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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Lição 06 – A Pecaminosidade Humana e a sua Restauração a Deus 30.07.17 - EBD CPAD

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Abreu e Lima Pernambuco
 Pr Presidente Roberto José do Santos
Subsídios Bibliológicos para o Tema: A razão da nossa Fé – Assim cremos e assim vivemos:
Romanos 5.12-21
                                                    Por: Pr. João Barbosa                                                         
A natureza do pecado: As condições originalmente criadas eram perfeitas, e um Deus perfeito não pode fazer nada diferente de um mundo perfeito.

Num dado momento, por um mau uso do livre arbítrio, o pecado entrou no mundo e viciou a criação perfeita de Deus.

A isto, seguiu-se um estado de pecaminosidade no ser humano – no qual hoje nos encontramos – que é humanamente irreparável.

A nossa imperfeição é compreendida à luz do padrão final de perfeição, que é o próprio Deus. Este vívido contraste revela uma imagem deplorável da natureza e depravação humana.

A base bíblica da natureza e da pecaminosidade humana: Há dois tipos básicos de pecado. Todos os pecados podem ser classificados em duas categorias gerais: Os pecados de comissão e os pecados de omissão.

Os pecados de comissão ocorrem quando fazemos o que não deveríamos fazer; são descritos pelo apóstolo João neste versículo: “Qualquer que comete o pecado também comete a iniquidade, porque o pecado é iniquidade” (Jo 3.4).

Os pecados de omissão são a nossa falta de ação naquilo que deveríamos agir, como Tiago colocou “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4.17).

Os sete pecados detestáveis por Deus: Deus explicitou sete pecados específicos que ele não tolera. “Estas seis coisas aborrece ao Senhor, e a sétima a sua alma abomina:

Olhos altivos, e língua mentirosa, e mãos que derramam o sangue inocente, e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal, e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos”. (Pv 6.16-19).

Dito de forma simples, eles são: o orgulho, o engano, o assassinato, a premeditação de maldades, a pressa em fazer o mal, o falso testemunho, e a geração de conflitos.

Existem várias designações bíblicas para o pecado, muito mais do que para o bem. Cada palavra apresenta sua condição para formar a descrição completa dessa ação horrenda contra a santidade de Deus.

A palavra hebraica normalmente traduzida por pecado é “chata”, que significa “errar”, “ser confiscado” ou “estar em falta”. O uso de “chata” no Sl 51.4, traz a ideia por detrás deste termo.

Depois de cometer adultério e planejar um assassinato Davi confessou a Deus: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mau”.

A palavra básica para o pecado é “hamartia”, que significa errar o alvo (Rm 3.23).

Conceito bíblico de pecado: Na perspectiva bíblica, o pecado não é somente o ato de praticar o mal, mas também um estado de alienação de Deus. Para os grandes profetas de Israel, o pecado é mais do que a violação da vontade de Deus ou a transgressão de um estatuto externo.

Pecado significa o rompimento de um relacionamento pessoal com Deus, uma traição da confiança que ele tem em nós. Nos tornamos mais  conscientes da nossa pecaminosidade quando estamos na presença do Deus santo (Is 6.5; Sl 51.1-9; Lc 5.8).

Os atos pecaminosos têm sua origem no coração corrupto do homem (Gn 6.5; Is 29.13; Jr 17.9; Mc 7.21-23).

O testemunho bíblico afirma que o pecado é universal. “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).

A essência do pecado é a descrença ou a dureza de coração. As manifestações principais do pecado são: o orgulho, a sensualidade e o medo. Outros aspectos relevantes do pecado são: a auto piedade, o egoísmo, o ciúme e a ganância.

O pecado é tanto pessoal como social, individual como coletivo. Ezequiel declarou: “Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranquilidade teve ela e suas irmãs; mas nunca amparou o pobre e o necessitado” (Ez 16.49).

Entre as formas coletivas do pecado que são as pragas do mundo de hoje estão o racismo, o nacionalismo, o imperialismo, o conflito de gerações, o sexismo, etc.

Os efeitos do pecado são a escravidão moral e espiritual, a culpa, a morte e o inferno. Tiago explicou: “Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido, dá a luz ao pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tg 1.14,15).

De acordo com Paulo, “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23; 1Co15.56). O coração humano é tão perverso que as próprias proibições da lei que visavam refrear o pecado servem, ao invés disso, para despertar o desejo pecaminoso (Rm 7.7,8).

A origem do pecado realmente é um mistério e está ligada com o problema do mal. Essa história nos conta que antes do pecado humano havia o pecado demoníaco que forneceu a ocasião para transgressão humana.

A Bíblia declara que Deus criou todas as coisas perfeitas (Gn 1.31; 1Tm 4.11), o que incluiria o arcanjo Luzbel, que passou a ser conhecido como Satanás.

Tanto em Deus quanto no céu, não existe pecado (Hc 1.13; Tg 1.13). Mesmo assim, Lúcifer pecou e se rebelou contra Deus (1Tm 3.6; Is 14.12-15; Ez 28.14-17. Ap 12;4).

Como uma criatura perfeita, criada por Deus, e colocado em um ambiente perfeito poderia cometer um pecado? O pecado não poderia ter emanado de um Deus perfeito nem do ambiente perfeito onde Lúcifer habitava, tão pouco da sua natureza perfeita. De ondem, afinal, veio o pecado?

O pecado surgiu, primeiramente, no universo a partir do livre arbítrio de Lúcifer, conforme já exposto acima.

Deus criou criaturas perfeitas e deu-lhes tanto uma natureza quanto uma liberdade perfeita. Com a liberdade, embora esta seja inerentemente boa, vem a capacidade de pecar.

A liberdade das criaturas é boa, mas ela, pela sua própria natureza, é portadora da possibilidade do mal. Deus criou Lúcifer perfeitamente bom; Lúcifer se tornou mau por opção própria.

Pecado imperdoável: O ensino cristão a respeito do pecado imperdoável tem sua origem num dito de Jesus registrado nos evangelhos sinópticos (Mt 12.31,32; Mc 3.28,29; Lc 12.10).

Mateus e Lucas referem-se ao perdão por “alguma palavra contra o Filho do homem”, ao passo que Marcos menciona as blasfêmias que os filhos dos homens proferem.

A apostasia contra o Filho teriam consequências igualmente drásticas (Hb 6.4-6; 10.26-31;1Jo 5.10).
Os cristãos evangélicos levam muito a sério a avaliação bíblica da natureza grave de certos pecados. 

O Senhor Jesus Cristo falou do pecado que não será perdoado (Mt 12.31,32; Mc 3.28,29; Lc 12.10). Paulo ensina que aqueles que participam de certos pecados específicos estão excluídos do reino (1Co 6.9; Gl 5.21; 1Ts 4.6).

João dá instruções claras a respeito da oração em favor daqueles que cometeram o “pecado para a morte” (Jo 5.16; Hb 4.6). Estas passagens não podem ser desconsideradas levianamente e exigem a mais minuciosa atenção exegética.

Os efeitos do pecado é a morte. A morte existe em três aspectos. A morte física (Rm 5.23; Gn 2.16,17; Gn 3.1-4), a morte espiritual que é a separação espiritual de Deus (Ef 2.1), e a morte eterna – a separação eterna de Deus, o lago de fogo, que é a segunda morte (Ap 20.14,15).

Controvérsia histórica sobre o pecado: No século V, Augustinho desafiou as opiniões do monge britânico Pelágio, que entendia que o pecado era basicamente um ato externo de transgredir a lei, e considerava o homem livre para pecar ou desistir do pecado.

Augustinho, apelando ao testemunho das Escrituras, sustentava que o pecado incapacita o homem para a prática do bem e, pelo fato de nascermos pecadores, não possuímos o poder de praticar o bem.

Mas, porque deliberadamente escolhemos o mal e não o bem, temos que sofrer as consequências do nosso pecado. Augustinho deu a ilustração do homem que, ao abster-se da comida necessária para a saúde, enfraqueceu-se de tal maneira que não consegui comer.

Embora continuasse sendo um ser humano, criado para sustentar sua saúde comendo, já não tinha a capacidade de comer. Semelhantemente, no evento histórico da queda, toda a humanidade tornou-se incapaz de fazer aquele movimento em direção a Deus – a própria vida por causa da qual ele fora criado.

Pelágio sustentava que a pessoa podia elevar-se pelos seus próprios esforços em direção a Deus, e, portanto, a graça seria a recompensa pela virtude humana.

Augustinho respondeu que o homem é incapaz de fazer o bem até que a graça venha sobre ele, e, quando a graça assim é dada, ele é atraído irresistivelmente para Deus e para o bem.


Bibliografia
Lições Bíblicas EBD CPAD - 3º. Trimestre 2017. Comentarista: Pr. Esequias Soares
SOARES Esequias. A Razão da nossa Fé – Assim cremos, assim vivemos. CPAD RJaneiro 2017
GIOIA Egídio. Notas e Comentários À Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerpe – Rio de Janeiro, 1981
CAMPOS. Heber Carlos de. O Ser de Deus e os seus atributos. Coleção Fé evangélica. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2002
BERKHOF Louis. Teologia Sistemática.  Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2015
 A Bíblia Apologética com Apocrifos. ICP – Edição Ampliada – RJaneiro, 2015
CHAMPLIN, R. N. PHD. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo Vol.5. Edit Hagnus. São Paulo, 2012
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-teológica da Igreja Cristã. Editora Vida Nova. SPaulo, 2009
GEISLER, Norman. Teologia Sistemática – Pecado, Salvação, A Igreja e as Últimas Coisas Vl 2 – CPÀD RJaneiro, 2010

CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. Vls 5 e 6. Editora Hagnus, SPaulo, 2008. 

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