Subsídios para o
Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Êxodo 29.1-12
I - OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM:
1. Explicar como se
dava a cerimônia de consagração sacerdotal.
2. Citar os elementos
do sacrifício de posse.
3. Compreender que Cristo é o perpétuo e o
mais perfeito Sumo-Sacerdote.
II - CONTEXTUALIZAÇÃO
Há na Bíblia um ofício chamado o ofício sacerdotal.
Este ofício denota um grupo de pessoas que foram separadas do mundo e são
devotadas unicamente para ministrar a Deus. Elas não têm outra profissão ou
vocação além de servir a Deus. Essas pessoas são conhecidas na Bíblia como
sacerdotes.
Desde a época em que o Senhor Jesus veio à terra
até sua partida do mundo, o ofício sacerdotal perdurou. A Bíblia também nos
mostra que após sua ascensão, o Senhor Jesus ministra como sumo sacerdote
diante de Deus. Na Era da igreja, o ministério sacerdotal continua. No começo
do milênio, aqueles que participaram da primeira ressurreição serão sacerdotes
de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos (Ap 20.6).
Podemos dizer que durante esses mil anos, os filhos
de Deus continuam a servir como sacerdote de Deus e de Cristo. Para o mundo
eles são reis, enquanto para Deus eles são sacerdotes. O termo sacerdote deixa
de existir quando o novo céu e a nova terra são introduzidos. Nesta era, todos os filhos de Deus e seus servos
nada mais fazem além de servir continuamente a Deus.
Aqui percebemos uma coisa maravilhosa, isto é, o
ofício sacerdotal começou com Melquisedeque que não tinha genealogia, não tinha
princípio de dias nem existência, mas feito semelhante ao filho de Deus
permanece sacerdote perpetuamente (Sl 110.4.5).
Quando os israelitas saíram do Egito e chegaram ao
monte Sinai, Deus falou a Moisés que dissesse ao povo: Vós me sereis reino
sacerdotal e nação santa. São estas palavras que me falarás aos filhos de
Israel. O significado dessa palavra é que toda nação deveria ser sacerdote. Em
outras palavras, não haviam pessoas comuns naquela nação, mas todos eram
sacerdotes.
Podemos assegurar-lhes que este é o propósito de
Deus. Enquanto Moisés estava no monte, o povo estava ao pé do monte. Vendo que
ele demorava e não sabendo o que lhe acontecera, o povo disse a Arão:
Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós (Ex 32.1). Arão ouviu as
suas palavras e recolheu muito ouro com o qual fez um bezerro.
Eles adoraram o bezerro de ouro e disseram: São
estes, ó Israel, os teus deuses que te tiraram da terra do Egito. Então
adoraram o ídolo; naquele dia puderam ver com seus próprios olhos um deus feito
de ouro fundido. O Deus no qual Moisés o tinha levado a crer não era possível
ser visto com os próprios olhos nem apalpado com as próprias mão. Não era um Deus
que pudesse ser achado facilmente.
Até mesmo Moisés havia desaparecido. Estavam
felizes com o bezerro de ouro que tinham feito com suas próprias mãos e o
adoraram como o Deus que os tinha tirado da terra do Egito. Quando Moisés
desceu do monte e se aproximou do acampamento e viu a situação em que estava os
filhos de Israel, sua ira ascendeu-se e ele despedaçou as tábuas de pedra.
Então Moisés pôs-se em pé à entrada do arraial e
disse: “Quem é do Senhor, venha até mim”. Então todos os filhos de Levi se
ajuntaram a ele. Ele lhes disse: “Cada um cinja a espada sobre o lado, passai e
tornai a passar pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão,
cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho”.
Não importa quem seja, apenas o
mate. Porque eles adoraram os ídolos e o bezerro de ouro. Dentre as doze
tribos, onze não se moveram, eles acharam o preço alto demais. Somente os
levitas obedeceram. Com sua espada sobre o lado, cada um deles passou e tornou
a passar de porta em porta. Cerca de três mil homens foram mortos, e eles eram
parentes, amigos e vizinhos (Ex 32.25-29).
A nação de sacerdotes tornou-se a tribo de sacerdotes,
e então, a família de sacerdotes. Dentro da tribo de Levi, o povo de Deus
também eram os sacerdotes de Deus. Dentro das outras onze tribos, o povo não
podia mais ser os sacerdotes de Deus. Assim a tribo de Levi se tornou em lugar
da nação a tribo sacerdotal.
III – DESENVOLVIMENTO
1.A consagração de Arão e seus filhos – A grande
mensagem inicial desse cerimonial de consagração era revelar o fato de que as
pessoas que estavam ali para serem apresentadas e consagradas ao Senhor foram
escolhidas, pelo próprio Deus para aquela tarefa.
Este era o significado primordial da cerimônia
de consagração. Essa cerimônia mostrava a todos que aqueles homens não se
dedicariam a outra coisa, eles se dedicariam tão somente, e exclusivamente,
àquele serviço para o qual estavam sendo consagrados.
A expressão em hebraico “para consagrar” em
Êxodo 29.9 é: “encher as mãos”. Em vez de sagrarás Arão e seus filhos, que é
uma tradução correta para o final desse versículo, podemos colocar também:
“tudo porás nas mãos de Arão e nas mãos de seus filhos”.
Da mesma maneira, “o carneiro das
consagrações” (Ex 29.22,26) significa também: “o carneiro posto nas mãos” de
Arão e seus filhos. Esse significado “mãos cheias” fala-nos de mãos ocupadas.
Assim pois, quem é consagrado para Deus, é uma
pessoa que passa a ter as suas mãos ocupadas. A sua vida agora tem uma direção
específica, um norte determinado, um rumo estabelecido; o trabalho de Deus o
consome. Toda a sua vida é preenchida, afetada e envolvida pelo seu trabalho.
Ele é consagrado, e quem é consagrado é alguém
ocupado. Observem que só a partir da consagração é que Arão e seus filhos
estavam autorizados a iniciar o seu ofício conforme lhes havia sido ensinado. O
seu preparo estava concluído e a consagração era o sinal de Deus para que eles
começassem o seu ofício sacerdotal.
Embora eles fossem homens fracos como registra
o escritor da epístola aos Hebreus 7.28, Deus estava dizendo: Eu estou com vocês.
Por meio de vocês eu abençoarei o povo de Israel. Essa é a mensagem que Deus transmite
ao final das orientações para essa cerimônia.
Santificarei a Arão e a seus filhos para me
ministrarem o sacerdócio e habitarei no meio dos filhos de Israel e lhe serei
por Deus, e saberão que eu sou o Senhor, seu Deus que os tenho tirado da terra do
Egito, para habitar no meio deles; eu, o Senhor, seu Deus (Ex 29.42-46).
Depois do cerimonial com o sacrifício dos
animais vinha a unção com o azeite, que era aspergido sobre as cabeças dos
sacerdotes e suas vestes – Arão e seus filhos (Ex 29.20,21).
Finalmente, temos a lavagem com água (Ex
29.4). Utilizando a água da pia de bronze que estava próximo à entrada do lugar
santo (Ex 30.17-21). Essa lavagem com água nos fala da purificação, pureza,
santificação, e perfeição. E em tipologia bíblica nos fala da purificação pelo
sangue de Jesus e pela Palavra de Deus (1Jo 1.7; Jo 13.1-15; 15.3; 17.17). O
escritor da Epístola aos Hebreus nos lembra que sem santificação ninguém verá o
Senhor.
Após a lavagem eles estavam prontos para
colocar suas novas vestimentas, próprias e específicas para o trabalho que
exerceriam – a colocação das vestes especiais para o ofício (Ex 29.5,6,8,9). A
mensagem aqui é que não era o suficiente que removesse a corrupção do pecado
pela lavagem da água, mas também, deveriam vestir vestimentas de justiça (Sl
132.9). Eles deveriam ser cingidos como homens preparados e fortalecidos para o
seu trabalho.
2. O sacrifício da posse – No
cerimonial da consagração, havia em primeiro lugar o sacrifício de três animais
(Ex 29.10-23): a) Um novilho como oferta pelo pecado dos sacerdotes, b) Um
carneiro usado como holocausto que era simbolizado pela entrega total do
sacerdote a Deus c) Outro carneiro usado como sacrifício de consagração do
sacerdote. Conforme Ex 12.5 era imprescindível a perfeição nesses animais.
No processo do sacrifício, primeiro era feito
uma oferta pelos pecados dos próprios sacerdotes, os quais deveriam colocar a
mão na cabeça do animal a ser sacrificado (Ex 29.10), como confissão de que
eram pecadores e pelos seus pecados deveriam morrer.
Ora, Cristo é a expiação pelos nossos pecados
(Jo 3.16, 1Co 15.3; 1Jo 1.7). Quem serve na obra de Deus deve lembrar-se de que
é um pecador e confiar totalmente nos méritos da morte vicária de nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo.
3. Cristo,
perpétuo sumo sacerdote – Ao longo de
milênios Deus tem tido seus sacerdotes desde a época do Gênesis (Gn 14.18-20;
Sl 110.4; Hb 7.1-11). O primeiro sacerdote que a Bíblia registra foi
Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, que ministrou pão e vinho a Abraão.
Desde o tempo do Gênesis até a nação de Israel houve sacerdotes.
Melquisedeque é apresentado como um rei que tinha
funções e direitos sacerdotais (Gn 14.18). O próprio Abraão lhe prestou
homenagem. Certamente, pois, a sua glória ultrapassa à de Arão. Cristo assumiu
esse sacerdócio real, mas revestido ainda de maior glória. Notemos que, em Zc
6.13, são combinados os ofícios de rei e sacerdote, no tocante ao Messias.
O autor sagrado volta a considerar o sumo
sacerdócio de Melquisedeque de forma mais completa em Hb 7.1-10, com o
propósito definido de mostrar sua superioridade sobre o sacerdócio aarônico, e
isso faz parte de seu argumento que visava mostrar, que em Cristo, toddos os
tipos sacerdotais são cumpridos e ultrapassados, não havendo mais qualquer
necessidade de um sumo sacerdote terreno. Cristo incorpora, em si mesmo, todo o
sacerdócio de que precisamos.
Até o próprio Aarão, por intermédio de Abraão, pagou
dízimo a Melquisedeque, com o resultado de que o menor foi abençoado pelo maior.
Foi Melquisedeque quem abençoou a Abraão, pelo que aquele era maior do que
este, para nada dizer sobre Arão, que por esse tempo nem havia nascido ainda.
CONCLUSÃO
O sacrifício de Cristo
foi superior a todos os sacrifícios aarônicos (Hb 13.12):
1. O sacrifício de Cristo
foi efetuado fora da porta, isto é, totalmente á parte da ordem levítica, nada
tendo que ver com ela, exceto que por ela foi prefigurado.
2. A fim de derivar
benefícios de seu sacrifício, devemos estar dispostos a deixar o templo e sair
para fora da porta, rompendo relações com os antigos caminhos.
3. Esse rompimento também
subtende a separação moral de tudo quanto é secundário, inferior e pecaminoso
(Hb 13. 12,13).
4. O rompimento também
indica levar o opróbrio de Cristo, a desaprovação em que é tida a fé cristã, e que ele também levou (Hb 13.14).
5. Será o reconhecimento
de que não fazemos parte deste mundo, de seu sistema de ideias, de seu sistema
religioso; antes, vivemos segundo uma regra superior e eterna, aquela
estabelecida pela cidade eterna (Hb 13.14).
6. O povo de Israel
enquanto esteve no deserto, habitava em um acampamento o que explica a escolha
das palavras citadas em em Hb.13.12, isto é, “...sofreu fora da porta”.
O sofrer fora da porta
simbolizava o opróbrio, pois assim é que eram punidos os piores criminosos; e a
própria localização de seus sofrimentos era
o desprezo oficial votado às suas pessoas.
O autor sagrado, pois,
indica que seus leitores devem estar dispostos a se separar da comunidade de
Israel até onde tangiam as questões religiosas, identificando-se com o desprezo
de Jesus.
Ele nos assegura que esse
mundo e o seu sistema que rejeitaram a Cristo, não são amigos da graça nem nos
ajudam a buscar a Deus.
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º.
Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
REIFLER, Hans Ulrick. A Ética dos Dez
Mandamentos. São Paulo, 1992. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés,
o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
GEISLER. Norman L. Ética cristã –
Opções e Questões Contemporâneas. São Paulo, 2010. Edit. vida Nova
CHAFER. Lewis Sperry. Teologia Sistemática
– Vl 7 e 8. São Paulo,2003. Editora
Hagnus
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986
– 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição -
Editora SOCEP
ANGUS, Joseph. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo,
2003. Editora Hagnus
Manual Pastor Pentecostal. Rio de Janeiro 2006. CPAD
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição –
Editora Cultura Cristã
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do
Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo
Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da
Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora
Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus
CHAMPLIN. R. N .Enciclopédia de Bíblia
e Teologia – Vol.1 Editora Hagnus
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