Subsídios
Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição
14 - ENTRE A PASCOA E O PENTECOSTES - 30.09.2018
Texto Bíblico: Exodo 34.18-29
Por: Pr. João Barbosa
Páscoa – Era a primeira das três grandes festas anuais em Israel quando todos
os homens tinham obrigação de comparecer no santuário (Ex 23.14-17).
O substantivo pesah é derivado do verbo pãsah
“passar por cima”, no sentido de “poupar” (EX 12.12,13). A Páscoa é associada
com a festa dos pães asmos, a semana durante a qual a levedura era rigidamente
excluída da dieta dos hebreus (Ex 23.15).
A Páscoa histórica relaciona-se com a
décima praga – a morte dos primogênitos no Egito. Israel recebeu a ordem de
preparar um cordeiro para cada lar. O sangue devia ser aplicado na verga e nas
umbreiras das portas (Ex 2.7).
O sinal do sangue garantiria a segurança
de cada casa assim indicada. No entardecer do dia catorze de Nisã (Abibe), os
cordeiros da Páscoa eram mortos.
Depois de assados, eram comidos com
pães asmos e ervas amargas, (Ex 12.8). Enfatizando a necessidade de uma saída
apressada e relembrando a amarga escravidão no Egito (Dt 16.3).
A Páscoa era uma observância familiar.
No caso de famílias pequenas, os vizinhos podiam ser convidados para
compartilharem da refeição pascal. As instruções iniciais diziam respeito à
preparação para o êxodo histórico (Ex 12.21-23).
As orientações subsequentes foram dadas
para observância dos sete dias da Festa dos Pães Asmos (Ex 13.3-10). A
experiência da Páscoa devia ser repetida cada ano, como forma de instrução para
as gerações futuras (Ex 12.24-27).
Nos anos subsequentes, desenvolveu-se
um ritual pascal que incorporou aspectos adicionais. Quatro cálices sucessivos
de vinho misturados com água eram usados. Para entendermos melhor devemos ler
os Salmos 113 – 118. Eram cantados em momentos apropriados.
Frutas misturadas com vinagre na
consistência de argamassa serviam como lembrança da argamassa usada na
escravidão. O primeiro e o sétimo dia dessa semana eram observados como
sábados. Todo o trabalho cessava e o povo se reunia em santa convocação (Ex
12.16; Num 28.18,25).
No segundo dia da Festa, um molho das
primícias da cevada era movido pelo sacerdote para comemorar o início da
colheita (Lv 23.10-14). Além dos sacrifícios regulares, dois novilhos, um
carneiro e sete cordeiros eram oferecidos como holocausto, e um bode como
oferta pelo pecado, todos os dias (Nm 28.19-23; Lv 23.8).
A observância da Páscoa era
frequentemente negligenciada nos tempos do AT. Depois do Sinai (Nm 9.1-14),
nenhuma celebração da Páscoa ocorreu a não ser depois da entrada em Canaã (Js
5.10). Os reis reformadores Ezequias (2Cr 30) e Josias (2Re 23.21-23; 2Cr 35), deram
atenção à observância da Páscoa.
Depois da dedicação do segundo templo,
foi celebrado uma Páscoa notável (Ed 6.19-22).
A morte de Cristo na época da Páscoa
era considerada significativa pela igreja primitiva. Paulo chama Cristo de “Nossa
Páscoa” (1Co 5.7).
A ordem de não se quebrar nenhum osso
do Cordeiro Pascal (Ex 12.46), é aplicada por João à morte de Cristo – “nenhum
dos seus ossos será quebrado” (Jo 19.36).
O cristão deve lançar fora o “velho
fermento” da maldade e da malícia, e colocar no lugar dele “os asmos da
sinceridade e da verdade (1Co 5.8). João o Batista, foi o primeiro homem na
Bíblia a reconhecer e anunciar Cristo como o Cordeiro Pascal ao declarar “Eis o
cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
Pentecostes – Um termo derivado do grego pentekostos,
que significa “quinquagésimo”, que era aplicado ao quinquagésimo dia após a
Páscoa. Era a culminação da Festa das Semanas (Ex 34.22; Dt 16.10).
Que começava no terceiro dia após a
Páscoa com a apresentação dos primeiros molhos da ceifa diante de Deus e
terminava com a oferta de dois pães asmos que representavam as primícias da
colheita (Lv 23.17-20; Dt 16.9,10).
Depois do exílio, veio a ser uma das
grandes Festas de peregrinação do judaísmo, quando muitos daqueles que viviam
nas partes remotas do mundo romano voltavam para Jerusalém a fim de adorar (At
10.16).
Por essa razão servia como um elo para
unir o mundo judaico do século I, e para fazer os judeus lembrarem-se da sua
história. Na igreja cristã, o Pentecostes é o aniversário da vinda do Espírito
Santo.
Quando Jesus subiu ao céu, mandou seus
discípulos ficar em Jerusalém até receber o poder do alto enquanto um grupo de cento
e vinte fiéis estavam orando num cenáculo em Jerusalém.
Cinquenta dias após a morte de Jesus, o
Espírito Santo desceu sobre eles com um som de um vento poderoso e com línguas
de fogo que pousou sobre cada um deles.
Começaram a falar em outras línguas
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem e a pregar com ousadia em
nome do Senhor Jesus Cristo e o resultado foi que três mil pessoas se
converteram e foram batizados em nome do Senhor Jesus.
Essa tremenda manifestação do poder
divino marcou o começo da igreja, que a partir de então tem considerado o
Pentecoste como o dia em que a igreja começou a existir como instituição eclesiásticas
entre os homens.
Se o Senhor Jesus Cristo como Cordeiro
Pascal não tivesse sido imolado no dia da Páscoa do ano provável de 27 da era
cristã, aquele dia de Pentecostes em Jerusalém cinquenta dias após a sua morte
e ressurreição não teria sentido.
Todavia, a Páscoa de Cristo tornou real
o Pentecostes do Espírito Santo.
Cristo, o Cordeiro Pascal – O Senhor Jesus foi crucificado
durante a Páscoa (Mt 26.2). Mas, ao terceiro dia, eis que ele ressurgiu de
entre os mortos, e disse aos seus discípulos: “Toda autoridade me foi dada nos
céus e na terra” (Mt 28.1-8).
Jesus foi feito as primícias dos que
dormem, por ser ele mesmo a ressurreição e a vida. E também o primeiro que
morreu e ressuscitou para nunca mais morrer (Jo 11.25; 1Co 15.20-23; Ap
1.17,18).
Em seguida, ele fez menção da grande
colheita que haveria por intermédio da descida do Espírito Santo (At 1.8). E que
os discípulos, pois, esperassem a chegada do Consolador.
Passados cinquenta dias, desde a morte
de Cristo, ocorrida na Páscoa, eis que os discípulos recebem o Consolador em
pleno dia de Pentecostes (At 2.1-4).
E cheios do Espírito Santo, começaram a
falar noutras línguas enunciando aos peregrinos que visitavam Jerusalém, as
grandezas de Deus (At 2.7-11).
Nesse movimento, levanta-se Pedro com
os demais apóstolos, e proclamam o evangelho de Cristo. E as três mil almas que
se converteram (At 2.41), são as primícias da igreja primitiva que foram
apresentadas a Deus Pai.
Consultas: ANDRADE, Claudionor de.Comentarista da
Lição Bíblica do 3º. Trimestre. Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios
de Deus para a sua Igreja em Levítico. ANDRADE, Claudionor de. Adoração,
Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico.
CPAD. Rio de Janeiro, 2018. PEARLMAN Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia.
Editora Dois Irmãos Ltda. Rio de Janeiro, 1963. ELWELL Walter A. Enciclopédia
Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Editora Vida Nova, São Paulo, 2009. BRUNELLI
Walter. Teologia para Pentecostais – Vl.4. Editora Central Gospel. Rio de Janeiro,
2017. CHAMPLIN. R.N. Antigo Testamento Interpretado – V1 e V6. Dicionário.
Editora Hagnus. São Paulo, 2010