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sábado, 14 de outubro de 2017

A Salvação e o Advento do Salvador - 15.10.17

Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
A Salvação e o Advento do Salvador - 15.10.17
Texto Bíblico: João 1.1-14
Por: Pr. João Barbosa
                                         
Maria a Virgem – Lc 1.26,27. Sendo descendente da tribo real de Judá, Maria, entretanto, era de origem familiar humilde e pobre.

Nasceu em Nazaré da Galileia, província desprezada pelo povo de outras províncias de Israel. “De Nazaré pode sair alguma coisa boa!” (Jo 1.46). Assim exclamara Natanael quando Felipe, seu irmão, lhe anunciara que exatamente daquela pequena Vila era aquele de quem escreveu Moisés, na a Lei, e de quem falaram os profetas – Jesus de Nazaré.

Maria era noiva de José, sendo este, também, da descendência de Davi, o rei de Israel, e honrado carpinteiro em Nazaré. Quando, em Israel, era anunciado um noivado, tal era a força do significado deste ato social, que os nubentes se consideravam e eram considerados pelo povo como se fossem já casados.

Por isso, na terminologia bíblica aparece o termo “marido” referindo-se a José, noivo de Maria. Maria era uma piedosa crente, esperando sempre em Deus, em sua palavra e em suas promessas. Sabia, desde a infância, pelas santas Escrituras, que o Messias, o Salvador, havia de nascer de uma virgem: Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel, que significa Deus conosco (Is 7.14).

Maria recebe a visita e a mensagem do anjo Gabriel – Lc 1.28-33. Inesperadamente, Maria recebe a visita do anjo Gabriel, enviado por Deus, em seu lar em Nazaré. Cremos plenamente que seu pensamento estava, naquela hora, voltado para o Senhor e meditava nas coisas espirituais e santas. Estava em comunhão com Deus quando o anjo Gabriel disse a Maria: “Salve, agraciada; o Senhor é contigo”; bendita és tu entre as mulheres.

E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta. Disse-lhe, então o anjo: Maria, não temas porque achaste graça diante de Deus. Eis que em teu ventre conceberás e darás á luz um filho e por-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.

E disse Maria ao anjo: Como se fará isto visto que não conheço varão? E, respondendo o anjo, disse-lhe: descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Pelo que também o santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela (Lc 1.28-35, 38).

O Cristo pré-existente fez-se carne – Jo 1.1-14. Neste prólogo de profunda revelação divina, o apóstolo inspirado apresenta o Cristo histórico do evangelho na sua pré-existência eterna, sua divindade, sua obra criadora, sua relação com o pai, sua encarnação, sua missão redentora, sua revelação, sua graça e sua glória.

“No princípio”, isto é, antes que existissem quaisquer seres celestes, humanos ou animais, o Verbo estava face a face com Deus. No filho unigênito de Deus estava a vida na sua essência e na sua maravilhosa expressão, E a vida que estava no Verbo era a luz dos homens – luz intelectual, luz moral, luz espiritual, luz divina. Jesus Cristo é a revelação plena e perfeita de Deus aos homens. Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens; e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam (Jo 1.3-6).

Luz é a figura da verdade e do conhecimento. A luz espanta as trevas e permanece brilhando: “Eu, que sou a luz, vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça em trevas” (Jo 12.46). Verdadeiramente, “em ti está a fonte da vida, na tua luz veremos a luz” (Sl 39.9).

A luz divina, que é Jesus Cristo, o Filho de Deus, tem não somente o testemunho da Trindade. Mas até o testemunho humano de que ele é a vida e a luz. Deus mesmo providenciou este testemunho na pessoa de João Batista. Sua missão singular e gloriosa era testemunhar que Jesus Cristo era o Verbo Eterno e o verdadeiro Deus, a luz dos homens para iluminar os corações que jazem nas trevas do pecado e da morte (Jo 1.26-34).

Jesus Cristo, que era a luz, já estava no mundo que ele criou, mas o mundo não o conheceu (Jo 1.10.11). O mundo, na sua incredulidade e depravação, já não podia conhecer o seu criador. Entretanto, havia, na terra, um povo que deveria conhecê-lo: era o povo de Israel, o povo escolhido de Deus, a quem, através de milênios, se havia revelado e lhe havia manifestado seu santo nome, sua personalidade, sua misericórdia e seu amor.

O Messias tinha direito divino de ser escolhido e recebido pelo povo; mas, que fizeram? Este é o “herdeiro; matemo-lo, para que a herança seja nossa” (Lc 20.14). Mas, no meio das trevas da ignorância e do pecado, havia um pequenino “resto” que aguardava o “Oriente do alto” e “a consolação de Israel”, e que  reconheceria e receberia o Messias Prometido, o Salvador o mundo (Lc 1. 1-4). Estes receberiam o poder de se tornarem Filhos de Deus (Jo 1.12).

Todos os seres humanos são criaturas de Deus, mas poucos são filhos de Deus. Somente aquele que crê no nome de Jesus Cristo é que recebe o poder de se tornar filho de Deus. Esta filiação é, pois, espiritual, metafísica e pessoal. Não é por hereditariedade de raça ou de família ou mesmo da vontade do homem, e nem é por hereditariedade religiosa ou espiritual.

A verdadeira filiação divina está no novo nascimento, nascimento espiritual, nascimento do Espírito Santo: “Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem, da vontade do varão, mas de Deus” (Jo 1.13; 3.5,6). E, como crendo no nome de Jesus Cristo, o Verbo Eterno que se fez carne. Crendo que ele é o filho unigênito de Deus e é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Crendo que o Verbo se fez carne para que pudesse fazer o sacrifício da cruz, para levar no seu corpo o pecado do mundo e lavar em seu sangue o pecado de todo aquele que nele crê e o recebe, pela fé, como seu Redentor, Senhor e Deus. É deste Cristo histórico que testificam a Santíssima Trindade (Mt 3.13-17) e João Batista (Jo 1.15-34) e, ainda, todos os apóstolos, os evangelistas e os discípulos de Cristo, em todos os tempos. “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheia de graça e verdade” (Jo 1.14).

Somente Jesus Cristo é cheio de graça, porque ele é Deus. Maria, a bendita virgem e mãe de Jesus, não era cheia de graça, Mas, como afirma o texto sagrado: “agraciada”. Maria recebeu a graça de Deus e não é despenseira da graça. A graça pertence a Deus, e somente ele é quem a distribui a quem ele quer.

Cristo é, pois, a revelação da graça divina dada aos homens para redenção deles, e também da verdade divina na sua relação com a graça. Qual vida, a palavra, o Verbo Eterno, é cheio de graça; qual luz, ele é pleno de verdade. Importa notar que este versículo refuta plenamente a heresia sosiniana da simples humanidade de Cristo, segundo a qual Cristo não teria existido antes de ser concebido da virgem Maria.

Também da heresia ariana, a qual nega sua divindade, embora considerando-o como o primeiro e mais nobre de todos os seres criados, e o instrumento com o qual foi criado o universo. Este versículo ainda refuta as muitas outras heresias nascidas na igreja primitiva por não ter compreendido a união da natureza humana e divina da pessoa de Cristo.

Entre estas, notamos a dos docetos, os quais tendo a teoria dos guinósticos de quem se originam que o mal tenha por origem o centro da matéria, fugiam naturalmente da ideia de que o Filho de Deus houvesse tomado um corpo material e negavam a encarnação, sustentando que o corpo de Cristo não era uma realidade, mas uma sombra, uma aparência por ele tomada para satisfazer as funções da vida.

A heresia de Apolinário, que ensinava que Cristo assume somente o corpo humano no qual a divindade estava em lugar da alma. A heresia dos nestorianos, segundo os quais, havia em Cristo, não só duas naturezas, mas duas personalidades, uma divina, outra humana, cada uma das quais cumpria aqueles atos a que elas pertenciam e a teoria de Eutíquio, que ensinava serem as duas naturezas de Jesus tão intimamente unidas que formavam uma só, tendo os atributos de ambas.

Todas estas teorias são refutadas pela declaração do apóstolo: “E o Verbo se fez carne” pois, todos nós recebemos da sua plenitude, e graça sobre graça (Jo 1.16). Conforme assegura o apóstolo Paulo, em Jesus Cristo habita a plenitude de Deus (Cl 2.9). Isto significa que a inteira soma dos divinos atributos de Deus acha-se reunida em Cristo. Cristo é o dispensador da graça porque ele é pleno de graça (Jo 1.17).


Consultas:
POMMERENING, Claiton Ivan. A Obra da Salvação – Jesus Cristo é o Caminho a Verdade e a Vida. CPAD RJaneiro 2017
ALEXANDER, T.Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida. SPaulo, 2009
GIOIA Egídio. Notas e Comentários à harmonia dos Evangelhos. JUERP. RJaneiro, 1981
RADMACHER. Earl D. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento. Ed Central Gospel, RJaneiro, 2010


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