Abordagem de Conteúdos Transversalizados
com o Tema em Estudo
2º. Trimestre 2016
Romanos 9.1-5; 10.1-8; 11.1-5
Reflexão: A eleição da graça é formada no presente por gentios e
judeus nascidos de novo, bem como, no futuro, pela conversão da nação de
Israel.
A fama que o apóstolo Paulo tinha de ser alguém que
pregava contra as tradições judaicas, chegou aos lugares mais remotos.Paulo
teve de esclarecer algumas das suas posições com respeito à lei de Moisés para
não transparecer que ele era contra a mesma.
Ele explicou que o problema não estava na lei, que era de
origem divina, mas naqueles que buscavam a justificação por meio dela.
Outra coisa precisa ser ainda esclarecida: Paulo não era
um antissemita. Ele não renegou seu antigo povo. Aqui ele mostra que não só
amava seu povo como também sofria pela situação espiritual na qual se
encontravam seus compatriotas.
Não era um mal ser judeu; pelo contrário, constituía-se um
grande privilégio já que foi a eles que Deus confiou seus oráculos. O que doía no
coração do apóstolo era a dureza de coração que havia cegado seus irmãos,
impedindo-os de enxergar o Messias que lhe fora prometido (Rm 9.1-5).
O apóstolo Paulo se refere à posição de Deus em relação
aos judeus e a Israel, nos capítulos 9 a 11 da carta aos Romanos. Quando Paulo começa sua carta á igreja de
Roma, ele escreve: “Nem todos os que são de Israel são israelitas” (Rm 9.6).
No ensinamento de Paulo, Israel é uma questão de escolha,
mas do que de nascimento (Rm 6.9-13).
Nem todos aqueles que são chamados de filhos de “Abraão”
(descendentes naturais) são, na realidade, a sua “semente”, como demonstrado em
Gn 21.12, que afirma: “Em Isaque será chamada a tua semente”.
Lembre-se de que Abraão teve dois filhos. O seu primeiro
filho foi Ismael, nascido de Agar, a escrava egípicia (Gn 16). Mas, diz Paulo,
Ismael, embora fosse descendente físico de Abraão, não vinha da “semente” que
produziu Isaque, o filho espiritual.
Ismael foi gerado quando Abraão podia ter filhos com seu
próprio vigor sexual. Isaque nasceu por um ato sobrenatural de Deus, uma vez
que Abraão e Sara tinham passado muito da idade de gerar filhos.
Em Romanos 9.8, Paulo passa a mostrar a condição de “filhos
da carne” ou filho natural de Abraão, a “filhos de Deus”.
A mudança é sutil, mas muito significativa. Se a semente
espiritual de Abraão vem por meio da promessa e do poder de Deus, o povo de
Deus não é simplesmente a semente de Abraão, mas quase literalmente a semente
de Deus (Gl 4.22-24; 27-30).
Isso nos leva ao que é conhecido como a doutrina da eleição
divina, que é, sem dúvida, o conceito mais controverso das Escrituras.
Como explicado por Paulo, Romanos 9 – 11, para
compreendermos essa parte das Escrituras é importante que, em primeiro lugar,
compreendamos que esses três capítulos não têm conexão com o texto que os
antecede ou sucede no livro de Romanos.
Esses três capítulos são um inventário ou testamento, uma
obra completa em si mesmo. Eles são autônomos, completamente singulares no seu
tema, que representa a declaração de intenções pós Calvário de Deus ao povo
judeu.
Essa cláusula adicional foi escrita por Paulo aos cristãos
de Roma, para explicar a posição de Deus para o povo judeu, e o seu plano, pelo
qual “todo Israel será salvo” (Rm 11.26).
Alguns ensinam que Romanos 9 – 11 se referem à igreja. Que
a igreja se tornou um “Israel espiritual” e substituiu o povo judeu. Essa é uma
Teologia Anti-semita, que se recusa a crer que Deus ainda tenha um lugar no seu
coração para Israel e para o povo judeu. O profeta Zacarias se refere claramente
ao povo judeu, como a “menina”, ou a pupila dos olhos de Deus.
Alguns professores da Bíblia ou pregadores simplesmente
evitam Romanos 9 – 11, por causa da direção desconfortável que esses complexos
versículos nos levam.
Mas ignorar as Escrituras não é a mesma coisa que
interpretar as Escrituras.
Um estudo profundo sobre Romanos 9, 10 e 11 como um
documento teológico autônomo, podemos observar oito evidências para sustentar tudo
que afirmamos anteriormente para o povo de Israel no plano da redenção de Deus.
A evidência de como Paulo delineia a posição de Deus para
o Israel nacional e não o Israel espiritual (a igreja) é sustentada por suas
oito declarações introdutórias que somente podem ser aplicada ao povo de Israel
como nação:
“Que são israelitas, dos quais é adoção de filho, e a glória,
e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e
dos quais é Cristo, segundo a carne” (Rm 9.4,5).
1.
Israel é sempre representado nas Escrituras como os Filhos
de Deus entre todos os povos (Dt 14.1; Os 11.1). Quando Paulo fala da “adoção"
em Rm 9.4, ele está se referindo ao relacionamento de Deus com o seu primogênito
(Ex 4.22). A nação de Israel e não à igreja.
2.
Em Rm 9.4, a glória de que Paulo está falando é a glória
Shekiná, ou a presença visível de Deus (Ez 1.28). Essa glória era visível como
a nuvem luminosa que conduziu Israel para fora da escravidão do Egito (Ex 14.19,20;
24.16) e a presença de que não se falava que ficava sobre o propiciatório no Santo
dos Santos (Hb 9.5). É a manifestação visível da presença de Deus com o seu
povo escolhido.
3.
Deus deu ao povo judeu a terra de Israel, por concerto
divino (Gn 15.17-21; 17.7,8). Esse
concerto é um concerto de sangue; é eterno e imutável. E não pode ser remendado
por nenhuma instituição na face da terra (Jl 3.2).
Os concertos que
Deus fez com seu povo são eternos, não terão fim. Eles não se baseiam na fidelidade
dos homens a Deus; mas se baseiam na fidelidade de Deus aos homens.
4.
A nação de Israel
recebeu a Torá ou a lei escrita de Deus que foi dada a Moisés no Monte Sinai. A
Torá foi entregue ao povo judeu milhares de anos antes que os gentios soubessem
que ela existia (Rm 3.1,2).
Paulo explica que não
rejeitou o conteúdo da lei, ele viu que a lei era incapaz de trazer a salvação;
no entanto, Jesus disse: não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não
vim ab-rogar, mas cumprir (Mt 5.17).
5.
O serviço de Deus ou (o serviço a Deus) se refere ao
elaborado conjunto de regras para construção do templo, além do sistema de
sacrifícios que purificavam Israel do pecado.
Durante 1.500 anos,
os judeus – o Israel nacional – foram o único povo que possuía essa forma
singular de adoração, designada e ordenada pelo próprio Deus.
6.
O Antigo Testamento está repleto de muitos tipos de
promessas, mas as promessas que Paulo menciona em Rm 9.4 se referem ás
promessas messiânicas feitas ao Israel nacional “e não ao Israel espiritual”,
de que “de Sião virá o libertador” (Rm 11.26).
7.
Por mais que as nações se alegrem nas riquezas que
encontrem em Jesus Cristo, jamais devem se esquecer de que elas foram
prometidas, em primeiro lugar, a Israel, e que foi por meio do Israel nacional
que elas vieram – e não por intermédio da igreja (Jo 4.22).
8.
Os patriarcas são Abraão, Isaque e Jacó, fundadores da nação
de Israel. Em Rm 11.27,28, Paulo faz esta assombrosa declaração: E este será o
meu concerto com eles, o povo judeu, quando eu tirar os seus pecados.
“Assim que, quanto
ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por
causa dos pais”.
O povo judeu é
permanentemente amado por Deus, porque ele fez promessas a Abraão, Isaque e Jacó,
a respeito do futuro de Israel e do povo de Deus.
O povo judeu é a
origem de Jesus Cristo. Jesus de Nazaré nasceu de uma mãe judia. Ele era um
judeu entre judeus. Quando Jesus falou na sinagoga, somente aqueles que falavam
hebraico (os judeus) puderam ouvir.
Quando ele enviou apóstolos
, somente judeus foram escolhidos. Quando Roma o crucificou no Gólgota, ele
entregou a sua alma, estava pregado sobre sua cabeça um cartaz que dizia “Este é
o rei dos judeus”.
Estas oito evidências registradas pelo apóstolo
verificam além de qualquer dúvida possível, que Romano 9 – 11, é a posição de Deus
a respeito do Israel nacional e se destina exclusivamente ao povo judeu.
Hoje, há
aproximadamente 14 a 15 milhões de judeus em todo o mundo, quase a metade deles
reside na América do Norte e do Sul. Mais ou menos 37% residem em Israel. Tel Avive
é o lar de mais ou menos 2,5 milhões de judeus, seguida por New York com mais
ou menos 1,9 milhões.
Haifa, com
aproximadamente 655 mil; Losangeles, mais ou menos 621 mil; Jerusalém com
aproximadamente 575 mil. O povo judeu é normalmente dividido em dois grupos: os
judeus ashkenazic e os sefarditas.
Asqenazitas é
Alemanha em hebraico, sefarad é a Espanha em hebraico. Os judeus cujas famílias
vem da Europa e fala o ídiche, são
consideradas asquenazitas, e aqueles cujas famílias vem da Espanha ou do mundo árabe
são chamados sefarditas.
Bibliografia:
Lições Bíblicas EBD
CPAD - 2º. Trimestre 2016. Comentarista: Pr.José Gonçalves.
GONÇALVES, José. Maravilhosa Graça – O
Evangelho de Jesus revelado na Carta aos Romanos. CPAD. RJaneiro 2016
RADMACHER, Earl D. O
Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento com Recursos Adicionais. Editora
Central. RJaneiro, 2010
CHAMPLIN. R.N. O Novo
Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnus. SPaulo, 2002
CHAMPLIN R. N. Enciclopédia
de Bíblia Teologia e Filosofia.
DYKE, Fred Van, e
outros.A Criação Redimida – A base Bíblica para a Mordomia Ecológica. Edit.
Cultura Cristã. Spaulo 1999
GOPPELT. Leonhard – Teologia do Novo Testamento Vls 1 e 2 – Editora Sinodal
Vozes. R.Janeiro, 1982.
WOLF. Hans Walter. Antropologia do Antigo Testamento. EditoraHhagnos.
SPaulo 2007
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento.
CPAD. RJaneiro 2012
LIETH Norbert. O Estado Judeu – De escândalo á Necessidade Mundial. Edit.
Chamada da Meia Noite. Porto Alegre, 1997
HAGGE John. Em defesa de Israel – Um Mandato Político para apoiar
Israel. Edit. CPAD Rio Janeiro, 2009
BARBAGLIO. Giuseppe. As Cartas de Paulo Vl 2. Edit. Loyola. São Paulo, 1991.
Nenhum comentário:
Postar um comentário