Total de visualizações de página

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O Tempo para todas as Coisas - Lição 09 – 4º. Tri EBD CPAD - 01.12.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Provérbios 31.10-21, 23-29      
      
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Conhecer o livro e a mensagem de Eclesiastes.
  2. Explicar a transitoriedade da vida e a eternidade de Deus.
  3. Administrar bem o tempo e as relações interpessoais.
II  - INTRODUÇÃO: A tradição judaica atribui a autoria de Eclesiastes a Salomão, e vários estudiosos cristãos ao longo dos séculos aceitaram essa interpretação. As referências históricas diretas em Eclesiastes se encaixam perfeitamente à vida de Salomão:

1. Salomão era grande em sabedoria – “Falei eu com o meu coração, dizendo: Eis que eu me engrandeci e sobrepojei em sabedoria a todos que houve antes de mim em Jerusalém; e o meu coração contemplou abundantemente a sabedoria e o conhecimento” (Ec 1.16).

2. Salomão era muito rico – “Amontoei também para mim prata e ouro, e tesouros dos reis e das províncias; provi-me de cantores e cantoras,  e das delícias dos filhos dos homens; e de instrumentos de música de toda a espécie. (Ec 2.8).

3. Aproveitou a vida ao máximo – “Fiz para mim obras magníficas;  edifiquei para mim casas e plantei para mim vinhas....” (Ec 2.4-6) .

4. Tinha muitos servos – “Adquiri servos e servas, e tive servos nascidos em casa; também tive grandes possessões de gados e ovelhas, mas do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém” (Ec 2.7).

Salomão,  portanto, autor de Eclesiastes, identifica-se como o Pregador; cuja palavra deriva de um termo hebraico que possue o sentido de reunião ou assembléia. A Septuaginta traduziu o termo qoheleth pelo seu equivalente grego ekklesia, daí o nome Eclesiastes.

Eclesiastes, é uma referência a alguém que fala ou discursa em uma reunião ou assembléia. Esse homem foi o sábio Salomão. Esse grande rei que tão ricamente havia sido dotado de sabedoria, afastou-se de Deus, procurando a felicidade nas coisas do mundo e na prática da idolatria (1Re 11.1-13).

Mas nos seus últimos dias, reconhecendo a sua loucura, ele deixa registrada a sua experiência, proclamando bem alto as grandes verdades da vida, perante todos aqueles que de todas as partes vinham à sua corte para serem instruídos por sua sabedoria.

III – DESENVOLVIMENTO
1. Eclesiastes, o livro e a mensagem – O livro de Eclesiastes, juntamente om o livro de Provérbios, Cântico dos Cânticos, Jó e Salmos, faz parte do gênero literário conhecido como literatura sapiencial, e também é atribuído a Salomão: 
Palavra do Pregador, filho de Davi, rei de Jerusalém” (Ec 1.1). Embora tenha sido escrito pelo mesmo autor de Provérbios e pertencendo ao mesmo gênero literário, o livro de Eclesiastes possui um estilo diferente.
O livro assume o estilo de um discurso usado em assembleias ou templo. Alguns intérpretes acreditam que se trata de uma coletânea usada por Salomão em suas prédicas. Ao contrário do que muitos pensam, Eclesiastes não expõe uma espécie de ceticismo ou desencanto com a vida.
O livro revela a avaliação feita por alguém que teve o privilégio de viver a vida com intensidade e descobrir que a mesma é totalmente vazia se não for vivida em Deus. A própria sabedoria tão ovacionada nos Provérbios é tida como tola para interesses pessoais e objetivo mesquinhos.
2. Discernindo os tempos – Sobre o tempo de nascer ou tempo de morrer, não temos muito a dizer; Na Bíblia, algumas pessoas foram marcadas para nascer em determinado tempo. É o caso de Moisés, Sansão, de João Batista e de Jesus Cristo. 
Deixando de lado esses casos especiais, parece que o tempo de nascer aqui em Eclesiastes é empregado de maneira simples e natural, e os nascimentos vão ocorrendo à proporção que homens e mulheres se unem sexualmente.
Sobre a morte, no entanto, o assunto é mais interessante, e também mais vivenciado. E,  apesar de a Bíblia não trazer um pronunciamento específico sobre o assunto, podemos inferir alguns ensinamentos que muito nos ajudarão. O tempo médio de vida segundo os relatos bíblicos, no início da civilização diz que a vida humana durava séculos.
Adão, por exemplo, viveu 930 anos (Gn 5.5); Sete, um dos filhos de Adão, viveu 912 anos (Gn 5.8); Metuselá ou Matusalém, como translitera algumas tradições, foi o homem na Bíblia que mais viveu: 969 anos (Gn 5.27). 
mais tarde, ao tempo do dilúvio, por causa da corrupção humana, deus fixou o tempo de vida do ser humano em 120 anos (Gn 6.3). Mesmo assim, alguns continuaram a ultrapassar esta média como foi o caso de Abraão que viveu 175 anos (Gn 25.7).
Mas o Salmo 90 escrito por Moisés estabelece que o tempo de vida útil do homem seria de 70 anos, e o que passar disso é canseira e enfado (Sl 90.10).
O tempo determinado para morrer pelo texto de Eclesiastes 3.2 não dá para definir se Deus está falando de uma pré determinação para cada pessoa morrer, ou se está falando que cada pessoa chegará ao seu momento de partir, simplesmente, sem que isto represente um determinismo.
No livro de Jó 14.5 lemos que os dias do homem estão determinados e que Deus lhes pôs limites que não poderão ser ultrapassados. Grandes teólogos concluem que o tempo da vida está determinado não como dia certo, mas com uma certa elasticidade, podendo durar um  pouco mais ou um pouco menos, dependendo da maneira como cada pessoa exerce a sua existência.
Há dois exemplos bíblicos interessantes: 1. Ezequias orou e Deus lhe deu mais quinze anos de vida. 2. O quinto mandamento em Exodo 20.12, determina que quem honra pai e mãe tem seus dias prolongados sobre a face da terra. E o apóstolo Paulo chama isto de primeiro mandamento com promessa (Ef 6.2).
Podemos concluir, que Deus tem um tempo para cada vida, que pode estar determinado na “engenharia genética” de cada pessoa podendo, no entanto, esse tempo ser aumentado ou diminuído dependendo do comportamento do indivíduo e do seu relacionamento com Deus. 
Um caso especial na Bíblia é o do rei Ezequias narrado em 2Re 20.1-11 e Is 38.1-9. O profeta Isaias foi ao rei Ezequias para dizer-lhe que morreria. O rei estava doente e pelo contexto parece que os dias de vida do rei tinha chegado ao seu final. 
Segundo relato bíblico o rei chorou e orou intensamente a Deus e antes que o profeta saísse do palácio Deus ouviu a oração do rei Ezequias e mandou o profeta Isaias voltar com uma nova mensagem.
E, como sinal de que ele ficaria curado, Deus faria retroceder 10 graus á sombra lançada pelo sol declinante no relógio de Acaz. “Assim retrocedeu o Sol os 10 graus que já havia declinado” (Is 38.8).
Pelo texto, não dá para entender se Deus usou este artifício como mero sinal ou se realmente ele retrocedeu o tempo para Ezequias que já tinha o seu tempo vencido, pudesse recuperar mais 15 anos de vida. 
Se está correta a informação de que há um dia de 24 horas perdido na história; e ainda que, 23 horas e 40 minutos desse dia perdido está na Batalha de Aijalon quando o Sol se deteve para que Josué continuasse lutando de dia (Js 10.12-27).
E se finalmente está correto a informação de que esses 10 graus no relógio de Acaz representa os 20 minuto que faltava nas 24 horas do dia perdido na história, então realmente, Deus retrocedeu o tempo para acrescentar 15 anos na vida do rei Ezequias. 
Porque o tempo foi criado por Deus e 1.000 anos para Deus é como o dia de ontem que passou e como a vigília da noite (Sl 90.4; 2Pe 3.8).
3. O tempo e as relações interpessoais – Salomão tem uma palavra para as relações interpessoais no convívio familiar: “Vai pois, come com alegria o teu pão e bebe o teu vinho, pois Deus já de antemão se agrada das tuas obras. 
Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes e jamais falte o óleo sobre a tua cabeça. Goza a vida com a mulher que ama todos os dias da tua vida fugaz, os quais Deus te deu debaixo do Sol” (Ec 9.7-9, ARA).
O contexto não deixa dúvidas de que o ambiente aqui é uma festa em família. Isso fica bem claro pela presença da esposa, a mulher qur amas (Ec 9.9). É uma festa aonde se usa a melhor roupa e o melhor perfume. 
A metáfora é bem clara para nós hoje: A família cristã, como um bom perfume de Cristo e sem necessitar de recorrer ao uso de bebidas alcoólicas para se alegrar (Ef 5.18). Deve viver com intensidade o relacionamento interpessoal:
A exemplo do trabalho – O trabalho nunca deve ser um fim em si mesmo, portanto, quando o trabalho e não Deus é o centro de tudo, então ele se transforma em fadiga (Ec 5.17). Mas o Pregador irá mostrar que este trabalho quando deixa de ser um fim em si mesmo, passa a ter um sentido na nossa existência.
Nesse sentido o trabalho se torna algo prazeroso e não pesaroso. “Eis o que eu vi: Boa e bela coisa é comer e beber e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, com que se afadigou debaixo do Sol, durante os poucos dias da vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção. 
Quanto ao homem a quem Deus conferiu riquezas e bens, e lhe deu poder para dele comer, e receber a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus” (Ec 5.18,19). O nosso local de trabalho deve ser um lugar alegre, fruto das relações interpessoais sadias.
4. Administrando bem o tempo – Buscar o conhecimento tem sido o alvo do homem através dos séculos. Salomão também se envolveu com essa busca (Ec 1.17,18). Com o aumento do conhecimento o homem amplia sua consciência em relação ao mundo ao seu redor, e por não poder melhorar a natureza das coisas, o homem passa a ter uma frustração de impotência por nada poder fazer.
Da mesma forma quem busca prazer em si mesmo configura-se isto numa prática hedonista (Ec 2.1-13). Pode ser a busca na satisfação no álcool, na droga, nos vícios e em todas as práticas condenadas por Deus que traz ao homem um sensação de vazio e frustração.
Salomão também desconstrói a ilusão daqueles que buscam os bens terrenos como uma razão principal de suas vidas; a falsa prosperidade que leva o homem a correr desenfreadamente para acumular riquezas, alcançar elevadas posições na sociedade e obter notoriedade e fama. O sábio considera isto como aquele que corre atrás do vento.
Da mesma forma é a prática impiedosa que muitas vezes leva o homem a uma busca constante através da sua profissão ou de qualquer outra prática (Ec 2.17-23). Salomão também considera isto como correr atrás do vento, pois o trabalho não pode desumanizar o homem, mas, fazer o homem  crescer como pessoa.
IV – CONCLUSÃO: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo dos céus: Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;
tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; 
tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz” (Ec 3.1-8).
A nossa era já foi denominada pelos filósofos como sendo a era do vazio e das incertezas. Isso tem uma explicação. Com a rejeição da tradição implantada na cultura ocidental pelo cristianismo a sociedade mergulhou num vazio sombrio e numa era de incerteza. 
O homem ocidental encontrou-se de repente sem a crença em Deus, sem absolutos e sem valores. O resultado de tudo isso é percebido pela relativização dos valores, e visto na fragmentação da ética e na rejeição de uma verdade absoluta. 
Para esta geração não existe mais Verdade, existe sim verdades. Com isto a história perde o seu sentido. O livro de Eclesiastes nos mostra a experiência de alguém que lá no passado teve essa mesma sensação.
Procurando viver uma vida com intensidade, ele terminou mergulhado em um mundo contingente e sensual, para depois descobrir que sem Deus tudo isso é perda de tempo, mergulhar no vazio e correr atrás do vento.


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
CHAFER. Teologia Sistemática – Vls. 1,2 – São Paulo, 2008. 2ª. Edição -Editora Hagnus. R, Early D.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.5.
ANGUS, Joseph. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia.  São Paulo, 2003 – Editora Hagnus
CAMPOS, Heber Carlos de. O Habitat Humano – O paraíso criado – Estudos de Antropologia Bíblica. São Paulo 2011. Editora Hagnos.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.

Bíblias de Estudo Almeida.- Bíblia de Estudo de Genebra.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A Mulher Virtuosa - Lição 08 – 4º. Tri EBD CPAD - 24.11.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Provérbios 31.10-21, 23-29      
      
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Conhecer a mulher virtuosa como esposa e mãe.
  2. Compreender a mulher virtuosa como trabalhadora e empreendedora.
  3. Aprender com o testemunho da mulher virtuosa como serva de Deus.
II  - INTRODUÇÃO: “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea. Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles.

Deu nome o homem a todos os animais domésticos, as aves dos céus e a todos os animais selváticos; para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea. Então, o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu, tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne.

E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-se numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam” (Gn 2.18-25).  

Deus providenciou satisfação intelectual e labor físico para Adão em seu jardim paradisíaco, quando ordenou que classificasse e categorizasse o sistema da fauna e flora do jardim. Adão tinha muito trabalho com que se ocupar. Além disso, tinha um perfeito relacionamento com Deus, e ali Deus andava e comungava com Adão. Havia plena satisfação espiritual.

A única coisa que faltava para Adão no belo habitat que Deus havia criado para ele foi algo que o próprio Deus providenciou. “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. Afinal de contas, Deus é sapientíssimo, nada escapa ao seu conhecimento. Deus conhecia as carências físicas e afetivas de sua principal criatura.

Deus havia formado Adão com um corpo e uma alma. Essas duas partes constitutivas da sua humanidade tinham necessidades. Portanto, sabedor dessas carências, trouxe uma esposa para ele. Deus sabia que uma vida isolada para Adão certamente não seria bom para ele. A ajuda de Deus era a mais importante e indispensável, mas não preenchia  as carências que o próprio Deus via em Adão.

Embora muito útil, belos e agradáveis, no entanto, os animais não o complementavam. Deus os tinha trazido a Adão (Gn 2.19), mas nenhum deles poderia preencher uma necessidade que o próprio Criador viu nele. A criatura auxiliadora de que tanto Adão precisava deveria ser igual a ele, possuir a mesma natureza que ele.

III – DESENVOLVIMENTO
1. A mulher virtuosa como esposa – Acerca da mulher virtuosa, Provérbios 31.11 (ARA) diz: “O coração do seu marido confia nela, e não haverá falta de ganho”. Um dos pilares de todo relacionamento duradouro é a confiança. Sem confiança não existe casamento equilibrado. O texto de Provérbios destaca que o marido da mulher virtuosa confia nela.
Observamos que o vocábulo hebraico batach, traduzido como confiar mantém o significado de sentir-se seguro, estar despreocupado. A prática pastoral tem mostrado que um dos grandes problemas enfrentados pelos casais está na falta de confiança por parte dos cônjuges. 
Em muitos casos trata-se apenas de um ciúme possessivo, mas em outros percebe-se que um dos cônjuges permitiu que intrusões externos provocasse esse sentimento. O que deve ser dito é que os cônjuges sejam sinceros um com o outro e não admitir que se criem situações que provoquem desconfiança no outro.
O melhor é detectar o problema ainda no início e pedir ajuda ao parceiro. Geralmente as mulheres são mais sensíveis no relacionamento e percebem quando há algum elemento ameaçando ao relacionamento. Nesse caso elas dão o alerta.
A escritora Cristiane Cardoso em seu livro A Mulher ‘V” – moderna á moda antiga, comentando sobre a mulher virtuosa de Provérbios 31, destaca: O marido da mulher “V” confia nela porque ele sabe que pode confiar. Uma mulher confiável não precisa convencer as pessoas de que podem confiar nela; o seu comportamento diário diz praticamente tudo.
Podemos ser capaz de dizer se uma pessoa é madura ou não apenas pelo seu jeito de falar. Ela tem segurança para olhar nos  olhos do outro enquanto fala. Pode até ser tímida, mas sempre faz aquilo que precisa ser feito; é responsável com os seus afazeres.
É por isso que a Mulher “V” não tem necessidade de coisa alguma, e nem deixa que sua família tenha. Ela pensa em si e na sua família como se fossem um só. Se a sua família está enfrentando dificuldades financeiras, ela não fica apenas esperando que as coisas melhorem – ela providencia para a sua família.
Os planos, desejos e a própria vida da mulher virtuosa não são a sua prioridade. E, por causa disso, seu marido confia nela. Ele se sente seguro por estarem ambos no mesmo barco e por ele estar não remando sozinho. Sua esposa não apenas põe as necessidades de sua família em primeiro lugar como economiza – o que, para muitas mulheres, é coisa do outro mundo.
O texto de Pv 28.29 diz: “Seu marido a louva, dizendo: Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas”. A psicologia vai nos mostrar que homens e mulheres são diferentes não apenas quanto ao corpo, mas também na personalidade.
Por isso enquanto as necessidades amorosas primordiais das mulheres são carinho, compreensão, respeito, devoção e validação; os homens  sentem necessidade de confiança, aceitação, apreço, admiração, aprovação e encorajamento. A exposição acima revela que a mulher é bem diferente do homem em seu lado emocional. Ela precisa de afeto, amor, compreensão e carinho (1Pe 3.7).
2. A mulher virtuosa como mãe – A mulher tem sua participação na criação de valores dos filhos, mas essa missão não é somente dela. Educar tomando por base os valores é uma missão do casal. Em seu livro Quem Ama Educa, o psiquiatra e educador Içami Tiba escreve sobre a “missão ética” que o casal tem em relação aos filhos:
“Quando o filho não respeita os pais e estes nada fazem, ele se sente autorizado a desrespeitá-los. Isso dá poder ao filho, desencadeando a inversão de valores. Quando os pais fazem, mesmo por amor, os deveres do filho, são antiéticos. Quem está sendo enganado? Quem é o principal prejudicado?
Quando os pais arrumam a bagunça do filho, estão criando um folgado. Não é ético ser folgado, porque sempre há alguém sufocado debaixo dele. Se o filho joga lixo no chão e a casa está limpa, o sufocado pegou esse lixo por ele.
Falar da mãe ou do pai ausente, além de não agradar à criança, é prejudicial à educação ética porque gera insegurança e consequentes danos à autoestima. Além disso prejudica a educação da criança, que absorve esse costume do “como somos”. Lembremo-nos de que quem fala mal de um para outro, quando encontra um terceiro pode também falar mal do outro.
Não devemos mentir ou dar desculpas esfarrapadas na frente da criança e muito menos pedir-lhe ajuda para esse fim. Assim evita-se a criação de um mentiroso, um dos primeiros estágios da delinquência”.
3. A mulher virtuosa como trabalhadora – A mulher que Deus descreve em Provérbios 31.15, como observa Jaime Kemp, tinha serva. Certamente não há nada de errado em recebermos ajuda de uma pessoa. Porém, observe que ela não deixava de se envolver com o bom andamento da casa – ela controlava as atividades e a atmosfera do seu lar. 
Àquelas que têm alguém que a ajuda em casa, devem ter cuidado para que isso não se torne uma tentação, uma porta aberta para fugir das obrigações e dos  cuidados com a casa e os filhos deixando-os nas mãos de outras pessoas.
A mulher virtuosa deve aproveitar a ajuda que recebe para fazer coisas especiais para a própria família, para estar disponível quando os filhos precisarem dela, bem como para procurar meios criativos para ajudar seus maridos.
Por outro lado, Lawrence Richards ao comentar sobre a capacidade empreendedora da Mulher Virtuosa destaca que: O que é surpreendente sobre a descrição de Provérbios 31 é o fato de contradizer tão vigorosamente a opinião de alguns cristãos de que uma boa esposa deve ficar em casa, ter bebês e se ocupar do trabalho de casa.
Pv 31 nos mostra uma mulher do AT que é, na verdade, uma mulher de negócios, que usava ao máximo os seus talentos e as suas capacidades e realizava o mesmo tipo de tarefas que os homens daquela sociedade realizavam.
A Mulher Virtuosa do AT não é a mulher silenciosa e subserviente que tantos cristãos imaginam, mas uma mulher decidida e realizada, cujo sucesso a revestiu “de força e glória” e que se sabe que fala “com sabedoria” pois “a lei da beneficência está na sua língua”.
Em seu comentário do livro de Provérbios, Antonio N. Mesquita destaca: Parece que o marido dessa mulher ocupava um lugar destacado junto às portas da cidade, onde eram decididos os assuntos menos grave entre o povo. Os maiores eram levados ao rei.
Esse marido é estimado entre os juízes, pois uma mulher assim honra o seu marido em qualquer posição social. Era costume primitivo entre os orientais assentarem-se os homens de respeitabilidade à porta da entrada das cidades e ali eram decididas queixas de uns contra os outros. Foi á porta da cidade que os anjos encontraram Ló (Gn 19.1).
4. A mulher virtuosa como serva de Deus – Comentando os versículos 30 e 31 do livro de Provérbios, o expositor bíblico William MacDonald destaca: Aqui o autor concorda com a afirmação do marido. 
De fato, algumas mulheres são graciosas, porém não têm sabedoria; são formosas, porém insensíveis; “mas a mulher que teme ao Senhor”; conforme a descrição acima, será reconhecida publicamente por sua diligência, seu caráter nobre e suas surpreendentes realizações.
É bastante adequado e digno de nota que Provérbios termine exaltando a mulher idônea. Três mulheres se destacaram nesse livro: a personificação da sabedoria e seu convite para o banquete, a mulher imoral ou prostituta e, por fim, a mulher virtuosa (ou esposa exemplar).
Em seu comentário de Provérbios 31, o expositor bíblico F.B. Mayer concluiu: A mulher ideal aqui retratada, é uma esposa. Não somente quando chega á sua casa, ainda recém-casada, na glória e beleza da mocidade, não somente quando sua beleza feminina prova a admiração deles, mas, muito depois e até ao fim da vida ela lhe faz bem.
Ela está sempre atarefada. É econômica na administração dos rendimentos dele. Se ele traz o dinheiro para ela, gasta-o economicamente visando o bem estar de ambos. É no lar que o homem acumula forças para sua vida pública. No lar, a mulher lhe comunica a inspiração e a força que o fazem “estimado entre os juízes”.
Seu segredo: discreta lealdade, sabedoria e economia inspiram crescente aprofundamento e apreciação, de modo que o homem que na primavera a escolheu dirá dela entre os flocos de neve da velhice: “Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas”.
IV – CONCLUSÃO: “Enganosa é a graça e vã a formosura” (Pv 31.30). A formosura por muitas vezes engana. Rebrilha em alguém e obtém vantagens para si mesma. Por muitas vezes é enganadora, insincera, calculista. O autor sacro de Provérbios falava do famoso encanto feminino, sobre o qual todos nós bem sabemos.
O valor de uma mulher não está em sua influência psicológica nem reside em sua beleza física, tão agradável, mas, afinal, algo vão, por não ser uma qualidade real e duradoura. Tanto o encanto como a beleza física são valores transitórios e, mesmo enquanto existem, não são valores autênticos. 
Ambas as coisas afagam o orgulho, a indolência a concupiscência e o mau temperamento. Em contraste com aqueles valores encantadores mais duvidosos, está o verdadeiro valor “o temor do Senhor”; isso é o que realmente vale para um homem ou uma mulher. O homem ou a mulher que possuem sabedoria são  elogiados tanto pelos homens como por Deus.
A mulher que a possui tem favor e beleza duradouros, verdadeira fé e graça, harmonias e simetrias da alma. Ela merece louvor permanente e é dotada de beleza imorredoura. Os olhos de Deus estão sobre ela, comunicando-lhe Sua graça.
Em um mundo onde os valores estéticos são mais importantes do que os éticos, as virtudes acabam sendo ignoradas. Tal inversão de valores produz consequências danosas à sociedade e principalmente á família. Mas a mulher virtuosa preserva o seu lar através de suas singulares virtudes espirituais e morais. Por isso ela é honrada por todos.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
CHAFER. Teologia Sistemática – Vls. 1,2 – São Paulo, 2008. 2ª. Edição -Editora Hagnus. R, Early D.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.5.
CAMPOS, Heber Carlos de. O Habitat Humano – O paraíso criado – Estudos de Antropologia Bíblica. São Paulo 2011. Editora Hagnos.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.

Bíblias de Estudo Almeida.- Bíblia de Estudo de Genebra.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Contrapondo a Arrogância com a Humildade - Lição 07 – 4º. Tri EBD CPAD - 17.11.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Provérbios 8.13-21      
      
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Dissertar sobre a relação entre a humildade e a arrogância.
  2. Explicar os contrastes ilustrativos: o sábio e o sensato; o justo e o injusto; o rico e o pobre, o príncipe e o escravo.
  3. Cultivar a virtude da humildade e rejeitar a arrogância.
II  - INTRODUÇÃO: Arrogância e humildade são atitudes que se contrapõem; enquanto a humildade é a base do bom relacionamento entre as pessoas, a arrogância caracteriza a falta de humildade. É comum observar nas pessoas arrogantes a presunção de não desejar ouvir os outros, aprender algo que não saiba ou sentir-se ao mesmo nível do seu próximo.

São sinônimos de arrogância: o orgulho excessivo, a soberba, a altivez, o excesso de vaidade pelo próprio saber ou o sucesso. Um das caraterísticas de Jesus Cristo foi a humildade, pois a Bíblia diz que Ele "sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz" (Carta de Paulo aos Filipenses 2:6-8, ARC).

O vocábulo humildade vem do latim humilitas, e é a virtude que consiste em conhecer as suas próprias limitações e fraquezas e agir de acordo com essa consciência. Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. A Humildade é considerada pela maioria das pessoas como a virtude que dá o sentimento exato do nosso bom senso ao nos avaliarmos em relação às outras pessoas.

A pessoa humilde é cortez e não rude. É uma condição na qual o orgulho é rejeitado, é a isenção da arrogância. A humildade é uma das virtudes principais que resguarda o homem do orgulho humano o qual anula os propósitos da graça e envolve o senso de que somos meras criaturas débeis e indignas diante de Deus.

O humilde reconhece a própria dependência da graça e da provisão de Deus e reconhece que em Deus está toda a fonte do bem estar e de todas as realizações. Assim Paulo se expressou em 1 Co 15.10 – “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus, que está comigo

III – DESENVOLVIMENTO
1. O sábio versus o insensato – Sabedoria é o dom de discernir qual o melhor caminho a seguir, a melhor atitude a adotar nas múltiplas situações que a vida nos apresenta. O homem sábio é prudente, moderado, justo e sensato. O homem sábio não se atém à coisas passageiras. A sabedoria está relacionada com o caráter de Deus, pois Deus é a Sabedoria.
Um dos clássicos exemplos de sabedoria encontramos na atitude do rei Salomão no episódio em que duas mulheres reivindicaram a maternidade de uma única criança viva (1Re 3.16-28). Em Provérbios a sabedoria é vista como um antídoto contra a arrogância. Salomão pondera ser melhor adquirir a sabedoria do que o ouro. E afirma ser mais excelente adquirir a sabedoria do que a prata (Pv 16.16).
Na visão de Provérbios o arrogante é uma pessoa insensata e desprovida de qualquer lucidez e bom senso. É uma pessoa inexperiente, sem domínio próprio, e se comporta como um animal ou um bêbado – “O açoite é para o cavalo, o freio, para o jumento, e a vara, para as costas dos tolos” (Pv 26.3). “Como o espinho que entra na mão do ébrio, assim é o provérbio na boca dos insensatos ou tolos” (Pv 26.9).
Mediante sua forma de agir, não pode o insensato ser designado para nenhuma tarefa importante – “Os pés corta e o dano bebe quem manda mensagens pelas mãos de um tolo. [...] Como um besteiro que a todos espanta, assim é o que assalaria os tolos e os transgressores” (Pv 26.6,10).
Provérbios vê no insensato a característica de fanfarrão, preguiçoso e incorrigível (Pv. 25.14), e na sua presença um perigo ameaçador, pois, além de falso e maldizente é ignorante (Pv. 26.18-22), não age com razão e não sabe controlar a própria vontade o que é uma abominação para o Senhor – “Abominação é para o Senhor todo altivo de coração; ainda que ele junte mão à mão, não ficará impune” (Pv 16.5).
O que caracteriza o sábio é a sua atitude de humildade e sensatez; mas o insensato é altivo e arrogrante, desprovido de qualquer lucidez e bom senso. O evangelho nos desafia a viver um estilo de vida humilde. Portanto, devemos rejeitar de forma imperativa, todas as atitudes que caracterizem a arrogância e cultivar as virtudes da humildade.
A arrogância é um dos pecados que Deus abomina e figura entre as sete coisas que são odiadas por Deus. O orgulho, ou soberba, e a arrogância são idéias aparentadas e é um dos principais pecados, podemos dizer que desses pecados se origina todos os demais. Trata-se de uma força destruidora e é a base de muitas atitudes e atos errados. O orgulho é um exagerado senso de superioridade pessoal e uma auto-estima desordenada (Pv 21.4). Foi por causa do orgulho que o Diabo caiu em transgressão (Is 14.12-14; Ez 28.12-17; 1Tm 3.6).
2. O justo versus o injusto – A justiça consiste na preocupação exata e inescrupulosa pelos direitos alheios e pelo relacionamento do indivíduo com o juiz Supremo, Deus. A justiça requer atos de retidão, e não meras palavras ou aceitação de certos ideais. 
O homem justo age corretamente, de forma altruísta. De acordo com a teologia cristã, ninguém pode ser justo por si mesmo. A justiça é um dos atributos comunicáveis de Deus, sendo investida no homem através de Cristo por meio da conversão, da santificação e do contínuo ministério do Espírito Santo.
Salomão ainda bem jovem pediu humildemente sabedoria a Deus para governar Israel com justiça (1Re 3.7-10) Ele queria que a justiça alcançasse todo o seu reino (Pv 1.1-3). Justiça e humildade é uma qualidade própria do homem justo e sensato, mas injustiça e arrogância são propriedades características do homem injusto.
A arrogância é portanto uma característica negativa de um indivíduo insensato que necessita de humildade, pois se sente superior a todos e exala orgulho, soberba e presunção, além de ser extremamente vaidoso. Ser arrogante significa ser altivo e prepotente, ter a convicção de que é o imbatível no conhecimento de vários assuntos, por cujo motivo não tem interesse em ouvir outras opiniões.
Em contraste com o injusto e insensato que não tem humildade nem justiça e é arrogante, o justo age com justiça e com amor, pois como disse o apóstolo Paulo em 1Co 13 – “O amor é paciente, é bondoso; o amor não é invejoso, não é arrogante, não se ensoberbece, não é ambicioso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda ressentimento pelo mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” 

3. O rico versus o pobre – Deus condena tanto a riqueza adquirida por meios injustos como a pobreza gerada pela preguiça, é o que encontramos descrito no livro dos Provérbios. Diz o sábio, duas coisas peço: "Não mas negues antes que eu morra: Afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus" (Pv 30.8,9).  
A riqueza pode ser fruto da justiça e a pobreza, ás vezes, resultado da indolência e do ócio (Pv 28.19,20; 29.3). Entretanto, devemos considerar, também, que há um tipo de pobreza que é resultado de um determinado contexto sócio-histórico – “Melhor o pobre que anda na sua sinceridade do que o de caminhos perversos, ainda que seja rico” (Pv 28.6). Salomão mostra em Pv 18.23 que os muitos bens do rico podem levá-lo à prepotência e arrogância quando relata: “O pobre fala com rogos, mas o rico responde com dureza
Não tendo uma vida econômica confortável, o pobre age com integridade e justiça – “O homem rico é sábio aos seus próprios olhos; mas o pobre que é sábio o examina” (Pv 28.11). Tal pobre é identificado como sábio, pois ele sabe que os valores divinos são melhores que as riquezas (Pv 22.1; 23.5).
A riqueza passa a ser estimada pelo próprio Deus quando atende aos seus propósitos: “O que oprime ao pobre insulta aquele que o criou, mas a este honra o que se compadece do necessitado” (Pv 14.31, ARA). Nesse aspecto, riqueza e humildade podem até mesmo andarem juntas. “O galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, e honra, e vida” (Pv 22.4).
4. O príncipe versus o escravo – “Não convém ao tolo a fala excelente; quanto menos ao príncipe, o lábio mentiroso (Pv 17.7). A sabedoria e a sobriedade são elementos necessários ao rei para exercer a justiça e promover o bem-estar social de seu povo. Provérbios 29.4 considera: “O rei com juízo sustém a terra, mas o amigo do suborno a transtorna”.
O governante que teme a Deus dará mais atenção ao pobre e ao humilde. Agindo assim será abençoado perpetuamente (Pv 29.14). Um rei que queira perdurar por longo tempo em seu ofício deve possuir as qualidades de lealdade (amor constante) e fidelidade.
Provérbios 17.2 afirma que “o servo prudente dominará sobre o filho que procede indignamente; e entre os irmãos repartirá a herança”. Esta verdade se cumpriu quando Jeroboão servo de Salomão, tornou-se príncipe das dez tribos do Norte de Israel (1Re 12.16-25).
O texto nos leva à interpretação de que as pessoas provenientes de uma condição humilde, quando agem com prudência sobressaem-se aos arrogantes. Os que porém desprezam a humildade quando chegam ao topo agem como os soberbos.
IV – CONCLUSÃO: A humildade ou a arrogância distinguirão uma pessoa da outra.A Bíblia nos orienta a cultivarmos a virtude da humildade e a rejeitarmos a arrogância, pois “Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (Tg 4.6).
Deve ficar gravado em nossos corações e mentes, o quanto Deus aborrece o orgulho. O orgulho em nossas vidas faz Deus rejeitar nossas orações e reter sua presença e graça para conosco. O exaltado em si mesmo, que busca a honra e a estima dos outros, a fim de satisfazer o seu orgulho. Afasta de si a ajuda de Deus.
Ele lhes dá abundância de graça, de misericórdia e de ajuda em todas as situações da vida. Assim escreveu Paulo aos filipenses: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.

De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz”. (Fp 2.3-8).
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
CHAFER. Teologia Sistemática – Vls. 1,2 – São Paulo, 2008. 2ª. Edição -Editora Hagnus. R, Early D.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
BUARQUE, Aurélio de Holanda Ferreira. O minidicionário .
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.5.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.
SILVA. Severino Pedro. A igreja e as sete colunas da Sabedoria. Rio de Janeiro, 2010. Editora CPAD.
Bíblias de Estudo Almeida.- Bíblia de Estudo de Genebra.