Subsídios para o
Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: 1Co 12.7,
10 -12
I - OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM:
1. Analisar biblicamente
os dons de elocução.
2. Compreender o dom de variedades de
línguas.
3. Valorizar o dom de interpretação de línguas.
CONSIDERAÇÕES:
Antes do estudo dos dons de elocução, e em particular
o dom de profecia no NT conforme exposição de Paulo no cap.12 – 14 de 1
Coríntios, é importante conhecermos o ofício de profeta na AT, com homens como
Moisés, Samuel, Natã, Gade, Elias, Eliseu, Isaias, Jeremias, Ezequiel e Daniel.
Qual era o propósito desses profetas? E que
autoridade eles possuíam? O que acontecia quando alguém ousava desobedecê-los?
O profeta do AT era um mensageiro de Deus, enviado para falar a homens e
mulheres as palavras do próprio Deus (Ag 1.13; Ob 1.1).
De forma similar, o Senhor enviou o profeta Natã
com uma mensagem ao rei Davi (2Sm 12.25), e deu ao profeta Isaias uma mensagem
para ser entregue ao rei Ezequias (2Re 20.4-6). O Senhor era com Samuel e
nenhuma de suas palavras deixou de se cumprir (1Sm 3.19). Por isto, o servo de
Saul dizia acerca de Samuel: “Tudo que
ele diz acontece” (ISm 9.6).
O dom de
profecia no NT – A palavra hebraica para profeta é nabi, que vem da raiz verbal naba. Essa palavra signifca anunciador,
declarador e por extensão, aquele que anuncia as mensagens de Deus, recebidas
por revelação ou discernimento intuitivo.
No NT a palavra comumente usada é prophétes; essas palavras derivam-se do
grego pro, antes, em favor de, e phemi, falar, ou seja: alguém que fala
por outro e, por extensão – intérprete, especialmente da vontade de Deus.
Tais palavras gregas, naturalmente, estão por trás
do termo português, profeta. O teólogo petencostal Stanley Horton, descreve o
dom de profecia como relatado pelo apóstolo Paulo em 1Co 14, como uma mensagem
espontânea, inspirada pelo Espírito Santo em uma língua conhecida para quem
fala e também para quem ouve.
Com o objetivo de edificar, exortar, e consolar
(1Co 14.3). O dom de profecia é tão importante na igreja, que o apóstolo Paulo
exortou os crentes da igreja em Corinto a buscarem o dom de profecia (1Co
14.1). Esse dom de profecia está relacionado nas epístolas paulinas, entre os
dons espirituais (1 Co12.10; 14.1-4), entre
os dons de serviço (Rm 12.6-8) e entre os dons ministeriais (Ef 4.11).
Segundo os teólogos Earl D. Radmacher, Ronald B.
Allen, e H. Wayne House, em seu “O Novo Comentário Bíblico do Novo Testamento”,
comentando sobre dons, afirma que essa palavra grega (charisma), é uma referência às habilidades determinadas por Deus,
as quais deveriam ser utilizadas para edificar os membros do corpo de Cristo.
Embora os dons de Deus não possam ser cancelados ou mudados (Rm 11.29), eles
podem ser administrados e podem ser desenvolvidos (1Pe 4.10).
Profecia – Essa palavra é
usada em Rm 12.6 como uma referência geral a todos os dons espirituais que
envolvem o anúncio da palavra de Deus, por exemplo (1Co 14.3). O termo
exortação é um dom relacionado à profecia. Em um sentido mais estrito, profecia
significa a revelação da vontade de Deus em uma situação particular (At 13.1-3).
Ministério – ou seja
serviço. Esse é um dom que está em contraste com os dons relacionados ao falar,
ou anunciar, algo (1 Pe 4.11). A Bíblia lista cinco dons relacionados com a
pregação: profecia, ensino, encorajamento, palavra de sabedoria e palavra de conhecimento.
Além disso, são nomeados sete dons de serviço: socorro, misericórdia, fé,
discernimento de espírito, liderança, administração, e mordomia.
Dentre as muitas dificuldade que o apóstolo Paulo
foi forçado a lidar em Corintio, com o orgulho dos que tinham dons espirituais
mais perceptíveis (1Co 1.31; 4.7; 5.6; 10.12; 13.4,5), e o sentimento de menor
importância daqueles que tinham dons de menor percepção externa (1Co 3.2,3;
10.10; 14.4), o apóstolo lida com todos esses problemas de uma só vez, ao afirmar:
“E a uns pôs
Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas; em
terceiro lugar, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar; socorros;
governos e variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos?
São todos
profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres? Têm todos o dom
de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos? Portanto, procurai
com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelentes”.
Esse caminho mais excelente é exatamente 1 Co
13.1-13. Embora encontramos alguns profetas fora do contexto como relatado
acima, como Ágabo (At 11.28; 21.10,11) e as quatro filhas de Filipe (At
21.8,9). Esses profetas não se equiparam aos profetas da antiga dispensação.
Foram manifestações esporádicas, e não se tem conhecimento de seu
desenvolvimento na igreja primitiva.
Na economia do NT Deus tem formas sublimes de se
revelar àqueles que lhe buscam. E quando essas formas de revelação são usadas
não se trata de profecia. Em Atos 8, 29,
o Espírito Santo diz a Filipe: “Aproxime-se
dessa carruagem...”; Em Atos
10.19, enquanto pedro ainda estava pensando na visão, o Espírito lhe disse: “Simão, três homens estão procurando por
você...” – não é profecia.
Atos 18.9: “Certa
noite o Senhor falou a Paulo em visão, não tenha medo, continue falando e não
fique calado” – não é profecia. Atos 15.28: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não impor a vocês nada além das
seguintes exigências necessárias” – não é profecia.
Atos 16.6,7: “Paulo
e seus companheiros viajaram pela região da Frígia e da Galácia, tendo sido
impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na província da Ásia. Quando
chegaram a fronteira da Mísia, tentaram entrar na Bitínia, mas o Espírito de
Jesus o impediu” – não há indicação de que isto seja profecia.
Atos 16.9: “Durante
a noite Paulo teve uma visão, na qual um homem da Macedônia estava em pé e lhe
suplicava: Passe à Macedônia e ajude-nos.” – não é profecia. Atos 20.23: “O Espírito Santo me avisa que prisões e
sofrimentos me esperam.” – aqui pode-se incluir profecias e/ou, outros
tipos de comunicação do Espírito Santo.
Variedade de
línguas – Esse dom, provavelmente faz menção à capacidade
de o crente falar várias línguas que não entende e que jamais estudou, para
fins de louvor, oração ou transmissão de uma mensagem divina.
A língua falada através deste dom não é aprendida e
quase sempre não é entendida, tanto por quem fala (1Co 14.14), como pelos que
ouvem (1Co 14.16). A variedade de línguas é importante se for seguida de
interpretação (1Co 14.26-28).
Interpretação de
línguas – Esse dom resulta da capacidade de explicar ou
interpretar as línguas faladas na congregação,
para que todos os crentes presentes possam se beneficiar com a oração
feita por quem fala em línguas (1Co 14.13, 28). As línguas, ao contrário da
profecia não edificam ou exortam a igreja. Elas são para a devoção espiritual
do crente que recebe este dom.
À medida que o servo de Deus fala em línguas
estranhas vai sendo também edificado, pois o Espírito Santo o toca e renova
diretamente (1Co 14.2). Tal mensagem interpretada para a igreja reunida, pode
conter ensino sobre a adoração e a oração, ou pode ser uma profecia.
Toda congregação pode assim desfrutar dessa
revelação vinda do Espírito Santo. A interpretação de uma mensagem em línguas
pode ser um meio de edificação da congregação inteira, pois toda congregação
recebe a mensagem.
Variedade de línguas + interpretação de línguas = a
profecia.
Consultas: Lições Bíblicas
EBD-CPAD - 2º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato).RENOVATO,
Elinaldo. Os Dons Espirituais e Ministeriais- Servindo a Deus e aos homens com
poder extraordinário. Rio de Janeiro, 2014 – CPAD - GRUDEM, Wayne. O Dom de
Profecia – Do NT aos dias atuais. São Paulo, 2004. Edit.Vida - GRUDEM, Wayne.
Teologia Sistemática – Atual e Exaustiva.São Paulo, 2004 Edit.Vida - BARCLAY,
William. As Obras da Carne e o fruto do Espírito. Vl 2. São Paulo, 2000. Edit.
Vida Nova - SOUZA, Itamir Neves de. Atos dos Apóstolos – Uma história singular.
Paraná. 2ª.reimpressão, 2005. Descoberta Editora Ltda. - CARSON. A. D. A
manifestação do Espírito – A Contemporaneidade dos dons à luz de 1º. Coríntios
12 a 14. São Paulo, 2013. Edit. Vida Nova KUYPER
Abraham. OSBORN. T.L. Curai os Enfermos e Expulsai os Demõnios. rio de Janeiro,
200. Graça Editorial. A Obra do Espírito – O Espírito Santo em ação na igreja e
no indivíduo. São Paulo, 2-010. Ed.Cultura Cristã. CHAMPLIN. R. N. O Novo
Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus
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