodonosor.
Pois tudo quanto tinha algum valor e força fora deportado (2Re 24.14-16). Mesmo assim este rei provocou uma rebelião contra Nabucodonosor (2 Re 24.20), o que deu origem à destruição final de Jerusalém.
Nesta ocasião, milhares de judeus morreram na rebelião. Os muros de Jerusalém, o palácio real e o templo de Salomão foram destruídos. Suas leis e tradições foram levados para a Babilônia, iniciando a diáspora oriental, iniciando o “exílio babilônico”;
segundo o historiador judeu brasileiro “Marcelo Szpilman” em sua obra “Judeus – suas extraordinárias histórias e contribuição para o progresso da humanidade”, págs. 17,18.
Nessa época, restaram apenas cerca de 300.000 judeus no mundo. (0,2) por cento da população mundial.
Apreciando as qualidades dos judeus deportados e acreditando que poderiam ser eles, valiosos, Nabucodonosor deu-lhes a mesma liberdade dos babilônios.
Logo, os judeus atingiram um alto grau de desenvolvimento e progrediram como artesãos, arquitetos, membros da corte e comerciantes por toda a Mesopotâmia.
Foi nessa época que os judeus adotaram o aramaico como língua oficial do povo, e instituíram vários dos costumes que até hoje são seguidos.
O aramaico, assim como o árabe e o hebraico é um idioma semítico pertencente à família das línguas cananitas usadas pelos povos que habitavam às terras de Canaã, (cananitas, fenícios e moabitas) há mais de 3.000 anos.
Quando os arameus que falavam esse idioma, começaram a estabelecer-se nas regiões onde hoje estão a Síria, o Iraque e a Turquia, adotado por reis e imperadores para transcrever suas histórias e rituais usados em adorações de divindades, adquiriu importância e passou a ser falado em toda costa mediterrânea.
O hebraico, data do século 11 a.C., e teve sua origem no povo hebreu, que vivia em Canaã. A Torá (Bíblia ou Velho Testamento), produzida na época de Moisés, foi escrita em hebraico clássico, substituído no uso diário pelo aramaico em 586 a.C.
O hebraico permaneceu sendo usado apenas na liturgia e no estudo da Mishná e do Talmud.
O hebraico moderno renasceu como língua falada no final do século XIX, e começo do século XX, adotando alguns elementos do árabe, ladino e lidiche e outras línguas que acompanhara a diáspora judaica.
Atualmente, é a língua oficial do estado de Israel. A partir do século VII, com o nascimento do Islamismo, o aramaico foi substituído pela língua árabe nos países muçulmanos.
 A força do caráter – O conjunto das qualidades e defeitos de uma pessoa é que vão determinar a sua conduta e a sua moralidade, o seu caráter.
Logo, denomina-se caráter, um conjunto de características e traços relativos à maneira de agir e de reagir de um indivíduo ou de um grupo.
São os seus valores e firmeza moral, que definem a coerência de suas ações, do seu proceder e da forma como se comporta.
No meio de uma cultura sem Deus e sem absolutos morais, Daniel não se corrompeu. Ele foi levado para a Babilônia, uma terra contaminada pela idolatria e colocado nesse panteão de divindades pagãs e capital mundial da astrologia, da feitiçaria e de todas as formas de ocultismo.
Daniel vai como escravo para essa terra que não conhecia a Deus; onde não havia a Palavra de Deus, nem o temor de Deus, o pecado campeava solto.
Mas mesmo na cidade das liberdades sem fronteiras, do pecado atraente e fácil, Daniel manteve-se íntegro, fiel e puro diante de Deus e dos homens, nada foi possível corromper o seu caráter.
A vida de Daniel é um farol a ensinar-nos o caminho certo no meio da escuridão do relativismo.
Seu testemunho rompeu a barreira do tempo e ainda encoraja homens e mulheres em todo o mundo a viver com integridade.
Ele era ainda um adolescente, mas conhecia a Deus. Era ainda jovem, mas sabia o que era certo e o que era errado.
Estava no alvorecer da vida, mas não se misturavas com aqueles que se entregavam ao relativismo moral.
Era um jovem que tinha coragem de se manter fiel, em meio àquela  devassidão  moral e espiritual, que é a marca da sociedade de nosso tempo.
O método utilizado por Nabucodonosor era deportar a nobreza de cada nação e integrá-la no serviço público da Babilônia. Assim Daniel e seus companheiros foram escolhidos para frequentar a Universidade da Babilônia.
Para participar daquela instituição de ensino eram exigidos três requisitos:
1. Qualidades sociais – ser de linhagem real e dos nobres.
2. Qualidades físicas e morais – ser jovem, sem nenhum defeito e de boa aparência.
3. Qualidades intelectuais – ser instruído em toda sabedoria, douto em ciências, versado no conhecimento e competente para assistir no palácio.
Os aprovados poderiam andar sem nenhum empecilho pelos corredores do poder (Dn 1.3-6). Daniel e seus companheiros se sobressaíram entre todos os vencedores do rigoroso exame.
Esses pertenciam aos filhos de Judá e tinham a reputação de serem da linhagem de Davi. Eles eram: Daniel, Ananias, Mizael e Azarias.
Esses quatro jovens de Judá, por intermédio de seus nomes testemunhavam do único e verdadeiro Deus.
Quaisquer que tivessem sido as limitações do seu ambiente religioso em Judá, seus pais lhes deram nomes que serviam de testemunho ao Deus que eles serviam.
Daniel significa: Deus é meu juiz; Ananias significa; O Senhor tem sido gracioso ou bondoso; Mizael significa:  Ele é alguém que vem de Deus; e Azarias declarava: O Senhor é meu ajudador.
Os pais desses jovens tinham dado a eles uma base sólida em relação às convicções e responsabilidades dignas dos seus nomes. Seu treinamento piedoso havia cultivado profundas raízes de caráter.
Esses nomes foram mudados para nomes ligados a ídolos caldeus. Daniel passou a se chamar de Beltessazar, que quer dizer: O príncipe de Bel ou favorito de Bel, que era o principal Deus do panteão babilônico.
Ananias – seu nome foi mudado para Sadraque, que quer dizer: Iluminado pelo Deus Sol.
Mizael – foi mudado para Mesaque, que significa: Quem é como a deusa Saque?
Azarias – foi mudado para Abede-Nego, que significa: O servo fiel do deus fogo Nego.
A atitude de Daniel e de seus amigos – Uma firme resolução: Não se contaminar. Dn 1.5 diz: “E o rei lhes determinou a ração de cada dia, da porção do manjar do rei e do vinho que ele bebia, de que assim fossem criados por três anos, para que no fim deles pudessem estar diante do rei”.
As finas iguarias do rei e o seu vinho representam por um lado as coisas do mundo, e, por outro, principalmente a comida sacrificada a ídolos.
Resolveu Daniel firmemente não contaminar-se com as finas iguarias do rei nem com o vinho que ele bebia; então pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se” (Dn 1.8).
Porém Daniel e seus três companheiros não quiseram contaminar-se, porque não queriam ter parte com os ídolos. Isso é o que está descrito em 1Co 10.18-20.
Considerai o Israel segundo a carne; não é certo que aqueles que, se alimentam dos sacrifícios são participantes do altar? Que digo pois? Que o sacrifício ao ídolo é alguma cousa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor?
ntes digo que as coisas que eles sacrificam, é ao demônio que as sacrifica, e não a Deus. E eu não quero que vos torneis associados aos demônios”.
A provisão e o cuidado de Deus – Deus é aquele que atenta para o coração que é puro para com ele. Seu cuidado proveu para Daniel e seus companheiros uma pessoa compassiva para cuidar deles (Dn 1.9).
Se o chefe dos eunucos não lhes quisesse dar ouvidos, ficariam sem alimento. Mas Deus lhes proveu tudo.
Do mesmo modo não tenhamos medo de nos posicionarmos de acordo com a vontade de Deus em qualquer situação.
O nosso coração deve estar sempre voltado para Deus. Não importa em que situação ameaçadora nos encontremos, se o nosso coração estiver correto, e estivermos voltados para Deus, ele levantará pessoas certas a fim de nos ajudar.
A princípio, o chefe dos eunucos duvidou que a aparência de Daniel e seus companheiros ficasse saudável se não comesses aquelas comidas.
Mas Daniel pediu que os observassem por dez dias, durante os quais somente comeriam legumes e beberiam água.
Assim o eunuco veria a aparência deles e a dos jovens que comiam das finas iguarias do rei e perceberia a diferença (Dn 1.13).
Eles criam que Deus cuidaria deles. Se o Senhor nos coloca numa situação em que podemos comer bem, então comamos bem. Não procuremos comer legumes e beber água de propósito.
Mas se o Senhor nos colocar numa situação em que não haja carne, nem feijão, nem arroz, mas somente legumes e água, que faremos?
Não temamos, experimentemos por dez dias e vejamos se nossa saúde será pior que de alguém que come carne todos os dias.
É certo que se o Senhor nos colocar nessa situação, ele cuidará de nós. Aceitemos a situação em que o Senhor nos colocar e confiemos nele.
Sabedores desse princípio de Deus de não comer nada sacrificado a ídolo, qual então deve ser a nossa atitude à comida sacrificada a ídolos de acordo com o NT?
Em 1 Co 10.14-22, `Paulo deixa claro alguns princípios.
1.            Devemos fugir da idolatria.
2.            Os que se alimentam dos sacrifícios são participantes do altar.
3.            Não devemos nos tornar associados aos demônios.
Não podemos beber o cálice dos demônios ou ser participante da mesa dos demônios.
Com relação à comida, Paulo fala: “Se tem paz na consciência, para você o ídolo não e nada. Tampouco a comida sacrificada a ídolos, pois do Senhor é a terra e a sua plenitude.
Mas por causa da consciência dos mais fracos não deve comer” (1Co 10.25-31).
Essa é a posição do povo de Deus no NT em relação às comidas sacrificadas a ídolos. Mas Daniel e seus companheiros estavam no Velho Testamento.
Eram ainda o Israel segundo a carne. Portanto, tinha somente uma opção; não comer para não se contaminar.
Se tivessem comido, teriam parte com os ídolos. Não lhes foi fácil tomar esta decisão, mas Deus estava com eles.
Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr.Elienai Cabral).
CABRAL. Elienai. Integridade Moral e Espiritual – O legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. RJaneiro, 2014. CPAD
VEITH, JR. Gene Edward – Tempos Pós-modernos. SPaulo 1999. Edit. Cultura Cristã.
GONÇALVES. Josué. Colunas do Caráter Cristão. SPaulo, 2008. Editora Mensagem para Todos
ARCHER .Gleason. Enciclopédia de Temas Bíblicos. SPaulo, 2001. Editora Vida
ERICKSON. Milard J. Escatologia – A polêmica em torno do Milênio. SPaulo, 2010. Ed. Vida Nova
SZPILMAN. Marcelo. Judeus – Suas extraordinárias Histórias e Contribuição para o Progresso da Humanidade. RJaneiro, 2012. Mauad Editora Ltda. Ltda.
LOPES, Hernandes Dias. Um Homem Amado no Céu. SPaulo, 2005. Editora Hagnos
BALDWIN, Joyce C. Daniel – Introdução e Comentário. SPaulo, 2008. Ed. Vida Nova
GRONINGEN, Gerad Van. Revelação Messiânica no AT. SPaulo, 2003. Editora Cultura Cristã
DYER, Charles H. O Ressurgimento da Babilônia – Sinal do Final dos Tempos. SPaulo 1995. Editora Unilit.
Bíblia de Estudo Cronológico. SPaulo. Editora Vida
LAHAYE, Tim. Bíblia de Estudo Profética. SPaulo. Editora Hagnos.
Bíblia de Estudo de Genebra. SPaulo.  Editora Cultura Cristã e SBB
CAVALCANTI. Robinson. Cristianismo & Política – Teoria bíblica e prática histórica. Minas Gerais, 2002. Editora Ultimato Ltda.


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