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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Lição 12 - OS PÃES DA PROPOSIÇÃO - 16.09.2018 - Subsídios


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 12 - OS PÃES DA PROPOSIÇÃO - 16.09.2018
Texto Bíblico: Levítico 24.5-9
Por: Pr. João Barbosa

Os pães da proposição – Eram preparados todos os sábados pelos coatitas (1Cr 9.32). Em sua composição, usava-se a flor da farinha de trigo (Lv 24.5). Ou seja, a parte mais fina e nobre desse produto. Depois de cozidos eram postos em duas fileiras sobre a mesa, sendo intercalado entre os vasos do incenso (Lv 24.6,7). Doze pães um para cada tribo de Israel.

A simbologia dos pães – Os pães da proposição são o mais perfeito símbolo do Senhor Jesus Cristo, pois a sua missão, neste mundo, foi e sempre será alimentar-nos com a Palavra de Deus (Jo 1.1).

Para que os pães da proposição fossem introduzidos no Tabernáculo, Deus ordenou o fabrico de uma mesa especial. Quanto aos pães, deveriam estes ser preparados de acordo com uma receita bastante específica, acima descrita.

A mesa: seu modelo e finalidade – Os “pães da proposição” (Ex 35.13) ou “pães da presença” (1Sm 21.6 NVI), ou ainda como sugere Alan Coe, “o pão colocado perante Deus”, eram santificados ao Senhor e aos ministros do Senhor, em benefício do povo que o Senhor escolheu para Si.

O Senhor deu a Moisés o modelo de uma mesa medindo (88cm de comprimento x 44cm de largura x 66cm de altura) (Ex 25.23 NTLH).  Ela foi construída com madeira de acácia e recoberta de ouro.

Em seu contorno foi fixado um beiral de ouro puro, medindo “quatro dedos de largura”, que servia como enfeite (e que podia ser também para evitar que os pães caíssem da mesa e se tornassem cerimonialmente impuros).

Nesse beiral foram fixadas quatro argolas de ouro, por onde passariam cabos confeccionados com madeira de acácia e revestidos de ouro para quando a Mesa tivesse de ser transportada.

Sobre a Mesa havia duas bandejas e dois pratos grandes (Ex 25.29; 37.16), onde eram colocados os pães (seis em cada bandeja (Lv 24.6).

Havia também duas taças com incenso puro, copos, uma jarra com água e outra com vinho. Todos esses objetos eram de ouro polido. O total de doze simbolizava as tribos de Israel, que se beneficiaram do resultado do ritual.

Nas taças, do lado de cada pilha de pães, era colocado incenso puro, como ofertas ao Senhor. Os sacerdotes se alimentavam desses pães e todos os sábados, quando eram renovados, o incenso era queimado como oferta ao Senhor.

Os sacerdotes, na verdade, se alimentavam de quase todas as oferendas que lhes eram entregues:
1. Oferta dos cereais (Lv 2.3);
2. A carne das ofertas pelo pecado e pelas transgressões (Lv 6.26; 7.6);
3. O azeite para as ofertas dos cereais (Lv 14.10);
4. Um molho das primícias (Lv 23.10,11);
5. As ofertas pacíficas (Lv 7.11-36);
6. Os doze pães asmos (Lv 24.8,9).

Embora todo esse cerimonial da antiga aliança tenha se extinguido, o princípio permanece na nova aliança. Ainda hoje aqueles que vivem para o ministério devem se alimentar daquilo que é ofertado ao Senhor. O sustento do ministro de Deus é um princípio bíblico inalterável (1Co 9.9-11; 1Tm 5.18).

Em Roma, esculpido no arco de Tito, há uma representação da Mesa, a qual foi saqueada do Templo de Jerusalém em 70 d.C. Naturalmente, não se trata da mesma peça do primeiro tabernáculo, uma vez que aquela fora saqueada durante a invasão de Nabucodonosor (2Rs 25.9-15).

Ao que tudo indica as réplicas daqueles móveis e utensílios foram confeccionados no período interbíblico, entre Malaquias e Mateus, no tempo dos Macabeus. Em todo caso, parece-nos que a escultura no arco de Tito descreve bem sua aparência, conforme o relato bíblico.

Os pães da Mesa –  seu ensino e significado:
1. Fortalecimento para Israel – Ao entrar no lugar Santo, o sacerdote via o altar do incenso à sua frente, junto ao véu da separação; o candelabro estaria à sua esquerda e a Mesa dos pães à sua direita.

A Mesa ficava em frente ao candelabro perante o Senhor (Ex 26.35). Um dos significados para essa disposição é que o alimento espiritual (ensino) às doze tribos estaria sempre na dependência (iluminação) do Senhor.

É bom que nos lembremos que o simbolismo do tabernáculo, seus rituais e sacerdócios não passam de “sombra das cousas celestes” (Hb 8.5). Como disse Paulo as Colossenses:

“Tudo isso é apenas uma sombra daquilo que; a realidade  é Cristo” (Cl 2.17 NTLH). De maneira que, se estamos em Cristo, não há razão para, novamente, nos apegarmos a tais cerimônias.

2. Fortalecimento para a liderança – O pão era o alimento do sacerdote, consagrado exclusivamente para esse fim; por isso era constantemente renovado. O ministério deles consistia em pastorear o rebanho de Israel com o ensino da Palavra (alimento) e a intercessão.

Mas eles também precisavam se alimentar, a fim de obter as forças necessárias para aquele exaustivo serviço – forças físicas e espirituais. Os pães eram grandes, pesando dois quilos cada (Lv 24.5 NTLH), havendo o suficiente para todos os sacerdotes.

Fortalecimento para o cristão – Jesus, quando iniciou Seu ministério, declarou: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim, jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede” (Jo 6.35).

Ele disse isso ao povo hebreu, fazendo um paralelo com o maná (pão do céu), que durou os quarenta anos de peregrinação no deserto, alimentou seus ancestrais, dia após dias.

E Jesus acrescentou: “Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que os antepassados de vocês comeram e mesmo assim morreram. Quem come deste pão viverá para sempre” (Jo 6.58 NTLH).

As bênçãos de Deus não são para os poucos privilegiados. Ele derrama Suas bênçãos até sobre os impenitentes e ingratos, como o maná que supriu  aquele povo obstinado, murmurador e rebelde.
No entanto, somente aquele que se alimenta do Pão da Vida (Jesus) por meio de submissão completa e já não chora” (Nm 11.4-6,10) por nenhum outro tipo de “alimento” é que verdadeiramente viverá para sempre.

4. Fortalecimento para o testemunho – Aqueles que já se alimentaram do “pão da vida” (salvação) e do pão diário (Palavra de Deus) devem também testemunhar publicamente a sua fé e comunhão, com Deus e com Seus filhos, participando do “pão da ceia” (corpo de Cristo).

Lucas, depois de ouvir o relato dos apóstolos registra: “E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós, fazei isto em memória de mim” (Lc 22.19).

Conclusão – Embora  os pães representassem Deus, Seu sustento e Sua instrução – algo que só Ele pode dar – cabia aos sacerdotes o dever de oferecer pães santificados, isso é, segundo a prescrição de Deus.

Da mesma forma quando apresentamos Jesus, o pão da vida, por nosso testemunho de vida ou por nosso ensino, devemos fazê-lo com honra e respeito (Jr 48.10).

Uma geração inteira foi condenada por profanar a “mesa do Senhor” Ml 1.6-10, 14). A “Mesa do Senhor” é solo sagrado; quem dela participa é abençoado.

E um dia, com a graça de Deus nos assentaremos com Ele à Sua mesa no Céu e cearemos com Ele, face a face – “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro” (Ap 19.9).


Consultas:
ANDRADE, Claudionor de.Comentarista da Lição Bíblica do 3º. Trimestre.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico.
ANDRADE, Claudionor de.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. CPAD. Rio de Janeiro, 2018
WICLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD Rio de Janeiro, 2016.
O TABERNÁCULO, CRISTO E O CRISTÃO. Série Antigo Testamento – Lição 2 EBD – Editora Cristã Evangélica. São Paulo 2009
VINE. W. E. Dicionário Bíblico. CPAD. Rio de Janeiro, 2010
OLIVEIRA, Adiel Almeida. Comentário Bíblico Boadman Velho Testamento  - Vl. 1 Gênesis e Exodo. 2ª Edição. JUERP, Rio de Janeiro, 1987
BARNETT. John D e Outros. O Tabernáculo – Cristo e o Cristão. Editora Cristã Evangélica. São Paulo, 2009
ALEXANDER T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida. São Paulo, 2009
PEARLMAN Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Editora Dois Irmãos Ltda. Rio de Janeiro, 1963
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Editora Vida Nova, São Paulo, 2009
BROWN. Raymond E. Comentário Bíblico São Gerônimo – Antigo Testamento. Academia Cristã Ltda – Paullus. São Paulo 2007
CHAPLIN. R.N. Antigo Testamento Interpretado – V1 e V6. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010

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