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quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Lição 14 - ENTRE A PASCOA E O PENTECOSTES - 30.09.2018


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 14 - ENTRE A PASCOA E O PENTECOSTES - 30.09.2018
Texto Bíblico: Exodo 34.18-29
Por: Pr. João Barbosa

Páscoa – Era a primeira das três grandes festas anuais em Israel quando todos os homens tinham obrigação de comparecer no santuário (Ex 23.14-17).

O substantivo pesah é derivado do verbo pãsah “passar por cima”, no sentido de “poupar” (EX 12.12,13). A Páscoa é associada com a festa dos pães asmos, a semana durante a qual a levedura era rigidamente excluída da dieta dos hebreus (Ex 23.15).

A Páscoa histórica relaciona-se com a décima praga – a morte dos primogênitos no Egito. Israel recebeu a ordem de preparar um cordeiro para cada lar. O sangue devia ser aplicado na verga e nas umbreiras das portas (Ex 2.7).

O sinal do sangue garantiria a segurança de cada casa assim indicada. No entardecer do dia catorze de Nisã (Abibe), os cordeiros da Páscoa eram mortos.

Depois de assados, eram comidos com pães asmos e ervas amargas, (Ex 12.8). Enfatizando a necessidade de uma saída apressada e relembrando a amarga escravidão no Egito (Dt 16.3).

A Páscoa era uma observância familiar. No caso de famílias pequenas, os vizinhos podiam ser convidados para compartilharem da refeição pascal. As instruções iniciais diziam respeito à preparação para o êxodo histórico (Ex 12.21-23).

As orientações subsequentes foram dadas para observância dos sete dias da Festa dos Pães Asmos (Ex 13.3-10). A experiência da Páscoa devia ser repetida cada ano, como forma de instrução para as gerações futuras (Ex 12.24-27).

Nos anos subsequentes, desenvolveu-se um ritual pascal que incorporou aspectos adicionais. Quatro cálices sucessivos de vinho misturados com água eram usados. Para entendermos melhor devemos ler os Salmos 113 – 118. Eram cantados em momentos apropriados.

Frutas misturadas com vinagre na consistência de argamassa serviam como lembrança da argamassa usada na escravidão. O primeiro e o sétimo dia dessa semana eram observados como sábados. Todo o trabalho cessava e o povo se reunia em santa convocação (Ex 12.16; Num 28.18,25).

No segundo dia da Festa, um molho das primícias da cevada era movido pelo sacerdote para comemorar o início da colheita (Lv 23.10-14). Além dos sacrifícios regulares, dois novilhos, um carneiro e sete cordeiros eram oferecidos como holocausto, e um bode como oferta pelo pecado, todos os dias (Nm 28.19-23; Lv 23.8).

A observância da Páscoa era frequentemente negligenciada nos tempos do AT. Depois do Sinai (Nm 9.1-14), nenhuma celebração da Páscoa ocorreu a não ser depois da entrada em Canaã (Js 5.10). Os reis reformadores Ezequias (2Cr 30) e Josias (2Re 23.21-23; 2Cr 35), deram atenção à observância da Páscoa.

Depois da dedicação do segundo templo, foi celebrado uma Páscoa notável (Ed 6.19-22).

A morte de Cristo na época da Páscoa era considerada significativa pela igreja primitiva. Paulo chama Cristo de “Nossa Páscoa” (1Co 5.7).

A ordem de não se quebrar nenhum osso do Cordeiro Pascal (Ex 12.46), é aplicada por João à morte de Cristo – “nenhum dos seus ossos será quebrado” (Jo 19.36).

O cristão deve lançar fora o “velho fermento” da maldade e da malícia, e colocar no lugar dele “os asmos da sinceridade e da verdade (1Co 5.8). João o Batista, foi o primeiro homem na Bíblia a reconhecer e anunciar Cristo como o Cordeiro Pascal ao declarar “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).

Pentecostes – Um termo derivado do grego pentekostos, que significa “quinquagésimo”, que era aplicado ao quinquagésimo dia após a Páscoa. Era a culminação da Festa das Semanas (Ex 34.22; Dt 16.10).

Que começava no terceiro dia após a Páscoa com a apresentação dos primeiros molhos da ceifa diante de Deus e terminava com a oferta de dois pães asmos que representavam as primícias da colheita (Lv 23.17-20; Dt 16.9,10).

Depois do exílio, veio a ser uma das grandes Festas de peregrinação do judaísmo, quando muitos daqueles que viviam nas partes remotas do mundo romano voltavam para Jerusalém a fim de adorar (At 10.16).

Por essa razão servia como um elo para unir o mundo judaico do século I, e para fazer os judeus lembrarem-se da sua história. Na igreja cristã, o Pentecostes é o aniversário da vinda do Espírito Santo.

Quando Jesus subiu ao céu, mandou seus discípulos ficar em Jerusalém até receber o poder do alto enquanto um grupo de cento e vinte fiéis estavam orando num cenáculo em Jerusalém.

Cinquenta dias após a morte de Jesus, o Espírito Santo desceu sobre eles com um som de um vento poderoso e com línguas de fogo que pousou sobre cada um deles.

Começaram a falar em outras línguas conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem e a pregar com ousadia em nome do Senhor Jesus Cristo e o resultado foi que três mil pessoas se converteram e foram batizados em nome do Senhor Jesus.

Essa tremenda manifestação do poder divino marcou o começo da igreja, que a partir de então tem considerado o Pentecoste como o dia em que a igreja começou a existir como instituição eclesiásticas entre os homens.

Se o Senhor Jesus Cristo como Cordeiro Pascal não tivesse sido imolado no dia da Páscoa do ano provável de 27 da era cristã, aquele dia de Pentecostes em Jerusalém cinquenta dias após a sua morte e ressurreição não teria sentido.

Todavia, a Páscoa de Cristo tornou real o Pentecostes do Espírito Santo.

Cristo, o Cordeiro Pascal – O Senhor Jesus foi crucificado durante a Páscoa (Mt 26.2). Mas, ao terceiro dia, eis que ele ressurgiu de entre os mortos, e disse aos seus discípulos: “Toda autoridade me foi dada nos céus e na terra” (Mt 28.1-8).

Jesus foi feito as primícias dos que dormem, por ser ele mesmo a ressurreição e a vida. E também o primeiro que morreu e ressuscitou para nunca mais morrer (Jo 11.25; 1Co 15.20-23; Ap 1.17,18).

Em seguida, ele fez menção da grande colheita que haveria por intermédio da descida do Espírito Santo (At 1.8). E que os discípulos, pois, esperassem a chegada do Consolador.

Passados cinquenta dias, desde a morte de Cristo, ocorrida na Páscoa, eis que os discípulos recebem o Consolador em pleno dia de Pentecostes (At 2.1-4).

E cheios do Espírito Santo, começaram a falar noutras línguas enunciando aos peregrinos que visitavam Jerusalém, as grandezas de Deus (At 2.7-11).

Nesse movimento, levanta-se Pedro com os demais apóstolos, e proclamam o evangelho de Cristo. E as três mil almas que se converteram (At 2.41), são as primícias da igreja primitiva que foram apresentadas a Deus Pai.
Consultas: ANDRADE, Claudionor de.Comentarista da Lição Bíblica do 3º. Trimestre. Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. ANDRADE, Claudionor de. Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. CPAD. Rio de Janeiro, 2018. PEARLMAN Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Editora Dois Irmãos Ltda. Rio de Janeiro, 1963. ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Editora Vida Nova, São Paulo, 2009. BRUNELLI Walter. Teologia para Pentecostais – Vl.4. Editora Central Gospel. Rio de Janeiro, 2017. CHAMPLIN. R.N. Antigo Testamento Interpretado – V1 e V6. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Lição 12 - OS PÃES DA PROPOSIÇÃO - 16.09.2018 - Subsídios


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 12 - OS PÃES DA PROPOSIÇÃO - 16.09.2018
Texto Bíblico: Levítico 24.5-9
Por: Pr. João Barbosa

Os pães da proposição – Eram preparados todos os sábados pelos coatitas (1Cr 9.32). Em sua composição, usava-se a flor da farinha de trigo (Lv 24.5). Ou seja, a parte mais fina e nobre desse produto. Depois de cozidos eram postos em duas fileiras sobre a mesa, sendo intercalado entre os vasos do incenso (Lv 24.6,7). Doze pães um para cada tribo de Israel.

A simbologia dos pães – Os pães da proposição são o mais perfeito símbolo do Senhor Jesus Cristo, pois a sua missão, neste mundo, foi e sempre será alimentar-nos com a Palavra de Deus (Jo 1.1).

Para que os pães da proposição fossem introduzidos no Tabernáculo, Deus ordenou o fabrico de uma mesa especial. Quanto aos pães, deveriam estes ser preparados de acordo com uma receita bastante específica, acima descrita.

A mesa: seu modelo e finalidade – Os “pães da proposição” (Ex 35.13) ou “pães da presença” (1Sm 21.6 NVI), ou ainda como sugere Alan Coe, “o pão colocado perante Deus”, eram santificados ao Senhor e aos ministros do Senhor, em benefício do povo que o Senhor escolheu para Si.

O Senhor deu a Moisés o modelo de uma mesa medindo (88cm de comprimento x 44cm de largura x 66cm de altura) (Ex 25.23 NTLH).  Ela foi construída com madeira de acácia e recoberta de ouro.

Em seu contorno foi fixado um beiral de ouro puro, medindo “quatro dedos de largura”, que servia como enfeite (e que podia ser também para evitar que os pães caíssem da mesa e se tornassem cerimonialmente impuros).

Nesse beiral foram fixadas quatro argolas de ouro, por onde passariam cabos confeccionados com madeira de acácia e revestidos de ouro para quando a Mesa tivesse de ser transportada.

Sobre a Mesa havia duas bandejas e dois pratos grandes (Ex 25.29; 37.16), onde eram colocados os pães (seis em cada bandeja (Lv 24.6).

Havia também duas taças com incenso puro, copos, uma jarra com água e outra com vinho. Todos esses objetos eram de ouro polido. O total de doze simbolizava as tribos de Israel, que se beneficiaram do resultado do ritual.

Nas taças, do lado de cada pilha de pães, era colocado incenso puro, como ofertas ao Senhor. Os sacerdotes se alimentavam desses pães e todos os sábados, quando eram renovados, o incenso era queimado como oferta ao Senhor.

Os sacerdotes, na verdade, se alimentavam de quase todas as oferendas que lhes eram entregues:
1. Oferta dos cereais (Lv 2.3);
2. A carne das ofertas pelo pecado e pelas transgressões (Lv 6.26; 7.6);
3. O azeite para as ofertas dos cereais (Lv 14.10);
4. Um molho das primícias (Lv 23.10,11);
5. As ofertas pacíficas (Lv 7.11-36);
6. Os doze pães asmos (Lv 24.8,9).

Embora todo esse cerimonial da antiga aliança tenha se extinguido, o princípio permanece na nova aliança. Ainda hoje aqueles que vivem para o ministério devem se alimentar daquilo que é ofertado ao Senhor. O sustento do ministro de Deus é um princípio bíblico inalterável (1Co 9.9-11; 1Tm 5.18).

Em Roma, esculpido no arco de Tito, há uma representação da Mesa, a qual foi saqueada do Templo de Jerusalém em 70 d.C. Naturalmente, não se trata da mesma peça do primeiro tabernáculo, uma vez que aquela fora saqueada durante a invasão de Nabucodonosor (2Rs 25.9-15).

Ao que tudo indica as réplicas daqueles móveis e utensílios foram confeccionados no período interbíblico, entre Malaquias e Mateus, no tempo dos Macabeus. Em todo caso, parece-nos que a escultura no arco de Tito descreve bem sua aparência, conforme o relato bíblico.

Os pães da Mesa –  seu ensino e significado:
1. Fortalecimento para Israel – Ao entrar no lugar Santo, o sacerdote via o altar do incenso à sua frente, junto ao véu da separação; o candelabro estaria à sua esquerda e a Mesa dos pães à sua direita.

A Mesa ficava em frente ao candelabro perante o Senhor (Ex 26.35). Um dos significados para essa disposição é que o alimento espiritual (ensino) às doze tribos estaria sempre na dependência (iluminação) do Senhor.

É bom que nos lembremos que o simbolismo do tabernáculo, seus rituais e sacerdócios não passam de “sombra das cousas celestes” (Hb 8.5). Como disse Paulo as Colossenses:

“Tudo isso é apenas uma sombra daquilo que; a realidade  é Cristo” (Cl 2.17 NTLH). De maneira que, se estamos em Cristo, não há razão para, novamente, nos apegarmos a tais cerimônias.

2. Fortalecimento para a liderança – O pão era o alimento do sacerdote, consagrado exclusivamente para esse fim; por isso era constantemente renovado. O ministério deles consistia em pastorear o rebanho de Israel com o ensino da Palavra (alimento) e a intercessão.

Mas eles também precisavam se alimentar, a fim de obter as forças necessárias para aquele exaustivo serviço – forças físicas e espirituais. Os pães eram grandes, pesando dois quilos cada (Lv 24.5 NTLH), havendo o suficiente para todos os sacerdotes.

Fortalecimento para o cristão – Jesus, quando iniciou Seu ministério, declarou: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim, jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede” (Jo 6.35).

Ele disse isso ao povo hebreu, fazendo um paralelo com o maná (pão do céu), que durou os quarenta anos de peregrinação no deserto, alimentou seus ancestrais, dia após dias.

E Jesus acrescentou: “Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que os antepassados de vocês comeram e mesmo assim morreram. Quem come deste pão viverá para sempre” (Jo 6.58 NTLH).

As bênçãos de Deus não são para os poucos privilegiados. Ele derrama Suas bênçãos até sobre os impenitentes e ingratos, como o maná que supriu  aquele povo obstinado, murmurador e rebelde.
No entanto, somente aquele que se alimenta do Pão da Vida (Jesus) por meio de submissão completa e já não chora” (Nm 11.4-6,10) por nenhum outro tipo de “alimento” é que verdadeiramente viverá para sempre.

4. Fortalecimento para o testemunho – Aqueles que já se alimentaram do “pão da vida” (salvação) e do pão diário (Palavra de Deus) devem também testemunhar publicamente a sua fé e comunhão, com Deus e com Seus filhos, participando do “pão da ceia” (corpo de Cristo).

Lucas, depois de ouvir o relato dos apóstolos registra: “E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós, fazei isto em memória de mim” (Lc 22.19).

Conclusão – Embora  os pães representassem Deus, Seu sustento e Sua instrução – algo que só Ele pode dar – cabia aos sacerdotes o dever de oferecer pães santificados, isso é, segundo a prescrição de Deus.

Da mesma forma quando apresentamos Jesus, o pão da vida, por nosso testemunho de vida ou por nosso ensino, devemos fazê-lo com honra e respeito (Jr 48.10).

Uma geração inteira foi condenada por profanar a “mesa do Senhor” Ml 1.6-10, 14). A “Mesa do Senhor” é solo sagrado; quem dela participa é abençoado.

E um dia, com a graça de Deus nos assentaremos com Ele à Sua mesa no Céu e cearemos com Ele, face a face – “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro” (Ap 19.9).


Consultas:
ANDRADE, Claudionor de.Comentarista da Lição Bíblica do 3º. Trimestre.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico.
ANDRADE, Claudionor de.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. CPAD. Rio de Janeiro, 2018
WICLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD Rio de Janeiro, 2016.
O TABERNÁCULO, CRISTO E O CRISTÃO. Série Antigo Testamento – Lição 2 EBD – Editora Cristã Evangélica. São Paulo 2009
VINE. W. E. Dicionário Bíblico. CPAD. Rio de Janeiro, 2010
OLIVEIRA, Adiel Almeida. Comentário Bíblico Boadman Velho Testamento  - Vl. 1 Gênesis e Exodo. 2ª Edição. JUERP, Rio de Janeiro, 1987
BARNETT. John D e Outros. O Tabernáculo – Cristo e o Cristão. Editora Cristã Evangélica. São Paulo, 2009
ALEXANDER T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida. São Paulo, 2009
PEARLMAN Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Editora Dois Irmãos Ltda. Rio de Janeiro, 1963
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Editora Vida Nova, São Paulo, 2009
BROWN. Raymond E. Comentário Bíblico São Gerônimo – Antigo Testamento. Academia Cristã Ltda – Paullus. São Paulo 2007
CHAPLIN. R.N. Antigo Testamento Interpretado – V1 e V6. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Lição 11 - A LÂMPADA ARDERÁ CONTINUAMENTE - 09.09.2018


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 11 - A LÂMPADA ARDERÁ CONTINUAMENTE - 09.09.2018
Texto Bíblico: Levítico 24.1-4
Por: Pr. João Barbosa

 Os sete castiçais, o candelabro – “menorah”, está em Ex 25.31-40; 37.17-24. Nessas duas passagens bíblicas Deus ordena a construção do candelabro e o material que deveria ser usado em sua construção. No Ex 25.31-39 e 37.17-34, encontramos as orientações recebidas pelos artífices escolhidos por Deus para fabricação desse item da tenda da congregação.

Uma base suportava uma haste. Três braços curvados para cima, partiam dessa haste central; esses braços terminavam em seis receptáculos, em cada um dos quais havia uma lamparina; somando-se à lâmpada no alto da base central havia um total de sete lamparinas.

O ouro foi o material usado para a construção desse candeeiro. A haste central e os braços eram decorados com desenhos em alto relevo de florescências de amendoeira. As espevitadeiras para as lamparinas também eram feitas de ouro.

O trecho de Ex 37.17-24 adiciona uma segunda instrução concernente a essa questão, para garantir a perfeição da execução da obra. O candeeiro de ouro foi posto no lugar santo no lado sul do tabernáculo do outro lado da mesa dos pães da proposição.

Quando o templo de Jerusalém, construído por Salomão, ficou pronto, para o mesmo foram preparados dez candelabros de ouro de acordo com as maiores dimensões dessa estrutura permanente. Mas, no segundo templo de Jerusalém, por razões desconhecidas, havia apenas um candeeiro.

Antíoco Epifânio removeu esses candeeiros de seu lugar. Quando Judas Macabeus restaurou a adoração do templo, um novo candeeiro foi provido para o mesmo. Aparentemente, o mesmo formato de candeeiro havia no templo construído por Herodes, o Grande.

Ao estudarmos a construção do tabernáculo e todos os seus filatérios entendemos que Deus utilizou métodos pedagógicos bem explícitos a fim de que os artífices pudessem fazer conforme as instruções a eles transmitidas por Deus.

Tal fato, é uma realidade ainda para os dias de hoje. A literatura bíblica, pelo contrário, apresenta analogias simples, mas ricas em ensinamentos. Nessas simples figuras, que compõem o tabernáculo, há ensinamentos riquíssimos.

Por isso, uma parte da tarefa dos pregadores cristãos consiste em descobrir o conteúdo oficial das figuras usadas por Deus. Neste estudo sobre o candelabro vamos procurar fazer isso com diligência.

Assim, vamos ver qual foi o propósito inicial do candelabro no tabernáculo, e quais os símbolos que ele representa, ou seja seu conteúdo espiritual. Mediante essa figura, Deus está descrevendo a si mesmo, e aqueles que o seguem.

O candelabro –  É a primeira coisa que se vê ao entrar no lugar santo é a luz do candelabro. O lugar santo não tinha nenhuma iluminação externa, portanto, sem a luz do candelabro,  seria muito escuro, e Deus não se faz presente em lugares escuro. Porque Deus é luz e não há há nenhuma comunhão entre a luz e as trevas.

Aprendemos nesse estudo que uma das funções particulares dos sacerdotes consistia em acender e espevitar essas sete lâmpadas (Lv 24.1-4). Cada lâmpada recebia o seu cuidado. A parte queimada do pavio não dava luz. O sacerdote removia a sujeira.

A atividade e a diligência dos sacedrdotes eram necessárias para manter as lâmpadas acesas. Tudo o que pudesse impedir o livre curso do azeite que produzia a luz deveria ser cintinuamente removido.

Dessa forma também aprendemos uma lição de que um crente cuja vida está obstruída pela impureza do pecado não pode brilhar como luz no mundo.

E cada um de nós devemos regularmente manter limpas nossas lâmpadas. É o que precisamos fazer para que o azeite que é um símbolo do Espírito Santo flua mais livremente em nossas vidas.

Deus é luz – Deus estabeleceu os sete castiçais no lugar santo do tabernáculo para que fosse uma demonstração de si mesmo, pois ele é a luz em quem não há mudança nem sombra de variação (Tg 1.17).

O castiçal era necessário, porque os sacerdotes de Deus tinham necessidade de luz. E nós temos essa luz em Cristo (Jo 9.5). Só Jesus é “a luz do mundo”. E só quem o segue “terá a luz da vida” (Jo 8.12).

A figura do candelabro aponta para a pessoa de Jesus Cristo. Ele escolheu as figuras simples para descrevê-lo, a fim de que as mentes mais modestas pudessem compreender. Jesus se comparou à água, quando exclamou: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (Jo 7.37).
Noutra ocasião ele declarou: ”Eu sou o pão da vida” (Jo 6.48). E em João 8.12 ele afirmou: “Eu sou a luz do mundo”. Jesus é muito mais do que cada um desses elementos. Porém, eles apontam para o que é básico para a nossa existência.

O que seria de cada um de nós sem a água, sem o pão, sem a luz, assim seríamos nós sem o nosso Senhor Jesus Cristo. Jó 12.25 mostra um quadro deprimente porém real, do homem sem Deus: “Nas trevas andam às apalpadelas, sem terem luz, e os faz cambalear como bêbados”.

Essa é a condição do homem sem Deus. Mas se temos determinado conceito de Deus, devemos considerá-lo infinitamente poderoso e infinitamente bom. Ora, sendo Deus bom e poderoso, certamente não abandonará sua criatura necessitada, o homem.

Logo, todos esperamos que Deus com quem está a sabedoria e o entendimento (Jó 12.13), ilumine o caminho do homem que o segue. É, pois, na benevolência de Deus e na necessidade do homem que encontramos a maior prova de que Deus se revelou ao homem.

O salmo 103.14 mostra bem esta verdade: “Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pós”. A julgar pelos fatos, portanto, somente os salvos em Cristo tem a certeza absoluta da revelação plena e permanente da parte de Deus.

Jesus não tem variação nem sombras de mudança (Tg 1.17) – Ele é sempre o mesmo, brilhando sem cessar. Ele é aquele em quem podemos depositar nossa total confiança. Um coração que comunga com Jesus, sente a segurança de uma relação duradoura e firme, pois sabe que seu amor não muda, e que a sua misericórdia dura para sempre.

Os luzeiros do mundo – Os candeeiros também representavam o povo de Deus na terra. Assim Cristo, que é a luz do mundo, dá a seus discípulos o mesmo título (Mt 5.14) e responsabilidade.

Sendo Jesus a luz, o mesmo se passa para os crentes que estão unidos a ele: “Devem resplandecer como luzeiros no mundo” (Fp 2.15.16). Os crentes em Cristo devem se manter incontaminados dos elementos naturais. A luz é o que melhor representa a pureza.

Olhando para a água cristalina, poderíamos iludir-nos pensando que fosse ela o mais perfeito símbolo da pureza. Se a filtramos, geralmente revelará que não é tão pura como parece. Já não acontece o mesmo com a luz – a que vem do sol é pura.

Cai sobre charcos imundos, penetra em águas poluídas, contudo nunca se contamina. É o símbolo mais adequado que a natureza nos oferece do que é puro. Com isso, Jesus está nos ensinando que mesmo estando em contato com o mundo não podemos nos deixar contaminar por ele.

Assim como a luz, o cristão deve manter-se em constante atividade. A luz é resultante dos movimentos vibratórios de um corpo luminoso, esclarece-nos a física. Quer dizer que na sua própria natureza ela é atividade.

Além disso propaga-se com a assombrosa velocidade de 300.000 km/s. Jesus escolheu a luz para indicar o caráter dos fiéis. Com isso, ele quer nos ensinar que o cristão não pode ser inativo.

É um contrasenso imaginar que alguém pretenda ser luz e cruze os braços diante de um mundo cheio de problemas e corrupções, onde milhões e milhões perecem sem a luz do evangelho.

Jesus nos deixou neste mundo para espalharmos o conhecimento das obras que ele realizou entre os filhos dos homens. O nosso conhecimento se restringeria por completo se a luz que há no mundo desaparecesse.

Essa é exatamente a função do cristão no mundo. A de transmitir ao próximo os conhecimentos a respeito das verdades do evangelho. Cada crente em Cristo vive para irradiar as bênçãos de Deus.

As plantas precisam de luz e, sem ela, não se desenvolvem. A medicina moderna usa notáveis métodos para a aplicação de luz na cura do organismo. Nesse sentido, se luz significa semear bênção constantemente ao nosso redor, existem oportunidades imensas para que pratiquemos o bem

Em muitos casos o bem se faz mesmo sem auxílio financeiro: Uma palavra de encorajamento, às vezes, basta para levar um pouco de luz à uma alma que sofre.

Jesus disse: “Vos sois a luz do mundo. Assim brilhe também a vossa luz, diante dos homens, para que vejam as vossas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.14-16).

Consultas:
ANDRADE, Claudionor de.Comentarista da Lição Bíblica do 3º. Trimestre.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico.
ANDRADE, Claudionor de.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. CPAD. Rio de Janeiro, 2018
WICLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD Rio de Janeiro, 2016.
VINE. W. E. Dicionário Bíblico. CPAD. Rio de Janeiro, 2010
OLIVEIRA, Adiel Almeida. Comentário Bíblico Boadman Velho Testamento  - Vl. 1 Gênesis e Exodo. 2ª Edição. JUERP, Rio de Janeiro, 1987
BARNETT. John D e Outros. O Tabernáculo – Cristo e o Cristão. Editora Cristã Evangélica. São Paulo, 2009
ALEXANDER T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida. São Paulo, 2009
PEARLMAN Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Editora Dois Irmãos Ltda. Rio de Janeiro, 1963
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Editora Vida Nova, São Paulo, 2009
BROWN. Raymond E. Comentário Bíblico São Gerônimo – Antigo Testamento. Academia Cristã Ltda – Paullus. São Paulo 2007
CHAPLIN. R.N. Antigo Testamento Interpretado – V1 e V6. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010