Total de visualizações de página

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Moisés – Sua Liderança e seus Auxiliares - Lição 08 – 1º. Tri EBD CPAD - 23.02.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo 18.13-22     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1. Saber que a obra do Senhor precisa de trabalhadores.
2. Explicar a relação de Moisés com os seus auxiliares.
3. Elencar as qualidades de um líder. 

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
Liderança tornou-se uma questão bastante popular nos dias de hoje, e por uma boa razão. Todo esforço em prol da efetividade contribui amplamente para o funcionamento da boa liderança. A Bíblia oferece muitos princípios e modelos para ajudar a servir seu povo de forma mais efetiva. 
Obviamente, as Escrituras não foram redigidas como um manual de gerência administrativa, e as pessoas têm que ter bastante cuidado com a má interpretação e a má aplicação do texto bíblico.
Não obstante, um grande número de pessoas têm relação direta com fundamentos de liderança. A conversa de Moisés com Jetro (Ex 18.13-23) é uma das mais importantes. Vários princípios podem ser percebidos dos conselhos do sogro de Moisés:
1. Moisés, um homem que foi dotado de grande autoridade, respeitou a autoridade de Jetro seu sogro (Ex 18.7,24). Provavelmente teria sido mais simples, e talvez mais natural, que Moisés tivesse uma atitude defensiva e protegesse seus interesses quando o sogro ofereceu seus conselhos. Mas, em vez disso, Moisés mostrou grande respeito, ouviu e respondeu cordialmente aos conselhos do pai de sua esposa.
2. O poder pode tornar-se intoxicante (Ex 18.14,15). Aparentemente, Moisés sabia pouco a respeito de delegação de poderes. Isto pode explicar o motivo de este estar sobrecarregado. Mas, quando Jetro perguntou a Moisés porque somente ele se assentava para julgar, o profeta respondeu: 
é porque este povo vem a mim para consultar a Deus. Será que esta declaração refletia um inebriante fascínio de estar no comando? Felizmente, Moisés parecia ansioso por delegar parte de seu controle centralizado.
3. A autoridade deve ser investida prudentemente em outras pessoas (Ex 18.21). Jetro não sugeriu que Moisés preenchesse meramente os cargos de líderes com parentes e amigos íntimos, como muitos fazem. Em vez disso, Jetro descreveu as qualificações das tarefas baseadas em prova de caráter. 
Ao fazer isso, Jetro fez com que fosse lembrado que a delegação é um privilégio, não um direito. Um líder tem de levar em consideração as esperadas qualidades e as habilidades dos nomeados.
4. A autoridade é um recurso a ser investido em outras pessoas (Ex 18.22,23). Ao delegar poderes aos subordinados, Moisés faria com que as pessoas progredissem em maior grau como comunidade, muito mais do que se ele retivesse e centralizasse o controle. 
Geralmente, pensa-se que a autoridade é posição que deve ser preservada. Na verdade, a autoridade é um recurso que deve ser usado conscientemente para dar poderes aos de confiança, a fim de que possam agir de forma efetiva.
5. A liderança efetiva aumenta a saúde e a longevidade de uma organização e a satisfação de seu pessoal (Ex 18.22,23). Moisés provavelmente prolongou a sua própria vida e garantiu o progresso da nação ao apontar ajudantes capacitados. 
Nenhuma organização tem uma sobrevida muito longa se apenas pouquíssimo de seus colaboradores estão envolvidos em grandes tarefas. Ao dar a cada membro uma real participação no processo e nos resultados atingidos, os líderes poderão contar com muitos mais olhos, ouvidos, mentes e mãos para dividir e manejar as decisões complexas.
III – DESENVOLVIMENTO
1. O Trabalho do Senhor e os seus obreiros – Uma das características essenciais à liderança na obra de Deus é saber que o líder é um dispenseiro ou administrador dos recursos e das pessoas, e não dono de todas essas coisas (1Co 4.1,2). 
Nenhum ministro é ordenado para pensar que a igreja que Deus colocou em suas mãos é sua. Quando Paulo escreveu sua carta aos efésios, ele disse que o Senhor mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vista ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo (Ef 4.11,12).
 Essa passagem mostra que Deus escolheu algumas pessoas para determinada vocação no corpo de Cristo, com o objetivo de fazer com que os santos sejam aperfeiçoados no serviço cristão, para que o corpo de Cristo possa ser edificado.
Os líderes têm diversas obrigações no dia a dia, e isso faz parte da tarefa que lhes foi confiada. Eles precisam avaliar situações e tomar decisões. E precisam ter também a habilidade de liderar pessoas de todos os tipos, procurando acalmar os ânimos e motivar pessoas ao serviço cristão. 
No estudo em questão estamos analisando como o servo de Deus, Moisés, precisou de ajuda em sua liderança para poder desempenhar melhor o seu papel de líder e condutor do povo de Deus.
 Uma das lições que Jetro ensinou a Moisés é que ele precisava de outras pessoas para partilhar responsabilidades. Ninguém que trabalha em posição de liderança consegue fazer todas as suas atividades sem ajuda. 
Há trabalhos que depende de apenas uma pessoa, mas boa parte dos trabalhos precisa ser executada por um grupo de pessoas. Todo trabalho que exige coletividade exige liderança, e dependendo da complexidade do trabalho vários líderes são necessários na empreitada.
O líder deve treinar seus auxiliares e aprender a confiar neles. Deve orientá-los no sentido de seguir os parâmetros estabelecidos e cuidarem daquilo que foi proposto. Jetro disse a Moisés: “E tu, dentre todo o povo, procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil: maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez; 
para que julguem este povo em todo o tempo, e seja que todo negócio grave, tragam a ti, mas todo negócio pequeno eles o julguem; assim, a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás, então, subsistir; assim também todo este povo em paz virá ao seu lugar” (Ex 18.21-23).
E Moisés deu ouvido a voz de seu sogro e fez tudo quanto tinha dito; e escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: maiorais de mil e maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez. E eles julgaram o povo em todo o tempo; o negócio árduo traziam a Moisés, e todo negócio pequeno julgavam eles” (Ex 18.24-26).
2. Os auxiliares de Moisés (Ex 18.21) – As reservas de Deus são inesgotáveis. E ele tem sempre pessoas capazes e dispostas a se entregarem em prol da obra do Senhor. Foi assim na escolha dos auxiliares de Moisés; foi assim com o substituto de Elias e com os sete mil que não se dobraram diante de Baal.
Quando Jesus disse que a seara era grande e que havia poucos ceifeiros para trabalhar nelas, não ordenou a seus discípulos que fosse atrás de obreiros, mas que orassem a fim de que o Senhor da seara enviasse ceifeiros para sua seara. E Deus levantou ajudantes para Moisés:
Miriã, irmã de Moises – era profetisa e entoava louvores ao Senhor. Foi uma coluna na história de Moisés.
Arão, irmão de Moisés – acompanhou sua história desde o Egito e foi escolhido pelo Senhor para ser sacerdote em Israel.
Jetro, sogro de Moisés – era um midianita. Mesmo não sendo israelita, concedeu abrigo a Moisés e lhe deu uma de suas filhas como esposa quando fugiu do Egito. Pelas palavras que disse a Moisés, mostrou ser uma pessoa sábia e experiente. 
Ele muito ajudou Moisés em seu ministério, permitindo que no período em que esteve em Midiã aprendesse a pastorear ovelhas e conhecer os caminhos do deserto.
Os anciãos – pessoas de mais idade entre o povo, foram pessoas que muito auxiliaram a Moisés em sua liderança na condução do povo à terra prometida. Espera-se, por esse exemplo, que as pessoas de mais idade sejam aptas a serem bons conselheiros aos líderes mais novos.
Josué – este foi um servo de Moisés que é apresentado na Bíblia como aquele que seria o seu substituto na condução à terra prometida. Josué era um combatente, um homem de arma, e foi usado por Deus para abrir o caminho das conquistas ordenadas por Deus.
3. Qualidades de Moisés como líder – Moisés tinha suas limitações como todos nós. Como homem, inicialmente resistiu à voz de Deus quando foi chamado para libertar Israel, mas depois obedeceu á ordem divina. 
Observa-se que inicialmente, Moisés dedicava-se mais ao trabalho do que à vida familiar, até receber a orientação de seu sogro. Por não perceber que estava sozinho na liderança do povo, acabava sendo cercado de problemas de todos os tipos, que poderiam ser resolvidos por outras pessoas.
Mas Moisés tinha também suas qualidades. Entre elas destacamos:
Mansidão – A palavra de Deus apresenta Moisés como uma pessoa de coração manso. “E era Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.” (Nm 12.3). Mansidão é a capacidade de se enfrentar problemas sem que se perca a calma. 
Essa foi a atitude de Moisés quando atacado por Miriã e Arão, seus irmãos no deserto. Ele não perdeu a calma naquela situação e deixou que Deus resolvesse o problema de rebeldia que seus próprios irmãos trouxeram.
Humildade – Moisés não era um líder soberbo. Ele não temeu partilhar sua autoridade com seus auxiliares a fim de que o povo pudesse ser melhor atendido em suas demandas. Ele aceitou com humildade o conselho de Jetro, e viu como acatar aquele conselho permitiu que ele focasse sua liderança onde ela era mais importante: conduzir o povo de acordo com os planos de Deus. “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv 16.18).
Piedade – Moisés era um homem temente a Deus. Piedade não se refere a fazer boas obras e caridade, mas a ter o respeito por Deus e por sua obra. Ser piedoso é o contrário de ser uma pessoa ímpia, que despreza a Deus e não trata a sua Palavra de forma respeitosa.
Jetro sabia que Moisés era o líder escolhido por Deus e que era importante que estivesse bem, com procedimentos administrativos adequados para a condução do povo e preservando a si mesmo de uma vida estafante e de pouca praticidade. 
Ele não aconselhou Moisés a empurrar os problemas para que os outros resolvessem; estava recomendado ao legislador que ensinasse a Lei de Deus com a ajuda de outros homens, que o auxiliariam na condução do povo.

IV – CONCLUSÃO
Moisés deveria tratar de casos sem precedente legal, que requeriam um oráculo especial (Dt 17.8-13). Os casos ordinários seriam manuseados por líderes leigos (Nm 11.16-22; 24,25) ou por juízes nomeados (Dt 16.18-20). 

As qualificações dos ajudantes equiparam-se às descritas em Tito 1.7 – “Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante”.

Quando um homem tem essas qualidades, então pode aprender outras capacidades, que se aplicam estritamente às questões seculares. Precisavam ser homens verazes, sinceros, livres de falsos motivos. Teriam de ser juízes imparciais, que buscassem razões espirituais e morais em seus julgamentos. 

Teriam de abominar a cobiça, não desejando coisas para si mesmos, nem se mostrando parciais. Uma vez que tais homens fossem achados, então seria feitos cabeças de vários grupos: de milhares, de centenas e de dezenas, uma espécie de autoridade ascendente, uma espécie de sistema hierárquico, onde Moisés aparecia no alto, como juiz supremo. 

Essa organização, é, semelhante, àquelas que predominam nas forças armadas das nações civilizadas, mas adaptadas ao campo civil (1 Sm 22.7). O sistema de Jetro, bastante complicado, chegou ao fim quando Israel entrou na terra prometida, quando então foi adotado um sistema mais simples. 

Os eruditos têm calculado que talvez houvesse treze mil juízes em Israel, incluindo todos os níveis do sistema, de acordo com o sistema de Jetro (Nm 1.17-46; Ex 18.17). O targum de Jonathan informa-nos os números envolvidos: 

seiscentos chefes de mil; seis mil chefes de cem, doze mil chefes de cinquenta; sessenta mil chefes de dez. A soma total no Talmude sob o sistema coletivo, é de setenta e oito mil homens. Esses cálculos estão baseados em Nm 1.46.


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
REIFLER, Hans Ulrick. A Ética dos Dez Mandamentos. São Paulo, 1992. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
GEISLER. Norman L. Ética cristã – Opções e Questões Contemporâneas. São Paulo, 2010. Edit. vida Nova
CHAFER. Lewis Sperry. Teologia Sistemática – Vl 7 e 8. São Paulo,2003. Editora Hagnus
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição – Editora Cultura Cristã
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus

Nenhum comentário:

Postar um comentário