Texto da Lição: Filipenses 4.10-13
I - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
- Descrever
as aflições da vida do apóstolo Paulo.
- Explicar como se contentar em Cristo apesar das necessidades.
- Saber que precisamos amadurecer pela suficiência de Cristo, o nosso Senhor.
II – TEXTO ÁUREO:
“Sei estar abatido e sei também ter
abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a
ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Filipenses 4.12,13).
III – VERDADE PRÁTICA: As tribulações levam-nos a amadurecer em
Cristo, capacitando-nos a desfrutar de uma vida espiritual plena.
IV – PALAVRA CHAVE: Aflição
O vocábulo aflição expressa
um sentimento de agonia e sofrimento intenso; preocupação ou desasossego por
alguma causa ou coisa que vá afetar a nossa vida direta, ou indiretamente.
.Aflição é ainda a sensação de que algo “não
está certo”, ou de que alguma coisa errada ou traumática possa acontecer.
V – COMENTÁRIO
DA LIÇÃO:
OBJETIVO-1:
Descrever
as aflições da vida do apóstolo Paulo.
Depois
de Jesus, uma das pessoas mais experimentada no sofrimento por amor a Deus foi
o apóstolo Paulo. Ao longo do Novo Testamento, Paulo conhecido como o apóstolo
dos gentios é provado de várias formas.
O homem
que perseguia os cristãos se torna perseguido; aquele que os afligia, é
afligido; o que consentia na morte dos outros, tem a sua consentida. Por isso o
Senhor disse para Paulo que duro seria “recalcitrar
contra os aguilhões” (At 9.5).
Em sua
segunda carta aos Corintos o apóstolo Paulo faz um relato dos seus sofrimentos
por amor do evangelho, àqueles que o criticavam – “São
ministros de Cristo? (Falo como fora de mim). Eu ainda mais: em trabalhos,
muito mais; em açoite, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de
morte, muitas vezes.
Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites
menos um;
três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui
apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo. (Segundo Champlin, em um desse três naufrágios
mencionados por Paulo, a situação foi seríssima.
Paulo
ficou a boiar à superfície do mar, agarrado a algum destroço do navio. Ele
passou uma noite e um dia na “voragem do mar”, isto é, longe da praia, em alto
mar. Aquela lembrança sobrevivia na mente de Paulo como pesadelo. Paulo não se
referia a uma experiência como a de Jonas “sob a água”, conforme a palavra
grega aqui usada também poderia significar, mas antes, esteve em alto mar).
Em viagens, muitas vezes; em perigos de rios;
em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos
gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em
perigos entre os falsos irmãos;
em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas
vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas
exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas.
Quem enfraquece que eu também não enfraqueça?
Quem se escandaliza, que eu não me abrase? Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei
no que diz respeito à minha fraqueza.
O Deus eterno e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, que é eternamente bendito, sabe que não minto. Em Damasco, o que
governava sob o rei Aretas pôs guardas ás portas da cidade dos damascenos, para
me prenderem, e fui descido num cesto por uma janela de muralha; e assim
escapei das suas mãos” (2 Co 11.23-33).
Apesar
da superação em todas estas aflições o apóstolo declara: “Mas longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus
Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo”
(Gl 6.14).
O
Espírito Santo, através das palavras de Paulo, revela-nos a angústia e o
sofrimento de uma pessoa totalmente dedicada a Cristo, á sua Palavra e à causa
e em prol da qual Ele morreu.
Paulo
comungava com os sentimentos de Deus e vivia em sintonia com o coração e os
sofrimentos de Cristo. Seguem-se vinte formas da participação de Paulo nos
sofrimentos de Cristo. O apóstolo fala em:
01. Muitas tribulações enfrentando ao servir a
Deus (At 14.22).
02. Sua aflição no Espírito, por causa do pecado
dominante na sociedade (At 17.16).
03. Servir ao Senhor com lágrimas (2 Co 2.4).
04. Advertir a igreja “noite e dia com
lágrimas”, durante um período de três anos, por causa da perdição das almas,
pela distorção do evangelho por falsos mestres, contrário à fé bíblica
apostólica (At 20.31).
05. Sua grande tristeza ao separar-se dos crentes
amados (At 20.17-38), e seu pesar diante da tristeza deles (At 21.13).
06. A “grande tristeza e contínua dor” no seu
coração, por causa da recusa dos seus “patrícios” em aceitarem o evangelho de
Cristo (Rm 9.2,3; 10.1).
07. As muitas aflições e provações que lhe
advieram por causa do seu trabalho para Cristo (2Co 4.8-12; 11.23-29; 1Co
4.11-13).
08. Seu pesar e angústia de Espírito, por causa
do pecado tolerado dentro da igreja (2 Co 2.1-3; 12.21; 1Co 5.1,2; 6.8-10).
09. Sua “muita tribulação e angústia do coração”,
ao escrever aqueles que abandonavam a Cristo e ao evangelho verdadeiro (2Co
2.4).
10. Seus gemidos, por causa do desejo de estar
com Cristo e livre do pecado e das preocupações deste mundo (2Co 5.1-4).
11. Suas tribulações “por fora e por dentro”,
por causa de seu compromisso com a pureza moral e doutrinária da igreja (2 Co
7.5; 11.3,4).
12. O “cuidado” que o oprimia cada dia, por causa
do seu zelo por “todas as igrejas” (2 Co 11.28).
13. O desgosto consumidor que sentia quando um
cristão passava a viver em pecado (2 Co 11.29).
14. O desgosto de proferir um “anátema” sobre
aqueles que pregavam outro evangelho, diferente daquele revelado no Novo
Testamento (Gl 1.6-9).
15. Suas “dores de parto” para restaurar os que
caiam da graça (Gl 4.19; 5.4).
16. Seu choro por causa dos inimigos da cruz de
Cristo (Fp 3.18).
17 Sua “aflição e necessidade”, pensando naqueles
que podiam decair da fé (1Ts 3.5-8).
18. Suas perseguições por causa da sua paixão
pela justiça e pela piedade (2Tm 3.12).
19. Sua lastimável condição ao ser abandonado
pelos crentes da Ásia (2Tm 3.15).
20. Seu apelo angustiado a Timóteo para que este
guarde fielmente a fé genuína, ante a apostasia vindoura (1Tm 4.1; 6.20; 2Tm
1.14).
OBJETIVO-2: Explicar como se contentar em Cristo apesar das necessidades.
Apesar dos sofrimentos e necessidades o apóstolo Paulo
declarou que mesmo diante de tais situações, sabia como se contentar em Cristo,
dizia ele: “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em
todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a
ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me
fortalece” (Fp 4.12,13).
Dessa forma, o
apóstolo Paulo nos mostra que apesar das angústias e aflições da vida
presente é possível ao servo de Deus viver uma vida plena em Cristo com o
coração e mentes firmados em Cristo e Ele nos conduzirá ao deleite de suas
promessas (Is 40.28).
Quando colocamos diante de Deus, em oração, as nossas
inquietações, sua paz ficará como guarda à porta de nosso coração e de nossa
mente, para impedir que os cuidados e angústias perturbem-nos a vida e a esperança
em Cristo (1Pe 5.7).
O crente deve fixar sua mente nas coisas verdadeiras,
puras, justas e santas, pois esta é uma condição prévia para experimentarmos a
paz de Deus e o livramento da ansiedade.
O segredo do contentamento, da satisfação, é reconhecermos
que Deus nos concede, em cada circunstância tudo quanto necessitamos para uma
vida vitoriosa em Cristo (2Co 2.14).
Nossa capacidade de viver vitoriosamente acima das
situações instáveis da vida provém do poder de Cristo que flui em nós e através
de nós, no entanto, isso não ocorre naturalmente; precisamos aprender a viver
na dependência de Cristo.
O apóstolo Paulo declarou: “Posso todas as
coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13). Deus nos fortalece para fazermos todas as coisas que ele quer
que façamos.
Recebemos misericórdia e
graça em tempos de necessidade (Hb 4.16), e podemos estar certos de que todas
as coisas que Deus permite que nos aconteçam concorrerão para o nosso bem (Rm
8.28).
Em Cristo achamos graça
suficiente para que mesmo não tendo as necessidades satisfeitas, o nosso
coração goze de tranquilidade e paz.
As aflições deste tempo
presente, todos os sofrimentos da vida cotidiana: enfermidades, dores,
calamidade, decepções, pobreza, maus-tratos, tristezas, perseguições, e todos
os tipos de aflição devem ser considerados insignificantes ante a bênção, os
privilégios e a glória que serão concedidas ao crente fiel na era vindoura (2Co
4.17).
OBJETIVO-3: Saber que precisamos amadurecer pela suficiência de Cristo, o nosso
Senhor.
Como Paulo, devemos regozijar-nos no Senhor em meio às
aflições e aos sofrimentos da vida. Isso é ser maduro e livre da opressão da
necessidade. Embora sejamos assolados por tudo isto, ainda assim esperemos em
Deus e alegremo-nos nele que é a nossa esperança (Sl 11.1).
É possível viver uma vida plena a despeito das
aflições porque as riquezas que termos em Cristo superam, em muito, qualquer
frustração, dor ou angústia que possa nos atingir neste mundo. Não estamos
sendo irrealistas quanto às feridas provocadas pelos sofrimentos da vida e nem
tão pouco minimizando a capacidade que as enfermidades e dificuldades têm de
nos abater não somente o corpo, mas também o próprio “Ser”.
Mas estamos ressaltando o poder muito maior que Cristo
tem de erguer, sustentar, prover e fortalecer a alma abatida em meio aos
momentos de dor. Como declara Paulo: “Segundo a riqueza da sua glória”, Deus
nos concede que sejamos “fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no
homem interior (Ef 3.16, ARA).
CONCLUSÃO:
No mundo tereis aflições.
Essa é uma predição de Jesus, que envolve não somente o círculo original de
seus discípulos, mas todos os seguidores de Cristo e em todas as gerações
posteriores (Jo 16.33).
De fato, todos temos
experimentado tais aflições e perseguições externas, paralelamente a temores
íntimos. Isso se verificou sobretudo durante os trezentos primeiros anos da
história da igreja cristã, inicialmente nas mãos dos judeus, que os
consideravam blasfemos.
E, em seguida, às mãos dos
romanos, que os reputavam desleais ao estado, porque não queriam adorar ao
imperador, que supostamente seria controlado por alguma divindade especial, com
a finalidade proteger o estado, ou porque não queriam servir aos deuses pagãos,
aprovados pelas autoridades civis.
Por essa razão os cristãos eram
mau vistos aos olhos dos homens do mundo, o que trazia o desfavor dos deuses
contra o estado, que tolerava a existência de tais traidores.
Razões abundantes havia para
os crentes se sentirem plenamente encorajados, visto que o mundo jamais poderá
realmente derrotar um verdadeiro crente em Cristo.
Jesus venceu o
mundo e nós devemos ter bom ânimo. É perfeitamente possível ter uma vida plena
nas aflições, pois temos a promessa do Senhor Jesus Cristo de que também
seremos vencedores e livres da opressão da necessidade.
O amadurecimento
adquirido através da suficiência de Cristo nos conduz ao desfrute de uma vida
espiritual plena e nos proporciona contentamento em qualquer situação crítica
do nosso estar no mundo, e como o apóstolo Paulo falou aos filipenses, podemos
também dizer ousadamente “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”.
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e
Silva).
COELHO,
Alexandre e DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. CPAD – Rio de Janeiro,
2012.
Bíblia
de Estudo Pentecostal – CPAD
CHAMPLIN.
R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
CHAMPLIN.
R. N. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia –
Ampliado e Atualizado. Editora Hagnos.
SWINDOLL. Charles L. Série heróis da Fé –
Paulo um homem de coragem e graça. Edit. Mundo Cristão. 10ª. reimpressão, São
Paulo, 2012.