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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Jesus, o Modelo Ideal de Humildade - Lição 04 - 3º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 28.07.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Filipenses 2.5-11               
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.      Conhecer o estado eterno da pre-encarnação de Cristo.
2.      Apreender o que a Bíblia ensina sobre o estado temporal de Cristo.
3.      Compreender a exaltação final de Cristo. 

II  - INTRODUÇÃO
Podemos destacar duas virtudes na pessoa de Jesus, cujos exemplos devem ser seguidos por todos os cristãos em todas as épocas: humildade e obediência. Essas virtudes foram manifestações visíveis de sua humanidade (Fp 1.27; 2.4, 5,6).
Em sua oração sacerdotal feita uma semana antes de realizar o sacrifício do Calvário, Jesus declara fielmente que sempre existiu como Filho eterno de Deus, participando de sua glória junto do Pai, antes de sua humanidade.
As referências de Filipenses 2.5-8, é considerada a passagem das Escrituras Sagradas que devido ao fato da incredulidade tê-lo interpretado erroneamente e aumentando a sua importância acima da proporção, ela foi mais plenamente tratada exegeticamente pelos grandes eruditos das gerações passadas do que qualquer outro texto da Palavra de Deus.
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte e morte de cruz”.
Um grupo exagerou nas limitações humanas de Cristo, enquanto, outro grupo mais atento quanto à essas limitações em sua natureza humana, vê também na pessoa de Jesus convivendo com a natureza humana a sua natureza divina. Esse grupo que levantou essa questão diminuindo a divindade ou aumentando a humanidade de Cristo deu origem a um movimento chamado de “Ebionismo”.
Todos os que negavam a divindade e a humanidade de Jesus eram chamados de Ebionistas. Uma heresia que surgiu no seio da igreja no início do segundo século e que foi necessário muitos concílios e sínolos  com a finalidade de expurgar essa heresia do seio da igreja. Esse era o nome técnico usado para caracterização de toda negação plena da divindade de Jesus Cristo.
III – DESENVOLVIMENTO
1. O Filho Divino: O estado eterno da pré-encarnação – sua condescendência (Fp 2.5,6). A extensão da transição da mais alta glória dos céus para a esfera dos homens não poderia ser avaliada, tornando-se impossível na dimensão humana o seu pleno entendimento. “Quando entrou no mundo, ele diz.... eis aqui estou eu no rolo do livro está escrito ao meu respeito, para fazer a tua vontade, ó Deus” (Hb 10.5-7).
Este texto registra uma palavra falada por Cristo antes de ele ter nascido da virgem; pois está escrito no Salmo 22.10 referindo-se ao seu sacrifício na cruz: “Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre da minha mãe”.
Nas eras passadas desconhecidas ele foi designado para ser o cordeiro morto (Ap 3.8; 1Pe 1.18-20). O Espírito de Deus fez muitas predições sobre a vinda de Cristo como Redentor humano, uma das quais ainda no jardim do Éden, onde um nascido da semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente. (Gn. 3.15).
Em Gálatas 4.4,5 é dito que: “Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei para remir os que estavam debaixo da lei a fim de recebermos a adoção de filho”.
De todas as maravilhas do universo nenhuma é maior do que essa, do que aquele que estava no princípio com Deus e era Deus, tornou-se carne. João testifica acerca dele como homem ao afirmar: “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheia de graça e de verdade” (Jo 1.14). “O que era desde o princípio, o que vimos com os nosso olhos, o que temos comtemplado, e nossas mãos tocaram da palavra da vida” (1Jo 1.1).
Em Exodo 3.2 o fogo na sarça tipificando a sua deidade não consumia a sarça que tipificava a sua humanidade. Neste tipo podemos observar a convivência harmoniosa das duas naturezas do Redentor, a divina e a humana. “... e eis que a sarça ardia no fogo, e eis que a sarça não se consumia”.
2. O Filho do Homem: um estado temporal – (Fp 2.7,8). “Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e,  achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo,  sendo obediente até a morte e morte de cruz”. Ninguém jamais viu a Deus “O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer” (Jo 1.18).

Esse é o mensageiro de todos os mensageiros, o servo mais eficaz do que todos os servos. Para esse fim ele se tornou tudo que foi requerido que ele fosse, para que pudesse assim servir como a Revelação e o Redentor. Ele, assim, serviu tanto a Deus quanto ao homem. Ele disse: “Eu sou entre vós como aquele que serve”, e, na real experiência de serviço humilde, lavou os pés dos apóstolos.

A expressão “a forma de servo” é idêntica na realidade com a expressão “a forma de Deus”. Pela primeira expressão é declarado que ele era tudo que faz um servo ser um servo e pela segunda é declarado que ele era tudo que faz Deus ser Deus. Seu título de fiel e verdadeiro em Ap 19.11, é revelador. Ele sugere tanto a sua perfeita obediência quanto a sua realização perfeita, que foi concretizado por ele na morte, e morte de cruz.

Com uma visão profética, ele disse, de si mesmo antes de sua morte: “... completei a obra que me deste para fazer” (Jo 17.4), e quando chegou o momento de sua morte, disse: “Está consumado” (Jo 19.30). Aquele que subsistiu imutavelmente como a forma ou a realidade exata de Deus, assumiu aquilo que é humano, não no lugar do divino, mas em união com o divino. Ele acresceu a si mesmo a forma exata de um servo, para ser feito em semelhança de homens.

Ele era homem, mas esse termo não é suficiente para defini-lo por causa da sua pessoa teantrópica, isto é, a união de duas naturezas divina e humana em uma única pessoa, ao que os teológos chamam de união hipostática. A sua humanidade, embora plenamente presente, foi melhor chamada de “a semelhança de homem”. Visto como está escrito que ele “a si mesmo se esvaziou”, ou seja, se aniquilou; privou-se a si mesmo da sua glória e tomou a natureza humana.

De que ele se esvaziou? Ao tornar-se homem a sua divindade não foi diminuída por causa da imutabilidade da deidade. Cristo esvaziou-se do seu interesse próprio, mas sem se apegar ao seu estado de exaltação, embora corretamente este lhe pertencia, como um prêmio muito caro de renunciar em favor de outros (Fp 2.4).

Para que isto pudesse acontecer ele assumiu a posição mais humilde, por estar sua glória escondida, e foi desprezado e rejeitado pelos homens. Eles não viram beleza nele para que os agradasse. Ele era como uma raiz duma terra seca, sem aparência e sem formosura (Is 53.2). Na cruz, ele disse de si mesmo: “Todos os que me vêem zombam de mim” (Sl 22.7). A glória muito especial dessa condescendência não é que a deidade o havia desamparado, mas Deus assim operou. Pois Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2Co 5.19).

3. A exaltação de Cristo – (Fp 2.9-11). Nos versículos 6-8 temos uma descrição feita pelo apóstolo do caminho da humilhação do eterno Filho de Deus, quando ele mesmo desceu ao ponto mais baixo da humilhação que um homem poderia descer. Porém, nos versículo de 9-11, o apóstolo descreve o caminho ascendente quando Jesus foi exaltado gloriosamente e assenta-se a dextra do Pai (Sl 110.1; Ef 1.20-22).

O apóstolo mostra o poder de Deus manifestado em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século mas também no vindouro.

E sujeitou todas as coisas aos seus pés, e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja e deu a ele um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todos os joelhos dos que estão nos céus, e na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai (Fp 2.9-11).
Em seu nascimento, vida, paixão, morte e ressurreição Jesus cumpriu o eterno propósito do Pai de formar um povo ou um novo povo que serviria a Deus, que é a sua igreja. A Bíblia nos diz que ele foi nomeado “Príncipe e Salvador” (At 5.31), e o colocou acima de tudo (Ef 1.21).
Aquele que havia se esvaziado de todas as prerrogativas de divindade, depois de sua vitória final sobre o pecado, a morte e o túmulo, foi finalmente glorificado e exaltado pelo próprio Pai. Em sua exaltação ele alcançou a meta final com a coroação de glória, tornando-se herdeiro de tudo (Hb 1.3; 2.9; 12.2).
IV – CONCLUSÃO
Na semana que antecedeu sua paixão e morte no Calvário, Jesus reuniu os seus discípulos para dar-lhes as últimas instruções relativas ao futuro deles como representante do seu nome perante o mundo e fez uma das mais belas e emocionante oração já proferida por um ser humano. Ele orou pelos seus discípulos para que fossem guardados do mal. Orou pelo futuro deles como igreja e orou por si mesmo ao Pai.  
Nessa oração de caráter pessoal, Jesus reivindicou do Pai a glória que tinha antes de vir a este mundo (Jo 5.17). Jesus homem, não tinha nenhuma dúvida quanto à sua vitória, sobre o diabo sobre a morte e o túmulo, e também sabia que ao final seria exaltado gloriosamente.
Além de João, em seu evangelho, outros escritores do NT escreveram da realidade da exaltação de Jeus e afirmaram que ele foi exaltado à dextra do Pai (At 2.23; Hb 1.23). Paulo afirma que ele está assentado à dextra doPai (Rm 8.34; Cl 3.1).
Essa expressão é devida ao Salmo 110.1, onde está escrito “Disse o Senhor ao meu Senhor: assenta-te à minha direita até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés”. A principal designação dada por Deus ao seu Filho, foi a de “Senhor” em seu sentido mais nobre e sublime.
No grego do NT aparece o termo kyrios que é usado de modo especial, porque Jesus representaria o nome especial do Deus Todo-Poderoso. O nome “Jesus” ganhou status de “Senhor” e, por decreto divino, foi elevado acima de todo o nome.


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007                    
CABRAL. Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.
CAMPOS, Heber Carlos de. A União das Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.
CAMPOS, Heber Carlos de. A Pessoa de Cristo - As Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.

LEWIS, Sperry Chafer. Teologia Sistemática – Vl.1,2 –São Paulo 2008.  2ª. Ed. Editora Hagnus

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Comportamento dos Salvos em Cristo - Lição 03 - 3º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 21.07.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa

Texto da Lição: Filipenses 1.27-30; 2.1-4               
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.      Compreender as características comportamentais de um cidadão do céu.
2.      Contextualizar o comportamento digno do crente ante uma posição oposta.
3.      Promover a unidade da Igreja. 

II  - INTRODUÇÃO
O estudo do comportamento do ser humano, tem como objetivo ajudar a entender as ações realizadas pelas pessoas em determinadas situações, bem como os motivos que condicionam tais ações, e todas as possíveis alterações que o meio e as relações sociais, ao longo da vida, proporcionam a cada indivíduo.
O comportamento humano é a expressão da ação manifestada pelo resultado da interação de diversos fatores internos e externos que vivemos, tais como: personalidade, cultura, expectativas, papéis sociais e experiências.  É assim a ação do ser humano se relacionar com o mundo.
III – DESENVOLVIMENTO
1. O comportamento do cidadão dos céus – (Fp 1.27). Como um cidadão dos céus, os filipenses deveriam viver do mesmo modo como cada cidadão romano tinha de viver de acordo com as leis do império. Muito mais, como cidadãos romanos, os cristãos deveriam viver de modo digno do evangelho sem ofender a lei terrena, mas nunca negando a salvação recebida de Cristo Jesus.
Por isso, um cidadão consciente sabia que deveria sempre respeitar as leis do império para ter privilégio de cidadão (Rm 13.1-7). Do mesmo modo, o cristão deveria comportar-se como cidadão dos céus porque sua nova pátria é o reino de Deus. “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador e Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20).
O cristão deve, portanto, comportar-se de forma digna dessa cidadania celestial. Todo aquele que for nascido de novo, é nova criatura e tem seu nome escrito no livro da vida do cordeiro, por isso faz parte da família celestial.
Em sua visão ética da vida cristã o apóstolo Paulo faz constante apelo ao padrão de conduta ética para as igrejas sob sua orientação pastoral.  Aos tessalonicenses ele escreveu: “Assim como bem sabeis de que modo vos exortávamos e consolávamos, a cada um de vós como o pai a seus filhos, para que vos conduzísseis dignamente para com Deus, que vos chama para o seu reino de glória” (1Ts 2.12).
Quando recomendou uma irmã em Cristo, chamada Febe, que era membro da igreja em Cencréia, Paulo escreveu aos romanos dizendo: “Recebei, pois, a Febe, nossa irmã, a qual serve á igreja que está em Cencréia. Peço-vos que a recebais no Senhor como convém aos santos” (Rm 16.1,2). Percebemos, portanto que é o evangelho quem estabelece as normas éticas do comportamento cristão.
A maior dificuldade do mundo está na palavra “conduta” que é vista como um modo de cercear a liberdade. A liberdade de ser e de fazer o que quiser. Entretanto, do ponto de vista bíblico, essa palavra cabe perfeitamente no estilo e no modo de vida cristã. A conduta requerida aqui não é um cerceamento á liberdade; pelo contrário, é um modo de exercer liberdade com domínio sobre todos os ímpetos da natureza humana.
Notemos o que o texto diz: “Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo.....” (Fp 1.27,28). A palavra chave nessa frase é “portar-se” que melhor traduzida e de acordo com o contexto se refere ao comportamento de um cidadão.
Portanto, como “cidadão dos céus” os cristãos devem conduzir-se de um modo digno do evangelho. Esse modo digno de conduzir-se implica agir com firmeza e equilíbrio na vida do cotidiano. Como está escrito: “Melhor é o longânimo do que o valente, e o que governa o seu espírito do que o que toma uma cidade”. (Pv 16.32).
2. O comportamento ante a oposição – (Fp 1.28-30). A resistência ao ensino do evangelho vinha de fora por intermédio de pregadores que negavam a divindade de Cristo e os valores ensinados pelo apóstolo Paulo. Essa resistência de alguns tinha por objetivo intimidar e ameaçar os cristãos sinceros.

Paulo estava preso. Então eles se aproveitaram da ausência do apóstolo e dos outros obreiros auxiliares de Paulo para exercerem influência nos pensamentos e no afastamento da fé cristã. Mas Paulo apela ao sentimento daqueles cristãos estimulando-os a permanecer firmes sem se deixar enganar e desanimar.

A oposição identificada no seio da igreja vinha de fora da comunidade abrindo o caminho para dentro da igreja e passando a influenciar alguns cristãos. “Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crê nele como também padecer por ele” (Fp 1.29).

A voz passiva da frase “vos foi concedida” atribui todas as coisas que estava acontecendo à soberana vontade de Deus. Deus é quem concede experiência ao cristão de padecer por Cristo. 

O apóstolo Pedro em sua epístola escreveu: “Alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação de sua glória vos regosigeis e alegreis” (!Pe 4.13).

Paulo via seus sofrimentos como um serviço que ele fazia para Cristo. Ele tinha consciência desse sentimento porque ouviu a palavra de Ananias em Damasco que foi à casa onde ele aguardava uma orientação do Senhor. 

A palavra de Deus para Ananias acerca de Paulo foi essa: “Eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (At 10.16). Essa predição cumpriu-se literalmente na experiência apostólica de Paulo. E ele aceitou seus sofrimentos como participação nos sofrimentos de Cristo (Fp 3.10).

Quando temos uma visão genuína do nosso futuro, não temos problemas com os sofrimentos presentes em nosso viver cristão. Lucas nos relata no livro de Atos como os apóstolos foram açoitados e lançados na prisão (At 5.18). 

E acrescenta que esses apóstolos sentiam-se privilegiados em sofrer por Jesus Cristo (At 5.40.41). Tudo que Paulo desejava dos filipenses é que eles enfrentassem seus sofrimentos e afrontas com a alegria de sofrerem  pelo nome de Jesus.  

3. Os cristãos devem ter uma conduta que promova a unidade da igreja – (Fp 2.1-4).  Nos tempos atuais, a igreja de Cristo tem sido invadida por falsos pregadores e ensinadores. São obreiros falsos que trazem para o seio da igreja doutrinas falsas que contrariam a sã doutrina.

O apóstolo Paulo, em meio aos seus pensamentos expressos na carta, deixa de lado assuntos sobre sofrimentos exteriores envolvendo perseguições e privações materiais e focaliza um outro tipo de sofrimento que estava afetando a vida da igreja. 

Alguns acontecimentos internos na vida eclesiástica que estavam prejudicando a unidade da igreja eram do conhecimento do apóstolo, e ele não podia estar presente para dirimir dúvidas e desfazer alguns equívocos.

Como uma igreja poderá conseguir unidade quando se depara com pessoas com atitudes contenciosas, egoístas e cheias de vã glória, divergindo e contestando as doutrinas ensinadas pelo apóstolo? 

Essas pessoas divergiam do pensamento central do cristianismo, que é o Senhor Jesus Cristo disseminando doutrinas cristãs com pensamentos filosóficos.

O apóstolo alerta que esses falsos conceitos visavam promover a discórdia entre os irmãos e dispersá-los da convivência e da comunhão fraternal que há em Cristo Jesus. O apóstolo apela aos irmãos para que tenham um mesmo sentimento e um mesmo parecer (Fp 2.2).

A despeito de os seres humanos serem de culturas e temperamentos diferentes, podiam compartilhar o mesmo sentimento que também houve em Cristo Jesus. E escreveu; “Que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus” (Fp 2.5).

A presença interior do Espírito Santo na vida dos crente faz-nos lembrar de que Jesus é o Senhor sobre todas as coisas. Sua presença em nós promove a paz e a união no seio da igreja. 

A lealdade a Cristo torna-se o fruto dessa presença que nos faz obedecer á sua Palavra, o novo mandamento deixado por Jesus. “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. (Jo 13.34,35).
IV – CONCLUSÃO
A perseguição e as tribulações redundam em benefícios para o cristão. A tribulação ajuda-nos tanto a compreender como a ajudar outras pessoas que também sofrem tribulações.  

A tribulação nos torna conselheiros e guias mais sábios. A tribulação e a perseguição podem servir-nos de excelentes disciplinadores, ensinando-nos os valores espirituais certos e próprios.
A tribulação e a perseguição podem fazer com que nossa entrada futura em nossa herança celestial do que seria de outra maneira, se porventura não experimentássemos também a adversidade. 

Não nos devemos olvidar que o próprio Senhor Jesus aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu. “Ainda que era Filho aprendeu a obediência por aquilo que padeceu” (Hb 5.8).
A tribulação nos torna cônscio do fato de que somo criaturas muito dependentes. De que somente Deus é independente e serve de lei para si mesmo. Todas as demais entidades são criaturas que dependem da sua bondade e do seu poder divinos. 

As enfermidades graves, os choques severos, a tristeza avassaladora, os desânimos do próprio coração, as desilusões, todas essas coisas nos ensinam a depender somente de Deus e não de nós mesmos.
A tribulação também faz nos aproximarmos um dos outros, especialmente daqueles que também estão sendo atribulados conosco, como nenhuma outra experiência humana é capaz de fazer. 

As tribulações unem as famílias e as igrejas, as comunidades e as nações. E esses grupos tomam propósitos de unidade em meio à tribulação.



Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007                  
CABRAL. Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
SOUZA.Itamir Neves de. Atos dos apóstolos; Uma história singular. Londrina / PR. 1ªd. 1999. Descoberta Edit. Ltda.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.


domingo, 14 de julho de 2013

Poesia: Último Combate


                              Poesia:
                                      De Mário Barreto França

- “O combate será a uma hora da tarde!”
Foi a voz que se ouviu, como horrível alarde,
Ao longo da trincheira... E o dia era tão lindo!...

- Como é belo morrer quando se vai sorrindo
Para a luta cruel, numa manhã como esta,
Toda cheia de luz, toda cheia de festa!...
(Era um belo rapaz que me falava.)

- Escuta,
(Perguntei-lhe) não tens receio desta luta?
Ele não respondeu, porém, sentidamente,
Cantou ao violão uma canção pungente...
E me disse, depois, com olhos rasos d’água:

- Não! Eu não temo a morte! O que me causa mágoa
É me sentir tão longe, é me ver tão sozinho
E não voltar jamais ao calor do meu ninho,
Onde, entre beijos bons de minha doce esposa,
Meu filhinho me espera, e, esperando, repousa...

Quando eu vim para cá, beijando-me, ele disse
Uma frase qualquer, uma linda tolice...
Mas, depois, enxugando uma lagrimazinha,
Deu-me um livro, dizendo: “É uma lembrança minha,

Papai! Quando o senhor estiver em perigo,
Leia este livro, ouviu? Jesus é nosso amigo!
E o senhor não será mais sozinho nem triste,
Porquanto onde Ele está tudo o que é bom existe!”
E ele continuou a cantar.

Que tristeza
Começava a pesar em toda a natureza!...
E eu fiquei a invejar sua alma comovida,
Porque era triste só no deserto da vida...


A chuva começara a cair lenta e fina...
Como interrogação fatídica, a colina
Mostrou-se ao nosso olhar, cheio de nostalgia,
Perversamente verde e tristemente fria.
... ... ... ... ... ... ... ...
A luta começou terrível. A metralha
Ia levando a morte ao campo de batalha.
Gritos, imprecações e vozes de comando
Juntavam-se no espaço escuro e formidando...
Pungente agonizar de uma tarde cinzenta,

Tarde que quis ser linda e que foi tão cruenta!...
Quando a noite caiu, negra e fria, tornou-se
Mais bárbaro o combate. Era como se fosse
Rude destruição de uma cidade antiga
Pelo ódio figadal da vingança inimiga.

Quando a manhã raiou, o combate findara,
Mas era horrível ver tudo o que se passara...
Espraiei meu olhar pelo campo assolado,
E o pranto me feriu o coração magoado:

É que aquele soldado, inda tão moço e alheio
A essas contradições do Destino, encontrei-o,
Ensangüentado, assim, de bruços na trincheira,

Prendendo ao coração, numa ânsia derradeira,
Da esposa e do filhinho, um retrato cinzento,
Colado à capa azul de um Novo Testamento.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Esperança em meio a Adversidade - Lição 02 - 3º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 14.07.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Filipenses 1.12-21               
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.      Saber que as adversidades podem contribuir para a expansão do Evangelho.
2.      Explicar as motivações de Paulo para a pregação do Evangelho.
3.      Compreender que o significado da vida consiste em vivermos para o Evangelho. 

II  - INTRODUÇÃO
Ao concluir suas saudações iniciais o apóstolo Paulo começa a fornecer algumas informações sobre sua
situação presente e também dos resultados de seu aprisionamento em Roma. Podemos até lamentar o fato de que muitos acontecimentos na vida do apóstolo não tenham sido registrado. Todavia o mais importante foi preservado para nós. A saber, o exemplo da preocupação do apóstolo pela causa do  Evangelho de Cristo e sua suprema dedicação ao mesmo.

Isso deixa-nos a certeza do seu altruísmo, pois, sua ansiedade se voltava plenamente para o trabalho cristão e para o avanço do evangelho e não para si mesmo. Ele deixa claro que sua prisão estava ajudando na propagação do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Ao afirmar: “E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram tem antes contribuído para o progresso do evangelho” (Fp 1.22).

III – DESENVOLVIMENTO
1.              O Evangelho é mais poderoso do que cadeias e grilhões – (Fp 1.12,13). O aprisionamento do apóstolo Paulo se tornou largamente conhecido, visto tratar-se de um caso incomum. Isso ilustra até que ponto a reputação de Paulo havia penetrado por todo o mundo antigo. Seu encarceramento tornou-se motivo de interesse público. Paulo, na qualidade de embaixador de Cristo, devido á notoriedade do seu caso, publicava o evangelho de Cristo.

Paulo não era apenas um prisioneiro a mais, ele era o prisioneiro de Cristo, pois, era mantido em custódia, devido  á sua lealdade a Cristo. E todos sabiam disto. Seu próprio encarceramento se tornou um meio de chamar a atenção dos homens para Cristo e seu evangelho. Ao invés de seu aprisionamento fazer cessar o seu testemunho, as tribulações que sofria era um meio de mais ainda propagar-se a sua mensagem (Fp 1.14).
2.                Paulo conquista a simpatia da guarda pretoriana – (Fp 1.13). O que era a guarda pretoriana? Era a guarda imperial, guardas do “pretor” – título de certo oficial romano que ficava um pouco abaixo da categoria dos cônsules. Essa guarda foi instituída por Augusto, por quem foi denominada de cortes pretorianas. Augusto postou três mil deles na cidade de Roma, e os demais foram espalhadas pelas cidades adjacentes.
Sob o imperador Tibério, todos foram trazidos de volta á Roma tendo ficado alojados em um acampamento fortificados. Esse grupo, devido ás qualificações e ao serviço superior que prestavam, recebia pagamento duplo, além de outros favores especiais. 

Seu tempo de serviço era de doze anos, o qual mais tarde foi ampliado para dezesseis anos; e grande soma em dinheiro era dada acada um de seus componentes quando iam para a reserva. Parece que sua patente como um corpo militar, equivalia a centuriões, e com o tempo obtiveram tanto poder que até imperadores chegaram a cortejar o seu favor.

No ano de 193 d.C. a guarda pretoriana foi dispensada, quando Severo subiu ao trono. Seus membros foram banidos. Porém, alguns anos mais tarde, o grupo foi reorganizado, e seu número se quadruplicou. Mais finalmente, foram suprimidos por Constantino (306 – 337 d.C), o primeiro imperador cristão de Roma. O contato do apóstolo dos gentios com a guarda pretoriana fez com que a sua fama se espalhasse paralelamente á fama do Senhor Jesus Cristo e do evangelho que Paulo propagava.

O apóstolo Paulo estava sob a vigilância dessa guarda em sua própria casa alugada (At 28.16,31). Essa forma de encarceramento era intitulada “custódia militar”. Sendo cidadão romano, Paulo foi alvo de algumas demonstrações de consideração, que outros cristãos primitivos não desfrutaram; porém isso não diminuiu em coisa alguma a ameaça de morte que ele enfrentava. E provavelmente após um segundo período de aprisionamento, ele sofreu martírio na própria Roma.

3.                Motivações da propagação do Evangelho – (Fp 1.14-18).  As motivações que estavam na mente e no coração dos cristãos espalhados por toda a Ásia Menor, que era o campo missionário do apóstolo Paulo e também da Europa (região da Macedônia) eram tanto positivas como negativas. Essa motivação produziu no coração e na mente dos cristãos filipenses uma renovação e disposição para continuar fiel ao propósito da propagação do evangelho.

A questão positiva dizia respeito ao estímulo dos filipenses quanto ás notícias da simpatia da guarda pretoriana á situação prisional de Paulo e as motivações negativas eram quando alguém pregava também o evangelho, mas pregava para tirar proveito próprio, por isso diz o apóstolo: pregavam por inveja, por porfia e por contenda, com o objetivo de tirarem proveitos pessoais e não em prol da causa de Cristo, enquanto que um bom número faziam de boa vontade.

Mas o apóstolo admoestou a igreja a não proibir que aquele grupo faccioso continuasse propagando a Cristo mesmo por inveja e contendas (Fp 1.15-18). “...Mas o que importa, contanto que Cristo seja anunciado de toda maneira, ou com fingimento, ou em verdade, nisso me regozijo e me regozijarei ainda”.
Quando o apóstolo Paulo afirma, importa que Cristo seja anunciado de toda maneira, essa atitude revela o anseio do apóstolo pelo crescimento da igreja, sem se importar quais meios, visto que o poder do evangelho superaria os problemas dos homens. O apóstolo entendia que todos esses problemas redundaria em bênçãos e na salvação de muitas pessoas, e assegurava que na sua intensa expectação não ficaria envergonhado ou confundido (Fp 1.20).
4.                O dilema de Paulo– (Fp 1. 20,21).  Paulo vê a morte e a vida em sua experiência pessoal. “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro”. Em sua carta aos Gálatas 2.20, o apóstolo afirma: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim”.
Paulo percebia que essa forma de vida nos é dada mediante a crucificação para o eu, onde damos o primeiro lugar ao Senhor, e isso mediante a crucificação juntamente com Cristo. E ainda acrescentou na sua carta aos gálatas; “Mas longe esteja de mim gloriar-me a não ser na cruz do Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo esta crucificado para mim, e eu para o mundo”. (Gl 6.14).
Ao expressar porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro, isso revela o sentimento que dominava o coração e a mente do apóstolo. Viver, para ele, era a vida que estava vivendo. E não seu passado que não era vida, mas um passado de morte. Essa declaração do apóstolo não significa apenas viver para servir a Cristo, para fazer o melhor que possa no seu reino aqui na terra, para agradá-lo, fazer a sua vontade ou para ganhar muitas almas para Cristo. 
Essa declaração do apóstolo para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro, significa uma total identificação com Cristo no sentido de que o viver é ter Cristo em sua própria vida. As coisas do mundo não podiam mais afetar o apóstolo visto ele assegurar estou crucificado com Cristo.
IV – CONCLUSÃO
Na mente do apóstolo, continuar vivo fisicamente significaria continuar fazendo o seu trabalho missionário. Pois ele via o seu sofrimento físico como um modo de glorificar a Cristo no seu corpo, pois o seu ideal estava acima de qualquer sofrimento.
A morte traria lucro pessoal para Paulo, porque ele poderia estar para sempre com o Senhor. Porém, o que importava era a pregação do evangelho. Por vida ou por morte, tudo o que Paulo queria era que Cristo fosse engrandecido no mundo (Fp 1.21).
Ele queria viver para servir a Cristo, para agradar-lhe e fazer a sua vontade, mas ao mesmo tempo entendia, que o que importava era Cristo, não ele propriamente. Por isto, dizia: “Não vivo mais eu; mas cristo vive em mim “.
Sua consagração a Cristo era total e completa. Cristo para Paulo era o principio, a essência e o fim na sua vida pessoal. Nele o apóstolo vivia e se movia para honra e glória do Senhor. Por isso podia dizer: “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007                  
CABRAL. Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
SOUZA.Itamir Neves de. Atos dos apóstolos; Uma história singular. Londrina / PR. 1ªd. 1999. Descoberta Edit. Ltda.

CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Paulo e a Igreja de Filipos - Lição 01 - 3º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 07.07.2013

Síntese do Estudo Bíblico: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Filipenses 1.1-11               
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.      Introduzir a Epístola aos Filipenses destacando a cidade, a data e o local da autoria.
2.      Explicar o propósito, a autoria e os destinatários da epístola.
3.      Compreender  os atos de oração e ação de graças do apóstolo Paulo. 

II  - DESENVOLVIMENTO:
Cidade de Filipos
A igreja cristã de Filipo teve sua origem com os próprios esforços do apóstolo Paulo, durante a sua segunda viagem missionária, conforme o registro de Atos 16.12-40, tendo ouvido o chamado do Espírito Santo.

Os objetivos de Paulo era continuar pregando o evangelho na região da Frígia e pela província da Galácia, mas juntamente com Silas e Timóteo fora impedido pelo Espírito Santo de anunciar a Palavra naquela região da Ásia.
Lugar público na cidade de Filipos
Não podendo pregar o evangelho naquela região chegaram a Mísia, com a intenção de irem para Bitínia mas foram outra vez impedidos pelo Espírito Santo.

 O apóstolo Paulo junto com seus companheiros de viagem agora decidiram esperar unicamente pela direção do Espírito Santo. Contornaram a Mísia e desceram á Tróade, quando se juntou a comitiva, Lucas, o médico amado. Em Tróade, Paulo teve uma visão quando um varão da Macedônia lhe rogava dizendo: “Passa á Macedônia e ajuda-nos”. Com esse chamamento eles concluíram que o Senhor os chamava para anunciar o evangelho na Macedônia, que foi a porta de entrada do evangelho para toda Europa, pela região dos Balcãs (At 16.6-11).

A segunda viagem missionária do apóstolo Paulo tem sido datada entre os anos de 48 a 51/52 d.C. A visita a cidade de Filipos ocorrera provavelmente entre os anos de 48 a 49 d.C. Supõe-se que no começo a região da Macedônia era povoada pelos descendentes de Quintin, um dos filhos de Javã, filho de Jafé (Gn 10.4).

Diz Champlin em sua Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia – Volume 4, que possivelmente o termo “Quintin”, no Antigo Testamento, faça referência aos povos da região da Macedônia. A história antiga daquela região segundo aquele historiador é um tanto obscura, pois as informações mais dignas de confiança  só surgiram no começo do VII século a.C.

O reino da Macedônia foi fundado por Perdicas. Seus sucessores foram: Filipe I, Alexandre I, Perdicas II e Arquelau, cerca de 413 a.C. sob Filipo II, 359 – 337 a.C. Esse reino começou a ter uma influência mundial. Ele reuniu os gregos contra os persas e foi bem sucedido em seus esforços, porém sua vida foi ceifada através de um assassinato, por um nobre macedônico.

Seu filho e sucessor foi Alexandre “O Grande”, na verdade naqueles tempos, conhecidos como Alexandre III. Depois de Alexandre “O Grande”, várias dinastias macedônias governaram os territórios por toda a bacia oriental do Mar Mediterrâneo até que foram ultrapassadas pelos romanos em 167 a.C.

Depois do ano 4 a.C, o procônsul romano passou a residir em Tessalônica, enquanto que a Assembleia se reunia em Beréia. Essa província incluía seis colônias romanas, uma das quais era  Filipos. Ali Paulo obteve um extraordinário sucesso em suas pregações. Em Filipos Paulo começou a pregar a Cristo quando uma mulher vendedora de púrpura chamada Lídia que era da cidade de Tiatira creu e aceitou a Cristo como o Salvador e recebeu os apóstolos em sua casa (At 16.14,15).

Filipo não tinha sinagoga, pois havia poucos judeus naquela cidade. Mas havia muita gente de outras nações, pois ali era uma colônia romana onde soldados legionários do exército romano já reformados, habitavam. Entre os primeiros convertidos da cidade de Filipo, além de Lídia, de uma jovem de quem Paulo expulsou um espírito de adivinhação, foram ainda acrescentados ao evangelho o carcereiro da cidade junto com sua família (At 16.22-34).

No seu segundo aprisionamento em Roma, entre os anos de 63 d.C. um obreiro da igreja de Filipo por nome Epafrodito, amigo e fiel companheiro, visitou o apóstolo em sua prisão em Roma, enviado pela igreja de Filipo, levando uma oferta para o apóstolo (Fp. 4.18).

Epafrodito foi acometido de uma enfermidade ao chegar á Roma (Fp 2.27), mas recuperou-se. E quando estava se preparando para voltar a Filipos, Paulo resolveu escrever uma carta áquela igreja. Esta tinha por objetivo exortar e animar aos Filipenses, bem como alertá-los sobre boatos mentirosos a respeito de sua pessoa, espalhados por falsos obreiros que procuravam denegrir a imagem de Paulo e minar a unidade da igreja em Filipo.

Ao mesmo tempo, o apóstolo Paulo agradecia á igreja a oferta enviada para ajudá-lo no seu sustento durante o tempo de sua prisão. Mesmo como prisioneiro e com sua vida correndo risco de extermínio, Paulo demonstrou á igreja, o gozo e a alegria que havia em sua alma, o que o ajudava a suportar todas as adversidades (Fp 1.4; 4.11-13).

Alguns eventos anteriores ao envio da carta aos filipenses, indicam que em sua segunda viagem missionária Paulo estabeleceu igrejas em Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto (At 17.1-23). Quando empreendeu a terceira viagem missionária Paulo confirmou aquelas igrejas fundadas em sua primeira e segunda viagem.
Estando em Éfeso, uma igreja fundada por ele em sua segunda viagem (At 19.1-40), Paulo voltou á Macedônia (At 20.1) quando visitou a igreja em Filipos, da qual recebia ajuda e sustento. No fim de sua terceira viagem missionária, Paulo foi á Jerusalém onde foi preso (At 21.37 – 23.30). Depois foi transferido de Jerusalém para Cesaréia onde esteve preso por dois anos (At 23.31; 26.32).
Posteriormente, por ter reivindicado ser ouvido pelo imperador, foi enviado para Roma, onde durante dois períodos de aprisionamento que duraram entre dois a três anos, nestas prisões em Roma, Paulo escreveu algumas de suas cartas como Éfeso, Colossenses e Filemon, entre as quais ele escreveu também a carta aos Filipenses e enviou-a á igreja através de Epafrodito.
A epístola aos Filipenses, é essencialmente uma epístola da gratidão e reconhecimento pelo amor demonstrado por aquela igreja para com a pessoa de Paulo e também pela quantias em dinheiro que aquela igreja em Filipo lhe enviara, a fim de aliviar suas necessidades. Pois, apesar de se achar preso, o apóstolo orava em uma casa alugada sob a vigilância de soldados romanos (At 8.16).
Esta epístola aos Filipenses, reflete as amigáveis relações entre aquela igreja local e seu pastor e fundador, Paulo. O livro transpira a devoção e a lealdade ardente de Paulo a Cristo. Seu tom é cheio de afeição, porém, solene e fervoroso. Esta é a mais espontânea das epístolas de Paulo, escrita para uma congregação local onde não havia grandes problemas de ordem doutrinária e prática. E que também se haviam mostrado especialmente amigável para com ele.
Também é o documento mais humano e pessoal de todo o NT, escrito por um homem  que experimentava grandes sofrimentos, apesar de suas experiências e estatura espiritual. Assim, grandes temas teológicos surgem na epístola de forma espontânea sem complicações. É ali que aparecem algumas das mais excelentes expressões da literatura sagrada mundial. Exemplo: o seu segundo capítulo se equipara em importância ao que há de melhor sobre o tema da humanidade de Cristo.
O terceiro capítulo é uma das seções mais claras no tocante á inquirição espiritual para que sejamos semelhantes a Cristo. Paulo era alguém que, por causa de Cristo, tinha sofrido a perda de tudo, por amor a Cristo; assim ele nos relata, o que isso significou para si mesmo e o que isso pode significar para nós, se quisermos seguir o seu exemplo.
A epístola é um modelo de ensinamento e de pregação. Sendo profunda e pessoal ao mesmo tempo, essa forma da pregação deveria servir de modelo para todos, de tal maneira que, na igreja, haja o desejo de permanecer, de ouvir e de aprender.
Não seria um erro se os pregadores de hoje começassem a imitar o apóstolo Paulo na prédica, aprendendo seus sentidos profundos, expondo seus conceitos elevados e expressando sua vocação fervorosa. Isso com certeza melhoraria imensamente a qualidade da pregação na igreja nos dias atuais, e a qualidade da vida cristã dos ouvintes.
Na carta aos Filipenses, primeiramente Paulo faz uma auto apresentação de sua pessoa e também de Timóteo (Fp 1.1) e dirige-se á toda a liderança da igreja. Em seguida, o apóstolo saúda a igreja ao estilo judaico que era uma saudação de paz que no hebraico aparece como “Shalom” (Fp 1.2). Depois ele os saúda com ações de graças que é a razão congratulatória de suas orações (FP 1.3-6).
Ao dar graças a Deus pela lembrança que vinha á sua mente pelos cristãos de Filipos, ele está, de fato, afirmando que apesar de estar preso fisicamente sabia que os irmãos estavam firmes na fé e sem se deixar se levar pelos enganos dos falsos mestres que tentavam desmerecer o trabalho do apóstolo. Daí ele usava a expressão todas as vezes que me lembro de vós.
No capítulo 1.6-8 a epístola registra uma oração de gratidão pelas atitude espirituais dos Filipenses para com o seu ministério. Ele estava totalmente convicto acerca da salvação e sabia que nada podia interromper a obra da salvação de Deus na vida daqueles que a receberam (Rm 8.26-39). Aquele que em vós começou a boa obra, ele mesmo aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo, assim orava Paulo (Cl 1.6).
Em 1.9-11 é registrado o conteúdo da oração intercessória pelos filipenses. Na verdade Paulo faz oração de ações de graça pelos filipenses mas revela ao mesmo tempo o conteúdo de sua oração por eles (v.9)  a fim de que eles pudessem aumentar mais e mais em amor; que o Senhor lhe desse ciência, conhecimento, capacidade para discernir as coisas excelentes e que o fruto da justiça pudesse ser reproduzido na vida dos filipenses.
As circunstâncias adversas no ministério do apóstolo Paulo eram amenizadas com a demonstração de amor das igrejas locais que foram plantadas por ele. Nesse sentido ele expressava sobejas razões para agradecer a Deus por todos aqueles a quem amava.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007                  
CABRAL. Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
SOUZA.Itamir Neves de. Atos dos apóstolos; Uma história singular. Londrina / PR. 1ªd. 1999. Descoberta Edit. Ltda.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.