Subsídios para o
Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Daniel 4.10-18
I - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1. Analisar a soberania
divina na vida de Nabucodonosor.
2. Saber que Deus falou com
Nabucodonosor por intermédio de sonhos.
3. Compreender a fidelidade da
pregação de Daniel para o rei.
CONSIDERAÇÕES
A prova da soberania de Deus – Deus revelou ao profeta Jeremias
que havia escolhido Nabucodonosor para ser o instrumento através do qual
puniria a Judá e demais nações por sua desobediência ao Senhor.
Apesar de Nabucodonosor ter se tornado um ‘instrumento” usado por Deus
para corrigir seu povo, mesmo assim ele foi um dos homens mais ousados contra a
soberania de Deus, talvez, superado apenas, pelos construtores de Babel, seus
ancestrais.
“Eis que eu enviarei, e tomarei todas
as gerações do norte, diz o Senhor, como também a Nabucodonosor, rei da
Babilônia, meu servo, e os trarei sobre esta terra, e sobre os seus moradores,
e sobre todas estas nações em redor, e os destruirei totalmente, e pô-los-ei em
espanto, e em assobio, e em perpétuos desertos.
E toda esta terra, virá a ser um
deserto e um espanto, e estas nações servirão ao rei da Babilônia 70 anos” (Jr 25.9,11).
Segundo os historiadores cristãos, Nabucodonosor reinou na Babilônia
entre os anos 605 a 562 a.C. E foi um rei que Deus o constituiu dominador de
todas as nações do mundo de então.
Em 570 a.C., Nabucodonosor dá um testemunho de si mesmo, declarando: “Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e
maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo.
Quão grandes são os seus sinais e
quão poderosas são as suas maravilhas. O seu reino é um reino sempiterno, e o
seu domínio de geração em geração” (Dn 4 1-3).
Neste capítulo, o rei descreve a sua própria experiência, anunciando os
sinais e maravilhas que Deus havia operado nele.
Ele reconheceu que este Deus está acima de todos os outros deuses e que
o reino de Deus é sempiterno e superior ao reino da Babilônia.
A partir do versículo 4, o rei dá um testemunho da sua experiência: “Eu, Nabucodonosor, estava tranquilo em
minha casa, e feliz no meu palácio.
Tive um sonho, que me espantou; e,
quando estava no meu leito, os pensamentos e as visões da minha cabeça me
turbaram” (v 4,5).
Muitas vezes, quando o homem está na sua tranquilidade e felicidade,
pensando que tudo está bem, Deus lhe mostra algo que o leva a fazer profundas
reflexões.
Em Isaias cap. 14, Deus, ao julgar as nações, profetizou contra a
Babilônia. Os vers. 12 a 15 são palavras proferidas contra o rei da Babilônia
representando Satanás: “Como caíste do
céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que
debilitavas as nações!”
Isso corresponde a árvore que chegou até aos céus e que agora foi
cortada. Deus lhe havia entregue todas as nações, mas agora cortou.
“Tu dizias no teu coração: Eu
subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da
congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das mais
altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo”.
O princípio de Satanás é o de elevar-se cada vez mais para ser igual ao
Altíssimo. Isso é orgulho sobre orgulho. A árvores já havia chegado até o céu e
já podia ser vista dos confins da terra, mas queria chegar ainda mais alto.
Então chegou o vigilante com um mandado de cortar a árvore. “Contudo serás precipitado para o reino dos
mortos, no mais profundo do abismo”. Esse é o fim de Satanás, o orgulhoso.
Deus fala novamente a Nabucodonosor
por meio de sonhos – O rei teve mais um sonho que o deixou muito perturbado. Sonhos, foi a
forma que Deus usou para se revelar a Nabucodonosor como a nenhum outro homem
na face da terra.
E através desses sonhos, Deus lhe revelava seus desígnios, tanto com
relação à história dos reinos deste mundo, como acerca do próprio rei, conforme
podemos ler em Jó 33.14-19.
“Antes, Deus fala uma e duas vezes;
porém ninguém atenta para isso”. Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono
profundo sobre os homens e adormecem na cama. Então, abre os ouvidos dos
homens, e lhes sela a sua instrução, para apartar o homem do seu desígnio e
esconder do homem a soberba; para desviar a sua alma da cova e a sua vida, de
passar pela espada.
Também na sua cama é com dores
castigado, e com incessante contenda dos seus ossos” (Jó 33.14-19).
Em sua perturbação o rei desejava que alguém pudesse interpretar o seu
sonho à semelhança do que havia feito a 33 anos passados, quando teve um sonho
de uma estátua com a cabeça de ouro, os peitos e os braços de prata, o ventre e
a coxa de bronze, as pernas de ferro, e os pés em parte de ferro e em parte de
barro.
O rei convoca todos os sábios, magos, encantadores, caldeus,
feiticeiros, e lhes contou o seu sonho; mas ninguém conseguiu interpretá-lo.
Desta vez, porém, o rei não ficou furioso a ponto de querer matar todos
os sábios. Por fim, Daniel apresentou-se ao rei.
E o rei contou-lhe o sonho. Nabucodonosor entendia que para Daniel não
havia mistério que lhe fosse difícil, pois ele servia a um Deus que revela o
profundo e o escondido e conhece o que está em trevas e com ele mora a luz (Dn
2.22).
Então o rei disse-lhe o que vira em sonho e pediu a Daniel que desse a
interpretação (Dn 4.8,9).
Daniel tinha o espírito de sabedoria e revelação, dados por Deus. A
esses dons de revelações dados por Deus a Daniel, Nabucodonosor chamava de
espíritos dos deuses santos.
Então o rei descreveu o sonho a Daniel: “Eram assim as visões da minha cabeça quando estava no meu leito: Eu
estava olhando, e vi uma árvore no meio da terra, cuja altura era grande;
crescia a árvore, e se tornava forte, de maneira que a sua altura chegava até o
céu; e era vista até os confins da terra.
A sua folhagem era formosa, e o seu
fruto abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela os animais do
campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e todos os
seres viventes se mantinham dela” (vs. 10-12).
Daniel interpretou a visão dizendo: “A
árvore.... és tu, ó rei, que crescestes, e vieste a ser forte; a tua grandeza
cresceu, e chega até o céu e o teu domínio até a extremidade da terra” (vs.
20,22).
Essa visão prefigura os governos do mundo que ao se desenvolverem ficam
cada vez mais altivos e não reconhecem a Deus.
Deus concedeu tal governo a Nabucodonosor e permitiu que se
desenvolvesse dessa forma. Se Nabucodonosor não se orgulhasse, tal prosperidade
permaneceria porque esses eram sinais e maravilhas que Deus estava fazendo
sobre ele, como ele mesmo testificara.
Os vs. 13-17, dizem que o rei em seu sonho viu um vigilante, um santo
que descia do céu clamando fortemente e dizendo: “Derribai a árvore, cortai-lhe os ramos, sacudi as suas folhas, e espalhai
o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela e as aves de seus ramos.
Mas o tronco, com as suas raízes,
deixai na terra e, com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja
molhado do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais na grama da
terra.
Seja mudado o seu coração, para que
não seja mais coração de homem, e seja lhe dado coração de animal; e passe
sobre ele sete tempos (anos).
Esta sentença é por decreto dos
vigiadores; e esta ordem, por mandado dos santos; a fim de que conheçam os
viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e os dá a quem
quer e até ao mais baixo dos homens constitui sobre ele”.
Essa foi uma palavra de advertência a Nabucodonosor, a fim de que não se
orgulhasse, para que reconhecesse a obra do Altíssimo e que tudo que ele havia
conseguido, lhe havia sido dado por Deus.
Esse não deveria orgulhar-se pelo fato de haver derrotado a Síria e o
Egito. Esses foram sinais e maravilhas de Deus. Deus dá o reino a quem ele
quer.
A pregação de Daniel – Depois de relatado o sonho, o rei pediu a
Daniel que lhe interpretasse o sonho sem temor, mesmo que o sonho fosse
negativo (vs. 19).
Daniel disse-lhe que a árvore era ele mesmo, Nabucodonosor. O Altíssimo
decretou que viria contra o rei. O rei seria expulso de entre os homens, e a
sua morada seria com os animais do campo.
Dar-lhe-iam para comer erva com os bois, e seria molhado do orvalho do
céu; e passar-se-iam sete tempos (anos), até que ele conhecesse que o Altíssimo
tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer.
Quanto ao que foi dito que deixasse a sepa da árvore com as suas raízes,
indicava que ele seria restituído depois que tivesse conhecido que o céu
domina.
Então Daniel disse ao rei que aceitasse seu conselho e pusesse fim aos
seus pecados pela injustiça, e às suas iniquidades usando de misericórdia para com os
pobres; e talvez se prolongasse a sua tranquilidade.
Com toda riqueza da Babilônia, milhares de homens, mulheres e crianças
viviam na mais extrema miséria, e esse clamor tinha chegado diante de Deus.
Mas o rei não acatou o conselho de Daniel e todas as coisas lhe
sobrevieram.
Passados doze meses desde a interpretação do sonho, o rei admirava-se do
seu reino dizendo: “Não é esta a grande
Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com grande poder, e para a glória
da minha majestade?” (Vs. 30).
Deus já lhe falara por Daniel que ele devia humilhar-se e reconhecer que
quem faz todas as coisas, que dá o reino a quem quer e que se agrada dos
humilde é Deus.
Mas Nabucodonosor viu o seu reino e ensoberbeceu-se. Nabucodonosor não
se humilhou e o cumprimento do sonho aconteceu.
Ele foi forçosamente humilhado tornando-se como um boi no campo. “Serás expulso de entre os homens, e a tua
morada será com os animais do campo; e far-te-ão comer ervas como os bois, e
passar-se-ão sete tempos (anos, por cima de ti, até que aprendas que o
Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer” (vs.
32).
Após sete tempos (anos), Deus teve misericórdia do rei, e restaurou-lhe
à condição normal: “Mas ao fim daqueles
dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos aos céus, e tornou-se-me a vir o
entendimento, e eu bendisse o altíssimo, e louvei e glorifiquei ao que vive
para todo o sempre, cujo domínio é sempiterno e cujo reino é de geração em
geração.
Todos os moradores da terra são por
ele reputados como nada; e segundo a sua vontade ele opera com o exército do
céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer:
Que fazes?” (vs 34,35).
O Senhor tem o domínio. Todos os governos da terra estão debaixo da sua
autoridade celestial.
E tão logo me tornou a vir o entendimento, também para a dignidade do
meu reino tornou a vir a minha majestade e o meu resplendor;
Buscaram-me os meus conselheiros e os meus grandes; fui restabelecido no
meu reino, e a mim se me ajuntou extraordinária grandeza” (vs 36).
Quando se humilhou e reconheceu o domínio do Deus Altíssimo, Deus lhe
restituiu o reino.
“Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalço e glorifico ao rei do
céu; porque todas as suas obras são verdadeiras, e os seus caminhos justos, e
pode humilhar aos que andam na soberba” (vs.37).
Consultas: Lições Bíblicas
EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
CABRAL. Elienai. Integridade Moral e Espiritual – O legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. RJaneiro, 2014. CPAD
ARCHER .Gleason. Enciclopédia de Temas Bíblicos. SPaulo, 2001. Editora
Vida
ERICKSON. Milard J. Escatologia – A polêmica em torno do Milênio.
SPaulo, 2010. Ed. Vida Nova
SZPILMAN. Marcelo. Judeus – Suas extraordinárias Histórias e
Contribuição para o Progresso da Humanidade. RJaneiro, 2012. Mauad Editora
Ltda. Ltda.
LOPES, Hernandes Dias. Um Homem Amado no Céu. SPaulo, 2005. Editora
Hagnos
BALDWIN, Joyce C. Daniel – Introdução e Comentário. SPaulo, 2008. Ed.
Vida Nova
GRONINGEN, Gerad Van. Revelação Messiânica no AT. SPaulo, 2003. Editora
Cultura Cristã
YULAM, Dong. Daniel – O Destino do Governo humano na Economia de Deus.
SPaulo, 1993 – Edit. Árvore da Vida
RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com
recursos adicionais.RJaneiro, 2010. Edit. Central Gospel Ltda.
Bíblia de Estudo
Cronológico. SPaulo. Editora Vida
LAHAYE, Tim. Bíblia de
Estudo Profética. SPaulo. Editora Hagnos.
Bíblia de Estudo de
Genebra. SPaulo. Editora Cultura Cristã e SBB