Abordagem de Conteúdos Transversalizados
com o Tema em Estudo
2º. Trimestre 2016
Romanos 8.1-17
Reflexão: Viver segundo o Espírito Santo significa estar sob o seu
domínio e seguir suas orientações.
Neste estudo vemos Romanos 8 em nítido contraste com
Romanos 7. Em Romanos 7, vemos a escravidão da lei em nossa carne em Romanos 8,
vemos a liberdade do Espírito em nosso espírito. Quando chegamos ao capítulo 8,
vamos da escravidão na carne para a liberdade no Espírito.
No fim de Romanos 7, Paulo exclamou: “Miserável homem que
sou! Quem me livrará do corpo desta morte? (V.24). Paulo iniciou o capítulo 8
dizendo: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo
Jesus” (v.1).
No livro de Romanos existem dois tipos de condenação: a
exterior, objetiva, e a interior, subjetiva. A condenação exterior vem de Deus,
e a condenação interior vem de nós mesmos.
Vemos a condenação objetiva de Deus nos primeiros
capítulos de Romanos como por exemplo em 3.19 que diz: “Para que se cale toda
boca e todo o mundo fique sujeito ao juízo de Deus”.
A condenação em Romanos 7 é a de uma pessoa fora de
Cristo, embora seja experimentada por muitos cristãos que após serem salvos,
esforçam-se para cumprir a lei. Essa condenação não procede de Deus.
Após sua exclamação de miserável, no fim do capítulo 7,
Paulo declarou de maneira vitoriosa: “Agora pois, já nenhuma condenação há para
os que estão em Cristo Jesus”. Isso significa que o que ele havia experimentado
em Romanos 7, era de uma experiência que ainda não conhecia Cristo.
Sem Cristo, ou fora de Cristo, ele lutou segundo a lei em
seu entendimento, a fim de guardar a lei de Deus para que pudesse agradar a
Deus, mas foi totalmente derrotado pela lei do pecado. Isso ocorreu quando ele
estava sem Cristo.
Romano 8.3 diz: “Porquanto o que era impossível à lei,
visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança
da carne do
pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne” (ARC).
Esse versículo diz que há uma impossibilidade associada à
lei de Deus, porque essa lei é fraca por meio da carne. A carne é o fator da
fraqueza, produzindo a impossibilidade mencionada em 8.3.
O sujeito de 8.3 é Deus. Deus enviando o Seu Filho em
semelhança da carne do pecado, pelo pecado, condenou o pecado na carne. Esse
versículo, o versículo mais profundo em Romanos 8, é muito difícil de ser
entendido.
Que é a “carne do pecado”? A carne do pecado é o nosso
corpo. Em 8.3 a carne do pecado corresponde à frase “O corpo do pecado” em 6.6,
onde nos é dito; “Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado,
para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao
pecado”.
Porque o nosso corpo é chamado de “corpo do pecado” e de
“carne do pecado”?
Porque como vimos em Romanos 7, o pecado habita em nosso
corpo. Uma vez que o nosso corpo é o lugar da habitação do pecado, ele é
chamado de “corpo do pecado”.
Uma vez que o nosso corpo tornou-se caído, é também chamado
de “a carne” isto é, de a “carne do pecado”. Nossa fraqueza em guardar a lei de
Deus está em nosso corpo do pecado. No que se refere a guardar a lei de Deus,
nosso corpo é fraco ao máximo.
Embora nossa mente queira guardar a lei de Deus, nosso
corpo não tem a força para fazê-lo. Ele é enfraquecido e paralisado pelo
pecado. O pecado é como a poliomielite que paralisa e invalida o corpo das
crianças. Da mesma forma, os corpos humanos foram paralisados pelo pecado.
Esse corpo do pecado é o fator básico da fraqueza no
guardar a lei de Deus. Romanos 8.3 diz: O que era impossível à lei, visto como
estava enfermo pela carne, Deus, enviando o seu filho em semelhança da carne do
pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne.
Por que a lei se tornou fraca? Por causa da carne. A lei
de Deus faz suas exigências, mas o corpo dos pecadores não pode cumpri-las,
porque dentro do corpo está o pecado como o fator enfraquecedor.
Como Ele fez isso? Deus o fez de maneira maravilhosa, de
uma maneira cuja explicação adequada está além das palavras humanas. Deus
solucionou o problema enviando Seu próprio Filho “em semelhança da carne do pecado”.
A Bíblia diz que Jesus, o Filho de Deus, tornou-se carne
(Jo 1.14). Contudo isto não significa que Jesus tornou-se a carne com a
natureza do pecado, porque 8.3, diz que Ele foi enviado “em semelhança da carne
do pecado”, indicando assim, que Jesus assumiu somente a “semelhança da carne do
pecado”, não a natureza pecaminosa da carne.
Além disso, 2Coríntios 5.21 diz “Àquele que não conheceu o
pecado, o fez pecado por nós, para que, nele, fossemos feito justiça de Deus.”
Apesar desse versículo dizer claramente que Cristo foi feito pecado, não
significa que Ele era pecaminoso em natureza. Ele somente foi feito “em
semelhança da carne de pecado”.
João 12.31 diz: “Agora, é o juízo deste mundo; agora, será
expulso o príncipe deste mundo”. Quando o Senhor Jesus proferiu essas palavras,
estava falando acerca de sua morte vindoura na cruz.
O Senhor estava dizendo que a hora de Sua crucificação seria
a hora do julgamento do príncipe deste mundo, cujo julgamento foi anunciado em
João 12.31.
Jesus foi Aquele que foi crucificado na cruz do Calvário,
mas, aos olhos de Deus, Satanás ali foi julgado.
Portanto Hebreus 2.14,15 diz que pela morte, Cristo aniquilou
o que tinha o império da morte, isto é, o diabo, e livrasse todos os que, com
medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.
Romanos 8.3 não diz apenas que Deus enviou seu Filho “em
semelhança da carne do pecado” mas também que Ele O enviou “no tocante ao
pecado”.
Algumas versões traduzem “no tocante ao pecado” em “como
uma oferta pelo pecado”, tomando aqui a palavra pecado como sendo uma
referência á oferta pelo pecado.
Apesar dessa interpretação não estar errada, ela não
transmite a ideia completamente. O conceito de Paulo é que Deus enviou seu
Filho, não apenas “em semelhança da carne do pecado”, mas também “no tocante ao
pecado”, isto é, para tudo relacionado ao pecado, para que condenasse o pecado
e tudo relacionado a ele.
Todas as coisas associadas ao pecado foram condenadas na
carne de Cristo na cruz. Romanos 8.4 diz: “Para que a justiça da lei se
cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (ARC).
O fato de 8.3 acabar com um ponto-e-vírgula indica que o
que foi cumprido naquele versículo destina-se ao versículo seguinte.
Deus condenou o pecado na carne a fim de que a exigência
justa da lei se cumprisse em nós. Havia uma impossibilidade relacionada á lei
de Deus devido à carne. Portanto Deus enviou Seu Filho “em semelhança da carne
do pecado” e condenou o pecado na carne, resolvendo o problema duplo do pecado e
da carne, para que a exigência justa da lei se cumprisse em nós.
“Nós”, refere-se àqueles “que não andam segundo a carne,
mas segundo o Espírito”. O escrito de Paulo é maravilhoso. Em 8.2 ele menciona
o Espírito Santo e em 8.4 não se refere somente ao Espírito Santo, mas até
mesmo ao espírito humano.
O Espírito Santo é o Espírito de vida, e o espírito humano
habitado pelo Espírito Santo e amalgamado com o Espírito Santo é o Espírito
segundo o qual devemos andar; o Espírito Santo que está em nosso espírito humano.
Se andarmos segundo este Espírito amalgamado, todas as
exigências justas da lei serão espontaneamente cumpridas. Não há necessidade de
guardarmos a lei. As exigências da lei são espontaneamente cumpridas pela lei
do Espírito de vida.
Como podemos ver nos versículos em apreciação, a graça de Deus
é realmente surpreendente.
Pois, transformou ímpios em santos e nos colocou em um nível
de relacionamento com Deus jamais imaginado pelo seu antigo povo, a graça de
ter o Espírito Santo habitando em nosso interior e o privilégio de ser guiados
por Ele.
E além do mais temos o privilégio não somente de sermos
herdeiros de Deus, mas também coerdeiros com seu Filho Jesus Cristo. E tudo
isso, se chama “graça”.
Bibliografia:
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CPAD - 2º. Trimestre 2016. Comentarista: Pr.José Gonçalves.
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