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quinta-feira, 20 de março de 2014

A Consagração dos Sacerdotes - Lição 12 – 1º. Tri EBD CPAD - 23.03.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo  29.1-12     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1. Explicar como se dava a cerimônia de consagração sacerdotal.
2. Citar os elementos do sacrifício de posse.
3. Compreender que Cristo é o perpétuo e o mais perfeito Sumo-Sacerdote. 

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
Há na Bíblia um ofício chamado o ofício sacerdotal. Este ofício denota um grupo de pessoas que foram separadas do mundo e são devotadas unicamente para ministrar a Deus. Elas não têm outra profissão ou vocação além de servir a Deus. Essas pessoas são conhecidas na Bíblia como sacerdotes.
Desde a época em que o Senhor Jesus veio à terra até sua partida do mundo, o ofício sacerdotal perdurou. A Bíblia também nos mostra que após sua ascensão, o Senhor Jesus ministra como sumo sacerdote diante de Deus. Na Era da igreja, o ministério sacerdotal continua. No começo do milênio, aqueles que participaram da primeira ressurreição serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos (Ap 20.6).
Podemos dizer que durante esses mil anos, os filhos de Deus continuam a servir como sacerdote de Deus e de Cristo. Para o mundo eles são reis, enquanto para Deus eles são sacerdotes. O termo sacerdote deixa de existir quando o novo céu e a nova terra são introduzidos. Nesta  era, todos os filhos de Deus e seus servos nada mais fazem além de servir continuamente a Deus.
Aqui percebemos uma coisa maravilhosa, isto é, o ofício sacerdotal começou com Melquisedeque que não tinha genealogia, não tinha princípio de dias nem existência, mas feito semelhante ao filho de Deus permanece sacerdote perpetuamente (Sl 110.4.5).
Quando os israelitas saíram do Egito e chegaram ao monte Sinai, Deus falou a Moisés que dissesse ao povo: Vós me sereis reino sacerdotal e nação santa. São estas palavras que me falarás aos filhos de Israel. O significado dessa palavra é que toda nação deveria ser sacerdote. Em outras palavras, não haviam pessoas comuns naquela nação, mas todos eram sacerdotes.
Podemos assegurar-lhes que este é o propósito de Deus. Enquanto Moisés estava no monte, o povo estava ao pé do monte. Vendo que ele demorava e não sabendo o que lhe acontecera, o povo disse a Arão: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós (Ex 32.1). Arão ouviu as suas palavras e recolheu muito ouro com o qual fez um bezerro.
Eles adoraram o bezerro de ouro e disseram: São estes, ó Israel, os teus deuses que te tiraram da terra do Egito. Então adoraram o ídolo; naquele dia puderam ver com seus próprios olhos um deus feito de ouro fundido. O Deus no qual Moisés o tinha levado a crer não era possível ser visto com os próprios olhos nem apalpado com as próprias mão. Não era um Deus que pudesse ser achado facilmente.
Até mesmo Moisés havia desaparecido. Estavam felizes com o bezerro de ouro que tinham feito com suas próprias mãos e o adoraram como o Deus que os tinha tirado da terra do Egito. Quando Moisés desceu do monte e se aproximou do acampamento e viu a situação em que estava os filhos de Israel, sua ira ascendeu-se e ele despedaçou as tábuas de pedra.
Então Moisés pôs-se em pé à entrada do arraial e disse: “Quem é do Senhor, venha até mim”. Então todos os filhos de Levi se ajuntaram a ele. Ele lhes disse: “Cada um cinja a espada sobre o lado, passai e tornai a passar pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho”. 
Não importa quem seja, apenas o mate. Porque eles adoraram os ídolos e o bezerro de ouro. Dentre as doze tribos, onze não se moveram, eles acharam o preço alto demais. Somente os levitas obedeceram. Com sua espada sobre o lado, cada um deles passou e tornou a passar de porta em porta. Cerca de três mil homens foram mortos, e eles eram parentes, amigos e vizinhos (Ex 32.25-29).
A nação de sacerdotes tornou-se a tribo de sacerdotes, e então, a família de sacerdotes. Dentro da tribo de Levi, o povo de Deus também eram os sacerdotes de Deus. Dentro das outras onze tribos, o povo não podia mais ser os sacerdotes de Deus. Assim a tribo de Levi se tornou em lugar da nação a tribo sacerdotal.

III – DESENVOLVIMENTO
1.A consagração de Arão e seus filhos – A grande mensagem inicial desse cerimonial de consagração era revelar o fato de que as pessoas que estavam ali para serem apresentadas e consagradas ao Senhor foram escolhidas, pelo próprio Deus para aquela tarefa.
Este era o significado primordial da cerimônia de consagração. Essa cerimônia mostrava a todos que aqueles homens não se dedicariam a outra coisa, eles se dedicariam tão somente, e exclusivamente, àquele serviço para o qual estavam sendo consagrados.
A expressão em hebraico “para consagrar” em Êxodo 29.9 é: “encher as mãos”. Em vez de sagrarás Arão e seus filhos, que é uma tradução correta para o final desse versículo, podemos colocar também: “tudo porás nas mãos de Arão e nas mãos de seus filhos”.
Da mesma maneira, “o carneiro das consagrações” (Ex 29.22,26) significa também: “o carneiro posto nas mãos” de Arão e seus filhos. Esse significado “mãos cheias” fala-nos de mãos ocupadas.
Assim pois, quem é consagrado para Deus, é uma pessoa que passa a ter as suas mãos ocupadas. A sua vida agora tem uma direção específica, um norte determinado, um rumo estabelecido; o trabalho de Deus o consome. Toda a sua vida é preenchida, afetada e envolvida pelo seu trabalho.
Ele é consagrado, e quem é consagrado é alguém ocupado. Observem que só a partir da consagração é que Arão e seus filhos estavam autorizados a iniciar o seu ofício conforme lhes havia sido ensinado. O seu preparo estava concluído e a consagração era o sinal de Deus para que eles começassem o seu ofício sacerdotal.
Embora eles fossem homens fracos como registra o escritor da epístola aos Hebreus 7.28, Deus estava dizendo: Eu estou com vocês. Por meio de vocês eu abençoarei o povo de Israel. Essa é a mensagem que Deus transmite ao final das orientações para essa cerimônia.
Santificarei a Arão e a seus filhos para me ministrarem o sacerdócio e habitarei no meio dos filhos de Israel e lhe serei por Deus, e saberão que eu sou o Senhor, seu Deus que os tenho tirado da terra do Egito, para habitar no meio deles; eu, o Senhor, seu Deus (Ex 29.42-46).
Depois do cerimonial com o sacrifício dos animais vinha a unção com o azeite, que era aspergido sobre as cabeças dos sacerdotes e suas vestes – Arão e seus filhos (Ex 29.20,21).
Finalmente, temos a lavagem com água (Ex 29.4). Utilizando a água da pia de bronze que estava próximo à entrada do lugar santo (Ex 30.17-21). Essa lavagem com água nos fala da purificação, pureza, santificação, e perfeição. E em tipologia bíblica nos fala da purificação pelo sangue de Jesus e pela Palavra de Deus (1Jo 1.7; Jo 13.1-15; 15.3; 17.17). O escritor da Epístola aos Hebreus nos lembra que sem santificação ninguém verá o Senhor.
Após a lavagem eles estavam prontos para colocar suas novas vestimentas, próprias e específicas para o trabalho que exerceriam – a colocação das vestes especiais para o ofício (Ex 29.5,6,8,9). A mensagem aqui é que não era o suficiente que removesse a corrupção do pecado pela lavagem da água, mas também, deveriam vestir vestimentas de justiça (Sl 132.9). Eles deveriam ser cingidos como homens preparados e fortalecidos para o seu trabalho.
2. O sacrifício da posse – No cerimonial da consagração, havia em primeiro lugar o sacrifício de três animais (Ex 29.10-23): a) Um novilho como oferta pelo pecado dos sacerdotes, b) Um carneiro usado como holocausto que era simbolizado pela entrega total do sacerdote a Deus c) Outro carneiro usado como sacrifício de consagração do sacerdote. Conforme Ex 12.5 era imprescindível a perfeição nesses animais.
No processo do sacrifício, primeiro era feito uma oferta pelos pecados dos próprios sacerdotes, os quais deveriam colocar a mão na cabeça do animal a ser sacrificado (Ex 29.10), como confissão de que eram pecadores e pelos seus pecados deveriam morrer.
Ora, Cristo é a expiação pelos nossos pecados (Jo 3.16, 1Co 15.3; 1Jo 1.7). Quem serve na obra de Deus deve lembrar-se de que é um pecador e confiar totalmente nos méritos da morte vicária de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
3. Cristo, perpétuo sumo sacerdote – Ao longo de milênios Deus tem tido seus sacerdotes desde a época do Gênesis (Gn 14.18-20; Sl 110.4; Hb 7.1-11). O primeiro sacerdote que a Bíblia registra foi Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, que ministrou pão e vinho a Abraão. Desde o tempo do Gênesis até a nação de Israel houve sacerdotes.
Melquisedeque é apresentado como um rei que tinha funções e direitos sacerdotais (Gn 14.18). O próprio Abraão lhe prestou homenagem. Certamente, pois, a sua glória ultrapassa à de Arão. Cristo assumiu esse sacerdócio real, mas revestido ainda de maior glória. Notemos que, em Zc 6.13, são combinados os ofícios de rei e sacerdote, no tocante ao Messias.
O autor sagrado volta a considerar o sumo sacerdócio de Melquisedeque de forma mais completa em Hb 7.1-10, com o propósito definido de mostrar sua superioridade sobre o sacerdócio aarônico, e isso faz parte de seu argumento que visava mostrar, que em Cristo, toddos os tipos sacerdotais são cumpridos e ultrapassados, não havendo mais qualquer necessidade de um sumo sacerdote terreno. Cristo incorpora, em si mesmo, todo o sacerdócio de que precisamos.  
Até o próprio Aarão, por intermédio de Abraão, pagou dízimo a Melquisedeque, com o resultado de que o menor foi abençoado pelo maior. Foi Melquisedeque quem abençoou a Abraão, pelo que aquele era maior do que este, para nada dizer sobre Arão, que por esse tempo nem havia nascido ainda.
CONCLUSÃO
O sacrifício de Cristo foi superior a todos os sacrifícios aarônicos (Hb 13.12):
1. O sacrifício de Cristo foi efetuado fora da porta, isto é, totalmente á parte da ordem levítica, nada tendo que ver com ela, exceto que por ela foi prefigurado.
2. A fim de derivar benefícios de seu sacrifício, devemos estar dispostos a deixar o templo e sair para fora da porta, rompendo relações com os antigos caminhos.
3. Esse rompimento também subtende a separação moral de tudo quanto é secundário, inferior e pecaminoso (Hb 13. 12,13).
4. O rompimento também indica levar o opróbrio de Cristo, a desaprovação em  que é tida a fé  cristã, e que ele também levou (Hb 13.14).
5. Será o reconhecimento de que não fazemos parte deste mundo, de seu sistema de ideias, de seu sistema religioso; antes, vivemos segundo uma regra superior e eterna, aquela estabelecida pela cidade eterna (Hb 13.14).
6. O povo de Israel enquanto esteve no deserto, habitava em um acampamento o que explica a escolha das palavras citadas em em Hb.13.12, isto é, “...sofreu fora da porta”.
O sofrer fora da porta simbolizava o opróbrio, pois assim é que eram punidos os piores criminosos; e a própria localização de seus sofrimentos era  o desprezo oficial votado às suas pessoas.
O autor sagrado, pois, indica que seus leitores devem estar dispostos a se separar da comunidade de Israel até onde tangiam as questões religiosas, identificando-se com o desprezo de Jesus.
Ele nos assegura que esse mundo e o seu sistema que rejeitaram a Cristo, não são amigos da graça nem nos ajudam a buscar a Deus.


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
REIFLER, Hans Ulrick. A Ética dos Dez Mandamentos. São Paulo, 1992. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
GEISLER. Norman L. Ética cristã – Opções e Questões Contemporâneas. São Paulo, 2010. Edit. vida Nova
CHAFER. Lewis Sperry. Teologia Sistemática – Vl  7 e 8. São Paulo,2003. Editora Hagnus
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
ANGUS, Joseph. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. São Paulo, 2003. Editora Hagnus
Manual Pastor Pentecostal. Rio de Janeiro 2006. CPAD
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição – Editora Cultura Cristã
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus
CHAMPLIN. R. N .Enciclopédia de Bíblia e Teologia – Vol.1 Editora Hagnus


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