Igreja Evangélica Assembleia de Deus
em Abreu e Lima Pernambuco
Pr Presidente Roberto José do Santos
Subsídios
Bibliológicos para o Tema: A razão da nossa Fé – Assim cremos e assim vivemos:
Romanos
5.12-21
Por: Pr. João Barbosa
A
natureza do pecado: As condições originalmente criadas eram perfeitas, e um
Deus perfeito não pode fazer nada diferente de um mundo perfeito.
Num dado momento, por um mau
uso do livre arbítrio, o pecado entrou no mundo e viciou a criação perfeita de Deus.
A isto, seguiu-se um estado
de pecaminosidade no ser humano – no qual hoje nos encontramos – que é
humanamente irreparável.
A nossa imperfeição é
compreendida à luz do padrão final de perfeição, que é o próprio Deus. Este vívido
contraste revela uma imagem deplorável da natureza e depravação humana.
A
base bíblica da natureza e da pecaminosidade humana: Há dois tipos
básicos de pecado. Todos os pecados podem ser classificados em duas categorias gerais:
Os pecados de comissão e os pecados de omissão.
Os pecados de comissão ocorrem
quando fazemos o que não deveríamos fazer; são descritos pelo apóstolo João
neste versículo: “Qualquer que comete o pecado também comete a iniquidade,
porque o pecado é iniquidade” (Jo 3.4).
Os pecados de omissão são a nossa
falta de ação naquilo que deveríamos agir, como Tiago colocou “Aquele, pois,
que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4.17).
Os
sete pecados detestáveis por Deus: Deus explicitou sete pecados específicos
que ele não tolera. “Estas seis coisas aborrece ao Senhor, e a sétima a sua
alma abomina:
Olhos altivos, e língua mentirosa,
e mãos que derramam o sangue inocente, e coração que maquina pensamentos
viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal, e testemunha falsa que
profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos”. (Pv 6.16-19).
Dito de forma simples, eles são:
o orgulho, o engano, o assassinato, a premeditação de maldades, a pressa em
fazer o mal, o falso testemunho, e a geração de conflitos.
Existem várias designações bíblicas
para o pecado, muito mais do que para o bem. Cada palavra apresenta sua condição
para formar a descrição completa dessa ação horrenda contra a santidade de
Deus.
A palavra hebraica normalmente
traduzida por pecado é “chata”, que
significa “errar”, “ser confiscado” ou “estar em falta”. O uso de “chata” no Sl 51.4, traz a ideia por
detrás deste termo.
Depois de cometer adultério e
planejar um assassinato Davi confessou a Deus: “Contra ti, contra ti somente
pequei, e fiz o que a teus olhos é mau”.
A palavra básica para o
pecado é “hamartia”, que significa
errar o alvo (Rm 3.23).
Conceito
bíblico de pecado: Na perspectiva bíblica, o pecado não é somente o ato de
praticar o mal, mas também um estado de alienação de Deus. Para os grandes
profetas de Israel, o pecado é mais do que a violação da vontade de Deus ou a
transgressão de um estatuto externo.
Pecado significa o rompimento
de um relacionamento pessoal com Deus, uma traição da confiança que ele tem em
nós. Nos tornamos mais conscientes da
nossa pecaminosidade quando estamos na presença do Deus santo (Is 6.5; Sl
51.1-9; Lc 5.8).
Os atos pecaminosos têm sua
origem no coração corrupto do homem (Gn 6.5; Is 29.13; Jr 17.9; Mc 7.21-23).
O testemunho bíblico afirma
que o pecado é universal. “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”
(Rm 3.23).
A essência do pecado é a
descrença ou a dureza de coração. As manifestações principais do pecado são: o
orgulho, a sensualidade e o medo. Outros aspectos relevantes do pecado são: a
auto piedade, o egoísmo, o ciúme e a ganância.
O pecado é tanto pessoal como
social, individual como coletivo. Ezequiel declarou: “Eis que esta foi a
iniquidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranquilidade
teve ela e suas irmãs; mas nunca amparou o pobre e o necessitado” (Ez 16.49).
Entre as formas coletivas do
pecado que são as pragas do mundo de hoje estão o racismo, o nacionalismo, o
imperialismo, o conflito de gerações, o sexismo, etc.
Os efeitos do pecado são a
escravidão moral e espiritual, a culpa, a morte e o inferno. Tiago explicou: “Cada
um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então a
cobiça, depois de haver concebido, dá a luz ao pecado; e o pecado, uma vez
consumado, gera a morte” (Tg 1.14,15).
De acordo com Paulo, “o salário
do pecado é a morte” (Rm 6.23; 1Co15.56). O coração humano é tão perverso que
as próprias proibições da lei que visavam refrear o pecado servem, ao invés
disso, para despertar o desejo pecaminoso (Rm 7.7,8).
A origem do pecado realmente é
um mistério e está ligada com o problema do mal. Essa história nos conta que
antes do pecado humano havia o pecado demoníaco que forneceu a ocasião para transgressão
humana.
A Bíblia declara que Deus
criou todas as coisas perfeitas (Gn 1.31; 1Tm 4.11), o que incluiria o arcanjo
Luzbel, que passou a ser conhecido como Satanás.
Tanto em Deus quanto no céu,
não existe pecado (Hc 1.13; Tg 1.13). Mesmo assim, Lúcifer pecou e se rebelou
contra Deus (1Tm 3.6; Is 14.12-15; Ez 28.14-17. Ap 12;4).
Como uma criatura perfeita,
criada por Deus, e colocado em um ambiente perfeito poderia cometer um pecado? O
pecado não poderia ter emanado de um Deus perfeito nem do ambiente perfeito
onde Lúcifer habitava, tão pouco da sua natureza perfeita. De ondem, afinal,
veio o pecado?
O pecado surgiu,
primeiramente, no universo a partir do livre arbítrio de Lúcifer, conforme já
exposto acima.
Deus criou criaturas
perfeitas e deu-lhes tanto uma natureza quanto uma liberdade perfeita. Com a liberdade,
embora esta seja inerentemente boa, vem a capacidade de pecar.
A liberdade das criaturas é
boa, mas ela, pela sua própria natureza, é portadora da possibilidade do mal. Deus
criou Lúcifer perfeitamente bom; Lúcifer se tornou mau por opção própria.
Pecado
imperdoável: O ensino cristão a respeito do pecado imperdoável tem sua
origem num dito de Jesus registrado nos evangelhos sinópticos (Mt 12.31,32; Mc
3.28,29; Lc 12.10).
Mateus e Lucas referem-se ao
perdão por “alguma palavra contra o Filho do homem”, ao passo que Marcos
menciona as blasfêmias que os filhos dos homens proferem.
A apostasia contra o Filho
teriam consequências igualmente drásticas (Hb 6.4-6; 10.26-31;1Jo 5.10).
Os cristãos evangélicos levam
muito a sério a avaliação bíblica da natureza grave de certos pecados.
O Senhor
Jesus Cristo falou do pecado que não será perdoado (Mt 12.31,32; Mc 3.28,29; Lc
12.10). Paulo ensina que aqueles que participam de certos pecados específicos
estão excluídos do reino (1Co 6.9; Gl 5.21; 1Ts 4.6).
João dá instruções claras a
respeito da oração em favor daqueles que cometeram o “pecado para a morte” (Jo
5.16; Hb 4.6). Estas passagens não podem ser desconsideradas levianamente e
exigem a mais minuciosa atenção exegética.
Os
efeitos do pecado é a morte. A morte existe em três aspectos. A morte física (Rm 5.23;
Gn 2.16,17; Gn 3.1-4), a morte espiritual que é a separação espiritual de Deus
(Ef 2.1), e a morte eterna – a separação eterna de Deus, o lago de fogo, que é
a segunda morte (Ap 20.14,15).
Controvérsia
histórica sobre o pecado: No século V, Augustinho desafiou as opiniões do monge britânico
Pelágio, que entendia que o pecado era basicamente um ato externo de
transgredir a lei, e considerava o homem livre para pecar ou desistir do
pecado.
Augustinho, apelando ao
testemunho das Escrituras, sustentava que o pecado incapacita o homem para a prática
do bem e, pelo fato de nascermos pecadores, não possuímos o poder de praticar o
bem.
Mas, porque deliberadamente
escolhemos o mal e não o bem, temos que sofrer as consequências do nosso
pecado. Augustinho deu a ilustração do homem que, ao abster-se da comida necessária
para a saúde, enfraqueceu-se de tal maneira que não consegui comer.
Embora continuasse sendo um
ser humano, criado para sustentar sua saúde comendo, já não tinha a capacidade
de comer. Semelhantemente, no evento histórico da queda, toda a humanidade tornou-se
incapaz de fazer aquele movimento em direção a Deus – a própria vida por causa
da qual ele fora criado.
Pelágio sustentava que a
pessoa podia elevar-se pelos seus próprios esforços em direção a Deus, e, portanto,
a graça seria a recompensa pela virtude humana.
Augustinho respondeu que o
homem é incapaz de fazer o bem até que a graça venha sobre ele, e, quando a
graça assim é dada, ele é atraído irresistivelmente para Deus e para o bem.
Bibliografia
Lições Bíblicas EBD CPAD - 3º. Trimestre 2017. Comentarista:
Pr. Esequias Soares
SOARES Esequias. A Razão da nossa Fé – Assim cremos, assim
vivemos. CPAD RJaneiro 2017
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CHAFER, Lewis Sperry. Teologia
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