Abordagem
de Conteúdos Transvers. com o Tema em Estudo
Gênesis 6.1-8
Reflexão: Apesar da corrupção generalizada do mundo
atual, é possível manter nossa família nos padrões da Palavra de Deus.’ ]
O “filho” que Eva recebeu alegremente com a ajuda
do Senhor (Gn 4.1), tomou o seu lugar no grande conflito que o Senhor anunciara
á mulher (Gn 3.15).
Caim, ao assassinar seu irmão Abel, expressou a
inimizade e hostilidade da serpente, ou seja, de Satanás e sua semente contra a
família real da qual desertou (Gn 4.5-16).
Um traidor da causa da vitória da semente da
mulher. “Caim esmagou a cabeça” de seu irmão, matando-o (Gn 4.8), dando desta
maneira, expressão concreta ao esforço satânico de reverter o pronunciamento do
Senhor, ao esmagamento da cabeça da serpente – Satanás.
Rebelião e desafios caracterizam a atitude e as
ações de Caim. Quando chamado a confessar, e recusa-se procura evitar a punição
que merece (Gn 4.9-14). Ele cometeu várias dimensões do pecado que Adão tinha
introduzido na família real estabelecida por Deus, embora, seus empreendimentos
culturais, indiquem que certa porção do prestígio, das prerrogativas, e das
propensões reais, permaneciam (Gn 4.16,17).
O Senhor humilhou-o, baniu-o, mas também o protegeu
(Gn 4.11, 15). Afastando-se da presença do Senhor, Caim empreendeu dominar,
cultivar e encher a terra (Gn 4.16,17). Caim buscou construir seu próprio
reino, contrariando os princípios estabelecidos por Deus, do reino, da aliança
e do mediador (Gn 2.15; 3.15).
Caim, seguiu o reino parasita de Satanás, que Jesus
chamou de príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; 16,11), e que Paulo denominou
deus deste século (2Co 4.4), e príncipe das potestades do ar e dominador deste
mundo tenebroso (Ef 2.2); e que o próprio Satanás declarou a Jesus que lhe
daria os reinos deste mundo, que é um reino parasita e usurpador (Mt 4.8,9),
caso ele o adorasse.
A semente da serpente teve uma aparente vitória, em
uma luta longa e amarga até o Calvário, com a morte e ressurreição de Jesus
quando ele despojou Satanás de todo seu poder e aparente glória (Cl 2.14,15; Ef
1.20-22).
Mesmo assim, a vitória deste reino parasita que
Caim seguiu está dentro da moldura da maldição e do banimento pronunciado pelo
Senhor. O nascimento de Sete (Gn 4.25 – 5.3), marcou a continuação da semente
da mulher. O texto evidencia que Sete prolongou a linha da realeza do reino, da
aliança e do mediador.
Ele era à semelhança de Adão, “conforme a sua
imagem”. As forças engajadas nesse combate mortal estavam assim dispostas:
Realeza caída porém restaurada pela graça salvadora: Adão-Sete.
Contra a realeza banida, mas protegida pela graça
comum-Caim. A primeira estava em comunhão com Deus, e invocava o seu nome (Gn
4.1, 25). A segunda tinha-se retirado da presença do Senhor (Gn 4.16).
As reconhecidas capacidades da realeza caída e
banida pelo Senhor, são descritas a seguir: Caim construiu uma cidade para seu
primogênito (Gn 4.17).
Ali as atividades culturais e tecnológicas
floresceram quando séculos depois, um de seus descendentes teve três filhos,
que se tornaram hábeis em fabricar tendas, em tocar harpa, e flauta, e em
forjar bronze e ferro, e na criação de gado (Gn 4.20-22).
Enquanto isso, acelerava-se a desintegração social.
Ao desposar duas mulheres, Lameque, um parente distante de Caim, violou a
ordenança do matrimônio, e distorceu o núcleo da vida familiar e social.
E jactava-se de haver derramado o sangue de um
homem por simplesmente o pisar, e outro, por lhe ferir (Gn 4.19,23). Ele
desafiou Deus em sua jactância (Gn 4.23,24). Lameque seguiu á risca a
desobediência da semente da serpente, contra a semente da mulher.
Vejamos agora as características e os desígnios
pervertidos da humanidade decaída e banida da presença de Deus nos descendentes
de Caim. Agora, misturada com a linhagem piedosa de Sete
(Gn 6.1-3). Os homens esforçaram-se para estabelecer seus domínios.
Era o avanço do reino parasita, os que foram bem
sucedidos nisto, fizeram por meio da violência, e do derramamento de sangue.
Tomaram mulheres de todos os caminhos da vida e forçaram-na aos seus haréns.
Assim, geraram e nutriram seus próprios “filhos e
filhas reais”. A frase viram os “filhos de Deus”, (Gn 6.2), deve ser entendida
como à referir-se à descendência dos reis locais ou dominadores das cidades, ou
dos chefes de clãs nômades.
Esses reis ou chefes locais,
tendo usurpado a autoridade divina de reinar, visto serem eles descendentes da
linhagem de Sete, eram ainda, por virtude de sua própria autoridade de
governar, os representantes legais de Deus, o Soberano governador.
Os que entendem que, “filhos de Deus” se refere aos
anjos, não levam em conta que anjos não procriam e que passagens como Salmos
58.1 e 82.1, onde governantes ou anjos são chamados “filhos de Deus”.
A frase filhas dos homens (Gn 6.2), refere-se à
todas as mulheres, “filhas da humanidade”. Os filhos dos governantes tomaram
esposas de ambas as linhas da semente de Caim e de Sete, e, como Lameque,
destruíram os homens que se lhes opunham.
Por causa disso, a violência e o derramamento de
sangue encheram a terra. Era nesse contexto, que Noé andava com Deus e vivia
segundo a vontade de Deus, e procurava demonstrar isto aos demais homens.
Noé andava com Deus (Gn 6.9). Tinha comunhão com
ele, e assim dava prova da sua natureza real e original, da humanidade, e de sua
posição e papel. O pronunciamento do juízo sobre a humanidade e sobre todas as
coisas vivas na terra, deve ser entendido como a declaração do Senhor, de como,
naquela situação, ele executaria a maldição que pronunciara no Éden.
Uma resposta divina estava para vir mesmo, do
coração pesaroso e entristecido de Deus (Gn 6.6). A intenção pervertida da
semente real rebelde e à distorção e destruição que ela causava. O julgamento
de Deus seria em duas dimensões.
Primeiro:
O Senhor retiraria seu Espírito (Gn 6.3). Essa retirada da presença e da
influência do Espírito de Deus, marcaria a descontinuidade do envolvimento
pessoal e direto do Senhor com a humanidade rebelde, e a cessação de sua graça
comum. Isso implicava em uma separação maior entre o Deus Soberano, e seu vice
regente – O homem caído. Por sua vez, seria a confirmação da morte espiritual.
Segundo: O
Senhor traria o Diluvio, que iria por fim à vida, aos planos e obras dos que
visavam expressar sua própria soberania. O Dilúvio, traria uma trágica
separação, pela qual, a vida seria retirada da humanidade, e as pessoas seria
removidas do seu lugar de domínio.
Todas aquelas coisas, as quais eles desejavam ter
domínio absoluto, seriam destruídas. Assim, a maldição abrandada,
pronunciada sobre Adão e o cosmo, sobre o qual ele havia sido colocado como
guardião real (Gn 2.15), tornar-se-ia maldição plenamente executada.
Justo e reto, Noé foi salvo da maldição (Gn 7.1-12;
1 Pe 3.20; 2Pe 2.5). De Noé, é dito, que ele era justo e irrepreensível entre
seus contemporâneos, Noé andava com Deus (Gn 6.9). Somente Noé, marido e pai, foi
dito que era justo (Ez 14.14-20). No entanto, toda a família foi poupada das
águas julgadoras do dilúvio.
Consultas: Lições Bíblicas
EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2015 – (Comentarista: Pr. Claudionor de Andrade).
ANDRADE Claudionor. O Começo de Todas as Coisas. Rio de Janeiro,
2015 – CPAD
LOURENÇO Adauto. Gênesis 1 & 2 – A Mão de Deus na Criação. Editora
Fiel. SPaulo, 2011
DOUGLAS J.D. O Novo Dicionário da Bíblia. Editora Vida Nova. SPaulo,
2006
KIDNER Derek. Gênesis – Introdução e Comentário. Edições Vida Nova.
SPaulo, 1979
CAMPOS , Heber Carlos de. O
Habitat Humano – O Paraíso perdido – Estudos de Antropologia, Esditora Hagnus.
São Paulo, 20’2.
GRONIGEN, Gerard Van. Criação e Consumação – O Reino a Aliança, e o
Mediador. Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2002
GRONIGEN, Gerard Van. Revelação Messiânica no Antigo Testamento: A
Origem Divina do Conceito Messiânico e seu Desdobramento Progressivo. Editora
Cultura Cristã. São Paulo, 2003.
CHAMPLIN R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Versículo por
Versículo. Vl 1, Editora Hagnus. SPaulo, 2001
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