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quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Lição 01-BATALHA ESPIRITUAL - A REALIDADE NÃO PODE SER SUBESTIMADA – 1Pedro 5.5-9 - Subsídios


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 01-BATALHA ESPIRITUAL - A REALIDADE NÃO PODE SER SUBESTIMADA – 1Pedro 5.5-9
Por: Pr. João Barbosa

Batalha espiritual é um conflito que começa no interior do homem, visto que este é um ser composto de espírito, alma e corpo.

O corpo é a parte externa e material do homem. A alma é o princípio da vida física e o espírito é a parte que se comunica com Deus. E, tanto a alma quanto o espírito se expressam através do corpo.

No pensamento do apóstolo Paulo o espírito do homem é aquela parte que Deus implantou nele; é a presença e o poder de Deus dentro dele; é a vinda do Cristo ressurreto para residir dentro dele.

E o resultado é uma ligação entre o homem e Deus que lhe dá uma nova comunhão com ele e um novo poder para expressar essa comunhão na forma e na beleza da vida.

Este fato é exposto de modo mais claro na passagem mais rica de Paulo a respeito do Espírito Santo e o espírito do homem em Rm 8.1-17. Essa passagem nos oferece o resumo perfeito do relacionamento entre o Espírito de Deus e o espírito do homem e o entendimento de como vencer as batalhas espirituais.

Sem o Espírito de Cristo, o homem não pode nem sequer começar a ser um crente em Cristo (Rm 8.9). Pois é o Espírito que faz do homem um filho de Deus (Rm 8.14), e que lhe assegura a realidade daquela filiação (Rm 8.16).

Para o crente em Cristo, o Espírito precisa ser a lei da sua vida, seu dirigente, seu padrão mediante o qual julga todas as coisas, e a pessoa cujas dádivas é a que ele mais deseja (Rm 8.4,5,9).

O Espírito lhe traz dons graciosos. O Espírito lhe traz libertação da lei do pecado e da morte (Rm 8.2). O homem cuja vida o Espírito habita é um homem liberto. O Espírito lhe traz paz (Rm 8.6). O Espírito lhe traz a vitória no conflito da alma.

O Espírito lhe traz vida. Seu corpo mortal vivifica-se com a vida de Cristo (Rm 8.11). O não crente, sem Cristo e sem o Espírito Santo, pode ser declarado existente, mas não pode ser declarado vivo (Ef 2.1).

O Espírito lhe traz poder (Rm 8.13) e o capacita a mortificar as obras do corpo. A paz que o Espírito traz é a paz daqueles que são livres e têm comunhão com Deus.

Alguns entendem que para Paulo o espírito do homem é o poder de Deus que nele habita ou, num outro modo de expressar o fato, é o Cristo ressurreto que nele reside.

O espírito do homem é aquela sua parte que tem afinidade com Deus, e que, portanto, lhe dá comunhão com o Senhor e o poder para obter a vitória no conflito da alma que é a verdadeira batalha espiritual, pois o Espírito combate contra a carne e a carne contra o Espírito, porque são opostos entre si, para que não façais o que, por ventura, seja o vosso querer (Gl 5.16,17).

Já vimos o entendimento de Paulo acerca do homem espírito, alma e corpo. Existe um sentimento entre alguns seguimentos ditos evangélicos que ensinam que Deus quer apenas o espírito e a alma.

Paulo entendia que os pagãos desonravam os seus corpos com seus excessos e perversões sexuais (Rm 1.24). Fala das marcas da perseguição que ele leva no seu próprio corpo (Gl 6.17). Fala de Abraão, que sabia que a força física do seu corpo era na prática morta (Rm 4.19).

Duas vezes Paulo usa o corpo físico e suas partes como símbolo da igreja e como corpo de Cristo (Rm 12. 4,5; 1Co 12.12-27). Nestas passagens o apóstolo refere-se ao corpo simplesmente no sentido físico do texto. Fala do corpo de uma maneira que se subentende a imperfeição e o perigo dele.

Fala do corpo pecaminoso (Rm 6.6); do corpo mortal (Rm 6.12; 8.11); do corpo que é destinado à morte (Rm 7.24); do corpo morto por causa do pecado (Rm 8.10).

Declara que o corpo deve ser escravizado (1Co 9.27), e que os atos do corpo deve ser mortificado (Rm 8.13). Aqui, o corpo é visto como a parte que, em qualquer caso, é destinado à morte e à decadência; e a implicação de que o corpo é grandemente responsável pelo pecado do homem e que há coisas que devem ser eliminadas para sempre da vida do crente em Cristo.

No entanto, Paulo nunca subentende que o corpo como tal é incurável e que não serve para nada senão para destruição. O corpo pode ser redimido (Rm 8.23) e transformado (Fp 3.21).

O corpo pode ser o templo do Espírito Santo (1Co 6.19). Na sua natureza o corpo morrerá, tem grandes potencialidades tanto para o bem como para o mal, dependendo se é dominado pelo pecado ou se é dedicado a Deus.

Para entendermos a Batalha Espiritual, depois de vermos um pouco sobre o espírito, a alma e o corpo, Paulo nos fala de uma palavra de difícil compreensão (palavra grega sarx), a carne.

Essa palavra era uma das palavras características de Paulo que percorre suas cartas especialmente aos romanos, aos gálatas e aos coríntos; segundo o escritor William Barclay.

Sarx é a inimiga mortal do Espírito. O conflito na alma é exatamente uma batalha entre a carne – sarx e o Espírito – pneuma (Gl 5.17). Para Paulo os pecados da carne inclui muito mais do que pecados carnais que tem há ver com o corpo.

Quando Paulo alista as obras da carne, é certo que ele começa com a imoralidade, a impureza e a licenciosidade, mas daí ele passa para a inimizade, as contendas, os ciúmes a ira e o espírito partidário (de contendas), que não são pecados do corpo. Mas acontece no domínio do espírito e da alma.

O mundo espiritual é um terreno que não se percebe fisicamente, mas é a partir dele que todas as coisas são regidas (Cl 1.13-17; Ef 6.10-12). – “Quanto ao mais irmãos meus, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.

Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderes ficar firmes contra as ciladas do Diabo; porque a nossa luta não é contra sangue e carne, e sim contra os principados, contra as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nos lugares celestiais.”

Nestas passagens o apóstolo nos mostra que existe um mundo espiritual invisível habitado por seres malignos que conspiram contra Deus, contra os seres humanos e contra toda a obra da criação de Deus.

E ao mesmo tempo exorta os crentes de Éfeso que era um centro mundial de idolatria e uma referência de adoração à deusa Diana dos efésios.

Era como que ali estivesse um trono dedicado a estes seres espirituais de natureza decaída mencionado nos versículos 11 e 12, de onde toda a região da Ásia Menor recebia sua influência, como a cidade de Pérgamo que era considerada o lugar onde estaria o trono de Satanás devido tamanhas abominações que eram praticadas naquele lugar.

O mundo espiritual é uma área de atuação onde tudo começa a partir do que falamos, agimos e até pensamos. Essa batalha não é desencadeada no mundo físico, mas ela acontece no mundo espiritual.

Esse mundo que não podemos ver, mas podemos sentir, é a atmosfera onde são travados todos os planos de ação, onde os dois reinos se estabelecem com seus objetivos principais: o reino das trevas de destruir e o reino de Deus de resgatar.

O reino espiritual existe, e nele há dois exércitos: o exército do Deus vivo e o exército de Satanás, que já tem o selo da derrota.

O mundo espiritual é o mundo da verdade, o universo dos princípios. É lá que tudo se manifesta, é onde conquistamos tudo aquilo que é nosso por direito.

O mundo físico é o mundo da razão, só podemos contemplar os perigos do mundo espiritual quando Deus abre os nossos olhos para enxergarmos o que se passa no mundo físico (2Re 6.14,17).

Nossa visão precisa estar aberta pela palavra de Deus para que tenhamos certeza que as batalhas espirituais serão vencidas quando entendermos perfeitamente a existência desses dois reinos e que maior é o que está conosco do que o que está com eles.

Em sua conversão o apóstolo Paulo teve seus olhos e ouvidos espirituais ativados e ele viu e vivenciou o mundo espiritual (At 9.3,4).

Foi com este sentimento do que era o mundo espiritual, que Paulo fez a leitura correta em Éfeso, a cidade da idolatria, e entendeu que para o evangelho ter êxito ali, eles precisavam compreender a hierarquia do mundo espiritual relatado em Ef 6.10-17.

E se equipar das armas apropriadas para cada tipo de combate no mundo espiritual. O ensino apostólico nos exorta a combater essas forças demoníacas pelo poder que o Senhor Jesus conferiu a cada crente (Mc 16.17,18; Lc 10.17-19).

Com oração e uma vida de santidade, esse conjunto de fatores que chamamos de batalha espiritual serão vencidos pelo poder e em nome do Senhor Jesus Cristo. Essa é uma realidade bíblica e manifestada na vida da igreja ao longo dos últimos dois séculos.

Consultas: SOARES Ezequias. Comentarista da Lição Bíblica EBD do 1º. Trimestre 2019 com o Tema: Batalha Espiritual.
SOARES Ezequias. Batalha Espiritual. CPAD. Rio de Janeiro, 2018
OLIVEIRA Miqueias. Batalha espiritual por Princípios Bíblicos. BV Films Editora Eireli, Rio de Janeiro, 2016
BARCLAY Willliam. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito Vol.2. Editora Vida Nova São Paulo, 2010
BUBECK Mark I. O adversário. Edições Vida Nova. São Paulo, 1993
DAMASCENO Fábio. A Cura Interior. Editora Vinde. Rio de Janeiro, 1997
NEE Watchman. O Homem Espiritual – Vol 1. Editora Betania. Belo Horizonte, 2002

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